Mudanças involuntárias escrita por Ani


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas linda !!!
Demorei mais voltei e com um Capitulo enorme para compensar :)
Obrigado pelos comentários
Espero que gostem
Boa leitura !!



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Era domingo de manhã, fazia um mês que Sara havia acordado, durante esse tempo ela esteve no hospital passando por diversos exames e tratamentos para se recuperar. Já não aguentava mais ficar naquele hospital, não que ficasse sozinha naquele quarto o dia inteiro pelo contrário sempre tinha a companhia de alguém seja de Enry, Greg ou de qualquer um de seus amigos do laboratório, até mesmo a filha do Ecklie, Morgan, que nem a conhecia fez uma visita na semana passada acompanhada de Greg, mas quem ela realmente queria ver não viera novamente, não sabia o porque e todos seus amigos não diziam nem seu nome na sua frente.

Na semana passada quando Greg a visitou ela o questionou, ele era o único que lhe responderia sem muita enrolação.

– Ele está de licença do laboratório.

– Por que?

– Ele apenas disse que faria uma viagem particular.

– Com a Sofia.

– Isso...

Após essa notícia ela decidiu não saber mais nada sobre ele, assim seria menos dolorido. Até que estava conseguindo lidar bem com isso, mas quando se deitava para dormir era o único momento em que ficava sozinha, porque depois de alguns dias finalmente conseguiu convencer Enry de que não havia necessidade de estar ali já que ela estaria apenas dormindo, era incapaz de frear os pensamentos que evitou tanto durante o dia. Era inevitável não pensar nele e impedir as lágrimas de molharem o travesseiro após relembrar como era feliz ao lado dele que é o amor de sua vida mas que infelizmente não era mais recíproco. E com esses pensamentos e com lágrimas que pareciam nunca secar mergulhava no mundo dos sonhos, um lugar que não era tão bom quanto a realidade.

Felizmente dois dias atrás o Dr. William lhe deu alta. Agora Hanna a estava a ajudando a arrumar suas coisas, na verdade ela estava arrumando quase sozinha já que a cadeira de rodas a deixava menos ágil, as peças não eram muitas apenas algumas roupas intimas e outras esportivas confortáveis que Enry havia comprado todas muito parecida com a que ela estava usando agora, um conjunto azul marinho com alguns detalhes em branco nas nas mangas da blusa de frio, no cós e na barra da calça. E também havia os produtos de higiene pessoal todos com aromas florais e calmantes, desconfiava que ele havia tido algum tipo de auxilio feminino para fazer essas compras e quando lhe lançou um olhar sugestivo ele apenas disse.

– Lana minha governanta me ajudou, espero que ela tenha acertado.

– Sim acerto, obrigado e agradeça ela por mim - disse com um pequeno sorriso

Assim que Hanna fecho a mala Jon entrou no quarto.

– Bom dia meninas!

– Bom dia! - disseram juntas

– Pronta para ir ?

– Sim, só estou esperando Enry.

– Não precisa mais esperar, eu estou encarregado de leva-lá - disse já pegando a mala de mão e colocando em seu colo e em seguida pegando a mala preta de rodinhas, de alguma forma desconhecida para ela, ele conseguiu carregar ao mesmo tempo que conduzia a cadeira - até Hanna!

– Até, e Sara não se esforce muito.

– Pode deixar, chau.

– O que houve para Enry não ter vindo? - Perguntou quando pararam em frente ao elevador que ficava no final do corredor.

Estranhou a ausência dele, afinal desde que acordará ele sempre fez questão de estar presente ou ajuda-la mesmo em momentos desnecessários, ela havia se acostumando com sua presença constante.

– Ele teve que resolver um imprevisto na faculdade e pediu para eu levar você até a casa dele e eu também preciso aprender o percurso até meu novo local de trabalho - disse com seu característico sorriso largo.

– Como assim?

– Eu serei seu fisioterapeuta particular.

– Não acredito que pediu demissão só porque eu recebi alta!

– Sara querida, sem você minhas manhãs e tardes nunca serão as mesmas - disse entrando na brincadeira e sorrindo ao final da declaração - por isso serei seu fisioterapeuta/babá particular

– O que ? Como assim babá - disse já não achando mais graça

– Simples - disse calmamente manuseando a cadeira para o elevador - você precisa continuar com as sessões de fisioterapia e como recebeu alta a quantidade de sessões que teria semanalmente seria apenas três, e não seis como vem sendo, e essas sessões seriam apenas uma ao dia ao envés de duas, Enry conversou comigo a respeito disso ele queria saber se era possível continuar com a mesma carga horária de sessão já que ele percebeu que você evoluiu muito nesses dias e também notou que você não gosta nem um pouco dessa cadeira - disse rindo, ela não fazia nem um pouco de questão de esconder seu descontentamento.

