Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 31
Capítulo 11 - A Lua de Sangue, Terceira Noite. PVI




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As jovens olhavam assustadas para a ampulheta.
-Está quase se esgotando nosso tempo. Será que conseguiremos? Perguntou Kitrina.
-Claro que vamos conseguir. Afirmou Lissa.
-E a Evelyn? Nem sinal dela. Comentou Milena.
As jovens ficaram em silêncio não gostavam de pensar no que poderia ter acontecido com ela, apenas queriam manter a esperança de encontrá-la sã e salva.
-No que você está pensando Cassi? Kitrina quebrou o silêncio.
-Estava pensando nos outros, como será que estão indo? Ficou quieta por um momento. -Mas de qualquer forma logo estaremos chegando ao pilar de Khnum, entretanto perdemos muito tempo...
Alcançaram mais um túnel, menor que os anteriores. Elas conseguiam enxergar o seu final.
-Vamos atravessá-lo. Disse Lissa entrando nele.
-Cassi olhe. Kitrina mostrou a ampulheta à areia chegava a níveis mínimos. -Temos que nos apressar ou não conseguiremos acender junto com os outros.
-Vejam.
Apontou Milena, havia esqueletos no chão usando armaduras douradas. Possuíam detalhes em azul pintados nos braços e emblemas de uma águia branca fixados ao peito.
-Nossa! Resmungou Kitrina.
-São armaduras da antiga armada de Osíris. Comentou Lissa. -Eles eram um dos grupos da elite de Osíris do início dos tempos. Foram mandados em uma missão para proteção da cidade, mas nunca retornaram.
-Eu me lembro dessa história. Eles eram num total de dez e combateram nas grandes guerras. Mas esqueletos neste local? Como isso é possível?
Nenhuma delas respondeu a pergunta de Kitrina. Ela prosseguiu então com assombro na voz.
-E o estranho é que não há vestígios no túnel de um provável inimigo, porém eles perderam a vida neste local. Quem será que conseguiria acabar com todos eles sem sequer ser atingido uma única vez.
-Pelas posições dos esqueletos, eu diria que não há vestígios de inimigos, simplesmente por que não houve nenhum. Respondeu Cassi.
-Como isso é possível Cassi? Kitrina perguntou intrigada.
-Eles lutaram entre si!
-Que estranho e justo quando estavam tão próximos de conseguir.
-Um deles pelo menos conseguiu. Cassi apontava para um esqueleto solitário à frente de uma pequena elevação com o botão.
Milena comentou:
-As grandes guerras foram terríveis. No passado para proteger a cidade Superior do mal os sábios usaram os pilares dos Deuses. Agora nós estamos tentando usá-los novamente. Isso significa que o perigo é realmente terrível.
A tensão dominou o espírito das jovens. Entretanto acho que temos somente que apertar aquele botão para sairmos desse túnel.
A observação final de Milena animou o grupo. Entretanto subitamente duas paredes se fecharam atrás e a frente das jovens, estavam presas.
-Como chegaremos ao pilar? Perguntou Kitrina.
-Pergunte a celestina, ela acha que sabe de tudo, Você são a escória do reino. O povo celestino é a causa de tudo isso. Vocês deveriam morrer. Lissa agredia Cassi sem piedade.
-Por que isso? Perguntou Kitrina.
Lissa olhou rapidamente para Milena, esta se dirigiu para Kitrina.
-Cale a boca. Você é amiga da traidora. Está do lado deles. Também merece morrer.
Cassi colocou-se entre Milena e Kitrina para evitar uma discussão, entretanto Milena moveu a mão na direção de Cassi. Ela foi atirada contra a parede e caiu sem sentidos.
-Isso Milena morte às traidoras. Lissa falou no ouvido de Milena sua face exibia uma expressão maligna.
-Você me chamou de traidora? Kitrina dirigia a palavra a Milena.
-Vou-lhe mostrar quem é a traidora.
