Masquerade escrita por okayokay


Capítulo 14
The Storm


Notas iniciais do capítulo

Grandes revelações :)



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Madison Hartfold

Frank parece espantado demais para dizer qualquer coisa. Ele está incrédulo. Olho para meu amigo, pensando se agi certo. Nunca pensei que pensaria assim.

Ele ri. Negação, penso.

– Tiffany e Sebastian? É ridículo.

– Eu vi, Frank. Logo após que voltamos de Cancun. Eu vi! Então quando confrontei Bash, ele confessou. Disse que eles estavam transando desde a viagem.

A ficha dele parece ter caído, finalmente. Frank percebeu a verdade. Não havia mais como negar, afinal. Eu vi e por mais que não seja a melhor das pessoas, sou uma fonte confiável. Nunca me abriria desse jeito se não fosse verdade e Frank sabe disso.

– Por isso ela ficou tão tranquila quando me viu com...

Ele para.

– Com quem? - questiono, curiosa, ávida por um novo segredo para manter.

– Com outra mulher - ele disfarça, percebo. - Eu... eu vou falar com Sebastian.

Seguro o braço dele.

– Se lembre que Bash não a obrigou a nada. Quando um não quer, dois não ficam.

– Como você consegue ficar noiva dele sabendo de toda essa nojeira?

Eu apenas sorrio tristemente, liberando o braço de Frank, o deixando ir.

Porque eu sou pior do que ele, penso.

§§§

Sebastian Scotterfield

– Ei, Frank - Adam o cumprimenta, acenando da nossa mesa no refeitório do Instiuto St. Cloud. Ele espera Frank se aproximar para contar as novidades. - Estávamos conversando agora mesmo sobre a despedida de solteiro de Bash. Descobrimos uma boate incrível na cidade e...

Adam para de falar quando Frank me acerta com um soco. Viro o rosto para o lado, dolorido e surpreso. Frank sempre foi muito calmo e não imagino o porquê dele ter feito isso.

– O que foi isso? - questiono, limpando com a ponta dos dedos a boca, sentindo o gosto de sangue. Ele não responde, simplesmente se retira do refeitório, deixando eu e todos os outros presentes com um ponto de interrogação na testa. Alguns momentos depois, ele volta. - Então? Veio pedir desculpa?

Vejo o diretor Coleman atrás dele. É claro que isso daria problema. Frank está com cara de entediado, o que comprova que ele não falou nada, mas que foi flagrado.

– Wentworth, Scotterfield... os dois para a minha sala. Agora.

§§§

Franklin Wentworth

Resultado: depois de uma chata e longa conversa, eu levei dois dias de suspensão e Sebastian não levou nada. Nem uma repreensão. Testemunhas foram chamadas e disseram que ele não me atacou, mas sim o contrário.

– Ele nem tentou se defender - disse uma idiota do primeiro ano sobre Sebastian. - Ele e Frank são muito amigos, não havia motivo algum para isso.

Só eu me ferrei, é claro. É sempre assim. Sebastian sempre consegue tudo o que quer e os outros se dão mal em seu lugar.

Quando saímos da sala daquele diretor gordo e nojento, Sebastian me segura pelo punho.

– O que foi aquilo, Frank?

– Aquilo foi apenas uma amostra do que eu vou fazer. Eu vou acabar com você, Scotterfield, você vai me pagar.

Sebastian faz careta, confuso.

– Eu não estou entendendo...

– Talvez se eu chamar Tiffany aqui ela possa te explicar - rosno - ou te dar, não sei. Acho que ela pode fazer os dois ao mesmo tempo, não é? Porque vocês conseguiram manter um caso e fingir que nada estava acontecendo esse tempo todo, então acho que são capazes de se entenderem enquanto se comem em um canto qualquer.

Sebastian são sabe o que dizer, ele solta o meu braço e eu o puxo rudemente.

– Cara, eu...

– Eu sempre fui o mais calmo, mas isso acabou hoje. Você vai se arrepender tanto do que fez que vai desejar nunca ter olhado diferente para a namorada do seu melhor amigo.