– Ai você pediu demissão?

– Para dizer a verdade eu tenho algumas férias acumuladas então resolvi usufruir delas, seria como um "bico", afinal de contas uns trocados a mais nunca atrapalha quando se está prestes a se casar.

– E onde o babá se encaixa nessa história?

– Ele não quer que você fique sozinha em casa ou sai sozinha nos primeiros dias, você precisa de um profissional para lhe fazer companhia já que nem sempre Enry vai estar disponível e como ele percebeu que você tem uma grande queda por mim ele achou que te faria feliz passar os dias ao meu lado - finalizou sua explicação com um sorriso que não foi correspondido.

Saíram do elevador e foram até o carro em silêncio, ela não havia ficado nada contente com essa notícia mesmo sabendo que tudo era necessário Sara continuava sendo a Sara e não gostava de depender de ninguém mesmo que fosse para seu bem. Jon parou a cadeira próxima a porta de trás do carro e abriu a porta do carona da frente, colocou a mala no chão, pegou Sara no colo e a colocou no banco afivelando o cinto e fechando a porta rapidamente, depois foi colocar a mala e a cadeira de rodas no porta malas e finalmente entrou no carro assumindo o volante após afivelar seu cinto mas antes de dar a partida se virou para ela.

– Não fique brava com ele.

– Isso é totalmente desnecessário - disse direcionando seu olhar ao dele com os braços cruzados e o semblante fechado.

– Ele só quer o melhor para você e quer que você se recupere logo como você também quer.

– Eu sei mais...

– Fala sério Sara, se você não concorda a única prejudicada é você !

– Sei disso, mas ele não precisa fazer isso eu posso dar um jeito.

– E como você vai fazer isso? Você não pode trabalhar... Não por enquanto.

– Ei...eu só não consigo andar direito ainda mas eu tenho um cérebro...

– Que está desatualizado a cinco anos, vamos lá Sara não seja tão cabeça dura você sabe que Enry faz isso porque gosta de você não por caridade.

– Eu nunca disse isso...

–Mas penso! Eu sei que sim mesmo que você negue. De uma chance, ele só quer te ajudar da forma que sua mãe te ajudaria se estivesse aqui.

Ela não respondeu, realmente houve momentos que ela tinha pensado que Enry a ajudava apenas por caridade ou por uma promessa que ele havia feito a sua mãe, mas com o tempo percebeu que estava enganada que de alguma forma, desconhecida para ela, ele gostava verdadeiramente dela mesmo não a conhecendo. Ela apenas suspirou não querendo admitir que ele estava certo, direcionou seu olhar a janela assim perdendo o contato com os olhos negros que a encarava fixamente, Jon então resolveu dar a partida.

O percurso até a casa de Enry foi feito em silêncio, até que o fisioterapeuta estacionou em frente uma linda casa cor de gelo, espaçosa, bem arejada, com um lindo e espaçoso jardim.

– Você tem razão. Eu vou aceitar a ajuda dele por enquanto. E se você começar a ficar muito grudado em mim digo para ele te demitir.

–E o meu casamento?

– É melhor você pensar na possibilidade de fazer hora extra.- disse rindo.

– Tudo bem chefia vou me comportar bem .

Então saiu do carro e pego a cadeira no porta malas, pegaria a mala depois, em seguida retirou Sara do carro a colocando na cadeira e calmamente a guiou até a casa, antes de chegar a grande porta de madeira passava por uma trilha feira de concreto entre as plantas.

Aperto a campainha e esperaram, poucos segundos depois uma senhora baixa e um pouco roliça na casa dos 50 os recebia com um grande sorriso.

– Bom dia Srt. Sidle e Sr. Filipi, sou Lana a governanta, entrem Dr. Enry os aguarda ele acabou de chegar.

Os dois a seguiram pela casa até a sala onde Enry já os esperava e os recebeu com um grande sorriso.

– E o que achou da casa Sara?

– Ela é linda, mas confesso que me encantei mais com o jardim.

– Ele é realmente lindo espere só para ver o quintal na parte de trás da casa, sua mãe gostava dele - Não conseguiu evitar o comentário - Venha vou lhe mostrar o seu quarto, Lana lhe levará até o seu Jon - Não aguardo resposta alguma ele já começou a guia-lá através dos corredores.

