As Relíquias de Hogwarts escrita por Srta Malfoy


Capítulo 11
Capítulo 10 - O castelo das proteções Pt. 1


Notas iniciais do capítulo

Depois de um mês, cá estou de volta!!!!

Sei que demorei para continuar postando a fic, mas foi preciso dar uma pausa por causa da minha vida pessoal... Me desculpem, pois sei que tenho alguns leitores que estavam adorando a fic. Espero que se tiver alguém aí ainda, por favor voltem que vou começar a postar normalmente agora!


Esse capítulo já estava pronto, mas decidi postar quando eu escrevesse mais outro. Pois quero postar 2 capítulos para recompensar. Então esperem que tem mais!

Obrigado a todos, e boa leitura.



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Neville acordou sem realmente abrir os olhos, pois algo o impedia de fazer.

Depois de algumas tentativas falhas de movimentar o corpo, seu interior estava queimando em desconforto. Decidiu então apenas se concentrar em seus pensamentos e nos sentidos funcionais. Em meio à tentativa de pigarrear, pois o cheiro de poeira deixara sua garganta ressequida, Neville perguntava se aquilo poderia ser algum tipo de sonho. Sua vó costumava o assustar mencionando uma tal de Paralisia do sono, dizendo que pequenos Krakens invadiam os sonhos de crianças travessas, sufocando com seus longos tentáculos para os impedir de se mover e fugir. Parecia a mesma situação.

Porém, quando ouviu uma movimentação não muito longe de si, percebeu que não poderia ser um sonho. Não, pois sentiu um leve vento gélido tocar seus pés descalços à medida que alguém se movimentava apressado em sua volta. E não, quando sussurros desconexos se transformaram em uma conversa nítida.

— Conseguimos pegar a profecia – disse alguém em uma voz risonha, que nada de agradável continha, na verdade, o tom somente intensificava a insanidade do ser.

— Mestre – enfatizou a segunda voz, que lhe pareceu familiar – É assim que deve me chamar seu verme! Eu sou seu superior.

— Por ora – sussurrou o primeiro. O outro não pareceu notar, pois nada falou.

Pergaminho antigo foi folheado. O garoto reconheceu só de ouvir, já que os usava bastante em suas anotações de Herbologia.

— Interessante, acho então que temos de voltar a Hogwarts – o “mestre” deu uma gargalhada cínica – Parece que mais quatro alunos irão sumir da tão protegida escola.

— Na verdade, isso não será possível – intrometeu-se o outro.

— Não vejo nenhum motivo para que não façamos. Explique-se!

— Sendo que exatamente quatro alunos fugiram do castelo no momento em que atacamos, creio que eles sejam as pessoas da profecia. Então...

— Diga! O nome deles – pediu o mestre com um entusiasmo medonho.

— Harry Potter, Ginevra Weasley, Castiel e – deu um suspiro insatisfeito – Draco Malfoy.

— Seu filho, Lucio? – perguntou uma terceira voz. E mesmo com a rouquidão, pode ser notado um tom de espanto.

Neville agora entendeu o porquê da familiaridade com a voz de um deles, um dos homens era o pai de Draco, e isso só fez com que seu pânico aumentasse. Porque ele estaria imobilizado na mesma sala em que Lucius Malfoy parecia estar planejando coisas perigosas?

Se não fosse por sua inexperiência e medo, Neville conseguiria obter uma boa resposta.

— Então temos que encontrá-los! – disse Lucius, estalando os dedos. Não parecia ter se abalado com o pronunciamento do nome do filho – E façam isso logo, pois pelos meus anos de experiência com Harry Potter, sei que eles já devem estar recebendo ajuda.

