Capitulo 1

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O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que têm medo

Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.

Henry Van Dyke

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Depois de algum tempo percebi que minha vida estava se transformando de uma maneira surreal, tudo começou a ficar diferente, passei a ver o mundo com outros olhos. E tudo isso, graças a ele: O amor. Passa o tempo e você acha que vai esquecer, acha que tudo voltará ao normal, acreditando que dará a volta por cima. Mas, não é bem assim....

Apesar de casada a dez anos com um grande amor e mãe de uma linda criança, a essa altura da vida me vejo dividida entre o amor do meu marido, e o amor que venho sentindo por uma mulher...

Mas não por qualquer mulher, mas sim Marina Meirelles, uma das melhores fotografas do mundo. Há conheci a exatos 5 meses, em uma de suas exposições, ficamos amigas em tempo recorde. Com seu olhar que exala sensualidade, seu perfume inconfundível, o carinho só me fizeram me apegar mais a ela. Como se tudo já não fosse bastante complicado, ela tem namorada.

– Bom dia mãe! – Falou meu filhote assim que viu na cozinha, preparando o café da manhã;

– Bom dia, Bichinho! – Respondi lhe dando um abraço apertado – Dormiu bem?

– Claro! Como um anjo – Respondeu sorrindo.

– Que bom! Agora esse anjinho vai tomar todo o café da manhã, se arrumar e ir para a escola. – Falei.

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Enquanto dirigia pelas ruas do Rio de Janeiro, levando meu pequeno para a escola, um filminho me passava pela cabeça... Todas as vezes que saímos juntas, dos trabalhos que fazíamos no estúdio, em como o dia passava rápido quando estávamos perto uma da outra. Depois passei a me lembrar de todas as coisas boas que eu vivi com o meu marido, em como fomos felizes durante um bom tempo...

- “A cada pensamento que tenho, só tenho a certeza de como estou cada dia mais ferrada, que no dia anterior!” – Pensei

– Chegamos... – Disse desligando o carro na porta da escola – Juízo, estude bastante... – Falei sobrando um para o Ivan. – Seu pai vem lhe buscar...

- Sim, senhora! – Respondeu ao longe, quase sumindo entre outras crianças,

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– Bom dia Marina – Falei, assim que adentrei o estúdio.

- Bom dia Clarinha, estávamos a sua espera... – Falou vindo em minha direção, me dado um abraço apertado. Eu que não sou boba, aproveitei para sentir o perfume que eu tanto amava.

- Fale por você Marina, porque eu não estava à espera de ninguém – Disse Vanessa, me provocando logo cedo com ciúmes do que era por direito dela. Só não entendo o porquê, já a Marina jamais olharia com outros olhos para mim.

- Amor, já não conversamos sobre isso, não gosto quando você é desagradável com a Clara, ela é minha melhor amiga! – Senti meu coração se apertar ao ouvi-la dizendo tais palavras.

- Me desculpe, Clarinha! Escapuliu! – Disse Vanessa, com o olhar irônico.

– Bom, O que temos para hoje? – Perguntei, querendo encerar aquela conversa.

– Vamos escolher as fotos da nova exposição... Algumas nós já temos certeza, outras estamos em dúvida, sua opinião seria de grande valia.

– Ótimo! – Falei a única coisa que me veio à cabeça.

Calmamente, fomos definindo uma a uma das fotos que seriam expostas, não foi fácil escolher, afinal de contas o trabalho dela era perfeito, eu ficava admirada como ela conseguia capturar tanta coisa em uma foto. Alegria, tristeza, emoção, paixão...

Infelizmente o dia estava passando rápido, meu coração já começava a se apertar, apesar de sermos apenas amigas, a presença dela sempre me enche de luz e alegria. Como eu queria não precisar sair do seu lado nem por um minuto.

– Eu agradeço a Deus todos os dias por ter colocado você na minha vida – Quando percebi já havia falado e não havia como voltar atrás. Percebi que todas as meninas inclusive Vanessa me olhavam, como se eu tivesse dito algo estupidamente errado. É claro que eu concordava com elas

- Verdade! Eu também agradeço a Deus, por ter colocado cada uma de vocês na minha vida. – Marina Respondeu apenas.

Depois da bola fora que havia dado mais cedo, assim que meu expediente acabou, vim direto para casa. Como não havia ninguém em casa, me limitei a deitar no sofá e olhar algumas fotos da Marina que eu havia colocado no celular. A cada foto, mais vontade eu tinha de largar tudo e implora-la apenas por uma chance.

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- Mãe... Mãe... Mãe acorda – Acordei assustada com meu filho me sacudindo.

- Nossa! Acabei apagando aqui no sofá, que horas são? – Perguntei um pouco lerda.

- São sete horas da noite, e o papai acabou de sair para pegar ovos emprestado para terminar o bolo que começou, e eu estou tentando te acordar faz um tempão... – Falou um pouco aborrecido.

- Desculpa a mamãe... Ivan, você viu meu celular? – falei enquanto tateava o sofá em vão.

- Eu vi o seu celular sim e vi também milhares de fotos da Marina no seu celular... A senhora está apaixonada por ela? – Perguntou direto e sem rodeios.

- Em primeiro lugar não lhe dei autorização para mexer no meu celular, em segundo, de onde você tirou essa ideia de eu estar gostando da Marina?

- Eu não mexi no celular, eu apenas o pequei no chão e a primeira coisa que eu vi foi a foto da Marina, continuei passando as fotos e mais fotos da Marina... Imagina se fosse o Papai, ele iria achar no mínimo estranho. E está na cara que a senhora gosta dela, basta você vê-la para ficar toda estranha, desatenta e sua cara de ciúmes quando ela está com a namorada chega a ser hilária. – Falou meu filho rindo.

- Eu amo o seu pai, você está fantasiando coisas e eu não quero ver o senhor falando mais sobre esse assunto. – Disse o repreendendo. Desde quando meu filho de nove anos havia ficado tão observador?

- Eu não estou julgado a senhora, só queria deixar claro que se a ama de verdade, devia lutar por ela, antes que seja tarde. Afinal de contas você e o papai do discutem, talvez seja a hora de cada um seguir suas vidas e a senhora de correr atrás da sua felicidade! Eu amo o papai, mas entendo que nem sempre os pais continuam juntos para o resto da vida. E independente de qualquer coisa, vocês ainda serão meus pais. - Meu pequeno acabou me surpreendendo mais uma vez, com lagrimas nos olhos, agarrei ele para uma abraço apertado.

- Abraço em família? Eu também quero! – Falou Cadu entrando no nosso apartamento. Tratei logo de me recompor.

Ivan correu até o pai, lhe dando um abraço bem apertado, depois de se soltar do pai veio até mim, sussurrando em meu ouvido:

- Promete que vai correr atrás da sua felicidade? – Perguntou

- Prometo! – Sussurrei de volta, chocada por tudo que meu filho havia dito.

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