Os rostos das duas também tinham se modificado. Kitrina pulou sobre Milena, porém esta com outro movimento rápido de suas mãos, arremessou o corpo de sua adversária contra a parede. Milena prosseguia com os braços esticados, com isso o corpo de Kitrina continuava suspenso no ar, prensado contra a parede. Era como se Milena manipulasse uma força invisível. Ela começou a flexionar os dedos das mãos e o pescoço de Kitrina começou a ser estrangulado.
-Isso temos que matar todas traidoras. Zombava Lissa.
-Matar todas as traidoras. Respondeu Milena automaticamente.
Cassi abriu os olhos e viu a cena. Lissa ao lado de Milena que estava com os braços estendidos. kitrina com o rosto roxo, suspensa contra a parede. Suas mãos a garganta lutando contra algo invisível que parecia estar estrangulando-a. Cassi tentava se levantar, mas sentia fortes dores nas costas. Estava com raiva de Milena e Lissa se chegasse a elas poderia matá-las. Colocou as mãos na cabeça, rolou de um lado para outro.
"Não, não..., tenho que acabar com as duas... Isso! Não..."
Cassi rastejou até onde Lissa estava e agarrou sua perna. Lissa foi perdendo suas forças e caiu de joelhos. Por um momento os braços de Milena baixaram, o corpo de Kitrina tombou, ela tossia passando as mãos pela garganta.
-Rápido vá até a parede, passe por ela e aperte o botão. Ordenou Cassi.
-Mas como? O caminho se fechou, não há como passar.
-Se você não for logo as duas vão nos atacar mais vez. Apenas corra em direção a parede.
Kitrina obedeceu e correu até a parede, não conseguia encontrar uma passagem. Via Lissa e Milena se dirigirem até Cassi. Ela estava em pânico, colocou a ampulheta no chão. Num último esforço desesperado se afastou um pouco, fechou os olhos e se atirou contra a parede. A garota não entendeu bem o que aconteceu, mas o choque com a parede não aconteceu e quando ela abriu os olhos estava do outro lado. Apertou o botão e as paredes subiram. Voltou-se para dar um abraço em Cassi que estava pronta para tentar se defender de Milena e Lissa que pareciam ter saído de um transe.
-O que aconteceu? Perguntou Milena.
-É este lugar estava nos forçando a lutar umas contra as outras. Respondeu Cassi.
-Ainda bem que Kitrina conseguiu apertar o botão a tempo, senão nem gostaria de imaginar o que poderia ter acontecido.
-Então foi este o fim da armada de Osíris. Se mataram por causa deste lugar. Conclui Lissa.
-Vejam o pilar de Khnum. Apontou Kitrina.
No centro do local em que se encontravam, um enorme pilar jazia.
-Precisamos acendê-lo logo, a areia da ampulheta de Kitrina está chegando ao fim. Disse Cassi.
As jovens se aproximaram do pilar, em sua base havia uma jóia vermelha.
-Posso?
Milena pediu as honras de acender o fogo do pilar. Todas concordaram fazendo gestos afirmativos. A areia da ampulheta chegou ao final. A garota colocou a mão sobre a pedra e esta brilhou mais forte. Finalmente o pilar de Khnum foi aceso.
-Conseguimos. Ovacionou Cassi.
-Mas não sabemos ainda o que aconteceu com Evelyn.
-É verdade. Será que os outros tiveram a mesma sorte que nós?
Kitrina segurava a ampulheta vazia.

Do corredor por onde haviam passado uma névoa surgiu e as envolveu. Não conseguiam ver nada e nem respirar, estavam sendo sufocadas pelo vapor aquoso. Uma a uma elas foram perdendo os sentidos. Cassi ainda viu a névoa tomar a forma de um rosto de mulher, sua feição era conhecida, mas como aquilo era possível. Caiu ao chão, sua vista embaçada ainda viu a chama do pilar bem acima dançar irregularmente. Foi fechando os olhos devagar tudo ao seu redor desapareceu.
