Matt Knight: A Volta do Esquecido escrita por Matheus Rabelo


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, é que minha rotina voltou e o tempo tá curto e fora que fiquei doente e não dava para escrever o capítulo, mas aqui está!
Boa leitura ^^



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A mansão dos Campbell era menor que as do Knight, mas isso não queria dizer que era menos luxuosa. A decoração era em tons claros, raramente se via algo escuro. Os sofás eram beges e as paredes brancas como o piso. Uma televisão grande com um armário ao lado, pendurado na parede, centralizavam- se na sala. Os três jovens Elementares se sentaram nos sofás.
– Vou fazer algo para comer. Gwen escolha um filme qualquer.- disse Ben já saindo da sala e indo a cozinha.
Matt ficou nervoso rapidamente. Ele estava sozinho. Com Gwen. Uma garota. Matt e uma garota sozinhos. Um silêncio constragedor e tenso se mantia entre os dois.
Finalmente, Gwen se levantou e foi ao armário ao lado da televisão.
– Que tipo de filme você gosta, Matt?- Gwen perguntou olhando dentro do armário levantando os pés delicadamente.
– Tanto faz.- disse Matt dando de ombros.
Gwen pegou um filme e mostrou a capa para Matt. A capa se resumia somente a sangue e uma garota loira gritando.
– Hoje estou no clima para algo sangrento.- disse ela levantando as mãos em excitação.
Matt sorriu desconfortavelmente.
Gwen se sentou ao seu lado novamente.
– Ben cozinha super bem.- ela revirou os olhos- Mas ele não pode me ouvir dizendo isso porque o ego dele é capaz de crescer mais, se isso é possível. Ele sempre cozinha para nós, porque meu pai quase nunca está em casa.
– Seu pai trabalha de que?- indagou Matt.
– Digamos que ele é um inventor.
– Legal, ele inventa o que?
– E aqui está o MC Lanche Barriga Feliz!- Ben entrou na sala trazendo uma bandeja com três pratos e três copos.- Se sirvam.- ele colocou a bandeja na mesa de centro da sala e logo os três já estavam comendo um hambúrguer, com batatas fritas e refrigerante.
Gwen colocou o filme para rodar e o filme era igual a capa: sangue e uma loira gritando.
Matt não entendia filmes de terror. Por que sempre as pessoas tinham que ir sozinhas a um porão e/ou sótão de uma casa que todos dzem ser mal assombrada no meio da madrugada? De tão estúpido, chegava a ser engraçado.
– Esse sangue é tão falso.- disse Ben- Parece que pegaram tinta rosa e colocaram água.
– Não ficaria surpresa se descobrisse se eles realmente fazem isso.- disse Gwen.
Matt acabara de comer e começou a beber seu refrigerante. Logo quando acabou de tomar todo o seu conteúdo, passara mal.
– Matt, você está bem?- perguntou Ben.
Matt queria dizer algo, mas nada saia de sua boca. Seu cérebro entrou em chamas. Linhas negras, como se fossem tatuagens, se espalhou pelo seu corpo e seus olhos, onde antes era dourado, ficou prateado. Seu corpo entrou em chamas e onde as linhas tocavam, queimavam mais ainda e logo tudo foi embora. Ele estava ofegante, mas ainda consciente e seus olhos, adquiriram o tom dourado de sempre.
– Ele está pronto.- disse Gwen.
– Pronto...- disse Matt recuperando o fôlego- para que?
Gwen sorriu de lado e os olhos de Ben se tornaram gélidos.
– Você é nosso servo agora, Matthew Knight.- disse Ben e sua voz estava firme.
– Como assim?- Matt queria se levantar, mas ainda estava fraco.
– É simples, Matthew.- disse Gwen e sua voz estava ríspida e direta- Benjamin preparou uma Poção Servus, que é uma poção de obediência, e colocou em sua bebida. Agora você é nosso, digamos, escravo.
Matthew não sabia se era alucinação ou se realmente estava escutando o que Gwen dissera.
– Isso é mentira.- disse com um pouco de suas forças recuperadas.
