Algumas semanas se passaram e nesse meio tempo Cato meio que se infiltrou na turma novamente graças a Gale, no inicio foi estranho e os garotos ainda não aceitaram essa volta muito bem, mas estamos tentando nos acostumar.

Marvel foi o mais irredutível sobre essa “volta” do loiro para a trupe, mas Glimmer conseguiu acalmá-lo. Felizmente ou infelizmente apenas após alguns “incidentes” entre os dois homens.

– Mas não foi nada de mais amor! Eu só enfiei um garfo na mão dele!- essa foi a brilhante defesa que meu irmão gênio apresentou para sua noiva furiosa- Quando a Clove praticamente esfaqueou ele você não deu bola!

– Primeiro, senhor Marvel Abernathy, a Clove estava certa de inicio e, como uma boa amiga, eu tinha que apoiá-la, alem do fato de que todos nós éramos adolescentes na época, já você é um adulto! E segundo, a Clove não era meu noivo!- e essa foi a resposta de uma Glimmer indignada, deixando um Marvel envergonhado e posteriormente o obrigando a se desculpar.

Eu assisti a tudo aquilo de camarote.

Estava perdida em lembranças quando, de repente, meu telefone toca. Levo um pequeno susto e pego o aparelho com as mãos levemente tremulas.

– Alô

– Clove! É a Katniss!

– Oi Kat, oque você quer?

– Bem... é que eu e Peeta vamos sair com o pessoal hoje a noite e você foi a única com quem não conseguimos falar, e falando nisso, você tem telefone pra que criatura!?– questiona ela indignada- Eu liguei pra você nos últimos dois dias sem parar e você não atendeu e não me retornou!

– Desculpa Kat, estou com a cabeça cheia. Aproveitei que esse ultimo campeonato era perto de Cambridge e vim sozinha pra pensar um pouco, nem me preocupei com o telefone nesse últimos dias– desculpo-me.

– Não tem problema, mas só pra te preparar, Marvel ta arrancando os cabelos de novo por sua causa, se eu fosse você já planejava uma boa desculpa para não ter atendido o telefone.

– Droga– murmuro- Esqueci completamente de ligar para Marvel– Kat esta a rir do outro lado da linha pelo meu furo.

– Mas então Okay Clove, era só isso. Você vai certo? Eu e Peeta precisamos de todos lá e tals.

– Claro Kat, chego em Cambridge perto das 5 da tarde, talvez antes.

– Já almoçou?

– Sim– respondo, impaciente com a preocupação da morena.

– Bom mesmo, sabe que não pode dirigir sem comer e...– digamos que ela começou com um blábláblá que eu não prestei a atenção.

– Okay Kat, eu tenho que arrumar minhas coisas, tchau.

Escuto uma bufada do outro lado da linha e uma despedida rápida antes de desligar. Se eu deixasse ela continuaria com o falatório até amanha.

Arrumo minha pequena mochila e fecho a conta do hotel, levando uma cantada do filho dos donos do estabelecimento. Resolvo brincar com o garoto. Com seus 18 anos e um belo corpo, usava também uma camisa de algum time de futebol americano de colégio com seu nome está estampando atrás com letras douradas. Obviamente um jogador e levando em conta que o hotel é bem sucedido, não duvido que invista na carreira.

Me apoio no balcão e me inclino em sua direção, mostrando um pouco do meu decote.

– Sabe garoto, se você tiver boa pegada, deixo você me pagar uma bebida- falo em voz sensual e ele abre a boca em um perfeito “O”, incrédulo que engatei no seu flerte.

– Então pegue sua bolsa, vou te levar ao melhor barzinho da cidade.- responde apressado.

Eu rio e o espero dar a volta no balcão, engato meu braço no seu e sigo com ele até minha moto.

– Vamos no meu carro- insiste ele.

– Não, meu querido. Minhas regras- falo apenas e o entrego um capacete.

– Okay...

Não posso negar que até foi legal, tirando o fato de o garoto acreditar que nós íamos mesmo partir para algo pervertido. O nome dele era Peter, e pelo jeito as garotas da cidade tinham uma bela rivalidade apenas para conseguir a atenção dele.

Fomos a um tal de American Bar. Quando chegamos lá todos nos olharam espantados, alguns garotos assoviaram e parabenizaram Peter, já as garotas tenho certeza que planejavam varias formas de me matar no momento.