Em poucos segundos eles passavam por uma porta de madeira escura e grossa, entrando e um comodo espaçoso com paredes pintadas de um verde claro muito bonito, no comodo havia uma cama de casal grande e aparentemente confortável, um guarda-roupas, uma escrivania espaçosa que não possuía cadeira havia um notebook prata acomodado no centro dela e acima na parede havia três prateleiras organizadas de forma harmônica, elas estavam vazias exceto pela prateleira central que possuía um pequeno vaso de flores eram margaridas e a julgar pelo seu aspecto haviam sido recolhidas hoje. Olhando o restante do comodo noto que havia mais duas portas no comodo, além da que eles haviam utilizado para entrar, a primeira provavelmente seria um banheiro, já a segunda porta que era dupla deveria ser uma sacada que dava vista para os fundos da casa, isso ela achou um pouco estranho já que estavam no primeiro andar.

– E então o que achou? - Enry a tirou de seus devaneios

–Bem...aconchegante - disse um pouco tímida.

– Seus amigos Grag e Catherine que me ajudaram.

Ela analisou mais o cômodo se deslocando um pouco, notou que a cadeira passava entre os moveis sem nenhuma dificuldade agradeceu internamente por isso, chegando até a cama notou quatro objetos sob a mesma, uma chave, uma caixa grande e retangular embrulhada com um papel amarelo e possuía um belo laço vermelho, uma caixa quadrada também embrulhada em papel de presente e o último era um saco de papel pardo lacrado que conhecia bem. Ao ver os objetos Sara direcionou um olhar questionador a Enry.

– Essas são as chaves dessa casa achei que você gostaria de uma cópia - disse com um sorriso se aproximando e pagando o embrulho que possuía um laço - Tomei a liberdade de lhe comprar isso - disse lhe entregando o pacote retangular.

– Você não precisa ficar comprando coisas para mim Enry... Eu tenho minhas coisa no meu apartamento antigo, só preciso falar com Grissom para pega-las.

– Se fala do quarto não se preocupe com ele não foi nada de mais e já combinamos que você ficaria aqui até se estabelecer é o melhor para você - disse um pouco triste pois estava ciente da insatisfação dela de ter que ficar ali, e continuou - e esse presente acredito que você não o tenha, foi o Jon que me ajudou a escolher.

– Então deve ser alguma coisa sem muita utilidade... Sem querer ofender - disse sorrindo e abrindo o pacote.

Ao visualizar o conteúdo não soube ao certo como reagir, fico observando por longos segundos.

– E então ? - questionou Enry.

– hum... Eu realmente não sei o que dizer.

– Jon me disse que essa bengala seria muito útil para você nesse estágio da sua recuperação que você vai iniciar.

Apesar de não simpatizar com o objeto de madeira escura quase negra Sara estava ciente da necessidade de utiliza-lo, no hospital no setor de fisioterapia via muitos pacientes com bengalas sabia que mais cedo ou mais tarde teria que utiliza-la, a prova veio na sessão do dia anterior quando Jon deu inicio a uma serie nova de exercícios, na verdade foi apenas um que consistia em ficar em pé sozinha, parecia fácil mas não era tanto assim, levou algum tempo mas depois de muitas tentativas finalmente conseguiu, mas se enganou ao achar que o mais difícil havia passado, poucos segundos após ter conseguido ficar em pé notou que não conseguia se sustentar por muito tempo quando suas pernas falharam nessa função quase a levando ao chão se não fosse pelos fortes braços de Jon que rapidamente a amparo. Essa limitação a irritou e percebendo isso o fisioterapeuta logo tratou de tentar acalma-lá dizendo que era normal isso acontecer e que ela estava se recuperando rápido porque outros pacientes levavam meses para chegar nesse estágio e ela levou poucas semanas

– Obrigado Enry - disse apenas.

– Ainda não me agradeça, tem mais um - disse retirando a bengala das mãos dela e pegando a caixa quadrada e colocando no lugar.

Dessa vez Sara não diz nada apenas desembrulhar o presente, pelo o que estava escrito na caixa era um celular mas pelas ilustrações na caixa era bem diferente do que ela possui antes, e quando abriu a caixa e pegou o aparelho teve certeza disso, ele era branco, bem fino e possuía apenas um botão que ficava no topo do aparelho e notou ao aperte-lo que servia para ligar o mesmo. Olhando o objeto se deu conta do tempo que havia passado.

– É impossível viver sem um - disse Enry recebendo apenas um pequeno sorriso triste em resposta.