– Duvida ainda, inseto?- disse Ben friamente- Terei que fazer um teste, então.- Ben olhou para a faca que estava na bandeja- Pegue a faca e faça um "C" em seu pulso, assim poderá se lembrar de quem são seus mestres, a nova geração dos Campbell.
Matt com certeza não queria fazer isso, mas logo sua mão direita tomou vontade própria e pegou a faca. Matthew tentava resistir mas era muito difícil. A ponta da faca encostou em seu pulso esquerdo e começou a deslizar sobre sua pele. O sangue começou a jorrar e a dor consumiu Matt. O corte era profundo e logo um "C" perfeitamente alinhado, estava em seu pulso, vermelho e pulsante.
– Agora Matthew Knight, você não poderá contar para ninguém sobre essa poção ou que você é nosso servo, seja por meio da fala, escrita ou gestos.
A mente de Matthew sofreu uma quentura e depois suavizou.
– Agora você vai voltar a sua casa e agir normalmente. Se sua mãe perguntar o que você fez aqui, diga que somente lanchou e assitiu um filme.- disse Gwendoline e logo outro quentura tomou conta do cérebro de Matthew.- Agora vá.
Matthew se retirou da mansão dos Campbell e se dirigiu a sua casa. Sua mãe já estava dormindo o que lhe aliviou e foi ao seu quarto.
Se enfiou de baixo das cobertas e tentou esquecer tudo, a dor, seu corpo em chamas internas e seus problemas que só haviam começado.

Sua manhã foi a mesma de sempre e então saiu para fora da mansão.
E os dois estavam lá.
– Não vou com vocês.- disse Matt e começou a andar rapidamente para longe deles.
Quando já estava a uma distância boa, Gwen gritou:
– Volte aqui, Matthew!
Suas pernas tomaram o rumo oposto e logo ele estava junto aos Campbell.
– Você vai andar conosco, Matthew. Todos tem que achar que somos amigos e você tem que evitar as pessoas.
"Fácil", pensou Matt.
– E se alguma garota começar a gostar de você e querer se aproximar, vamos ter que simular um namoro entre você e Gwendoline.- disse Ben.
Matt não conseguiu evitar a cara de nojo. Gwen levantou a mão e deu um tapa estridente na cara de Matt, deixando a marca de sua mão na pele caramelo do garoto.
– Mais respeito, Knight.- o rosto de Gwen estava rígido.
Matt se recusava a falar algo, então os três foram andando a escola regular. Chegando na porta da escola, Gwen e Ben abriram um sorriso e começaram a conversar e rir, como se tivessem feito isso o caminho todo.
– Faça o mesmo que nós.- disse Ben com a voz baixa.
Os lábios de Matt se abriram em um sorriso e gargalhadas saíram de sua boca, contra sua vontade.
Logo, os três já estavam na porta da sala de aula, quando uma voz conhecida fala:
– Olá Matt, Ben e Gwen!- Elizabeth.
Os três viram para trás e percebem a escolhida da Terra, atrás deles.
– Elizabeth...- Gwen se tornou falsamente simpática- Não sabia que estudava aqui.
– Ah sim, eu estudo. Perdi a aula de ontem e hoje é o meu primeiro dia.
– Sente- se perto de nós na aula, então.- disse Ben convidando a garota.
– Sou de outra sala, me desculpe.
– Sem problema.
– Vamos entrar na sala, então?- chamou Gwen.
– Claro.- disse Ben.
– Vamos, Matt.- disse Gwen e olhou nos olhos dele.
Os três se despediram de Elizabeth e entraram na sala em seus costumeiros lugares. As aulas se passaram normalmente e por fim, já acabara as aulas na escola regular. Os três saíram da escola apressadamente e se dirigiram ao caminho que levava a Academia Elementar.
E lá estava a Academia, glamorosa e esbelta como sempre. Os alunos entravam pelas portas duplas, mas alguns continuavam no jardim da frente, conversando e usando seus poderes.