– Parece que é um garoto disputado, não Pet?- usei o apelido tosco dele, que de acordo com o mesmo era só para os íntimos, e a garota na mesa ao lado bufou, comprovando minha teoria.

– Acho que sim. Não dou muita bola pra isso, ainda to procurando a garota ideal.- ele fala, envergonhado por compartilhar algo tão intimo com uma estranha, e por algum motivo eu vejo um pouco de Cato nele.

– Então Peter, quando você encontrar, não a deixe escapar por nada, okay? Por que você pode não encontrar ninguém para substituí-la.- aconselho-o, algo que eu gostaria que alguém tivesse feito com Cato a alguns anos atrás.

– Na verdade... eu já encontrei... mas ela se quer olha pra mim- ele suspira tristonho e olha para um grupo de meninas do outro lado do barzinho.

– Ela esta aqui?- questiono, com uma idéia fervilhando na mente.

– Sim... a Jenny está lá com suas amigas- ele fala, apontando para o grupo e confirmando minha suspeita.

– Qual delas é?

– A morena de vestido rosa floreado- fala ele confuso- Por que?

– Eu sei que me trouxe aqui pra tentar fazer ciúmes nela,- constato o óbvio e suas bochechas ficam vermelhas com o flagra- mas que tal, invés de bancar o gostosão e tentar fazê-la percebê-lo por algo estúpido, você bancar o herói e ter a oportunidade de mostrar a ela o cara legal que eu já percebi que você é.

– Como assim?- questiona interessado.

– Digamos que eu possa provocar uma briga com facilidade aqui, um charme e um incentivo podem fazer a cabeça de um homem facilmente sabia? Presta a atenção e não perde a bola meu amigo, só vai ter uma chance de marcar touchdown.

Levanto-me e vou rebolando até uns caras mais ou menos da minha idade, musculosos e gatos, que olham para a minha pessoa instantâneamente. Escolho o mais franzino deles, que não deve ser menor que Peter, oque vai equilibrar as coisas em caso de briga.

– Oi bonitão- falo sensualmente, me aproximando e ele me lança um olhar cafajeste- Sabe... minha amiga ficou interessada em você...

– Jura? Ela é tão gostosa quanto você?- concordo com um aceno de cabeça e ele sorri ainda mais- Onde ela está?

Aponto para o grupo de garotas e descrevo a tal da Jenny. E lá se vai o babaca.

Cara porque é tão facil manipular os homens?

– E você gostosa? Ficou interessada em alguém daqui?- questiona um ruivo sardento.

– Sinto muito amor, sou comprometida- minto e saio de lá o mais rápido possível, bem a tempo de ver o meu fantoche cair matando em cima da Jenny, que o olha enojada.

– Vai lá Peter!- falo pra ele e o empurro da mesa. O garoto lerdo!

Peter caminhou até lá de peito estufado e o bar silenciou para ouvir a provável briga.

– Ei amigo, acho que a Jenny não está muito afim, eu caia fora se fosse você- ele fala calmo, colocando a mão no ombro do cara que o olha irritado.

– Vasa garoto, o papo é só entre eu e ela- retruca ele.

– Jenny, sai daqui, por favor- pede Peter, ainda calmo.

– Mas Pet....

– Por favor- repete ele e ela obedece, indo para perto de suas amigas e de alguns caras em um canto qualquer- Agora, você vai ir embora e deixar a garota em paz- fala ele e se afasta do babaca.

– Sonha!- retruca novamente, com voz debochada.

– Sinto muito por isso- fala Peter, e o acerta um soco na mandíbula, o desequilibrando e jogando no chão. Fico impressionada do cara não ter ficado inconsciente com aquele soco. Cara! Que soco!

– Ora seu...

Quando ele está para avançar em Peter, o barman aparece e o tira do estabelecimento junto com sua trupe. Jenny não tardou a pular no pescoço do Peter, que parecia estar nas nuvens.

–E meu trabalho aqui está feito- murmuro e sigo em direção a porta.

– Clove!- berra Peter as minhas costas, vindo correndo em minha direção- Obrigado!- ele me abraça e depois me encara- Já vai?

– Sim, já perdi um tempo precioso aqui- respondo simplesmente, sorrio e coloco a mão em seu ombro- Não a deixe escapara garoto, e seja feliz. Boa sorte.

Viro-me e saio do bar, pegando minha moto e indo embora.

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