Embora sua situação fosse mais alarmante, Neville sentiu que o pior esperava seus amigos onde quer que estivessem, talvez pelo teor de rancor que Lucius usou ao pronunciar o nome de Harry, ou pelo simples fato do lugar estar cheio do que pareciam ser comensais da morte, estes que um dia já causaram muita destruição na vida deles, inclusive na sua, e que agora prometiam ir atrás para fazer novamente seja lá qual maldade planejavam.

Um calafrio que começou em seus dedos dos pés se apoderou do corpo inteiro, o medo era tanto que não percebeu sua respiração arfante e o movimento dificultoso que o peito fazia, até que uma voz se fez presente. O sopro picante do hálito bateu levemente em seu rosto e pôde até sentir, que o rosto próximo ao seu, vergava em um enorme sorriso.

— Oh, que notícia boa. O menino Longbottom finalmente acordou! – disse o segundo homem em sua voz estridente. Um risinho fino e debochado saiu de seus lábios – Abra os olhos querido. – cantarolou. – Estamos ansiosos para conversar com você.

Neville sabia agora que podia controlar seu corpo, mas não queria abrir os olhos. Tinha certeza que assim que fizesse, tudo estaria terminado para si. Nunca fora um garoto de coragem, nunca enfrentou nenhum inimigo ou teve que fazer escolhas sábias. E mesmo em seus sonhos, quando tentava se vingar pelos pais, acabava fugindo desesperado de algo que de fato nem existia. Sabia que era fraco.

— Vamos, garotinho insolente! Abra – disse ferozmente, levando os dedos ao rosto para forçar as pálpebras abrirem.

— Saia daí – interrompeu Lucio empurrando o homem, que caiu no chão – Eu lido com ele.

Neville juntou as mãos aos ouvidos e se encolheu ao máximo na parede gelada, sua cabeça começou a doer por forçar demais as vistas a se fecharem.  “Isso não é real, isso não é real”, sussurrava em sua mente. “Ainda estou no pátio da escola, colhendo as flores preferidas de Gina”. Tentava se convencer, mas à sua frente, o cenário que não queria enfrentar invadia forçadamente seu espaço, à medida que o homem se aproximava vagarosamente.

— Não precisa se assustar – disse Lucius tocando o braço do menino com a mão enluvada. – Eu apenas quero pedir ajuda a você, informações, na verdade. – Neville colocou a cabeça entre as pernas, se negando. – Não vou machucar...

Um grunhido interrompeu o momento suave, logo quando uma varinha cortou o ar ferozmente.

— Chega disso! – o segundo homem gritou de seu lado esquerdo. E Neville nem teve tempo de perceber o que estava por vir. — Crucio!

Seus olhos se abriram forçadamente quando a luz verde o atingiu. A última coisa que pensou antes de gritar em agonia foi que já havia visto o homem que apontava insanamente a varinha para si.

***

— Ai! Droga Gina, sai de cima de mim – reclamou Draco, empurrando um braço que pressionava dolorosamente sua clavícula.

— Não grita comigo, eu caí aqui sem querer – retrucou.

A neve que estava por toda volta dificultava o deslocar, seu corpo tremia e seus dedos, já congelados, ficaram pouco flexíveis. E o vestido curto que ainda usava não ajudava em nada a situação. Por isso, Gina pediu para Draco parar de tentar puxá-la pela cintura para que assim pudesse levantar.

— Sei... Mas bem que você gostou de cair em cima desse corpinho aqui, não é? – falou Draco divertido.

Espanando a neve de seus braços, para diminuir o frio, Gina observou o menino que continuava sentado chão. As mãos apoiadas na neve para sustentar o corpo, a cabeça levemente inclinada para manter seu sorriso desdenhoso à mostra. Ele não parecia perturbado com a situação em que se encontravam, já que ao invés de estar fazendo perguntas, como às que tinha em sua mente, apenas olhava para ela tentando por algum motivo incitá-la.

— Não me olhe assim, sei o que você quer – continuou Draco, como se não tivesse mais ninguém por perto.

