Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 46
Capítulo 18 - A Seleção. Parte I




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A Seleção...

 

O dia tão sonhado chegou. Todos os candidatos estavam  esperando para saber qual seria a prova e o que teriam que fazer.

Os jovens se encontravam à frente do grande Castelo. Havia um vasto gramado que terminava em uma floresta de árvores altas bem a suas costas. O sol brilhava com grande intensidade. O portão principal cedeu, foi sendo abaixado segurado por correntes, dele saíram Milenus e Empoly  acompanhados por outros sábios. Um deles trazia uma redoma cheia de esferas pequenas. Medar apareceu logo em seguida acompanhado por Inimis.

Alguns anjos se faziam presentes em cima das torres do Castelo, Elas possuíam várias janelas de tamanhos variados. Muitos Dominações faziam a guarda do local. Arão olhou para uma das janelas a raiva transpareceu em seu rosto.

-Salvem o filho de Set.

Bradou um dos sábios. Todos se curvaram. Em seu lado direito estava Moira, do lado esquerdo Damira.

Milenus se colocou à frente dos doze garotos.

-Hoje nós conheceremos os quatro jovens que serão escolhidos para irem em busca da glória de se tornarem guardiões. Vocês deverão se dividir em três grupos de quatro integrantes cada. Todos tem qualidades e defeitos, por isso os grupos se equilibrarão entre si, ninguém sairá em desvantagem. O grupo que conseguir terminar a prova primeiro, demonstrando assim melhor companheirismo entre si, é o que será escolhido.

Odrin foi separando os grupos deixando os celestinos isolados ao lado.

-Não sei quem vai ser o infeliz que irá fazer parte deste grupo.  Comentou ele.  -Mas já pode se considerar um perdedor.

-Não é bem assim Odrin. Não são vocês quem escolhem os grupos. Serão ordenados conforme o desejo divino.

Odrin não entendeu o que Medar queria  dizer com aquelas palavras.

-Menelau!  Medar chamou o sábio que carregava a redoma, ele  se adiantou frente aos garotos. - Cada jovem deve tirar uma esfera.

-As esferas da amizade.  Murmurou Kitrina.

-Isso mesmo! Adiantem-se e  retirem uma cada.

Enquanto os jovens faziam o que Medar havia pedido, o conselheiro foi explicando o significado daquela ação.

-Nas grandes guerras cada cavaleiro levava uma esfera. Ela servia para identificá-los como amigos. Tornando-os assim irmãos de armas no combate. Hoje elas servirão para identificar cada grupo. Emitirão brilhos de colorações diferentes, porém algumas terão brilhos semelhantes entre si, estas serão a que irão compor cada  grupo.

Os jovens se prostraram em fila um ao lado do outro, cada um possuía uma esfera em suas mãos. Elas começaram a brilhar inicialmente todas com a mesma luminosidade esbranquiçada. As esferas de Yalo, Lethan, Lissa e Keyllor mudaram para a cor amarela. As de Tiror, Kitrina, Milena e Irian para azul. Odrin não podia acreditar, mas a sua esfera exibia a cor vermelha, a mesma  cor das de Cassi, Bal e Arão.

-Não. Gritou ele. -Isto está errado.

-A escolha das esferas não deve ser contestada.  Enfureceu-se Milenus. -A menos que você queira desistir de ser um guardião.

Ele abaixou a cabeça consternado.

-Não senhor.

-Nós decidiremos agora quais provas cada grupo realizará. Aproximem-se. Será selecionado um local dentre as seis maravilhas antigas do mundo dos homens. Nele cada grupo realizará sua missão.

-Não são sete? Perguntou Arão a Bal, todavia foi Milenus quem respondeu.

 

-São sete sim meu jovem. Quando o homem em sua ignorância destruir a última delas em seu mundo, as pirâmides do Egito. Nós as ergueremos aqui no firmamento.

-Podem escolher. Pediu Medar.

Arão ia avançar, mas Odrin o barrou.

-Eu farei  isto celestino.

-As escolhas são: o Farol de Alexandria, o Templo de Zeus, o Colosso de Rodes, o Mausoléu de Helicarnasso, o templo de Artemis e os Jardins Suspensos da Babilônia. Eles estão localizados em pontos distintos do firmamento.