Aquilo seria o fim? Não sabia responder.



Os garotos e as ninfas percorriam o labirinto já algum tempo, a ironia é que isso é o que eles menos tinham.
-A areia da ampulheta está quase no fim. Resmungou Mary. -Este labirinto parece não ter mais fim. Como iremos conseguir?
Ninguém respondeu a sua pergunta.
-Acho que estamos perdidos. Falou Helian.
-Dafne você me disse, que as ninfas sabiam muitas coisas sobre o labirinto, isso engloba a saída também, não?
-Para lhe ser sincera Bal, nunca nos falaram sobre o final dele. Mesmo por que segundo nossa mentora Nayara, a única pessoa que o atravessou, só lhe contou o que havia até um certo ponto. Quando ela o questionou sobre o final, ele disse:
" Rezem para nunca precisar entrar no Labirinto do Caçador. Mas se entrarem, não se preocupe com o final, pois nunca chegarão até ele."
-A se eu me encontrar com aquele lagarto novamente ele vai ver só. Comentou Bal.
Um estrondo veio de perto, alguma coisa arranhava o solo e se aproximava cada vez mais. Não conseguiam ver o que era porque o corredor atrás deles dobrava a direita.
-Não estou gostando nada disso. Comentou Yalo.
-Minha nossa, o que será? A voz Helian tremia enquanto ela perguntava.
-Não sei o que é, mas descobriremos logo. Respondeu Irian.
O barulho continuava a aumentar, como se o chão estivesse sendo rasgado. Um chifre apareceu na dobra do corredor.
Bal colocou as mãos sobre o joelho e suspirou.
-A não! Você de novo. Olha eu estava brincando quando disse sobre te encontrar novamente.
A cabeça do lagarto já era visível a todos, porém ela parecia maior do que antes.
-Você já viu esse lagarto antes? Perguntou Mary toda amedrontada.
-Sim, já nos vimos algumas vezes por aí.
-Balduíno pare de brincadeiras. Repreendeu Dafne.
-Eu já disse para me chamar de Bal. E por falar em brincadeira, que tal brincarmos de correr, pois ele está vindo para cá.
Os jovens se lançaram pelos corredores enquanto as ninfas voavam ao seus lados. Depois de muito correrem, chegaram a uma pequena rampa.
-Vamos descer por aqui. Gritou Yalo a todos.
Passando a elevação havia uma plataforma redonda, a primeira metade dela era composta por pedras negras e a segunda por pedras brancas. Sobre cada metade existiam dois enormes sacos de couros suspensos. Eles estavam presos por cordas. No chão, dois círculos cravados ao centro, um ao lado do outro. Um branco que ficava no lado das pedras negras e outro negro que ficava no lado das pedras brancas. Dentro de cada anel, havia frases escritas. Mary foi à primeira ninfa a entrar na plataforma, foi ao chão.
-Ai! Gemeu ela de dor.
-Não estou conseguindo voar aqui.
Helian e Dafne foram mais cuidadosas e entraram andando na plataforma.
-Existe algum tipo de força que nos impede de voar. Dafne observava o lugar com atenção.
-Olhem do outro lado. Proclamou Helian toda animada.
Havia uma outra rampa. Ao lado desta se encontrava a estátua de um menino com uma tocha apagada nas mãos. Passando a rampa poucos metros à frente, a visão os deixou fascinados, o pilar de Neith que tanto procuravam estava bem ali.
-Como não vimos antes o pilar? Questionou Irian.
-Esse lugar deve ter seus truques, já que é um labirinto para magos. Completou Yalo. –O pilar só ficou visível quando entramos na plataforma
Bal olhava os dizeres dos círculos.
-Não consigo ler o que esta escrito.
Dafne se aproximou.
-É a língua dos antigos magos.
-Você consegue ler isto?
Dafne fez um sinal de afirmação com a cabeça e começou a pronunciar as frases.