Deixando o aparelho junto a bengala sobre a cama, voltou sua atenção ao último pacote. O mais velho tratou logo de lhe informa sobre o que se tratava.

– Foi entregue após o encerramento do seu caso.

– E quando foi isso? - estava curiosa sobre o que aconteceu, desdes que acordo ninguém chegou a tocar no assunto do acidente nem mesmo ela, não sabia o porque mas não quis questionar ninguém sobre o assunto até agora.

– Cerca de três anos atrás.

– E o que aconteceu Enry? digo o que realmente causou o acidente ? E o que aconteceu com o outro motorista?

– O nome dele era Jonathan Raiviz, ele estava alcoolizado e dirigindo acima de cem por hora, foi indiciado por homicido culposo.

– Culposo?

– O promotor achou viável pelo seu estado na época. Ele foi condenado, mas o advogado recorreu alegando incapacidade.

– Mas como?

– Ele havia acabado de encontrar o corpo de seus filhos quando chego em casa após o trabalho. A esposa estava com depressão e afogou as crianças na banheira, dois meninos e uma menina com idade entre 4 e 7 anos, quando ele chegou e viu a sena ele surto também e a matou logo depois bebeu um pouco de uísque e saiu desnorteado de carro a toda velocidade só parando quando bateu em seu carro. Desde então ele está em um clínica para deficientes mentais, raramente ele volta a ter consciência do que ocorreu mas quando isso acontece ele tenta o suicídio.

Após esse relato o quarto fica no mais absoluto silêncio. Por diversas vezes durante a noite no momento em que se entregava a tristeza que sua vida havia se transformado, culpava o homem que dirigia o outro carro e desejava que ele pagasse pelo que lhe causou, despejou que ele sentisse a mesma dor que ela estava sentindo. Pelo visto não precisava mais desejar tais coisas.

– Sua amiga Catherine trouxe algumas roupas - disse mudando de assunto - estão no guarda-roupas, eu tenho que fazer algumas ligações, mas eu volto para lhe buscar para o almoço.

– Ok.

Logo depois que ele saiu ela foi até o guarda-roupas ver o que sua amiga havia trazido de seu antigo apartamento que dividia com Grissim. Assim que o abriu o cheiro conhecido inundou suas narinas, mas não era o cheiro de suas roupas e sim o cheiro inconfundível de roupa nova, não havia nenhuma de suas conhecidas peças de roupas mas sim várias peças novas. Isso a surpreendeu um pouco, achou que Greg por estar a ajudando impediria que ela saísse como uma adolescente pelo shopping reformando o guarda-roupas, decidiu deixar isso para lá e verificar o que tinha atrás daquela porta dupla que a estava intrigando.

Se deparou com uma linda sacada que ao contrário das normais que da vista para um jardim a dela dá acesso a um jardim lindo com várias flores e plantas diferentes ela notou que havia uma "trilha" que provavelmente leva até a parte de trás da casa onde há mais flores e plantas. Estava tão distraída apreciando a beleza das plantas e as diversas flores que só notou que Enry retornará e estava a observando após longos minutos.

– Vamos ?

– Claro.

Ao chegar na sala de jantar onde seria o almoço já havia duas pessoas os esperando uma delas era Jon a outra um homem desconhecida que aparentava ter a mesma idade que ela, pele morena assim como a do fisioterapeuta, cabelos negros um pouco encaracolados, tinha um piercing de argola bem discreto no nariz e possuía a face incrivelmente calma seus olhos verdes serenos ajudavam muito nessa percepção. Quando notou que o avaliava ele lhe lançou um pequeno e discreto sorriso que Sara correspondeu da mesma forma.

Enry a acomodou em um local na mesa onde estrategicamente não havia uma cadeira e ficava ao lado direito dele que sentava em uma da pontas da mesa. Nesse local ela ficou frente a frente com o desconhecido, Jon estava sentado ao lado dele, havia parado de dizer algo assim que ela entrou no comodo somente para voltar-se a ela.

– E então o que achou do lugar?

– Bonito e aconchegante.

– Tirou as palavras da minha boca.

– Fico feliz que gostaram. Esse é Leonard Caleb, - disse se voltando para o homem que estava a mesa - ele é filho de um grande amigo e também é como um filho para mim. Ele vai passar um tempo aqui.

– Prazer Sara - disse com seu pequeno sorriso

– Enry fala muito de você.

– Espero que bem Leonard.

– Não se preocupe ele fala maravilhas sobre você e pode me chamar de Leni.