Ao redor, os outros já estavam de pé parecendo desorientados. O desconhecido feitiço que Anabel havia usado os transportaram para algum lugar distante de Hogwarts. Isso estava óbvio nas cumpridas montanhas de gelo que seguiam à longe quase sumindo na névoa, e n colchão branco feito de neve, onde somente havia árvores congeladas atrapalhando a visão do caminho.

Estavam sós.

— Você quer saber o que eu quero? – Gina se deixou retrucar Malfoy, pois eles haviam caído um pouco afastados dos outros e isso a incentivou.

— Sou todo ouvidos.

A mão de Gina desceu e contornou o corpo de Draco até chegar perto da coxa, pousou delicadamente os dedos sobre o tecido, provocando uma expressão de aprecio em Draco, seus olhos eram pura malícia. Quando ele foi mover sua mão para junto à dela, Gina parou o movimento e segurou firme a perna dele jogando-a com toda força para o lado.

— Quero que saia de cima do meu sapato – Gina teve que usar de toda sua força para controlar o riso e manter-se séria.

— Vocês são tão infantis – disse Harry em um suspiro.

Não tinha notado que o breve momento com Draco, demorou mais do que pareceu. Gina sobressaltou quando ouviu a voz do amigo às suas costas e girou para dar um sorriso de desculpas.

— Onde estamos? – e a aura de verdadeira seriedade retornou ao seu rosto.

Harry apenas deu de ombros e indicou para Anabel, que estava procurando algo entre o chão e às arvores. Pensou no que poderia ser, visto que o cenário era igual uma fotografia preta e branca, onde somente dava para ver a neve e o marrom das árvores. Não tinha nenhum caminho explicito por onde podiam ir.

— Está tudo bem com você? – perguntou Castiel, gentilmente ao se aproximar.

Gina assentiu sorrindo feliz por vê-lo intacto, mas logo hesitou ao lembrar do motivo por estarem aqui. Haviam encontrado Anabel, e mediante uma breve briga, acusações ruins foram ditas para ele, Gina ainda não sabia se continuava acreditando no menino dócil que conheceu há algumas semanas. Olhar para ele era como se entregar por inteiro a um amigo de confiança, e isso era totalmente arriscado levando em conta que havia muitos mistérios duvidosos em sua vida

Por isso apenas respondeu.

— Sim, só o frio que está incomodando um pouco – disse isso indicando para as roupas de festa, que todos ainda usavam.

Um movimento rápido e breve fez Castiel estender sobre o pescoço  da garota, seu paletó de tecido grosso.  Ele não deu tempo para Gina negar ou se esquivar, em segundos já estava movendo os braços para dentro das mangas fazendo-a vestir por completo.

— Obrigado – foi tudo que conseguiu dizer. E uma leve culpa a assombrou, pois, minutos atrás estava pensando em coisas não muito gentis sobre ele.

— Precisamos nos aquecer. – Hermione se aproximou salvando Gina de seus pensamentos. - Peguem suas varinhas.

Os que estavam afastados se aproximaram dos três, escolheram ficar em volta de um galho sem neve caído ao chão, pois Hermione iria usá-lo como fogueira.

— Ei Harry, que tal nós jogarmos o feitiço Confringo* no Weasley? – disse Draco sorrindo travesso. – Assim todos nós nos manteremos aquecidos.

(Confringo: feitiço que coloca fogo em uma pessoa)

— Cala a boca Malfoy! Nem pense em chegar perto de mim seu maldito! – vociferou Rony, um pouco exagerado, levantou o braço para puxar briga.

— Ninguém vai lançar nenhum feitiço em você Rony, acalme-se – Harry fez questão de enfatizar isso, pois não duvidava que Draco tentasse fazer algo parecido.

— Estraga prazeres – resmungou se encostando-se no tronco como se o frio não perecesse lhe incomodar.

— Vocês poderiam parar de serem infantis e começar a se perguntarem, por exemplo, onde estamos? – intrometeu-se Hermione ranzinza.