Os jovens entraram na escola e já se dirigiam as suas salas, quando Matthew foi barrado:
– Matthew Knight?- indagou um supervisor de cabelos negros e olhos com uma leve tonalidade vermelha.
– Sou eu.- disse Matt.
– Me acompanhe, por favor. O professor de Combate, Robert, deseja conversar com você antes da primeira aula.
– Sobre?
– Ele não me disse, só me pediu para te chamar assim que o visse.
– Onde ele está então?- perguntou Ben.
– Me desculpe, mas ele insistiu que só o Sr. Knight fosse ir ao encontro dele.
Ben e Gwen se olharam por um instante e depois, Ben disse:
– Te esperamos na sala, Matt.
Matt assentiu relutantemente.
O tal supervisor, o levou para o último andar da Academia, o qual, Matt pensou que fosse o sexto andar.
Chegando a uma porta dupla menor que a porta dupla principal, o supervisor bateu na porta e anunciou a chegada de Matt, logo as portas se abriram. O que Matt pôde ver do sexto andar, era somente portas iguais a esta que estava entrando e uma porta maior, no final do corredor.
O supervisor saiu da sala. O professor Robert, estava atrás de uma mesa e uma janela enorme, ocupava quase toda a parede de trás dele.
– Sente- se.- disse ele rapidamente.
Matt se sentou.
– O que o senhor deseja.
– Lhe alertar.
Matt ficou tenso.
– Sobre?
– Os Campbell.
Matt não achou que poderia ficar mais tenso, mas logo ficou.
– Antes de começar, quero que saiba que não estou julgando ninguém, só quero que saiba sobre o que aconteceu e vou deixar você tomar suas próprias decisões.- Matt assentiu instigando o professor a continuar- Há algum tempo atrás, mais de três décadas, havia um aluno que se chamava Charles Campbell. Eu estudei com ele. Ele era um escolhido do Ar. Charles era um ótimo aluno, inteligente e ótimo em batalhas, mas ele era ambicioso. Não aceitava que somente cada pessoa possuísse somente um Elemento, principalmente ele. Fez pesquisas e mais pesquisas para saber a localização exata dos Elementos e, de algum modo, fazer com que eles os escolhesse também. Ele era demasiado inteligente, não só por ser um Elementar do Ar, mas ele sempre buscava por conhecimento, passava o dia inteiro na escola, na biblioteca. Ele tinha amigos também, tão ambiciosos quanto ele, e todos tinham um desejo em comum: dominar todos os elementos. Charles conseguiu um número bom de estudantes para serem seus aliados. Então, de repente, Charles sumiu e todos os seus aliados também, e então, foi esquecido, nunca mais ninguém ouviu falar deles.
– E ninguém os encontrou até hoje ou teve alguma pista?- indagou Matthew.
– Não. Sumiram do mapa. Mas antes deles evaporarem, o antigo diretor da Academia, ficou sabendo dos planos de Charles, mas ninguém deu muita importância, aliás, quem conseguiria achar os Elementos? Já faz muito tempo desde que um Elementar esteve na presença de um e eles só são achados se quiserem.
Matthew assentiu.
– Enfim, Matthew, o que quero dizer é que é bom você ficar com um pé atrás em relação aos Campbell, sei que não devemos julgar os outros pelas ações de seus antigos familiares, mas tenha cuidado.
"Tarde demais, professor, eu agradeceria se você tivesse me contado isso ontem", pensou Matt.
– Terei cuidado, não se preocupe.- disse Matthew.
– Era só isso o que eu tinha a dizer. Vá para sua sala.
Matthew assentiu e saiu da sala do professor. Ficou refletindo sobre a história. Será que seria possível um único Elementar dominar todos os elementos? Isso já acontecera alguma vez? Matthew entrou na sala e se sentou ao lado da janela.
– O que ele queria?- Ben disse murmurando.
Matthew não poderia contar isso a eles. Então ele mentiu, aliás, Ben não ordenou que ele dissesse a verdade.
– Era em relação aos meus poderes. Só para saber se os estou controlando bem, já que sou o único Elementar do Psíquico na Academia e não tem ninguém que entenda realmente o Psíquico.
