Blue Jeans escrita por Del Rey


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Cheguei com mais um capítulo delicioso de Blue Jeans. delicioso mesmoooo! Acompanhe ouvindo Possibility/Lyyke e Roslyn/Bon Iver & St Vincent. Espero que gostem, e se gostarem deixem reviews! Obrigada a todas as queridas que deixaram nos últimos caps. Estou muito animada em retomar a fic.



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Edward me encarava, enquanto tragava seu cigarro. Recostou-se na parede atrás de si. O barulho de tudo e todos conversando estava longe. Nos encontrávamos num universo particular, em silêncio. Os lábios finos dele tornaram um sorriso de canto, como estivesse pedindo desculpas. Retribui, involuntariamente, sentindo meu rosto corar. Sempre fui tão forte, e agora atuava no papel de uma garota tola, triste e apaixonada. O amor é uma doença, concluí, e nem o mais renomado médico pode curá-la, muito menos o tempo.

Seus dedos entrelaçaram em seu cabelo bronze e retornaram para dentro do bolso da calça cáqui. Ele é naturalmente sedutor, também concluí. Ele pode ter quem quiser consigo, com tamanha beleza, uma fortuna e um sobrenome de peso. Estava tão despojado e bonito ao mesmo tempo, trajando um suéter azul marinho, com suas mangas erguidas. E uma calça cáqui, com as barras dobradas até suas canelas. Os pés já descalços, com um par de sapatos descansando a menos de um metro.

Meus olhos percorriam todo o seu ser, reparando em cada detalhe. A pulseira marrom que usava, o jeito com que levava o cigarro à boca e seu maxilar se movendo ao expulsar a fumaça dos pulmões dele. Seus olhos encontravam-se fechados, semblante tenso. Desviei o olhar, me despedindo dos que estavam na sala, anunciando estar muito cansada depois da longa viagem. Todos me desejaram uma boa noite, exceto Edward. Ele ainda estava em seu canto, calado e fechado.

Subi as escadas, procurando a terceira porta antes do fim do corredor, onde era meu quarto. Abri minha mala no chão, procurando um pijama para tomar um banho e descansar, e encontrei uma camisola de seda azul marinho. Agradeci mentalmente por ser uma suíte, caminhei até o banheiro e acionei a ducha enquanto me despia. Adentrei, deixando a água quente relaxar meus músculos tensos, apliquei o sabonete líquido em uma esponja, ensaboei meu corpo devagar e enxaguei. Molhei meus cabelos, fechando os olhos enquanto riscos de água cortavam meu rosto. Edward tomou minha mente. Seu comportamento fechado - quase depressivo - me deixou em dúvida.

Apliquei o shampoo de morangos - meu favorito - e ensaboei com pressa, agora ansiando terminar logo o banho e deitar-me. depois de condicionar meus cabelos, esfriei a ducha e permaneci ali por alguns segundos, então desliguei. Enrolei meu corpo magro e pequeno na toalha marfim e a prendi, dando então atenção aos meus cabelos. Desembaracei com um pente de dentes largos e sequei, amarrando-os num rabo de cavalo bagunçado. Sequei meu corpo, me perfumei com minha fragrância preferida, de baunilha, e trajei uma lingerie e a camisola, dobrei as roupas que despi antes do banho e as ajeitei num armário. Arremessei meu corpo cansado contra a grande cama no centro do quarto e observei a decoração: Tudo em tons de marrom, marfim e branco. Um armário estreito ocupava o canto do quarto, ao seu lado a porta do banheiro. A iluminação não era branca, meio alaranjada, criando um ambiente aconchegante, e provém de um abajour ao meu lado esquerdo e pequenas fontes de LED no teto. Pressionei minhas têmporas, embolando-me nos edredons perolados de linho, então deixei meu corpo ser engolido pelo inconsciente.

...

Eu caía, caía dum penhasco altíssimo. Quando atingi a água, tentei voltar à superfície, mas não consegui, algo me empurrava para baixo, me puxava. Meu ar se esgotava e meu peito palpitava. Era escuro, agonizante. Quanto mais eu tentava nadar, mais pesada em ficava, meus movimentos eram limitados, quase inexistentes. Senti meu corpo bater contra as rochas, e qualquer tentativa cessou, eu era encaminhada para o fundo dum mar escuro e violento. Minha visão turva me mostrou o pôr do sol, como se contraposto, diversas vezes. Meus pés tateavam pedregulhos. Edward caminhava em minha frente. Tudo em tons de diversas cores. pareciam alucinações. Edward! Eu berrava, sem fôlego. O grito ecoava, porém ele se afastava cada vez mais. Edward!

...

Acordei assustada, arfando. Entrelacei os dedos em meus cabelos, os soltei e penteei com as mãos. Droga de pesadelo. Minha garganta estava seca. Por um minuto, tive medo de ter gritado o nome dele enquanto sonhava. Levantei da cama, e abri a porta com cautela. Apenas a luz do corredor acessa. Saí do quarto, descalça, e fui em direção a cozinha, com a intenção de beber um pouco d'água.

Antes de terminar de descer as escadas, ouvi um som vindo da sala. Um piano. Estiquei o corpo, tentando visualizar. A sala estava em meia luz, com as grandes cortinas pérola entreabertas, exibindo um céu estrelado magnífico. Uma sombra tocava piano. Aquilo dava uma cena perfeita para um drama.