— Estamos perto do povoado do Monte Ucka. – respondeu Anabel, saindo dentre as árvores na esquerda do grupo. Ela tinha neve e folhas secas em seus cabelos e capa.

— Monte Ucka, o povoado que fica perto de Durmstrang? - perguntou Draco. Em uma de suas viagens, o pai insistira para que ele visitasse o castelo. - O que estamos fazendo aqui?

— Espera! Nós estamos perto de Victor Krum? – Rony aproximou-se de Hermione, pois lembrava do ano em que o nojento do Krum convidou sua namorada para o baile.

— Sim Rony, mas a questão não é essa – Hermione quis ligeiramente mudar o assunto. - O que estamos fazendo aqui? – repetiu a pergunta.

— Temos que entrar no castelo e... – começou Anabel, mas foi interrompida por um sonoro “o que!” de todos do grupo.

Eles a olhavam chocados, qualquer um sabia dos boatos sobre a Durmstrang. A escola que mexia com as artes das trevas quase tão, ou igualmente como os comensais da morte, além de ter uma regra rígida de somente aceitar sangues puros.

— Você está ficando louca? Isso é impossível! – exclamou Gina, com sua melhor expressão de perplexidade.

— Não, não é impossível, pelo menos não para mim que entrei na escola mais protegida da Inglaterra – respondeu Anabel se referindo a Hogwarts.

— Então você só pode ser algum Deus para estar com tanta confiança assim, espero pelo menos que tenha um plano - continuou, e a fumaça fria escapava de sua boca a cada palavra.

— Com quem achas que está falando camponesa, é claro que eu tenho! – respondeu cravando os olhos na ruiva com indiferença.

Gina fechou a cara, a menina da mascara por algum motivo a deixava igual dragão largando fumaça pelo nariz (irritada).

— Por favor, pode nos dizer qual o plano? – intrometeu-se Castiel percebendo o clima tenso.

— É claro que direi – Anabel lançou um sorriso suspeito para o menino – Mas primeiro vamos arrumar abrigo.

— Finalmente uma ideia não inútil – disse Draco dando um sorriso sem mostrar os dentes.

Harry soltou um suspiro profundo pensando que teria que aguentar Draco e suas implicâncias por um bom tempo. No entanto se pensasse bem, em meio ao lugar frio e distante onde só havia incertezas e perigo, até que aturar Draco seria uma boa coisa para passar o tempo.

Rindo para si mesmo, Harry se aproximou de Rony e Hermione e assim todos seguiram Anabel para algum lugar no meio da Europa.

***

O lugar era repugnante, Gina sabia disso. O pequeno povoado de Ucka não era um bom local para se morar, o clima frio era resultado das montanhas altas de gelo da Europa, que irrompia rigorosamente na pequena cidadela causando estrago na maioria dos chalés. As ruas comportavam inúmeras barracas sem afins que apenas deixava o caminho estreito, a desordem era nítida e se não fosse às poucas pessoas perambulando por ali poderia se pensar que o lugar estava abandonado.

Gina já estava abraçando o blazer com muita vontade, a Azaração do aquecimento estava perdendo o efeito. Imaginou o que aconteceria se seu corpo entrasse em contado com o frio real, talvez eles morressem antes mesmo de chegar ao chalé. Seus pensamentos divagaram até que seu corpo enrijeceu ao ouvir um grito.

— O que é isso, tira de mim! – Rony girava apavorado, suas mãos tentavam se livrar de algo em suas costas.

— Parado Rony – Hermione já preparava a varinha, enquanto Harry tentava enxergar o que causava o tumulto.

Porém quando Mione fez menção de dizer um feitiço, Anabel intrometeu-se forçando ela baixar sua varinha e tomou à dianteira.

— Não precisa de tanto alarde. Ronald fique quieto – e suas palavras soaram autoritárias – Ele é apenas um Verme...