Após as devidas apresentações a refeição foi feita tranquilamente com alguns comentários banais hora ou outra, Sara deixou escapar um pequeno sorriso ao notar que Enry não havia se esquecido de suas preferencias alimentares já que a mesa estava repleta de saladas e legumes que estavam com uma ótima aparência, tratou logo que experimenta-los constatando que não era só aparência.

Logo depois o almoço Enry se encarregou de leva lá até o jardim que era ainda mais bonito do que imaginava e comprovou suas suspeitas ao ver o inicio daquela "trilha" que terminava em sua sacada. Ele fez companhia a ela por um bom tempo ora falando sobre a beleza das plantas e flores do jardim ora somente apreciando a mesma. Quando deu por si já havia passado um bom tempo era pouca mais de 15h normalmente estaria em mais uma sessão de fisioterapia mas Jon resolveu lhe dar uma folga hoje. Então passou o restante da tarde em seu quarto fazendo algumas pesquisas na Internet para se atualizar e aproveitou para verificar seu e-mail a muito tempo não utilizado, assim que olhou a caixa de mensagens havia vários e-mails a maioria deles desnecessários aquelas propagandas que enviam, tratou logo de apagar tudo e bloquea-los. Assim que concluiu viu pelo bate papo que Greg estava on line decidiu mandar um ''oi''.

"S.S : Vc não deveria estar descansando uma hora dessas ? Rs.

G.S : Saraaa!! Tá todo mundo de folga hoje o Ecklie tava de bom humor kkk

S.S : Haa bom saber...

G.S :E como é sua casa nova?

S.S : Muito bonita... Mas acho q vc já sabe disso afinal vc q ajudou a mobilhar meu quarto kk

S.S : Kkk Pra dizer a verdade eu só carreguei as sacolas a Cath não deixava eu opinar muito kk a unica coisa que ela fez que eu disse foi não comprar coisas com corres fortes kkk

S.S : kkk Foi o único mas foi o melhor conselho que poderia dar kk Haa Enry me deu um celular...seu número ainda é o mesmo?

G.S : Sim sim!! é o mesmo me da um toque pra mim salvar seu número

S.S : Ok. "

Rapidamente ela pegou o aparelho que ainda estava na cama e digitou o número do amigo, foi necessário apenas um toque e ele já atendeu.

– Seu número já será adicionado a lista de favoritos

– Espero que eu seja uma das primeiras

– Com certeza. Haa Sara eu estava pensando de qualquer dia desses você vir tomar café comigo e com o pessoal do laboratório, o que você acha?

– Uma ótima ideia! É só você me falar o dia que...- foi interrompida por batidas na porta - só um minuto Greg. Pode entrar - disse em direção a porta.

– Vim te buscar para jantar - disse Jon

– Ok - e volto a falar com o amigo - tenho que ir Greg mas vou esperar sua ligação ok?

– Pode deixar que assim que tiver tudo certo eu te aviso.

– Ok então, manda um beijo pro pessoal.

– Pode deixar, e pode me ligar também viu.

– Ok xau

– Xau - e finalizou a ligação.

– Até que enfim... Achei que nunca ia larga esse celular - disse Jon já começando a guiar a cadeira em direção a sala de jantar.

– Estava apenas me despedindo do Greg, você lembra dele?

– Aquele loiro de cara fechada?

– Ele não tem cara fechada.

– Não na sua frente.

Esse último comentário de Jon a deixou intrigada, havia notado que Greg estava de alguma forma diferente mas não sabia dizer ao certo no que, será que algo aconteceu a seu amigo nesse tempo em que esteve "fora" que o fez mudar, e se aconteceu o que será que houve ?

Resolveu deixar para tirar isso a limpo com ele mesmo assim que tivesse chance. O jantar ocorria a seu ver normalmente, assim como no almoço Jon e Leni estavam ali cada um em seu lugar, até um desconhecido se fazer presente.

– Eii, já começaram sem mim ? Onde está os modos de vocês.

Disse um homem entrando no comodo e se sentando ao lado de Sara. Ele possuía cabelos lisos e loiros ate um pouco abaixo das orelhas, aparentemente estava na casa dos quarenta, possuía um rosto com uma aparência cansada e tinha lindos olhos azuis apesar de opacos.

– Ola Jord, achei que não ia se juntar a nos como fez no café e no almoço - disse Enry sem se abalar pelo comentário meio grosseiro do loiro.

– É que eu acabei dormindo um pouco de mais - olhou para Sara parecendo nota-lá só agora - e você quem é?

– Sara... - respondeu alguns segundos depois de se recuperar do halito forte de álcool dele que bateu no seu rosto.