A professora da aula de Cura chegou na sala. Possuía cabelos grisalhos e olhos roxos. Logo, ela pediu a atenção de todos o que evitou mais perguntas dos primos Campbell. A aula de Cura, era uma das aulas mais chatas. Era necessário concentração e foco, coisa que Matt ainda não conseguia praticar. Na aula, a professora Brown, trouxe alguns ratos que estavam doentes e por fim, os alunos teriam que curar os ratos.
– Todo elemento possui um atributo de cura, apesar de que nos Elementares do Elétrico, seja mais forte a presença da cura. Agora coloquem suas mãos na direção do seu rato e pense em seu elemento, mas pense nele com atributo de cura.
Os alunos fizeram o que foram mandados a fazer. Matthew esticou suas mãos e pensou no Psíquico com atributo de cura. Ele não sentia nada de especial, mas depois suas mãos ficaram quentes, mas não desconfortávelmente, e sim prazeroso.
– Isso, Knight!- a professora Brown elogiou Matt- Ótimo trabalho.
Matt poderia estar louco, mas ele pensou em ter ouvido o pequeno rato soltar um barulho de alívio.
Passado alguns minutos a aula acabou e Matt pensou em perguntar a professora se existia alguma cura para poções, mas seria muito suspeito, então ele decidiu voltar na escola a noite. As aulas ocorreram bem e por fim, era o intervalo. Fizeram a mesma rotina, os três indo sentar em uma mesa isolada das demais e simulando conversas, como se fossem amigos.
"Isso que dá querer ter amigos, Matthew", se repreendeu "Agora você é escravo, simplesmente porque fez amizades".
O intervalo acabou e a quarta aula do dia começou. Era Controle e dessa vez, Matt acreditou que se saiu bem. A última era Combate e o professor Robert, entrou na sala. Ele nem se quer olhou na cara de Matthew, por fim, os levou a arena para ter a aula.
Os alunos se sentaram nas arquibancadas e o professor começara a falar:
– Na última aula, eu sei que todos estavam somente se divertindo. Hoje colocaremos a mão na maça. Para lançar um ataque, focalize seu poder em suas mãos e convoque seu elemento. Para os Elementares da Água, há uma fonte ali no canto- ele apontou e de fato, havia uma fonte pequena-, para convocar, porque é mais difícil para vocês, escolhidos da Água, extrair a água ao seu redor. Façam pares e venha a arena.
Obviamente, Matt ficou com Ben. Gwendoline fez par com a Elizabeth.
Matt encarou Benjamin e uma onda de fúria o preencheu. Ele fez o que o professor Robert disse e concentrou seu poder nas mãos e convocou o Psíquico. Foi fácil. Matt jogou suas mãos para a frente e uma onda invisível, atingiu Ben. Ele caiu e rolou alguns metros. Em seguida, se levantou e sorriu de lado para Matthew.
– Ótimo ataque.
Benjamin, se levantou rápidamente e lançou um bloco de gelo enorme no Matt e com isso, foi arremeçado para trás.
Matthew se levantou, a fúria cada vez mais intensa. Ele ergueu as mãos e Benjamin foi tirado do chão. Matthew começara a enforcá- lo, aquilo era bom, a sensação de estar no controle era ótimo.
– Hey! Knight, já chega!- gritou o professor Robert.
Ben caiu no chão na hora, arfando e colocando as mãos no pescoço.
– Não precisa ir tão longe, garoto.- Robert olhou nos olhos de Matthew.
Matthew disse um "desculpa" e a aula continuou. Os olhos de Benjamin, estavam intocados, mas Matt sabia que uma raiva fria o dominava.
As aulas acabaram e os três jovens foram embora. No portão dos Knight, Benjamin disse:
– Se você me ferir de novo, vai se arrepender Knight.- e com isso, os jovens Campbell, entraram na mansão e sumiram. O cão que estivera observando Matthew no dia em que estava olhando pela janela, apareceu de novo e se sentou. O encarando e por fim, Matt entrou em sua casa.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avise, não tive tempo de revisar ^^
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