Me aproximei, cautelosa, querendo ouvir mais. Estremeci ao perceber que era Edward. recuei alguns passos, refazendo meu caminho à cozinha, enquanto apreciava mais um pouco. Ele toca muito bem. Mais uma conclusão para uma das muitas que tive desde que cheguei.

– Isabella. - Edward murmurou, e instantaneamente virei. Ele estava de costas, então parou de tocar, virando seu rosto e proporcionando mais uma troca de olhares.

– Como soube que era eu? - um bolo formou-se em minha garganta, quase fazendo com que eu gaguejasse.

– Senti seu perfume. - estremeci. Ele ainda lembra do meu perfume? - Sente aqui, do meu lado.

Caminhei até o piano, nervosa, e sentei-me ao seu lado. Ele virou o rosto, suas orbes esmeralda em contato com as minhas, e então riu, permanecendo com um sorriso nos lábios. Edward pegou uma mecha de meu cabelo, caída em meu rosto, e a colocou para trás. Nossa aproximação aumentou.

– Por onde andou, meu anjo? - disse ele em meu ouvido, com sua voz rouca e suave, causando arrepios em meu corpo. Suas mãos deslizaram por minha cintura, me evolvendo. Senti o toque de suas mãos frias sobre a camisola fina. Ele me apertou num abraço, enterrando sua cabeça na volta de meu pescoço. Retribui o abraço, enroscando meus dedos em seus cabelos bronze. Como senti falta desse contato. O apertei contra mim, ansiando mais. O mais que eu não teria, nunca teria. Ele não pertencia a mim, e sim a Tanya. Fechei os olhos com força, mas as lágrimas rolaram por meu rosto. Edward afastou-se, seus olhos fixos em mim. Com o polegar, tocou minhas bochechas, afastando as lágrimas. - Não chore.

Edward alcançou a taça que repousava sobre o piano, tomando dois goles longos do líquido escuro, em seguida apertando os olhos. Devolveu-a ao lugar, e pôs se a tocar novamente. Era triste, depressivo. A trilha sonora de uma morte, de um sofrimento. Alcancei a taça dele, bebericando. Era vinho tinto, suave. Meu favorito. Bebi mais, entregando a taça à ele, que estendeu sua mão. Após beber, repousou a taça novamente no piano.

– O que eu faço? - murmurou ele, em tom quase inaudível. - Eu não devo lançar meu casamento ao alto, devo? Eu te amo, Isabella. É a única coisa que consegui concluir sobre eu mesmo desde aquela noite. - disse ele, virando para mim. Entrelaçou seus dedos nos meus, erguendo minha mão e a beijando. - Eu... Eu não sei se amo Tanya... Ela é incrível, tão doce. Não quero magoá-la.

– Você encontrou alguém, Edward. - bufei - Eu não. Eu sofri por sua causa. Chorei por sua causa. Onde você estava? Tão próximo, e nunca nos encontramos. Receber o convite de seu casamento foi o mesmo que levar um tiro. Você estava feliz com ela antes da minha chegada, não? Pois talvez eu deva ir embora. Estou atrapalhando sua felicidade. - engasguei, vendo lágrimas turvarem minha visão. - Não arruíne seu casamento por mim, Edward. - levantei, pretendendo voltar ao meu quarto. Ele me segurou pelo braço, levantando-se também. - Solte-me! - ordenei.

Ele me segurou, sentando-me no piano. O som das teclas fez um coro grave. Eu tentava me livrar dele. Seus braços másculos me envolveram, suas mãos serpenteavam pelas minhas costas, causando-me sensações estranhas. Fechei os olhos, ofegante. Sua mão segurou meu queixo, curtos beijos foram depositados em minha bochecha, até ele alcançar o canto de minha boca. Permaneci imóvel, anunciando minha desistência. Eu sentia sua respiração em meu rosto, à centímetros de distância. O hálito embriagado, e o sentimento que havia sido apagado novamente queimando nossos corações. Entreabri os olhos, sentindo suas mãos percorrerem minhas coxas. Edward alcançou a taça de vinho, bebendo um longo gole. Seus lábios finalmente encontraram os meus. Meu coração palpitava. Seu beijo manso, sem pressa, porém totalmente exigente. Sua mãos - uma em minhas costas, outra em minha coxa - me apertavam cada vez mais contra ele. Envolvi seu quadril com minhas pernas, totalmente perdida nele. Minhas mãos serpenteavam seu pescoço másculo. Nosso beijo acelerou, exigindo ainda mais de ambos. Suas mãos frias passaram de minha coxa até meu quadril, por baixo da camisola, seus dedos enroscavam nas laterais de minha peça íntima.

Isabella, não se entregue! Ele irá se casar em alguns dias. O que está fazendo? Ele está bêbado! O empurrei com força, deixando-nos desnorteados. Ele me encarou com dúvida, ofegante. Recuei alguns passos, atordoada.

– Bella?

Corri para as escadas, subindo-as rapidamente, entrei em meu quarto, fechei a porta e despenquei no chão. Que diabos eu estava fazendo? Ele vai se casar, repeti diversas vezes para mim mesma. Não me convencia. Eu o quero, droga! Desatei a chorar ali mesmo, encolhida no chão. Minhas mãos, trêmulas, percorreram meus lábios, minha face quente... Edward estava ali. Meu sufoco acabou, não é? Errado. Ele não poderia abdicar do casamento.

– Espero que tenha aproveitado, Isabella - murmurei baixinho, para eu mesma. - essa foi a última vez que você esteve com Edward Cullen. - prometi, chorando.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse momento dos dois? Hihihih até.