– Haa a garota que estava em coma - disse como se estivesse acabado se lembrando de algo - tinha me esquecido que você chegaria hoje.

– É...deu para perceber.

– Sou Jordan.

– Prazer.

– E você deve ser o fisioterapeuta - disse se voltado para Jon - muito prazer.

– O prazer é meu.

– Esse é meu sobrinho - disse Enry, e continuou com um pequeno sorriso - ele mora comigo a algum tempo, é uma boa pessoa apesar de ser meio sem educação. Infelizmente ele não puxou esse aspecto da família - disse com um pequeno sorriso sendo acompanhado por todos na mesa exceto o loiro.

– Ei, eu cumprimentei a todos assim que entrei pela porta - disse pegando em um bolso interno de sua jaqueta de frio o que parecia uma pequena garrafa prata de bebida e logo depois despejou o liquido transparente no copo que seria utilizado para beber água e logo depois tomou um longo gole e se virou para Sara notando que ela o observava - Servida ?

– Não obrigado.

Logo depois o jantar continuou normalmente, conversaram sobre o varias coisas banais. Após o término do jantar eles conversaram durante mais algum tempo na sala mas Jon logo disse que amanhã o dia começaria cedo e aconselhou Sara a descansar ela logo acatou seu conselho pois já estava cansada. Em seu quarto Lana a ajudou a se trocar e logo depois Jon veio e a colocou confortavelmente na cama.

De acordo com o relógio de cabeceira era 2:37 am. Havia acabado de se recuperar um pouco de mais um de seus pesadelos, eles só tinham lhe dado uma trégua alguns dias depois de acordar do coma, quando voltaram foi com força total. Era o mesmo pesadelo de anos atrás, ela no deserto em baixo daquele carro no escuro impossibilitada de fugir com aquele lobo a encarando enquanto começava a chover e ela ia sendo coberta pela água cada vez mais até ficar completamente submersa e aos poucos ir perdendo a consciência, mas ao invés de acordar logo após isso como sempre ocorria antes do coma, quando abria os olhos ela estava ofegante em um lugar completamente escuro que aos poucos ia clareando como uma manhã nublada, aos poucos foi identificando formas naquele ambiente na verdade só havia uma que aos poucos foi identificando como uma pessoa,um homem, de cabelos grisalhos com alguns cachos... Grissom. Ele estava de costas para ela que o chamou por diversas vezes mas ele parecia ignora-la ou não a ouvia, ele começa a andar se afastando dela que tenta se levantar e segui-lo mas percebe que suas pernas não a obedecem estão imóveis naquela cadeira, então a única opção é mover a cadeira para alcança-lo, mas seus braços são fracos demais para mover a cadeira em uma velocidade rápida o suficiente para alcança-lo então começa a perde-lo de vista e o local também começa a escurecer causando-lhe um enorme desespero que a faz chamar por ele diversas vezes cada vez mais alto para que ele a escute mas não obtém resposta alguma e quando tudo fica na mais densa escuridão ela finalmente desperta ofegante, tremendo, suando e chorando compulsivamente. E diferente de antes não há ninguém para lhe abraçar e dizer que havia sido só um sonho que estava tudo bem.

Passou o restante da noite em claro ora olhando para o teto na escuridão ora para a janela que mostrava uma noite nublada. Não sabe ao certo quando pegou no sono novamente mas assim que foi acordada por Lana soube que não fazia muito tempo a julgar pelo seu cansaço.

Pouco depois de tomar café já começou sua fisioterapia que durou ate poucos minutos antes do almoço e que se repetiu apos o mesmo findando cerca de uma hora antes do jantar que ocorreu da mesma forma do dia anterior, mas nem todo o cansaço do dia foi capaz de afastar os pesadelos. Na terceira noite quando Jon terminou de acomoda-la ele lhe entregou um copo de água e um comprimido.

– O que é isso?

– Para te ajudar a descansar, o tratamento vai demorar mais se você não estiver 100%.

– Ok.

Mas para Sara não havia mudado muito, continuava tendo o mesmo pesadelo de todas as noites a diferença é que ao invés de acordar durante a madrugada e ficar de vigília ela dormia ate o sol nascer mas acordava da mesma forma tremendo, suando e chorando era como se o pesadelo se alongasse lhe dando um medo ainda maior. Lana que desde o seu primeiro dia naquela casa exercia também a função de ajudar-lhe na sua higiene matinal e sempre no mesmo horário vinha desperta-lá se assustou a visualizar seu estado ao acordar, já havia se recuperado do choro mais ainda estava tremula e suada, mas após se acalmar conseguiu convence-lá de que se tratava apenas de um pesadelo nada que ela não conseguisse lidar e pediu que não contasse a Enry não queria o preocupar com coisas desnecessárias. A mais velha assentiu sabendo que se tratava de algo que ela não queria compartilhar com ninguém no momento e pelo que observou nesses poucos dias de convivência deduziu que ela não é do tipo que se abre com qualquer pessoa.