— Um Verme, tira logo! – disse Rony se desesperando ainda mais.

Com uma agilidade impressionável, Anabel deu um empurrão e colocou Rony contra parede, pressionou sem folga seu pescoço na parede gelada imobilizando-o. Rony reclamava que o bicho estava sugando seu sangue e tentou puxar com os braços livres, mas Anabel interrompeu novamente segurando seus pulsos como algemas. Então o ruivo ficou quieto.

— Acho que estou começando gostar dessa garota – provocou Draco.

Antes que alguém retrucasse, Anabel começou a falar.

— Um Verme é apenas uma criatura que se alimenta da podridão, não é um sanguessuga. Na verdade, ele ajuda a descontaminar os lugares evitando que coisas tóxicas cheguem aos humanos – Anabel soltou os pulsos de Rony e ergueu uma das mãos para acariciar o dorso do animal. – Não são ofensivos. Este aqui – e segurou a criatura que desprendeu-se de Rony – só grudou em você porque estava com medo.

O grunhido quase igual a um ronronar escapava da criatura que parecia estar gostando da carícia. Ao seu lado Rony olhava Anabel estupefato, por ainda estar segurando aquilo.

— Viu só Roniquito, é só uma criaturinha inofensiva – Draco avançou sua mão para tocar na cabeça veluda do animal, porém no mesmo instante arquejou de dor. – Droga! Porque isso tem espinhos? – sacudia a mão que emitia vermelhidão.

— Por que – evidenciou Anabel – Você tem que ser gentil, já disse que são seres temerosos. – Vamos amiguinho, volte para casa.

— Humpf! - Draco se afastou porque não queria ter de retrucar Gina, que fingia abafar uma risada.

— É melhor irmos, antes que Rony se depare com outra criatura. – Disse Hermione puxando o ruivo pelas mãos.

— Mione!

— Desculpe, não quis dizer que você não é corajoso...

— Mione, da para ficar quieta? – pediu Rony exasperado enquanto puxava sua namorada para longe dos olhares risonhos.

O grupo seguiu pelas ruelas conversando baixo por que a cidadela e seus moradores os causavam calafrios. O cenário de desolação e abandono ainda os cercavam, porém ao adentrar o vilarejo podia se notar que as casas iam melhorando e o número de moradores aumentando. As luzes nos pátios estavam funcionando e ali a neve era mais controlada, porém para Gina, os olhares que recebia davam a entender que não gostavam de visitantes. E esse sentimento a acompanhou até chegarem ao chalé que Anabel falou.

— Os moradores dessa casa estão a muitos quilômetros longe daqui, então fiquem à vontade – disse Anabel enquanto abria o portão de madeira e procurava a chave que surgiu entre os galhos coberto por neve.

— Você conhece os donos? – perguntou Harry receoso, mas com certa animação por encontrarem um lugar aquecido.

— Sim, há muito tempo – a resposta era simples, porém soou estranha em conjunto ao seu rápido desviar de olhar.

Uma lareira os esperava com lenha e bancos à sua volta, pronta para ser acesa e apreciada. O cômodo de entrada era grande o suficiente para abrigar os sete, e o seu interior era um lugar típico de cidade pequena. Em geral o ambiente era bem limpo e tranquilo, contradizendo o fato de que havia meses que moradores não o habitava.

Sentindo-se estranhos e deslocados os jovens foram se sentar em volta da lareira, olhando de uns para os outros pensando quem iria ser o primeiro a falar, mediante que ainda estavam confusos com o episódio que se sucedeu.

Haviam acabado de sair de Hogwarts que corria perigo, e ninguém queria comentar sobre o ataque no castelo, talvez por temerem a resposta ou porque sabiam que tinham certa culpa no ocorrido. Por outro lado, a preocupação em suas mentes era gritante, o que devia estar acontecendo em sua escola, nesse exato momento. E o que havia de ter acontecido com os alunos e professores.  Estariam todos bem?

