Diana Agron como Dorcas Meadowes

POV LILIAN

Quando entramos na sala, Lene ainda estava um pouco chateada por ter perdido comigo. Éramos as duas muito competitivas, o que nos levava a competições sucessivas.

– Olá, meninas – disse Albus, sentado numa das cadeiras. – E meninos, – acrescentou a sorrir.

– Oi, Al, – respondi. As meninas sorriram em cumprimento.

– Dumbledore – cumprimentaram os rapazes.

Vi James, Sirius e Remus sentarem-se, nas cadeiras, ao lado de Albus. Dorcas sentou-se numa das cadeiras, em frente de um computador, enquanto Lene e eu ficamos de pé.

– Como correu? Quem ganhou? – Perguntou Alice, curiosa.

Troquei olhares com Dorcas, já prevendo o que viria.

– Quem é que achas? – Questionou Lene, irritada. – A ruiva.

– Mau perder, morena? – Provoquei a sorrir.

– Não é mau perder – defendeu-se. – Simplesmente, ela – apontou para Alice, - irrita-me!

– Mau perder! – Repeti. – Devias tratar disso, Lene! Só porque não percebes nada de armas, não significa que podes descarregar em cima da Alice!

Vi Dorcas rir, em silêncio, das minhas palavras. Por outro lado, Remus olhou confuso para toda a cena, enquanto o Potter e o Black me olhavam com raiva e chocados, respectivamente. Alice franzia a testa e Albus manteve-se neutro.

– Não percebo nada de armas? – Lene estava incrédula. – Só porque o teu pai é polícia e tu sempre percebeste de armas, não te faz melhor que os outros, Lilian! Eu sou tão boa como tu!

– És mesmo? – Perguntei retoricamente. Dei um passo para mais perto dela. – No ano passado, quem foi que deixou escapar o Lestrange? – Questionei. – Se eu não o tivesse apanhado, a esta hora estaríamos mortas!

– Foi um acidente! E tu sabes disso – argumentou Lene. – Além disso, foi o ano passado! – Marlene aproximou-se de mim.

– HEY! – Alice gritou antes que eu pudesse responder. Todos olhámos para ela. – Lily, eu duvido que a Lene tenha deixado o Lestrange escapar de propósito. Deve ter sido um acidente… - Alice defendeu. – Eu li os relatórios e, segundo me parece, havia uma substancia no ar que fazia com que as pessoas ficassem sonolentas.

– Tu estás a defendê-la? – Procurei confirmar. Alice acenou. – A ela? Alice, ela está sempre a mandar-te a baixo!

– E depois? – Alice olhou-me sem entender. – A Marlene faz o que quiser, apenas não acho justo o que tu estás a fazer. Ela é óptima agente. O que aconteceu o ano passado foi um acidente devido aos efeitos do gás, - concluiu.

Arquei uma sobrancelha.

Alice estava a defender Lene?!

Olhei para Dorcas que ainda sorria com a cena. Troquei olhares com Lene. Eu não acreditava que aquilo tinha mesmo acontecido.

– Tudo bem – concordei, levantando as mãos em sinal de derrota. – Tens razão, foi um acidente. Gás que faz as pessoas sonolentas.

Alice assentiu e virou-se de novo para o computador. Olhei para Lene, ignorando os olhares de repreensão dos rapazes. Esta olhava-me, incrédula.

– O que foi isto? – Perguntou ela só com os lábios, sem som.

Encolhi os ombros e sorri.

– Ela defendeu-te – constatei sussurrando. – Já agora, obrigada!

Lene assentiu e olhou para Albus.

– Já terminaram a discussão? – Perguntou o velho, a sorrir.

– Sim – disse Dorcas, ainda a sorrir.

Senti um olhar sobre mim e virei-me para James. Se o olhar matasse eu já estaria enterrada.

James Potter olhava-me como se eu fosse a coisa mais repulsiva que ele conhecia, misturado com raiva. Um olhar que eu não gostei de sentir vindo dele, no entanto.

– Eu estive a procurar informações sobre o Malfoy, como vocês pediram – disse Alice, chamando a minha atenção. – E descobri que Lucius Malfoy frequenta muitas vezes o Campus Diggory – informou ela. – Fiquei curiosa sobre o que ele fazia lá, visto que Lucius não tem cara de quem joga golfe ou ténis, e muito menos frequenta a piscina ou o spa.

– O que encontraste? – Perguntou Dorcas.

Alice virou-se para nós, com o tablet na mão.

