Everybody hates Lina escrita por rovvling


Capítulo 1
Pilot: Adan


Notas iniciais do capítulo

Se você não é do ts4 pode ler mas saiba que você vai boiar. Obrigado de nada tchau.



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– Sem bebida, ok? - disse minha mãe pouco antes de eu deixar o carro.

– Ok. - sorri, e já estava com a mão na maçaneta quando ela tornou a falar:

– E sem drogas.

– Pode deixar.

– Sem sexo também, viu?

– Olha, isso eu não posso garantir. - disse, brincando, e saí do carro. Quando olhei para trás, a vi com uma expressão perplexa no rosto. Voltei e abri a porta do carro novamente. - É brincadeira, tá?

– Tá... - minha mãe respondeu, mas percebi que ela já não estava tão certa.

Sorri, fechei a porta novamente e me dirigi à entrada da festa.

Era tudo grandioso e colorido, holofotes piscando para todos os lados e lançando sua luz cegante nos olhos dos convidados. Pisquei algumas vezes para me livrar do disco brilhante que se instaurara em minha visão e segui, o presente debaixo dos braços. Um banner enorme com uma foto de Lina e as inscrições "Carolina, 14 anos" estava na entrada, e fiquei curioso para saber se aquilo era uma moda nos aniversários de gente de classe ou algo extremamente brega. De qualquer modo, não questionei, e enquanto a fila em minha frente diminuía venci a distância até a porta e cheguei à versão real da aniversariante, esta bem menor e muito mais agitada.

– Obrigada, Bia! - dizia Lina para uma garota que a estava cumprimentando.

– O nome dela é Beatriz? - já cheguei perguntando.

– É, por... ah, não, nananinanão, nem pense. - ela respondeu, dando um tapa em meu braço.

– Feliz aniversário! - disse, animado, e ela me deu um abraço com o dobro da animação, quase saltitando onde estava. Lina tremia um pouco, e já estava quase sorrindo idiotamente e dizendo que não precisava ficar tão ansiosa em minha célebre presença quando vi o motivo de sua ansiedade: um garoto um pouco mais alto que eu, cabelos negros como o céu noturno acima de nós e olhos de um azul intenso, que vinha atrás de mim na fila. Ela praticamente me empurrou longe para cumprimenta-lo, seu abraço muito mais longo. Então ela troca seus amigos tão facilmente assim?

Quando o garoto entrou, fui falar com ela, que se virou e deixou no vácuo Windlin, que já vinha de braços abertos.

– Quem era aquele...

– Gato! - Windlin me interrompeu, me lançando um olhar de "olha quem ficou no vácuo agora".

– O nome dele é William. - disse Lina, como se só isso já bastasse.

– Aquele William? - Windin disse, e Lina acenou afirmativamente.

Como sempre que as garotas começam esse tipo de assunto ao meu lado, boiei.

Gio, que estava atrás na fila, chegou com seu sotaque divertido logo atrás, e me afastei com Windlin para não ficar emperrando a fila.

– Quem é William? - perguntei.

– O crush da Lina. E está tudo combinado para eles ficarem hoje! - Windlin respondeu, quase tão animada quanto Lina.

– Vocês são uma máfia!

– Mas é claro.

– E quantas mais fazem parte da corja?

– Somente Lina, eu, Gio e Tris. - ela respondeu sucintamente.

– Por falar na Tris, você acha que ela vai vir hoje?

– Espero que sim, ela se empenhou demais em juntar Lina e William para não estar presente neste momento.

– Milagre, com seu jeito hipster cult e jovem idosa duvidei que sairia de casa. E, se sair aposto que virá com aquela touca ridícula.

– Quer apostar? - Windlin disse, olhando por sobre meu ombro, parecendo chocada. Olhei para trás esperando ver um fantasma. Só posso dizer que nem fantasma assustaria daquela maneira.

Na entrada estava Tris, sem gorro nenhum, com um vestido roxo provocantemente decotado. Confesso, estava muito bonita, e meu choque devia estar estampado em meu rosto quando ela veio me cumprimentar.

Não demorou muito para que começassem a falar sobre William, e usei meu dom de sair à francesa para encontrar Bea e Mari, conversando do outro lado do salão lindamente decorado.

– Oi! - cheguei cumprimentando, e Bea me cumprimentou calorosamente, enquanto Mari mantinha uma concentração inabalável na mesa de quitutes.

– Não tem nada com mortadela aqui. - disse, com um tom decepcionado, e comecei a rir alto até perceber que ela estava falando realmente sério.

– Com relação a isso não posso te ajudar, mas você pode me dizer onde está o bar? - perguntei.

– Adan, a festa nem começou direito! - disse Bea, me dando um tapa no braço, e me perguntei por que as pessoas sempre gostam de me bater ali.

– Onde a Lyvia estiver, lá estará o álcool - disse Mari, como se recitasse um poema.

E não demorei a ver Lyvia, um copo de batida na mão já na fila por um próximo. Arrastei as duas comigo e lá fui.

Na frente de Lyvia estava Ana, jogando seu charme para o barman para que colocasse uma dose maior de vodka em seu copo. Lá esperei, Bea a contragosto, Mari observando a tudo com olhos atentos e divertidos.