Keyllor se aproximou representando o primeiro grupo, escolheu o Mausoléu de Helicarnasso. Tiror foi o segundo, escolhendo o farol de Alexandria. Odrin se aproximou estava indeciso entre o Colosso de Rodes e os Jardins Suspensos.

Empoly sorriu maliciosamente para Odrin.

-Escolha difícil. Para um grupo sem esperança.

O garoto se voltou para Medar.

-Senhor deve haver algum engano, eu não deveria estar nesse grupo.

Medar se aproximou, olhou com muita paciência, entendendo o que o jovem sentia.

-Entendo o que você deve estar sentindo, mas as esferas não se enganam. Você está neste grupo por algum motivo.

Medar acompanhou Odrin que se dirigiu até a placa que dizia Jardins Suspensos da Babilônia.

-Revelaremos a missão de cada grupo. Anunciou Milenus. -O primeiro grupo irá ao Mausoléu de Helicarnasso e deverá trazer a grande cruz dourada. Ela se encontra dentro do recinto onde repousa os resto do rei Mausolo, marido  e irmão da rainha Artemissa II. Entretanto deverão ter cuidado, pois antes de chegar até ele deverão passar pelos seus servos, os "mortos", que tem a missão de guardar a cruz de seu mestre.

-O segundo grupo, do Farol de Alexandria, deverá roubar a chama eterna que brilha no topo do farol,  trazendo-a nesta pequena redoma. Cuidado, vários seres e animais alados vivem perto do farol e  idolatram sua chama. Ela é sua razão de existência... Logo não permitirão que vocês partam com tanta facilidade.

-Por fim, o terceiro grupo, ele irá aos Jardins Suspensos e deverá trazer o dragão de luz.

-Podem partir, sigam em direção as árvores da floresta, quando as atravessarem estarão nos locais desejados, para voltar devem utilizar o mesmo caminho.

Anunciou Medar tomando o lugar de Milenus.

-Vai ser moleza! Disse Bal.

-Nós não precisaremos passar por ninguém para pegar esse tal dragão de luz?  Questionou Arão.

Milenus se aproximou deles.

-Eu não estaria tão contente se fosse vocês. O dragão de luz não é uma estatueta que vocês terão que simplesmente pegar. Duvido que vocês consigam vê-lo, quanto mais trazê-lo para cá.

-Lembrem-se. Gritou Milenus enquanto os grupos partiam em direção as árvores da floresta. -Sejam rápidos, pois o primeiro grupo a chegar será o vencedor.

 

 

 

Os grupos se separaram e entraram na floresta. Caminhavam seguindo sempre em uma mesma direção. Poucos metros à frente já não conseguiam mais ver o sol devido à altura e a proximidade das árvores. Poucos raios penetravam na mata. As árvores, todavia acabavam misteriosamente e os quatro garotos saíram  em frente a um enorme arco. Ficaram extasiados com a visão: flores e cachoeiras com águas cristalinas. Arco-íris se espalhavam por todos os lados. Havia inúmeras elevações com árvores e pedras, nelas pequenos lagos naturais se formavam. As cores vivas impressionavam. Algumas escadas subiam para níveis superiores, de onde também escorriam águas. A maioria das partes dos jardins estava suspensa no ar. Pássaros sobrevoam todo o terreno dando uma magia especial ao local.

-Que maravilha! Exclamou Cassi  abaixando-se para pegar uma flor.

Dafne voava de um lado para outro eufórica.

-Que pedra é essa em seu pescoço? Perguntou Bal a Cassi vendo o brilho esverdeado no corpo da garota.

Ela colocou a pedra dentro da blusa escondida dos olhos de todos. Olhou para Arão, mas voltou-se para Bal ao responder.

-É um presente que pretendo devolver, quando encontrar quem me deu...

-Não entendi.

Arão mudou de assunto.

-Então como achamos esse tão dragão de luz? Completou o garoto em seguida. -Não deve ser difícil localizar um dragão. 

-Na verdade é.  Respondeu Bal. -Segundo meus conhecimentos, o dragão de luz é uma criatura mítica e antiga, muito pequena, na verdade menor que Dafne.