– Frank...

Sorrio macabramente. Sinto o sangue pulsando por todo o meu corpo. Nunca me senti tão vivo em todo esse tempo. É como se eu fosse uma máquina deixada de lado há muito tempo ligada na tomada nesse exato momento. Eu queria sair socando tudo na minha frente, talvez passar uma noite na cadeia, brigar com o meu pai depois que ele pagasse minha fiança, jogar na cara adúltera dele que eu estou dormindo com a sua amante...

– Eu vou acabar com a sua vida, Sebastian. Você vai ficar completamente sozinho e o seu fim vai ser o cano de uma arma na boca e suicídio na sua carta de óbito.

§§§

Depois da discussão com Sebastian, fui para a lanchonete do colégio e peguei um refrigerante. Perdi as duas últimas aulas, mas isso não era importante. Já estava praticamente passado.

Me dirijo para o estacionamento, mas vejo Sebastian e Adam no pátio na frente do colégio, sentados na fonte que jorra água insistentemente.

– Você sabia? - pergunto à Adam, irado, traído.

Ele coça a nuca, incomodado.

– Eles terminaram há um tempo já. Desde o noivado e...

O encaro, indignado.

– Você sabia e não me falou.

Adam não confirma, mas também não nega. Essa é a sua carta de confissão.

Madison podia ter falado a verdade para mim, mas era óbvio que suas intenções não eram boas. Fomos criados juntos, mas nos tornamos amigos apenas no primeiro ano. Antes éramos apenas filhos de milionários que estudavam no mesmo colégio, disputando popularidade. Sei que o nosso grupo costumava ser verdadeiro depois do que aconteceu no nosso primeiro ano no ensino médio, mas agora parece que tudo foi destruído.

Todos jogavam. Tiffany, minha ex-namorada, dormia com meu melhor aigo, que por acaso era namorado da melhor amiga dela. Adam ficava com todas e Scarlett não era muito diferente, apesar de estar bem distante ultimamente. Todos jogavam jogos com o corpo e mexiam com as emoções. Eu sempre fui o mais calmo, o excluído. O mais fraco. Estava na hora de mudar, chegou a minha hora de acordar.

Está na hora de entrar no jogo.

– Você contou? - pergunto para Sebastian.

– Sim.

– E você - me viro para Adam - testemunhou contra mim. Estou suspenso por dois dias.

– Eu apenas disse a verdade, cara. Você queria que eu mentisse na casa de Bash?

– Você mente todo dia, que diferença faria mais alguns minutos?

Os dois se entreolhem e depois me encaram.

– O que você quer dizer com isso?

– Conta para ele, Adam - instigo, a raiva transbordando, o peito cheio de mágoa. - Conta para o seu melhor amigo que você já dormiu inúmeras vezes com a noivinha dele.

§§§

Tiffany Morgenstern

Olho para meus próprios pés, envergonhada.

– Tiff - Scarlett insiste -, por favor, fala alguma coisa. Me diz o que está acontecendo.

Balanço a cabeça. Ela percebeu que não estou bem e mesmo estando afastada, ainda se preocupa. De qualquer forma, sinto que não posso confiar a ninguém esse segredo. Será meu e apenas meu.

– Eu pedi transferência para Miami. Depois do dia de Ação de Graças eu vou para lá. Patrick recebeu um caso importante, então não vou estar sozinha.

– Tiff, pra que isso?

– Não há nada aqui para mim. Frank não é mais meu namorado, Madison me odeia, você está afastada, Adam nunca foi realmente um amigo, apenas uma companhia quando era preciso e Bash não liga desde... - suspiro. Sei que Scarlett sabe, mas não quero comentar sobre. - Meus pais mal me olham na cara, Derek vive de plantão. Patrick me entende e eu acho que vai ser bom morar com ele.

– Tiff, nós somos seus amigos. E os planos de formatura? As festas, as viagens antes da faculdade... Nós planejamos tantas coisas durante anos!

