O sol insistia teimosamente invadir meu quarto aos poucos, ate atingir meu rosto sonolento. Minha vontade dormir um pouco mais, e sentir novamente a sensação de inatingível. Virei-me de bruços puxando e voltei a dormir. Tudo parecia calmo e tranqüilo lá fora. Como o mundo inteiro estivesse em harmonia. Não passava de uma doce ilusão, e devo admitir.

        Minha paz interna temporária fora perturbada pelo som infernal do celular tocando sobre a cômoda ao lado da cama. Procurei cegamente pelo objeto que fazia aquele alvoroço todo.

- Alo? - murmurei sonolento.

- Taka! - a voz do outro lado do celular parecia transportar felicidade.

- Espero para seu próprio bem que seja algo muito importante o que tem a me dizer Kouyou - Ameacei de olhos fechados.

- Mal humor logo cedo Taka ? - Ouvi a risada contagiante.

- Ligou para debochar da mim logo de manhã? - Reclamei indignado.

- Na verdade não - Confessou - Só liguei perguntando se quer sair com nos para almoçar fora - Convidou animado.

        Não sei exatamente o que ele falou, só sei que eu tinha caído no sono em quanto ouvi sua proposta pela metade.

- Taka?Taka? MATSUMOTO TAKANORI - gritou ele.

- Sim. sim - respondei assustado.

- Como ouça cochilar em quanto eu falo com você! - repreendeu-me.

- Desculpa... Ate que e uma boa idéia - Sussurrei tombando a cabeça no travesseiro.

- Você agora vai sim. Por que me deve isso! - Avisou - Passo em meia hora para buscá-lo. Acho bom que esteja pronto ou vou levo do jeito que estiver...

        Desliguei meio que sem querer, afundei a cabeça no travesseiro esperei alguns minutos para reunir forças para levantar-me. Arrastei para dentro do banheiro, já virou rotina eu tomar uma ducha antes de sair de casa. Visto algo fresco para o verão, joguei a toalha no cesto de roupa suja em quanto me ocupo em secar meus cabelos com o secador. A campainha tocou impacientemente no momento que comecei a arrumar minha cama que parece mais um ninho de passarinho.

- Pronto? - Perguntou-me um pouco impaciente.

          Acabamos concordando tempos depois em almoçar no novo restaurante da redondeza, primeira vez que almoço em conjunto em plena sábado de manha.  Estou mudando e de alma forma gosto disso. Sinto-me renovado, enxergando a vida com outro olhos.

- Parece melhor Taka - Comentou Miyu.

- Me sinto ótimo, diferente - Suspirei repousando os talheres no prato de porcelana.

- Nee-chan suas seção de terapia e muito bom - Elogiou Kouyou com expressão satisfeita.

- Somente fazendo o meu trabalho. Não foi nada de mas - Disse tranquilamente tomando seu vinho - Sabe o que e faz muito bem as pessoas que querem superar algo?  - Dirigiu a mim.

- Não. O que seria? - Murmurei preguiçoso, afundando-me na cadeira.

- Uma bela mudança - respondeu sorrindo - Mudar e bom, e como recomeçar novamente. Experiência própria - Garantiu.

- E uma boa idéia! Por que faz uma mudança em sua vida Taka, seria interessante e divertido - Sugeriu animado de mas com a idéia.

- Não sei... - Falei pensativo - Talvez seja bom...

- Vou considerar como um sim da sua parte - Avisou todo alegre, exibindo um lindo sorriso - Vamos iniciar a nova vida do Taka! - Anunciou levantando a Mão fechado em um punho - Nee-chan vai ajudar?

- Deixo isso com vocês dois. Já fiz muito coisa nesse processo de mudança - Recusou - Alem do mais eu vou me mudar amanha para Honshu, comprei uma bela casa de praia. Agora vou trabalhar dentro de casa em um negocio somente meu - Contou com um meio sorriso nos lábios.

- Já nee-chan? Fica um pouco mais - pediu manhoso.