Na sala, Castiel percebendo que sua amiga havia paralisado desde que sentou mais afastada de todos, voltou-se para perto dela olhando-a nos olhos.

— Tem certeza de que está bem? - perguntou erguendo a mão pondo no queixo de Gina.

Ela sentiu um leve arrepio pelo toque da mão áspera e gelada do garoto.

— Não se preocupe vou ficar bem – respondeu sorrindo fraco – É apenas esse lugar que está me deixando assim.

— Ah sim, eu também não estou contente por estar aqui – concordou Castiel – Mas você deveria chegar mais perto do fogo, está tremendo.

— Estou? – falou levantando a cabeça meio perdida. Percebeu que sua perna não parava quieta, então mexeu-se para a controlar. – Desculpa - riu fracamente. – Não estou pensando muito bem.

— Que nada, apenas venha comigo – e ofereceu sua mão.

Gina desconcertada aceitou o gesto, os dois caminharam até a poltrona onde antes Castiel estava sentado e ali ele a ajeitou, logo sentando aos seus pés para continuar a conversa. Ao redor Harry, Rony e Hermione cochichavam em uma conversa interna, seus semblantes demonstravam preocupação e principalmente duvida. Não dava para saber qual eram os seus critérios sobre o que estava acontecendo, mas se percebia que estavam decidindo sobre o que fazer.

Já Draco, mantinha-se afastado. Encostado no batente da porta, virado de costas para a fogueira olhando algo sem realmente os ver. Seu porte era o de sempre e isso significava que era impossível perceber no que ele estava pensando.

Finalmente alguém pergunta.

— Você diz que precisamos entrar em Durmstrang, mas para que afinal? – Harry colocara no lugar um cinzeiro de cristal que estava observando e voltou-se para Anabel que retornava da cozinha com canecas.

Lembra-te da Cidade da Morte citada na profecia? - perguntou sem dar oportunidade de responderem – Em Durmstrang existe um velho bruxo chamado Haruka Mujim, um descendente do Sakato Mujim aquele mesmo que vivia na cidade que estamos procurando. Nosso objetivo é falar com ele para descobrirmos a localização exata da cidade.

O grupo olhou surpreendido com tamanha sabedoria que ela tinha, uma sabedoria um tanto suspeita que fez Gina perguntar o seguinte:

— Interessante, mas como é que você sabe de tudo isso? Como vamos saber se esse Haruka ainda está em Durmstrang?

— Apenas precisam saber que eu sei de várias coisas. – respondeu Anabel entrelaçando os dedos abaixo do queixo.

— Se você sabe de tudo, então porque não sabe da localização desta cidade? – Perguntou Draco com petulância.

— De quase tudo - respondeu Anabel a contragosto.

— Pelo menos nós sabemos o motivo agora – disse Castiel tentando entusiasmar os outros.

— É – disse Draco secamente.

— Vocês não vão tomar? – Anabel apontou para xícaras.

— O que é isto? – perguntou Gina desconfiada como se houvesse algum plano de envenenamento.

Anabel percebeu isso.

— Olhem só. Sei que trazer vocês até aqui desta maneira pode lhes causar algum tipo de desconfiança, mas fui totalmente sincera nas coisas que disse. Estou aqui para ajudar vocês! – olhou para cada um ao falar – Então é melhor não me olharem a cada instante como se eu tivesse os levando para uma armadilha.

— E não está? – falou Draco sincero.

— É óbvio que não – irritou-se Anabel.

— Isso é o que você diz – Draco caminhou sorrateiramente até a luz o iluminar por inteiro, cruzou os braços e um olhar prepotente fixou em seu rosto – Até agora você só nos conta histórias e blá, blá, blá. Não vi demonstração alguma de que está do nosso lado, quer saber o que eu acho? – e chegou mais perto do olhar fuzilante de Anabel. – Acho que primeiro deve falar como é que sabe de tantas coisas sobre a profecia.