Assim os dias se seguiram, acordar cedo tomar café na companhia de Henry, Jon, Leni e Jord que se mostrou de alguma forma uma pessoa legal apesar de sua arrogância e mau humor diário. Pouco depois do café era hora da fisioterapia que durava até poucos minutos antes do almoço, o almoço também era feito na presença dos rapazes assim como o jantar que era servido logo após mais uma cansativa sessão de fisioterapia assim após o jantar já estava muito cansada mas mesmo assim tentava ao máximo adiar o horário de dormir lendo algo na Internet ou em um livro qualquer que pegará no escritório de Enry, mas seu esforço era em vão porque mesmo que conseguisse ficar acordada a noite inteira, e isso ela sabia que conseguiria por experiência própria das diversas vezes que teve que dobrar turnos atras de turnos, isso seria difícil de acontecer porque Jon vinha toda noite ver se ela já estava dormindo, isso era o que ele dizia mas ela sabia que era para lhe dar o remédio que a deixava presa naqueles sonhos horríveis. Na segunda noite em que ele foi lhe levar o remédios ela até tento argumenta com ele de que não precisava mas acabou perdendo já que não tinha nenhum motivo plausível para não tomar o remédio e não queria falar sobre seus pesadelos com ele, então decidiu fingir que tomaria o que não foi muito inteligente já que Jon antes de ser fisioterapeuta já tinha sido enfermeiro por muito tempo e sabia muito bem quando um paciente fingia ter engolido um remédio.

– Você prefere injeção ao invés de pílulas? - questionou lhe direcionando um olhar sugestivo.

Ela imediatamente engoliu o remédio, poucos minutos depois já estava imersa em seus maus sonhos.

A manhã de sexta feira estava chuvosa e pelo aspecto do céu que via através da janela ficaria assim o dia todo. Lana vei lhe ajudar com sua higiene diária, e logo depois a levou até a mesa para tomar café estranhou estar somente Leni presente, vendo seu olhar confuso ele já trato de lhe explicar.

– Seu fisioterapeuta teve um problema familiar urgente e precisou sair as presas algum problema com uma irmã, mas não se preocupe não é nada grave - acrescentou ao ver que ela o questionaria - ele disse que volta antes que o fim de semana acabe.

– Hum... E Enry e Jord?

– Logo depois que Enry dispensou Jon, surgiu um problema em uma das filiais da empresa dele, ele teve que ir resolver pessoalmente ele não sabe ao certo quando volta mas disse que mais tarde liga para falar com você, ele não quis te acorda ele sabe como seu tratamento é cansativo - disse com seu sorriso calmo característico - e Jord bem... deve estar em mais uma de suas ressacas, quando ele se sentir melhor dará o ar da graça.

– Haa, então pelo visto tenho um dia de folga.

– É... Se não fosse por essa chuva ele poderia ser bem proveitoso.

– Mas não há muitos lugares que eu possa ir mesmo - disse com um pequeno sorriso forçado ao se lembra que sem Jon e Enry não tem quem a leve a algum lugar.

– Como eu sou um cara caseiro a chuva é só mais um estímulo para eu ficar em casa.

– E o que você faz em dias como esse?

– O que todo preguiçoso faz assisto televisão, como e durmo - disse rindo a fazendo rir também.

– Sério? Não achei que você fosse do tipo sedentário.

– Sim sou , mas prefiro dizer da mesma forma que minha mãe "eu apenas tenho o meu tempo para fazer as coisas e muitas vezes ele demora para chegar".

– É um bom ponto de vista. - disse rindo.

– Se quiser pode me fazer companhia na minha rotina sedentária.

– E você tem algo planejado?

– Na verdade não - disse rindo - mas ainda tenho alguns filmes que ainda não vi que eu trouxe da última vez que visitei a locadora.

– Pode ser. - disse dando de ombros.