– Sempre soube - apontou, e me virei bem a tempo de ver Catharina e Victor se beijando.

Trocamos olhares e engolimos em seco para não vomitar na cara dos dois, e nos voltamos para o bar.

Com as nossas bebidas em mãos (só a minha contendo álcool, o que me fez me sentir um alcoólatra imundo antes mesmo de dar o primeiro gole), nos sentamos com Isabela e Thayna, que provavelmente estavam engajadas em uma conversa com Victor e acabaram de vela.

– Mas eu ainda acho que ele é gay - disse Thayna em alto e bom tom, e posso estar enganado, mas senti uma leve insinuação de ciúme em seu tom de voz que me fez começar a rir.

Logo Lyvia e Ana se juntaram a nós, Lyvia já com a fala enrolada. Carou e Tina chegaram logo depois e se sentaram conosco, também lançando olhares enojados ao casal.

– E justamente quem eu pensei que estaria assim em público está se comportando. - disse Carou, o olhar pousado em Bea e eu. A essa altura do campeonato simplesmente desistimos de tentar negar qualquer coisa com a clássica conversa do "somos só amigos" e só nos entreolhamos, imaginando o que os outros deveriam estar pensando.

Schafer chegou pulando em Mariana, que se assustou de verdade e quase lhe virou um tapa na cara. Atrás vieram Gio, a Bia dos livros (que surpreendentemente não estava com um livro debaixo dos braços como cheguei a imaginar... ué, ela não ganhou esse apelido a toa), Waleska e Windlin. O grupo estava praticamente formado, e pensei como deve ser chato no fato de fazer uma festa desse tamanho todos os seus amigos curtirem menos você. Mas também não vi William em lugar algum, e logo concluí que eles deviam estar se beijando loucamente atrás de alguma pilastra.

Mas logo o volume da música foi abaixando, as pessoas pararam o que estavam fazendo (menos Victor e Catharina) e olharam para um amplo palco onde ficava a mesa do DJ, e onde se encontrava a pequenina (um bom adjetivo para dizer que ela era baixinha pra caramba) Lina segurando o microfone. Foi só aparecer que todos começaram a aplaudir, o que durou por um curto tempo. Quando todos se silenciaram novamente para prestar atenção no que a aniversariante iria dizer, somente a voz de Lyvia ecoava pelo salão:

– UHUUUUUL, VAI LINossa acho que preciso vomitar... - disse, com a voz embargada, e correu, aos tropeções, abrindo caminho pelo bolo de pessoas.

Lina aproximou o microfone da boca e começou a falar, sua voz forte nos cercando vinda das caixas de som.

– Obrigada por estarem aqui, neste meu aniversário. Estou muito feliz em ver todos vocês (bom, alguns não, mas sou educada), e espero que essa noite seja A noite! - disse, e todos gritaram e aplaudiram. As luzes começaram a piscar, o DJ a tocar, e todos nos levantamos para dançar (menos Victor e Catharina, vale ressaltar).

Tudo estava alegre até que notei a expressão de preocupação de Windlin, e me aproximei. Ela e Gio falavam com Lina, que tinha claramente algo a incomodando.

– O que aconteceu? - perguntei, caindo de paraquedas na conversa.

– Will... - Lina disse, olhando para os cantos - não o acho em lugar algum.

Justo ela, que eu nunca vi se preocupando com garotos (não como se não gostasse, mas como se fosse independente demais para qualquer um deles). Mas não é algo que eu reprove, eu realmente estava torcendo para que ela desencalhasse, e falei:

– Vamos, eu te ajudo a procurar.

– Adan! - Lina exclamou.

– O que foi? Agora eu já sei do que está acontecendo mesmo.

Então saímos eu, Lina, Gio e Windlin pela massa de gente em meio a luz pulsante, eu com o maior cuidado para que ninguém esbarrasse em mim e derrubasse o conteúdo de meu precioso copo.

Quando parei para pensar, me lembrei de que a máfia das garotas não se restringia apenas às três. Uma das integrantes estava faltando.

– Gente, nós estamos aqui procurando por um garoto mas alguém já parou para pensar onde está a...

Minha voz morreu, e o choque e a incredulidade tomaram conta. Eu havia finalmente achado William, mas ele não estava sozinho. O garoto e Tris se beijavam intensamente, encostados a uma pilastra em um canto mais afastado, contrariando completamente o sonho de algo romântico que Lina pudesse ter mantido.

Enquanto o William e Tris se pressionavam contra a pilastra em calorosos beijos, Windlin, Gio e Lina finalmente se viraram, suas expressões sendo tomadas pelo choque assim como a minha fora. E o pior: enquanto o garoto parara para beijar o pescoço de Tris, esta fitou Lina, os olhos maliciosos, um sorriso irônico se formando em seus lábios.

– Vagabunda... - murmurei, mesmo não tendo nada a ver com o assunto.

A expressão de Lina mesclava da incredulidade à raiva, contendo algo que estava prestes a explodir. Troquei olhares com Windlin e Gio.

Enquanto a música tocava alta e luzes pulsavam por todo o recinto, Lina partira para cima de Tris, com raiva no olhar. Só tive tempo de ouvir um "nossa, tá putinha, é?" antes de ouvir o estalido do primeiro tapa.

E a festa estava só começando.


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