– Todos os meus atos destruíram qualquer amizade que possa ter existido entre nós. Sempre fomos próximos, mas você sabe como nos unimos, Lett. Eu sei que você se lembra.

– No acidente da piscina.

– Nós prometemos que nunca mais ficaríamos separados, assim um poderia ser o álibi do outro. Ninguém escolheu nada, o destino trágico de Jackson nos uniu e as marcas daquela noite vão nos manter juntos para sempre. Não somos amigos, nunca fomos, somos cúmplices, sempre seremos.

– Não é verdade. Testemunhamos um em favor do outro, sim, mas ficamos mais forte juntos. Tiff, por favor, não faz isso.

– Desculpa - levanto. - Já está tudo acertado e nada me fará voltar ou mudar de ideia.

§§§

Madison Hartfold

Entrego o dinheiro à Scarlett.

– Obrigada. Você é uma verdadeira amiga.

– Só continue a me passar informações. Não posso observar tudo ao tempo todo. Preciso dos meus amigos.

– Frank e Bash foram para a sala do diretor Coleman. Depois disso fui embora com Tiffany e ela me disse que ia embora para Miami depois do dia de Ação de Graças.

Quase cuspo o café que está na minha boca.

– Embora antes da formatura? Ela não pode! É uma data tão importante para nós.

– Foi o que eu disse, mas ela não quis saber. Disse que ia morar com o irmão.

– Derek vai para Miami? Essa é novidade.

– Derek não. Patrick.

Sinto o meu estômago e minha cabeça darem voltas e voltas até o mundo entrar em órbita novamente.

Tudo iria por água abaixo.

– E ainda tem a banda. Ela não pode nos deixar agora.

– Eu acho que você poderia falar com ela, Maddie. Tiffany acha que você a odeia e se essa ideia mudar, talvez tudo mude.

Concordo. Pelo menos finjo.

– Vou ter que sair agora. Tenho que falar com o Sr. Khan, marcar alguns shows para divulgar a banda antes do CD.

– Banda? Mas e a Tiff?

Sorrio.

– Scarlett, pode ter certeza que Tiffany não vai por o pé fora de Nova York.

§§§

Depois de satisfazer Patrick, me enrolo no lençol enquanto começo com os esquemas.

– Sua irmã quer ir para Miami - sussurro - morar com você.

Patrick não diz nada.

– Você não me falou que ia para Miami - continuo. - Nem que ela pretendia ir com você.

– Eu preciso ter um álibi. Tiffany me viu comprando a passagem online e decidiu que ia junto. O que eu poderia fazer?

– Ela não pode sair de Nova York.

– Maddie, sinceramente, você já fez Sebastian voltar correndo para você e Frank agora odeia Tiffany. Ela está sozinha, completamente isolada. É suficiente, não acha?

– Não. Não é suficiente. Nada é suficiente. Eu quero mais e você jurou me ajudar - faço bico. - Como nós ficamos, Pat?

Melhor argumento. Ponto para mim. Ele nunca me deixaria. Patrick lambe o chão que eu piso.

– Não acho que Tiffany mereça isso...

– Não merece? Ela fez coisas terríveis para todos nós. Ela além de mentirosa e traíra é uma assassina, Pat. Ela merecia a cadeira elétrica, mas eu sou piedosa demais para isso.

– E o que você vai dizer para todos quando voltarmos?

Sorrio fracamente.

Surprise, bitch– cito American Horror Story e Patrick cai na gargalhada, beijando minha testa.

– Eu amo você.

Forço um sorriso e o beijo de volta.

– Eu também.

Eu também me amo, completo mentalmente. Homens ouvem o que querem ouvir.

§§§

Adam van der Windsor

Bash me encara com frieza e isso me faz olhar para os lados. Meu melhor amigo me colocando contra meu outro melhor amigo. Que tipo de pessoa nós nos tornamos?

– Isso é verdade?

Como eu poderia negar? Dormira com Madison, sim. Nunca me senti culpado por isso. Dormi com Tiffany também. Nunca parei para pensar nos meus atos. Para mim, mulher sempre foi mulher, independente de ser minha amiga ou não.