Ele então a levou até a sala que não era a sala onde eles ficavam conversando após o jantar, essa parecia ser realmente só para assistir a filmes ela ficava no andar de cima então para leva-la até lá ele simplesmente disse um "permita-me" e antes que ela entendesse o porque dessas palavras ele já a pegará no colo como se fosse algo natural e a levou ate o local que ficava no final do corredor do andar de cima, como as mãos dele estavam ocupadas a carregando ela abriu a porta e acendeu a luz no local indicado por ele. Era um comodo não muito grande, cerca de quatro metros quadrado, havia uma Tv de umas sessenta ou setenta polegadas super fina na parede ao lado da porta, um sofá que cobria toda uma parede que ficava em frente a Tv e seu assento era tão grande que mais parecia uma cama e no centro do comodo havia um amontoado de travesseiros onde também era possível se acomodar para assisti, era um local bem aconchegante. Ele a acomodou no centro do sofá confortável e foi até a prateleira de filmes.

– Você tem alguma preferência de gênero Sara?

– Na verdade não, o importante pra mim é que tenham uma boa história e o principal que sejam bem feitos.

– Então você é das minhas!! - disse com um sorriso retirando um filme da prateleira - esse aqui eu já assisti várias vezes mas não me canso de vê-lo, acho que vai gostar.

– É sobre o que ?

– É ficção científica, o nome é "A origem" . Mas não vou falar mais nada se não, não tem graça assistir.

– Ok então.

Ele colocou o filme e disse que ia pegar algo para comer enquanto passava os trailers, voltou quando o filme estava quase começando e trouxe consigo alguns pacotes de salgadinhos, diversas balas e claro não podia faltar o refrigerante. Se sentou no sofá ao lado dela e espalhou o que havia pegado entre os dois para que ambos pudessem pegar o que quisesse quando quisesse. Durante boa parte do filme não comeram nem conversaram apenas prestavam atenção ou melhor Sara prestava atenção. Leni não conseguia prestar realmente atenção no filme por mais que fosse um dos seus preferidos e não cansasse de vê-lo, olhar para ela por algum motivo era mais interessante. No começo só lhe direcionava alguns olhares de canto de olho, apesar da pouca luz do comodo que só vinha da tv conseguia ver bem seu rosto, quando notou que toda a atenção dela era direcionada ao filme se deu a liberdade de observa-la com mais atenção reparou na pele branca que chegava a ser um pouco pálida, provavelmente pelo tempo de passou no hospital sem luz do sol, os braços finos que estavam a mostra por causa da regata branca com um pequeno decote em "u" que a seu ver lhe caia muito bem. Continuou sua avaliação passando pelo pescoço não muito longo nem curto, a face possuía traços fortes e ao mesmo tempo delicados para quem olhasse com mais atenção, as bochechas eram pequenas e tinham um leve rosado natural, os olhos castanhos apesar de estarem prestando atenção no filme ainda assim transmitiam a mesma tristeza contida no primeiro dia que a viu o avaliando, descendo um pouco mais reparou no nariz que harmonicamente se adequava ao rosto, e os lábio assim como tudo nela não eram grandes nem pequenos eram perfeitos para o rosto dela, carnudos na medida certa e rosados naturalmente.

– Algum problema? - Disse Sara se voltando para ele ao perceber que era avaliado.

Ele estava tão absorto em sua avaliação que nem notará que ela havia virado o rosto em sua direção, só caiu em si quando ouviu o som de sua voz e também não deixou de notar que combinava perfeitamente com ela.

– Não - disse após alguns segundos.

– Então porque está me encarando desse jeito?

– Só queria saber se estava gostando do filme, e estava tentando descobrir isso através de suas expressões faciais - mentiu rapidamente.

– E o que descobriu? - suspeitava que ele estava mentindo.

– Que sou péssimo em leitura de expressão. - disse voltando seu olhar para o dela e por algum motivo não conseguiu desviar o olhar algo o prendia ali, estranhamente ocorria o mesmo com Sara não conseguia desviar os olhos daquela imensidão verde, quando deram por si estavam muito próximos com as respirações se misturando e o nariz se tocando, foi quando alguém abriu a porta e eles instantaneamente voltaram a si se distanciando. Era Lana que vinha trazer a pipoca que acabará de fazer e aparentemente não notou o que estava para acontecer se não tivesse interrompido.

– Obrigado Lana - disse Jon assim que ela deixou o recipiente com pipoca entre os dois.

– Por nada querido - disse saindo em seguida.

Eles trocaram alguns olhares desconcertados e optaram por terminar de assistir ao filme sem fazer nenhum comentário sobre o ocorrido.


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Notas finais do capítulo

E então surpreendi vcs??
Apesar que algumas pessoas meio que já tinham deduzido o que ia acontecer rs...

bjs



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