A Ninfa ficara ofendida com a comparação. 

-Mas muito veloz. Seu nome vem do fato dele emanar luz própria do corpo. Não é feroz, mas também não se aproxima de nenhum ser vivo e também não deixa que ninguém se aproxime dele. Podemos levar uma eternidade para capturá-lo. Mas como disse antes: Vai ser moleza! Afinal vocês estão com o grande Balduíno.

Dafne fez uma careta.

-Precisamos ficar atentos. Alguma sugestão?  Perguntou Cassi.

-Vamos andar em linha, separados alguns metros um dos outros para cobrir uma área maior. Enquanto Dafne poderá voar,  vendo se avista alguma coisa lá de cima.

Os jovens pareciam satisfeitos com as palavras de Arão, porém Odrin contestou.

-Façam como quiserem, mas eu não vou seguir ordens de nenhum celestino. Irei a meu modo e capturarei o dragão sozinho.

-Somos uma equipe.  Cassi ficara irada com Odrin. -Temos que estar unidos senão perderemos.

–O Arão sabe o que faz. Falou Bal.

-Assim como  quando o abandonou e quase levou sua amiga a morte?  Retorquiu Odrin.

Bal ficou em silêncio, ainda ressentia-se um pouco com o fato de Arão os ter abandonado na batalha da torre do manuscrito.

-O que ele quer dizer com isso? Questionou Cassi.

Bal ia responder, mas Dafne os interrompeu.

-Olhem vejo alguma movimentação numa lagoa logo à frente.

Os quatro partiram rápido, cada um tinha levado um pequeno rolo de cordas para amarrar o dragão ou fazer uma armadilha para o mesmo. Avançaram por uma grande parte do jardim até chegar à lagoa que estava completamente revirada. A destruição se fazia presente em cada canto, dividindo os jardins em duas partes. Algumas partes dos jardins estavam queimadas, outras tinham pequenas pedras de gelo esparramadas pelo chão, flores congeladas...

-Nossa! O jardineiro não costuma visitar estes lados. Disse Bal.

-O que houve com esta parte do jardim?  Arão olhava para os lados. –Nem parece que estamos no mesmo lugar. Eu pensei que todo ele fosse belo.

-Alguma coisa aconteceu aqui. Resmungou Cassi.  -Não estou gostando disso.

-Fiquem atentos.  Pediu Arão.

Odrin fez que não ouviu, indo  a frente deles. Procuraram em toda a beira da lagoa, mas nenhum sinal do dragão de luz, o tempo ia passando...

 

 

 

No castelo todos esperavam olhando para as folhagens. O primeiro grupo a aparecer foi o do Farol de Alexandria cansados, mas alegres. Tiror exibia orgulhoso a redoma com a chama do Farol. Pouco tempo depois apareceu o segundo grupo, do Túmulo de Mausolo, exibindo a cruz dourada, alguns garotos estavam sujos,  com suas vestimentas rasgadas e não ficaram animados ao ver que foram os segundos a chegar. O tempo foi passando e nada do grupo dos Jardins Suspensos da Babilônia chegar.

 

 

 

 

 -Não estou vendo dragão nenhum.  Gritou Dafne de cima.

 -Dragãozinho, aqui dragãozinho.  Chamava Bal subindo em uma pedra na beira da lagoa.

-Estamos perdendo muito tempo. Disse Arão.

-Se vocês não atrapalhassem já poderíamos ter achado o dragão. Reclamou Odrin.

Cassi notara um pequeno brilho ao lado de uma pedra. Avançou em silêncio, podia ser o dragão de luz. Se fosse rápida poderia pegá-lo desprevenido. Contornou a pedra, deu um pulo veloz  sobre o que acreditava ser o dragão. Caiu sobre uma estátua de gelo que se espatifou toda. Ela pegou um pedaço grande em formato de uma pequena cabeça de dragão, soltando um grito de espanto e medo ao mesmo tempo.

-O que foi isso?  Perguntou Arão

Bal respondeu com cansaço em sua voz.

-É a histérica da Cassi, no mínimo deve ter esbarrado em alguma lagarta.