"Não cruzarás as sombras deixando seus semelhantes para trás, isto libertará a maldição das luzes e da escuridão. O fogo jovem não pode ser apagado, somente paralisado. O caminho das águas os levará para a as profundezas sombrias”.
-O que isso quer dizer? Perguntou Yalo.
-Não temos tempo para adivinhações, vejam areia da ampulheta está quase se esgotando. Falou Irian andando em direção a parte branca da rampa. -Vamos sair logo deste lugar e acender a chama desse pilar.
-Espere Irian! Mas já era tarde.
Quando ele ultrapassou a linha central que dividia a plataforma. Indo do lado das negras para as brancas, a tocha da estátua se acendeu. A rampa foi bloqueada por chamas que formavam uma barreira impossível de se transpor. Os dois círculos cravados ao centro da plataforma se soltaram e começaram a levitar.
-O que está acontecendo? Perguntou o jovem.
-Segundo os dizeres dentro dos círculos, " não cruzarás as sombras deixando seus semelhantes para trás..." deveríamos ultrapassar a linha todos juntos. Libertamos a maldição das luzes e da escuridão, por isso os discos branco e negro se soltaram. Explicou Bal.
Dafne se agarrou à perna de Bal antes de perguntar.
-O que vai acontecer?
-Isso eu já não sei responder. Mas pode ter certeza que coisa boa não é.
-Estou com medo Balduíno. Sussurrou Dafne.
-E você acha que estou tremendo por que?
Os círculos começaram a girar e a se movimentar no ar. Eles iniciaram ataques rasantes contra os jovens.
-Cuidado! Gritou Dafne.
Um disco atingiu o braço de Yalo, fazendo um corte no mesmo. Outro atingiu a coxa de Irian, que caiu de joelhos no chão gemendo.
-Precisamos fazer alguma coisa. Falou Irian ainda ajoelhado.
-Não iremos agüentar mais esses ataques desses.
-Venha Irian precisamos bloquear os discos. Pediu Yalo.
-Fiquem atrás de nós. Disse Irian encostando-se em Yalo, Bal e as três ninfas se posicionaram as costas dos dois. Eles ergueram as mãos e se concentraram, à frente deles, dois escudos de energia se formaram. Conforme eles mexiam seus braços os escudos os acompanhavam. Os discos vieram, mas seus movimentos eram interceptados pelos escudos. Os anéis ricocheteavam nos escudos.
-Isso conseguimos. Urrou Yalo. -Fique atento que eles estão retornando para mais um ataque.
Os discos desta vez bateram nos escudos e continuaram colados a eles girando velozmente como se fossem parti-los ao meio.
-Irian, não vamos conseguir detê-los, são muito poderosos. Grunhiu Yalo ao companheiro fazendo um grande esforço para manter os escudos. Os escudos sumiram os jovens pularam para os lados abrindo espaço para os anéis voadores passarem.
-O que aconteceu? Perguntou Dafne.
-Nossa magia não é forte o suficiente para detê-los.
-Nós podemos ajudar. Ofereceu-se Mary. -Afinal estamos aqui para isso.
-Formem seus escudos novamente. Ordenou Helian.
-Mas eles não vão...
-Não discuta, apenas faça o que ela pede. Pediu Dafne a Yalo.
-Hei amigos acho melhor vocês fazerem isso logo, pois os discos estão voltando.
Bal observava atônito a aproximação dos anéis. Os dois obedeceram. Mary se postou ao lado de Irian e Helian ao lado de Yalo. As duas ninfas fecharam os olhos pareciam estar em transe.
-Leiam nossos pensamentos. Pediu Mary.
-Tomem nossa energia. Prosseguiu Helian.
Os escudos ganharam um volume maior e ficaram mais fortes, por mais que os discos tentassem, não conseguiam rompê-los. Os ataques cessaram.
-Nós conseguimos. Vencemos!
Os discos porém mudaram o de alvo, começaram a atacar os sacos de couros, suspensos pelas cordas. Fizeram vários cortes em suas superfícies, das saliências começava a vazar água.