- J fiquei de mais aqui. Setes longos anos suportando você. Agora somente quero uma rotina calma e tranqüila, passear na praia nos crepúsculos e acordar com o barulho do mar - Indagou.

          Miyu mantinha um olhar distante, como estivesse sonhando com sua moradia. Expressão serena. Mudar pareceria uma idéia tentadora agora. Uma vida nova seria ótima. Aproveitar que a dor me deixou por alguns momentos. Não era uma má sugestão.

- Então só vai ser eu e você! Vamos começar com uma casa nova - Comunicou - Taka o que acha um apartamento? Tem um perto da minha casa.

         Mudar de casa? Eu morada faz cinco anos naquele lugar. Não sei se eu quero largar . Tive momentos tão felizes ao lado de Okaa-sama .

- E boa sugestão Taka. Mudar de casa, recomeçar novamente. Deixar o passado guardado em um baú - Comenta Miyu - Mas um pouco difícil, no começo bate saudades mais depois você acostuma. Senti assim quanto sai da cada de mamãe. E difícil abrir as mãos das lembranças boas que tive lá.

- Normal - Acrescentou Kou - Senti assim também, lembro que Kaachan chorou - Sorriu bobo - Mas e ótimo, você vai construir nova lembras boas na nova casa. Se quiser mudar mesmo, tem que começar com uma casa nova! - Afirmou - Só ajudo se foi no meu jeito.

          No fim eu acabei cedendo, estava sobre muita pressão do Kouyou. Já virou costume ele ganhar nas coisas, sempre consegue mudar minha opinião. Naquele dia em diante ele passou a me mostrar vários casas, tinha deixando claro que eu prefiro casa em vez de apartamento. Durante a semana corrido que tivemos, entre inúmeros panfletos e papeis que ele me mostrou gostei de uma.

- Finalmente! Graça a Kami-sama - Exclamou alegre - O lado bom disso, que essa casa fica perto da minha. Fiquei sabendo hoje que o antigo dono mudou-se - Comentou.

 - Gostei da casa, e sempre e confortável - Devolvi o celular.

- Posso marcar uma consulta com a imobiliária? - perguntou em quanto caminhávamos para o refeitório.

- Marque para sábado - Pedi.

          Hoje seria noite de plantão, eu tinha mudado bastante durante esses dias. Kouyou organizou um horário no hospital para mim, mesmo me recusando ter. De terça e quinta eu teria plantão com fim de semanas como dias de folga. Tudo isso para mim era novo, e agradeço muito pelo apoio e ajuda do meu único e melhor amigo que eu tenho. Passei a almoçar com ele sem reclamar, nossa amizade me da força para continuar em frente.

         O mas entusiasmado disso tudo e Uruha, os dias começaram a passar sem dor e nem um vestígio de solidão agora. Eu não tava tempo para eles aparecerem, saia mas que ultimamente. E todo modo era muito divertido, eu esta vivendo novamente. E finalmente eu consegui seguir em frente , apesar da dor e a saudade ainda esta presente em algum lugar dentro de mim.

         Acabei escolhendo para comprar aquela casa mesmo, visitamos no sábado e fechei o contrato em seguida. Lembrava muito a antiga casa de onde eu moro quanto criança em Kanagawa. Ela era perfeita, a casa dos sonhos Kaachan. Com jardim na frente e um quintal com pé de sakura nos fundo com direito a um balanço de madeira. Kouyou ajudou-me a limpa-la no domingo, para uma tarefa tediosa e cansativa o loiro conseguiu transformá-la em algo animador e divertido. No final da tarde com os cômodos limpos. Nos dois estávamos jogados no gramado bem aparado por mim, olhando o céu escurecer aos poucos.

- Obrigado por tudo Kou - Agradeci - Não fosse por você eu continuaria sento aquele pessoa depressiva.

- Amigos e para isso Taka - Virou a cabeça para olhar-me - Só quero que saiba que pode confiar em mim. Que me peca ajuda quanto precisar e não ficar tanto de forte e não precisa de ninguém - Pediu - Tinha medo de não poder fazer nada por você Taka.