O garoto deu um grande suspiro.

-Eu desisto, passamos quase o dia todo procurando esse danado e nem sinal dele. Acho que  já se mandou daqui.

-Cuidado! Gritou Cassi.

Bal encostou-se em uma pedra. Ela se moveu, um ruído veio junto com bolhas feitas na água. Um olho se abriu da pedra. O garoto teve que se segurar para não cair. Uma cabeça enorme de dragão saiu de dentro da lagoa, urrando. A pedra afundou-se e subiu rapidamente, Bal saiu encharcado das águas. A lama da pedra se desprendeu, só daí Bal percebeu que estava em outra cabeça do dragão. O animal tinha duas cabeças e levantara-se da lagoa, o nível das águas abaixara consideravelmente, seu tamanho assustava,  seu urro era estarrecedor.

-Mas que coisa é essa.  Arão parecia ínfimo frente ao monstro.  -Bal seu mentiroso, você disse que ele era pequeno e manso.  Gritou para o garoto preso à cabeça do dragão.

-Acho que ele se enfureceu de tanto nos esperar. Gritou Bal com muito medo.

-Esse não é ele. Odrin aproximou-se  de Arão.

-Não é mesmo. Cassi exibia em sua mão a cabeça do dragão de luz congelada.

-Vamos recuar.

-Você quer dizer, correr.  Disse Cassi a Arão.

O dragão perseguia os três, Dafne voava sobre uma das cabeças onde Bal se matinha agarrado.

-O que vamos fazer Arão?

-Não podemos fazer muito daqui de baixo, precisamos ir para as árvores.

Odrin entendeu o que Arão pretendia, o dragão se dirigia para as árvores da floresta. Bal escorregou sobre as narinas do dragão. O monstro lançou-lhe longe através das árvores com sua respiração.

 

 

 

 -Está ficando muito tarde.  A voz e expressão de Milenus denotavam clara impaciência.  -Não é possível que demorem todo esse tempo para capturar um simples dragão.

-Eu disse que esses celestinos jamais conseguiriam se tornar guardiões.  Inimis virou-se para Medar. -São uma vergonha para nós. Tenho pena de Odrin estar no meio deles. Acho que deveríamos reconsiderar a posição dele.

Lissa se adiantou à frente dos dois.

-Aposto que a culpa do atraso é dos celestinos. Com certeza Odrin foi atrapalhado por eles.

Um bando de aves voou assustadas da floresta em frente ao castelo. O chão tremeu uma vez, duas vezes. Um urro assustador foi ouvido.

-O que foi isso? Questionou Milenus voltando sua atenção para as arvores ao fundo. Os anjos se agitaram no castelo. Uma esfera prateada surgiu do meio das árvores, vindo a uma grande velocidade. -Protejam-se. Gritou Milenus.

Muitos se abaixaram à esfera passou por eles, Dafne a acompanhava de perto. Ela chocou-se contra a parede do castelo, esta cedeu em parte,  blocos de pedra caíram sobre a bola. Todos olhavam espantados para ela, sem entender o que poderia ser aquilo.

A esfera se desfez, Bal saiu do meio dos blocos se limpando.

-Você está bem? Dafne sorria a seu lado.

-Ainda bem que lembrei deste encantamento de proteção, senão seria meu fim. Preciso agradecer Calisto pelo livro. Temos que voltar!

Preparava-se para voltar para floresta, porém Milenus o interceptou.

-O que está acontecendo?

-Espere só um minuto que já vamos trazer seu dragão.

Saiu de lado,  voltando para a mata. As árvores impediam a visão dos que estavam no castelo de ver o que se passava.

Passados alguns segundos, Bal e Cassi apareceram correndo de dentro da floresta em direção ao castelo. Dafne voava logo atrás. As árvores tombavam aos montes, o dragão apareceu, com uma corda em volta de cada pescoço. Arão em cima de uma cabeça e Odrin em outra. Os dois não conseguiam pará-lo, mas por estarem em cima das cabeças não eram atingidos pelo monstro.

-Meu Deus! É Ardrieza. Falou Inimis.

-Mas como isto é possível.  Proclamou Milenus confuso e assustado ao mesmo tempo.


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