– Na verdade - argumento - não foram inúmeras vezes.

Vejo os punhos do meu melhor amigo prontos para me acertarem. Digo a mim mesmo que no segundo soco irei revidar, porque o primeiro eu mereço. Mas ele é bem mais controlado do que Frank.

– Quantas vezes?

– Não sei - dou de ombros - sete, talvez oito.

Bash me puxa pela camisa, os punhos cheios de ódio e a cara raivosa. Me joga no asfalto, todos no estacionamento nos encarando. Ele me puxa para cima só para me acertar no olho e me solta para que eu caia novamente. Ele não me dá o segundo soco, mas fica ali em pé, enquanto eu estou estirado no chão.

O diretor Coleman logo aparece. Maldito, rosno. Esse gordo desgraçado está em todos os lugares o tempo todo.

– O que é que está acontecendo aqui? - ele questiona. - Scotterfield, você de novo? Será que uma visita à minha sala não foi suficiente pelo dia?

– Estamos no estacionamento, diretor Coleman - Bash rosna. - É território municipal, aqui você não manda e nem desmanda em nada.

O gordo se recolheu, rabo entre as pernas, para o colégio. Frank ri cinicamente.

– Parece que o feitiço caiu contra o feiticeiro - ele sibila como uma naja pronta para dar o bote. - Nos vemos mais tarde na festa da banda - ele gargalha falsamente. - Não acho que vocês dois estarão vivos até o fim da noite.

§§§

Madison Hartfold

Percebo que Phillip Khan me encara com os olhos brilhando. Patrick me observa de um canto enquanto sorri, mas nenhum dos dois é meu foco agora. Procuro por Bash, mas não o encontro.

Estou com um vestido rosa bebê com pequenas pedrinhas prateadas incrustadas nele na região da cintura. Meu anel de noivado está no meu dedo e uso pequenos brincos de diamante para combinar com meu anel. Meu cabelo loiro está preso em um coque bem feito e meu salto bege é meio desconfortável, mas o que uma mulher não faz para ficar bonita, não é mesmo?

Quando encontro Bash, aceno. Ele, por outro lado, desvia o olhar. É estranho, ele nunca me ignorou, então decido ir atrás, mas Phillip pede atenção para todos e chama os membros da banda para o centro do salão.

– Queria agradecer a presença de todos aqui hoje. É uma noite muito importante para mim, que reencontrei amigos queridos e pessoas que sempre me ajudaram. É uma noite mais importante ainda para os membros dessa banda em ascensão, sucesso na internet com seus covers e que irá gravar um CD só com músicas originais ainda esse ano.

Ele sorri.

– E é com imenso prazer que anuncio oficialmente que sou o empresário da The Storm.

Todos aplaudem enquanto taças de champanhe são distribuídas pelo salão. Encaro Bash que levanta a taça para mim. Suspiro de alívio. Fazemos todos um brinde e damos uma palinha, cantando e tocando o cover que nos levou ao sucesso: No Angels.

A vida de famosa poderia complicar os meus planos, mas eu não conseguia resistir.

§§§

– O que você quer dizer com isso, Adam? - questiono, exasperada.

– Bash descobriu. Frank contou.

– Como que Frank sabia disso?

– E eu sei lá! Se vira. Bash me odeia e provavelmente vai te odiar também.

– Não, ele não pode. Não depois de tudo que ele fez. Aquele desgraçado não tem o direito!

– Por causa de Tiffany? Bom, Frank também já sabe. Agora ele está espalhando nossos segredos por aí.

Praguejo.

– Você pode dar um jeito de parar esse leão enfurecido. Eu vou falar com Bash.

Adam segura meu pulso com força.

– Você acha que depois de Bash ter descoberto que você dormiu comigo, ele vai te perdoar?

Puxo o meu braço com agressividade.

– Não há nada para ser perdoado. Eu apenas o paguei com a mesma moeda e isso - sorrio sombriamente - é apenas o começo.


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Notas finais do capítulo

E as emoções hein? Aonde elas foram parar? hahahha reviews?



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