- Obrigado Kouyou, não tem como de agradecer por tudo que fez por mim - Sorri.

- Sua amizade já e o bastante para mim - retribuiu o sorriso, levantando -se - Venha! Vamos para minha casa comer alguma coisa - Chamou.

          Olhei atentamente por longos segundos aquela figura alegre e animada. Kouyou tinha um coração tamanho do mundo, uma bondade sem limite. Um ótimo exemplo de ser humano, um ser magnífico que tem o tom de ajudar os necessitados. Ele tinha o lugar reservado no céu com certeza. E devia tanto para ele, a pessoa que me salvou de uma vida de solidão e sofrimento. No fundo admirava muito.

           Kouyou insistiu em renovar meus moveis, por algo mas bonito e moderno. Eu não vi a necessidade, mas ele parecia muito ansioso e empolgado com tudo isso. Como disse " me sinto um daqueles caras que apresenta programas de mudança de vida do Discovery Home & Health ". Já fui egoísta de mais, não custava uma fez fazê-lo feliz. Disse sim, nunca vi tão alegre, seus olhos brilharam de satisfação e alegria e pulou em meu pescoço por pula empolgação.

           Compramos moveis no sábado que veio, a semana inteira discutimos sobre os as coisas e tonalidade que me agradava. Nunca vi meus dias passarem tão rápido como aquela semana, como fosse um flash e já tinha chegado o fim de semana. Parece que o tempo voltou a andar normalmente. No final dos experientes o que eu queria estar em casa e tomar uma ducha e dormir. Diferente de antigamente eu não precisava mais remédio para insônia, apesar tem certas noite que eu necessite ainda deles. Não ficava nada feliz quanto o diretor do hospital me faz ficar horas amais que meu horário, que antes seria um prazer hoje um sacrifício. Eu podia ver as mudanças acontecendo, eu esta voltando a ser eu mesmo sem ele.

            Naquela manha quente de verão, eu Kouyou entramos e um departamento de moveis decoração. Ele de modo mágico conseguiu se livrar de todos os meus móveis que ele classificou inútil e vendeu para alguém. Com o dinheiro nada grande que eu tenho na minha conta bancaria gastamos metade em móveis. E mais um compra tão grande que fizemos hoje eu juro que eu me vicio. Que não e nada bom para meu bolso e o planeta. Eu nunca tinha comprado tanto em minha vida inteira. E senti um prazer muito grande por fazer isso.

            Arrumamos junto a casa na segunda de noite quanto os móveis chegaram junto com outras coisas que compramos. Com bom gosto do Kouyou decoramos minha nova casa. Mudaria na semana que vem e inicia minha a mudança de visual. Não que estivesse ansioso para tudo isso, mas distrai-me muito minha atenção. Fazendo eu não pensar todo hora nele, e tenho mas facilidade em aceitar o fato que eu fui chutado literalmente. Que não era uma coisa tão dolorosa assim, por que eu vi que tinha pessoa que sofriam muito mais que eu. Eu cheguei a marejar os olhos ao ver o documentário das crianças da África, eles passaram por coisas cem vezes piores que eu. Não tinha o que lamentar antes, mas eles tinham. Viver nessas condições miseráveis em plena século vinte e um. Era realmente deprimente.

             Estou muito feliz por esta mudando para o melhor, por ter achado um caminho para minha antiga vida sem ele. Por esta vivendo sem tanto sofrimento e lamento por algo que não chegou a mesmo acontecer. Eu esta aceitando o fato de ele nunca ter me amado, retribuído meus sentimentos. Que não tinha chances nem um com um cara como Suzuki Akira, da elite de Tókio. Que nada passou de uma fantasia minha, ele podre de rico eu só um pobre miserável. O coitado que cai na conversa de conquistadores que não sabem como odeiem ter o coração partido em dois. Não eu não conseguido odiar ele ainda, mas eu nunca consegui mesmo.