- Mas o que é que eles estão fazendo? Irian questionava impaciente.
-Por que não nos atacam? Viram que não são páreos para nós.
Dafne olhou para Bal, ele estava evasivo. Quando seus olhares se cruzaram, eles emitiram um grito juntos.
-Detenham-nos!
-Mas por quê? Quis saber Yalo.
-Não interessa, apenas faça-os par...
Não conseguiu terminar a frase. Um dos sacos estourou e derramou todo o seu conteúdo sobre a plataforma. Os pés dos jovens ficaram encharcados, a plataforma tremeu e baixou alguns centímetros.
-O que está acontecendo? Perguntou Mary.
-O caminho das águas os levará as profundezas sombrias. Recitou Dafne.
-Se eles cortarem todos os sacos a água fará a plataforma cair. Explicou Bal.
-Protejam os sacos.
Os jovens obedeceram, com seus escudos evitavam os avanços dos discos. Porém eles se uniram e formaram um único anel, muito maior com uma saliência no meio. O disco ficou sobre os jovens e desceu até que eles estivem em seu centro neste momento ele começou a encolher.
-Ele vai nos cortar se continuar assim. Falou Dafne.
-Aahh, mas não vai mesmo. Disse Irian. Escudos!
Irian e Yalo com a ajuda de suas companheiras lançaram seus escudos impedindo que o círculo diminuísse mais.
-Conseguimos detê-lo mais uma vez. Vangloriou-se Irian.
-Isto não é o suficiente. Bal falava bem ao centro da roda.
-Ele não pode mais diminuir e nós não podemos nos mexer. A água continua escorrendo dos sacos, quando vazarem toda a plataforma virá abaixo conosco dentro.
-Deve haver alguma coisa que possamos fazer.
Dafne olhava para Bal, esperava uma resposta que os salvasse. Mas nada...
-Esperem! O enigma esta incompleto, esquecemos de considerar alguma parte.
Os pensamentos de Bal voavam a milhão.
-É isso, o fogo da estátua. O fogo é a chave.
-Devemos apagar o fogo Bal?
-Não Dafne! Ele não pode ser apagado, mas sim para paralisado. Mas como?
-Podemos congelá-lo.
-Sim, é isso que ele quer dizer com paralisá-lo. Amigos! Bal se dirigia a Irian e Yalo.
-Preciso que vocês façam um daqueles truquezinhos e congelem uma pequena chama.
-Não vê que estamos ocupados.
A voz de Yalo saía com muita dificuldade, devido a seu esforço para manter o escudo.
-Temo que isso dependa de nós Balduíno.
-O quê? Você ficou maluca eu nunca fiz um truque de mágica na vida.
O segundo saco de couro se partiu, o seu volume de água fez a plataforma afundar mais.
-Vamos Bal não temos tempo, logo os outros dois sacos se partirão e aí será o fim.
-Ei! Você chamou do jeito certo.
-Agora não Balduíno.
-Foi só elogiar e pronto...
-Basta fechar os olhos e se concentrar.
Bal obedeceu à ordem da ninfa que fez a mesma coisa.
-Eu não vou conseguir Dafne.
-Balduíno nós precisamos conseguir ou todos morreremos neste lugar.
O garoto podia ouvir em sua mente a voz de Dafne dizendo palavras estranhas, levantou a mão para a chama da estatua e recitou as palavras. Uma crosta transparente se formou ao redor do fogo da estátua, ele ficou imóvel. A barreira que existia na rampa sumiu. O anel ficou paralisado no ar. O garoto abriu os olhos.
-Nós conseguimos! Puxa, eu não acredito, mas conseguimos! Bal abraçou Dafne levantou-a do chão com alegria com movimentos giratórios rodopiava com a ninfa. -Nós conseguimos!
-Balduíno me solta. Estou ficando zonza.
Irian passou do lado de Bal dizendo com rancor.
-Não devia ficar contente por causa de um truque barato desses.
