POV Liza

Acordo com alguém me cutucando, me viro e vejo que é o meu pai.

— Feliz aniversário, princesa! — Fala com um bolo na mão. Que falta de educação a minha, me chamo Liza Anne Moore Willson, mas todos me chamam de Liz. Hoje eu faço 17 anos, e como em todos os aniversários, meu pai sempre me acorda.

Ele está planejando um jantar perfeito pra mim, e a tarde vou poder fazer compras no shopping, aproveito e chamo a Lori. Ahh Lori é minha melhor amiga, o pai dela trabalha com meu pai, a anos. Nos conhecemos desde quando tínhamos uns 6 anos.

Contamos tudo uma pra outra, e ela é a única que sabe da minha paixão platônica pelo Peter.

— Obrigada papai, hoje tem café da manhã especial? — Pergunto animada, já sabia a resposta, mas eu sempre me faço de desentendida.

— Claro, que tem! Que aniversário não tem? Liz, você precisa aprender... —Responde em tom de brincadeira, saindo do quarto. Eu deixo ele pensar que eu não sei,porque sei que ele gosta de responder.

O meu pai com certeza está na lista dos melhores pais do mundo, ele é meu melhor amigo, além de ser um gato! Acho, que ele faz isso pra tentar preencher o espaço da minha mãe. Ele nunca me contou, o que realmente aconteceu com ela, eu tenho o nome dela, Moore,mas nunca soube quem era.

Teve uma época que Lori me ajudou a procura-la, mas apareceu tantas, tantas, mulheres com o sobrenome Moore, que eu desisti... eu acho que não preciso, o meu pai já é suficiente.

Eu tenho uma madrasta, a Mary. Mas, ela está longe de ser uma boa mãe, eu tento avisar o meu pai, mas ele vive falando que é porque eu tenho ciumes, mas eu nunca teria ciumes de uma pessoa que faz bem ao meu pai. Só que ela não faz.

Depois de pensar, vou até o banheiro e faço minha higiene matinal. Tomo um banho rápido, e troco de roupa.

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Já que iria ao shopping, resolvi caprichar. Já eram 10:30, eu iria tomar café e sair.

Desço as escadas e encontro meu pai e Mary na mesa.

— Nossa! Mandy caprichou hoje. — Digo admirando a mesa farta. Mandy é a nossa empregada/cozinheira, ela tem a minha idade e estuda no meu colégio, com o salário paga o colégio, além de morar aqui.

É uma das minhas amigas, perdeu os pais em um acidente de carro, e como não queria ir para um orfanato, meu pai resolveu emprega-la.

— Eu ainda acho, que essa empregadinha, faz isso pra nos engordar. —Resmunga Mary bebendo seu suco.

— Mary... menos, bem menos.. você sabe que hoje é o café especial. — Fala meu pai a advertendo.

—Ela sabe pai, só faz isso pra me irritar. Enfim, se você não quer “engordar”, saia da mesa. Não estamos te obrigando a nada, ahh mas lembrei, se você ficar feia meu pai paga sua plástica né? — Me irrito e ela sai da mesa fazendo drama.

— Liz! O que foi isso? Eu vou conversar com ela. — Dizendo isso meu pai sai da mesa.

Droga! O que eu fiz? O primeiro café da manhã especial, que eu tomo sozinha.

Enquanto comia, pude ouvir o drama que Mary estava fazendo, "Ai, mas sua filha me magoou” , "Eu só queria ser uma boa mãe”, fala sério, quem acredita nisso? Só meu pai...

Estava distraída, quando Mandy veio falar comigo.

— Feliz aniversário Liz! — Fala me abraçando.

— Obrigada, Mandy. Se meu pai chegar aqui, fala que eu já fui pro shopping, não estou com paciência pra ficar ouvindo isso. — Peço e já vou saindo pra fora de casa.

Entro no carro, e antes de liga-lo, ligo pra Lori pra nos encontrarmos no shopping.