Ficaram frente a frente sendo observados pelos outros com interesse. Draco havia colocado em pauta tudo aquilo que pensavam.

— Eu não devo nada a vocês – Anabel olhou para o lado respirando fundo enquanto controlava a raiva.

— Ah com certeza você nos deve. Acho que, me deixa lembrar – seu tom era provocante. – Desde o momento que você nos raptou, sendo que nossa casa estava sendo atacada, e nos trouxe para lugar nenhum prometendo planos absurdos! e ficou sério.

— Espera. Vocês decidiram vir comigo!

— Mas isso não muda nada.

Percebendo que a conversa tinha saído do rumo que queriam, Harry decidiu interromper antes que Draco começasse uma briga pessoal.

— Ela tem razão Draco, nós decidimos vir até aqui – Harry teve que recomeçar rapidamente ao receber um olhar indignado de Draco – Mas... Draco também tem suas razões Anabel, você deveria ser um pouquinho mais clara se quer nossa ajuda com Durmstrang.

A garota soltou as mãos cerradas enquanto concordava com a cabeça.

— Mas primeiro tenho que perguntar se todos estão de acordo em seguir a profecia, pois é exatamente isso que viemos fazer.

Essa pergunta os pegou de surpresa e todos pareceram nervosos. Uma coisa era seguir em frente diante dos perigos, ir atrás de algo quando precisava salvar alguém. Agora, ir conscientemente a algum lugar seguindo apenas histórias mal contadas e uma profecia não esclarecida, era pedir muito. E eles não estavam preparados para responder.

— Eu acho que não temos muita escolha não é? – disse Castiel que ainda estava encostado nas pernas de Gina.

— Escolha vocês tem. A profecia não lhes obriga a nada, somente lhes dá um futuro possível. – esclareceu Anabel.

— Como se mudasse algo, não é? – Draco mantinha-se relutante com a proposta – Seu eu ouvi direito daquele ali, se não encontrarmos essas relíquias um idiota vai ressurgir para nos atormentar. Isso é escolha?

— Parece que finalmente você entendeu o ponto. Parabéns – Anabel juntou as mãos fingindo estar animada, mas é claro que já estava de saco cheio de Draco.

Harry mais uma vez interrompeu o que seria mais uma discussão. Ergueu-se do sofá decidido a dizer o que estava em sua mente desde quando teve o primeiro sonho profético. Infelizmente tinha experiência nesse tipo de situação, e já era hora de falar algo.

— Sei que não são todos a ter uma escolha aqui, já que a profecia fala sobre quatro pessoas. Apesar de estranho, queria novamente que ela falasse só sobre mim aí vocês não estariam em perigo. – Harry pôs intensidade no que falava, pois o sentimento era verdadeiro – Mas já que não é assim, peço pelo menos que quem não tiver vontade de seguir em frente fale de uma vez, ninguém aqui vai lhe julgar, afinal estamos falando de um plano suicida e é normal sentir medo, eu sinto a todo o instante... Digo isso principalmente para você Hermione e Rony, tudo bem voltarem para Hogwarts e...

  - Harry você é burro? – disse Hermione com sinceridade. – Acha mesmo que duraria uma semana sem nós? Vamos ir com você.

— É estamos com você para o que der e vier – afirmou Rony.

E Harry não tinha respostas quanto a isso, então com uma vontade recém-descoberta perguntou:

— Mais alguém?

Apesar de desconfortáveis todos ficaram em silêncio

— Então já que esclarecemos tudo aqui, poderia nos contar sobre o que pretende fazer Anabel?

Ela sorriu com entusiasmo.

— O plano é esse...


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Notas finais do capítulo

OBS: o que acharam da capa nova? Preferem essa ou a antiga?



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