-Qual é o problema dele? Comentou Bal com Dafne.
Ela sorriu e respondeu.
-Acho que o problema dele é você. Vamos sair daqui, ainda precisamos acender a chama do pilar de Nelth.
O terceiro saco de couro se rasgou, a plataforma afundou-se mais ainda.
-Vamos rápido ou não conseguiremos alcançar a rampa. Insistiu Dafne.
Os garotos estavam quase chegando a rampa quando ouviram um estrondo do outro lado da plataforma.
-Você não larga do meu pé. Disse Bal desanimado.
O lagarto estava furioso vindo na direção deles. Os garotos estavam levantando Mary para que ela alcançasse a rampa.
-Não entendo como a plataforma não caiu com o peso do lagarto, ele deve pesar toneladas. Observou Helian.
-Isso não tem a ver com peso, mas sim com a água, se o último saco se romper, nós estaremos enrolados. Comentou Bal.
-Não conseguiremos subir todos, o lagarto nos pegará antes. Observou Yalo.
-Conseguiremos sim. Respondeu Bal.
-Ajude todos a subir e quando eu mandar quebre o gelo do fogo da estátua. Bal correu em direção ao lagarto. Dafne gritou desesperada.
-Baaallll.
-Já é a segunda vez que você acerta, esta melhorando. Gritou ele olhando para a ninfa.
Dafne se preparava para ir atrás dele, mas Yalo a pegou no colo jogando-a em cima da rampa.
"Mas o que é que eu estou fazendo. Aposto que é a má influencia do Arão em minha vida. Já estou querendo bancar o herói ". Pensou Bal.
Ele começou a chamar pelo lagarto, queria desviar a atenção do réptil, até que todos subissem na rampa. O plano de Bal deu certo o lagarto se esqueceu dos outros.
''O que faço agora?''
O garoto corria muito para fugir, mas acabou tropeçando indo de peito ao solo. Dafne fechou os olhos com medo do que iria acontecer. O réptil quase o pegou, suas garras rasgaram um pedaço de suas vestimentas. A última bolsa estava para estourar. Todos já haviam saído da plataforma, observavam assustados a cena.
Bal correu em direção a eles, com seu perseguidor em seu encalço. Pulou dentro do círculo o lagarto o acompanhou, ao sair do anel ordenou a seus companheiros.
-Quebrem o gelo agora! Gritou ele.
Os jovens obedeceram, estilhaçaram o gelo, no mesmo instante em que ele pulava se agarrando na rampa. Com o gelo quebrado a barreira de fogo voltou, porém estava num nível mais baixo devido ao deslocamento da plataforma, logo esta não feriu Bal. O círculo voltou a se fechar, prendendo o réptil, começou a dilacerar sua pele seca e escamosa. A quarta bolsa se rompeu, a plataforma foi inundada pela água afundando na escuridão. Os dois garotos ajudaram Bal a subir.
Dafne olhou para ampulheta de Yalo, a areia já tinha corrido toda para o outro lado. Ela correu para a manivela na base do pilar girando-a com rapidez fazendo com que o fogo se acendesse.
-Espero que tenha dado tempo.
-Será que conseguimos? Perguntou Mary.
-Saberemos em breve. Respondeu Irian.
-O que é aquilo? Apontou Helian.
Uma garra surgia na beirada onde a plataforma caíra, depois outra... O som que veio fez os garotos estremecerem.
-Puxa, como ele é teimoso. Bal se aproximou de Dafne. -Não desiste nunca.
O lagarto mesmo com todo o corpo machucado se postava frente a eles, expeliu um gás de coloração amarelada de sua boca, os jovens ficaram tontos, perderam os sentidos e caíram. Bal pode ver o réptil envolvendo os outros com um material gosmento que saia de sua boca formando uma espécie de casulo. Dafne era a próxima.
-Daf...
Tentava ele chamar, mas as palavras não saiam. Caiu na escuridão sabendo que logo chegaria a sua vez.

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