Capitulo 2

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"Não amam que não mostram seu amor."

William Shakespeare

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Desde que conversei com meu filhote, venho pensando em uma forma de dizer a Marina o quanto estou apaixonada por ela, minha única dúvida é se devo conversar primeiro com Cadu ou com ela... Enquanto pensava nas várias formas de resolver tudo, os dias foram passando rapidamente sem que eu percebesse. Dia após dia, dúvidas surgiam, medos me invadiam. Por causa dos meus sentimentos eu posso estar destruindo um casamento e um namoro.

– Aproveitando que estamos sozinhas aqui no estúdio, gostaria de deixar claro algumas coisinhas. – Falou Vanessa e eu sabia que coisa ruim estava por vir.

– Pode falar! – Disse, me virando para prestar atenção no que ela iria falar.

– Pelo tempo que você está trabalhando aqui, pude perceber os olhares apaixonados que você dá para a Marina. Queria que você soubesse que não sou boba e estou de olho em você. – Falou apontando o dedo em minha direção.

– Você não sabe de nada sobre a minha vida, sua maluca! – Retruquei, mesmo sabendo que ela tinha uma certa razão.

– Claro que eu sei... Mulher casada, mãe de um filho e apaixonada por uma mulher. Estou cansada de ver essa historinha... Mas, saiba que a Marinha é minha e não dá mínima para você, ela nem sabe que você existe. A Marina é uma figura importante no mundo todo, jamais olharia para uma simples dona de casa. – Quando dei por mim, já tinha enfiado a mão na cara dela.

– Eu não estou acreditando que isso está acontecendo? – Infelizmente ou felizmente, Marina entrou bem na hora.

– Me desculpe Marina! Eu posso explicar... – Comecei a falar, porém a mesma me interrompeu.

– Não há nada que você tenha que me explicar agora Clara. – Nunca tinha ouvido a Marina falar neste tom. - Como hoje já é sexta feira, não há mais nada de importante para fazer aqui no estúdio, melhor você ir embora e depois nós conversamos. – Finalizou. E ao mesmo tempo senti meu coração se despedaçar, talvez a Vanessa tenha razão e Marina jamais olhe para uma simples dona de casa.

– Eu vou, desde que me prometa que vamos conversar sobre isso depois – Disse

– Assim que eu resolver tudo por aqui, eu te procuro – falou, se virando para Vanessa logo em seguida, entendi que era a hora de eu ir.

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Já se passaram duas horas desde que chequei em casa, e nada. Nem uma ligação, uma mensagem, sinal de fumaça...Nada.

– Percebi que a senhora está um pouco tristinha, o que aconteceu? – Falou Ivan se aproximando de mim.

– Não aconteceu nada meu anjo, a mamãe só está um pouco cansada. – Tentei disfarçar.

– Acho que esse cansaço tem nome! Se não quer falar tudo bem... Mas se precisar saiba que eu estou aqui – Falou me dando um abraço e saindo logo em seguida, dando certeza que eu tenho o filho mais perfeito do mundo, quem acreditaria que uma criança com tão pouca idade pudesse ser mais madura que muita pessoa.

Fiquei sentada no sofá por mais algum tempo, até tomar uma decisão. Eu mesma vou até o estúdio conversar com ela, de hoje não passa! Rapidamente me arrumei, peguei minhas coisas e quando saia de casa dei de cara com a pessoa que eu menos gostaria de dar explicações no momento.

– Onde a senhorita vai assim, toda arrumada? – Perguntou Cadu, me olhando de cima em baixo. Decidi que se eu iria lutar pela minha felicidade, eu não deveria mentir.

– Estou indo ao estúdio da Marina. – Falei torcendo para a conversa se encerrasse.

– Como assim? Você não acabou de chegar de lá? - Mas é claro que ele iria querer mais explicações.

– Acho melhor conversamos sobre isso depois... – Disse tentando sair, mas o mesmo me barrou.

– Que bom que você tocou neste assunto, porque eu realmente estou precisando conversar com você, já faz algum tempo que venho notando que você está diferente, você vive pela Marina, respira Marina e eu estou cansado de ser complacente apenas para evitar brigas! – Falou tentando ficar calmo.

– Como eu disse, é melhor conversamos sobre isso depois. – Falei, me virando e andando em direção ao elevador.

Dirigir até Santa Tereza, nunca foi tão demorado. Me pareciam dias e não minutos. Quando cheguei a enorme mansão meu coração se palpitava, minhas mãos suavam, todo meu corpo tremia.

Subi as escadas do quarto que eu tanto conhecia. De repente eu me toquei que tinha noventa e nove por cento de chance de a Vanessa estar com ela. Me ocorreu que talvez eu devesse voltar para a casa. Dei meia volta e já ia descendo as escadas quando escuto a dona da voz que me vem tirando o sossego a tanto tempo.

– Clara! Tem muito tempo que você está aqui? – Perguntou

– Acabei de chegar... – Falei um pouco tímida. - Queria conversar com você, sei que combinamos de que você me ligaria, mas não consegui esperar. – Pude notar um pequeno sorriso brotar de seus lábios.

– Podemos conversar no estúdio? Meu quarto está um pouco impossibilitado no momento. – Falou apontando para o lugar.

– Claro! .... Mas como assim impossibilitado? – Perguntei curiosa

– Vamos, depois te explicarei com calma, afinal de contas temos coisas mais importantes para conversar que sobre o meu quarto, não é verdade? – Pelo seu tom de voz e o sorriso que ela tentava esconder, me vez perceber que ela sabia de alguma coisa.

– Tem toda razão... – Falei a olhando nos olhos, que para minha felicidade ela não fez questão nenhuma de desviar.

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– Aceita alguma coisa? Um vinho... champanhe? – Falou depois um tempo

– Não, obrigada! – Falei simplesmente.

– Clarinha, tenho que te confessar que eu ouvi toda a discursão entre a Vanessa e você. – Sem rodeios ela começou a se aproximar e pegou nas minhas mãos. – Existe mesmo a possibilidade de você está apaixonada por mim? – Perguntou com olhos se enchendo de água.

– Não é uma possibilidade.... - Respirei fundo e disse o que está guardado comido durante um bom tempo. – Eu estou apaixonada por você, Marina Meirelles.