– Embora Malfoy frequente o Campus várias vezes ao dia, ele não utiliza nenhuma das instalações – constatou. – Em vez disso, Lucius Malfoy fica várias horas no escritório principal.

– Um pouco estranho não? – Questionou Lene. – Quem é que paga para ficar fechado numa sala?

– Foi o que eu me perguntei – admitiu Alice. – Então, quando pesquisei os documentos do Campus, descobri que Diggory vendeu metade do Campus a Tom Riddle – informou. – Riddle assume agora a diretoria do campus e, é a ele, que o escritório pertence.

– Algo me diz que esse Riddle não é flor que se cheire – comentou a loira.

– Se conhece o Malfoy, não é, de certeza – afirmei. – Consegues entrar no sistema do computador do escritório? – Perguntei para Alice.

Ela sorriu.

– Já fiz isso – admitiu. – Mas não há lá nada de importante. A minha teoria é que Tom Riddle tenha outro computador para usos pessoais.

Lene endireitou-se.

– Soa-me a missão de disfarce – anunciou ela, divertida. – Albus?

Dumbledore olhou para cada um de nós, na sala, e assentiu.

– Com algumas condições – disse ele. Aguardamos em silêncio. – Sem riscos desnecessários, - assentimos em concordância, - e os rapazes vão com vocês.

– O quê? – Perguntamos as três, ao mesmo tempo.

– Albus, ele vão ficar em perigo – afirmou Lene. – O Malfoy, ou qualquer outro, os pode reconhecer!

– Vocês são inteligentes – constatou o velho, - arranjem maneira de isso não acontecer.

Lene bufou.

– Tudo bem – concordou derrotada. Depois olhou mim e Dorcas. – Lily, tu serás a isca, e nem vale a pena dizeres que não é a tua vez…

– E não é – argumentei. – Eu fui as últimas duas vezes, com o Potter e o Snape!

– Quem faz o plano sou eu, não tu – cortou-me Lene. – Dorcas, serás os olhos e ouvidos. Alice, tenta entrar no sistema e colocá-la como empregada de esplanada – pediu Lene. – Eu serei a segurança de longe – anunciou. Depois virou-se para os rapazes. – Black, tu ficas comigo. Lupin, irás para o bar. Alice, arranja-lhe um disfarce. – A morena olhou para James, especulativa. Eu tinha medo do brilho que lhe apareceu nos olhos. – Potter, tu serás a distração!

– O que é isso? – Perguntou ele confuso.

– Nada feito, Lene – contrariei. – Não lhe podes dar outro disfarce? – Apontei para o moreno que me olhava confuso.

– Não – Lene sorriu. – Ele irá ser a distração.

– O que significa isso? – Repetiu James.

Bufei. Dorcas aproximou-se.

– Significa que tu irás fazer par com a Lily – explicou ela. – Vão chamar à atenção de todos e, depois de algum tempo, tu terás de sair por causa de uma desculpa qualquer. Nessa altura, Lily irá distrair o Riddle.

James pensou alguns segundos e depois concordou.

– Lupin, o teu nome está na lista de barman – indicou Alice. – Quando Lily distrair o Riddle, coloca esta pen no computador dele. Ela irá, automaticamente, fazer o download de todos os ficheiros do computador.

– Tudo bem – concordou Remus, agarrando a pen.

– Todos perceberam o plano? – Perguntou Lene.

– Eu tenho uma duvida – indiquei. – Posso trocar de lugar contigo?

– Não – cortou Lene.

– E com a Dorcas?

Lene sorriu.

– Sabes tão bem como eu, que a Doe não iria conseguir fazer o que tu precisas de fazer – afirmou. – Ela é demasiado delicada para isso!

– E porque não posso trocar contigo? – Insisti, novamente.

Lene arqueou uma sobrancelha.

– Lily, qual é o problema? – Questionou Albus, preocupado.

Olhei á minha volta, todos tinham os olhos postos em mim, aguardando a resposta.

– Eu não queria chamar a atenção – defendi-me.

– Mas já o fizeste várias vezes – constatou Dumbledore. – Qual é o problema desta vez?

Abri a boca para falar várias vezes, mas nada saiu.

– Espera! – Disse Lene, divertida. – Diggory? – Questionou para ninguém em especial. – Diggory? Como Amus Diggory? – Olhou-me a sorrir.

Lene gargalhou, Dorcas riu-se baixinho e todos os outros olharam-nos, confusos.