POV Melody

Se tem uma coisa que eu odeio, é: ser acordada em pleno aniversário. E foi o que me ocorreu, a a idiota, da minha “querida” melhor amiga, me ligou EM PLENO ANIVERSÁRIO ás 8:00!

E a desculpa: "Ahh hoje é seu aniversário, queria te desejar feliz aniversário e marcar de nos encontrarmos no shopping”.

Ela sabe que eu odeio shopping, sabe que eu odeio acordar cedo, sabe que eu odeio os meus aniversários, e mesmo assim faz isso todo ano.

Essa anta se chama Chloe, mas devia se chamar Satanás.

Enfim, eu nem me apresentei né? Me chamo Melody Elizabeth Moore Willson, não me pergunte o por que do Elizabeth, mas acho que minha mãe estava com merda na cabeça. E o Willson, é do meu pai que nunca apareceu, eu sempre penso: se ele me registrou, ele sabe que eu existo. E mesmo assim, nunca deu as caras... estranho.

Hoje é meu aniversário, de 17 anos. Grande coisa, a única pessoa que lembrou é a Chloe e o Tony. Tony é o mordomo daqui de casa, ele tem tendencias de gay, mas é legal.

Minha mãe com certeza está na lista das piores mães do mundo. Ela só pensa em trabalho, trabalho, trabalho e é claro dar o cu pros amantes dela.

Nos meus aniversários, os presentes são só um cartão de crédito ilimitado pra mim fazer compras. Eu sei, pra muitas garotas isso é o sonho, mas pra mim não!

Agora estou me arrumando, Chloe já me ligou umas mil vez, avisando a hora que era pra chegar no shopping. Ela tem um sério problema de ansiedade.

Termino de me arrumar e saio do quarto.

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Desço e encontro minha “querida” mãe dando uma entrevista, tinha várias câmeras com algumas pessoas, ela estava sentada no sofá da sala de estar, junto com uma moça com microfone.

Tento passar escondida, mas eles me viram.

— Ahh querida, venha dar um oi para as pessoas. — Diz minha mãe assim que me ver. Vou até eles pronta pra começar o teatro.

— Oi, sabiam que hoje é meu aniversário? E sabiam que Megan Moore não dar a mínima? E sabiam que ela me dar um cartão de crédito, e pronto, pra ela basta. Sabiam, que ela nem me desejou feliz aniversário? Mas eu já estou acostumada, então não se preocupe.Agora podem continuar essa entrevista fajuta, que dar a entender que somos uma família feliz. — Falo sob os olhares incrédulos, e saio de lá antes de alguém se pronunciar.

Muito devem achar que eu sou ingrata, mas eu não sou ingrata. Eu nunca pedir pra ser rica e filha de famosa, eu só queria uma família, eu sei isso foi gay. Mas essa é minha vida.

Entro no carro e vou em direção ao shopping.

***

Chego no imenso shopping da cidade, e vou direto pra praça de alimentação, já que almoçaremos lá. Já era umas 11:30 e a doida da Chole falou que chegaria 11:20.

Sento na mesa do restaurante, e espero, espero, espero, até ela chegar.

Veio correndo feito doida, até se sentar ao meu lado.

— Desculpa, desculpa, desculpa. Estava procurando seu presente. Feliz aniversário. — Fala tentando recuperar o fôlego, me entregando um pacote.

— O que será... — Faço um suspense até abrir. Ai. Meu. Deus, é uma jaqueta de couro preta, justo a que eu queria! Eu tenho a melhor amiga de todas.

— Gostou? — Pergunta curiosa.

— Se eu gostei? Eu amei! Obrigada, Chole. — Respondo a abraçando.

Pedimos o nosso almoço e comemos animadamente, depois eu peço pra ir ao banheiro e ela fica me esperando.

Vou até o banheiro, pra lavar as mãos, e quando olho pro lado tomo o maior susto da minha vida.

— Oh My God! — Falamos juntas, assim que viramos.