Enquanto isso na Festa.

Eren e Jean estavam bêbados, dançavam abraçados e cantando palavras desconexas; Sasha estava com dor de barriga pela grande quantidade de comida que comeu, além de ter recebido diversas advertências dos cozinheiros; Em uma cadeira perto das janelas Connie dormia; Mikasa e Armin conversavam e não tiravam os olhos de Eren e Jean; Rico brigava com Pixis por ter extrapolado na bebida enquanto ele apenas sorria e pedia calma da parte dela; Erwin e Nile, um dos poucos ainda sóbrios, ajudavam os bêbados que não conseguiam dar sequer um passo sem cair.

Erwin agradecia em mente por nenhum problema envolvendo titãs ter acontecido durante a comemoração. Mesmo não tendo levado fé nessa festa ele se divertiu e ficou feliz em ver seus amigos e até os desconhecidos se divertirem.

“Só um evento desses para me fazer esquecer aqueles titãs” – pensou sorrindo. “Mas, espere um pouco.” – olhou em volta.

– Comandante Erwin – Armin tocou em suas costas

– Sim?! – olhou para o garoto loiro

– Você sabe onde a 2º Tenente está? Eu não a vejo tem um bom tempo e foi com o senhor que a vi pela última vez.

– Desculpe Armin, mas eu também estou procurando ela. – olhou novamente o salão – Não a vejo desde aquela hora. Acredito que ela esteja com Rivaille já que ele também não está aqui.

– Sim, provavelmente deve estar. – acenou concordando – Obrigado Comandante. – sorri “Onde será que ela está? Preciso entregar esses papeis para ela” - Armin olha para as anotações que Hanji havia o entregado.

Fundos

Levi e Hanji encostaram suas testas, ambos com os olhos fechados. Levi ainda estava flexionado sobre Hanji e a garota com seu rosto levantado para ele.

– Por quê? – começou Hanji

– Estou me fazendo à mesma pergunta. – abre seus olhos – Pelo menos você não está mais chorando.

*silêncio*

Rivaille fitou a boca de Hanji a espera de uma resposta, mas o que viu o deixou mais feliz.

*Hanji sorri* – Você é uma das pessoas mais curiosa que conheço. – abre seus olhos e olha para os de Rivaille

Rivaille desencosta de Hanji e ela o segue com os olhos. Agora com a postura correta, ele estende sua mão para a garota e com um pouco de receio a garota retribui e estende a sua também.

– Tenho certeza que você consegue andar sozinha...

Rivaille puxa Hanji para perto de si e a pega no colo com enorme facilidade. A saia do vestido e os cabelos da garota são lançados ao ar e voltam delicadamente.

–Oe L-L-Levi... C-c-calma... – meche a cabeça tentando tirar a mecha que caiu em seus olhos.

– Não vou correr o risco de deixa-la sozinha e você acabar tendo mais uma recaída.

– Isso não é necessário Rivaille. – disse um pouco irritada

– Estou machucando sua perna ou braço?

– Me solta Rivaille!! – disse agitada – Eu sei me virar sozinha.

– Vendo sua agitação com certeza não estou. – disse indiferente

“Porque está fazendo isso comigo Rivaille?????”- Hanji

– Não vejo nenhuma necessidade nisso. – disse irritada

– Você já me disse isso.

– Então me ponha no chão! – exigiu

– Fique quieta senão vou acabar te machucando e com certeza o que você menos quer é se machucar mais ainda.

“Droga”– Hanji desvia seu o olhar de Levi e aceita

Rivaille carregou a garota em seus braços até a entrada do QG, onde uma carruagem estava à espera de alguns passageiros. Erwin tinha acabado de colocar um bêbado dentro de uma quando foi surpreendido ao ver os dois vindo em sua direção.

Hanji ficou bem mais calma quando notou estar se aproximando de uma carruagem, Levi manteve seu olhar indiferente desde que pegou a garota nos seus braços. Quando chegou perto da carruagem Levi, com delicadeza, ajudou Hanji a entrar.

Erwin acenou para os dois e chamou seus nomes, mas os dois já tinham entrado na carruagem e a mesma já estava partindo em direção ao QG do Distrito.

Rivaille e Hanji não se olharam sequer uma vez dentro da carruagem. Muita coisa passava pela cabeça deles e apenas uma dúvida fez abrir caminhos para outros sentimentos.

“O que estou sentindo por ela? Essa pergunta não sai da minha cabeça, principalmente porque eu nunca senti isso por ninguém. Ultimamente venho descobrindo coisas novas quando estou perto dela, como o amor pelos pais e agora isso. Será que se eu tivesse crescido com os meus pais eu saberia o que é esse sentimento? Acho que provavelmente não.

Queria me lembrar deles, mas não consigo me lembrar de uma imagem sólida dos dois, até porque a minha infância com eles não foi uma das melhores. Deve ser por isso que não entendo muito bem esse amor de pai e mãe que a Hanji nutre, esse sentimento parece ser muito especial para ela. Agora esse novo sentimento, será que ela também entende ou tem ele? Se eu tivesse o amor dos meus pais eu poderia entender isso que aconteceu comigo e com ela? Sei apenas de outros sentimentos, como a amizade que tinha pelos meus irmãos, a confiança nos meus companheiros, a sabedoria para lutar, respeito para escutar. Sei muito bem sobre eles, mas não isso... Porque amar alguém é confuso e complicado? Aliás, como eu sei que o que estou sentindo é amor se nem ao menos sei como ele é? Droga, que merda eu estou pensando? Melhor esquecer essas coisas.”

“Tudo bem que ele me beijou, mas por quê? Não entendo. Eu nunca o imaginaria fazendo isso comigo, poderia ser qualquer outro. Não é como seu eu não tivesse gostado, só não estou entendendo tudo isso. Já não bastava meu possível pai aparecer como um titã e agora isso com o Levi.Eu não sei o que pensar ou sentir... Estou muito confusa. O que exatamente é isso? Vamos Hanji você sabe organizar seus pensamentos... Não,não consigo. Veja só, um dos meus melhores amigos, a pessoa que eu mais confio e não consigo olhar para a cara dele. Nossa como um simples gesto pode mudar tanta coisa?? Estou com dor no peito, frio na barriga e o meu coração está acelerado *coloca a mão no peito* Será?!?! Eu estou tendo um ataque cardíaco?"

*Hanji fica assustada e faz uma cara de espanto*

Levi olha discretamente para a garota e nota a cara que ela está fazendo. Ele acha estranho aquela reação e resolve perguntar se está tudo bem, mas desiste quando Hanji muda sua expressão repentinamente.

“Não, não estou morrendo. *sopro de alívio* No que eu estava pensando mesmo? A é, mas senão estou morrendo o que são esses sintomas?... Será que isso é o que chamam de amor? Mas amar não é você quer fazer a pessoa feliz? Assim como eu fazia com os meus pais?! Bem, se eu pensar nesse exemplo eu amo todas as pessoas com quem me importo. Acho eu esquecer tudo isso."

Quando a carruagem chegou à frente do local dos dormitórios no QG, Levi desceu primeiro e foi seguido por Hanji. Os dois se posicionaram lado a lado e ambos olharam em direção ao prédio. Esperaram parados alguns minutos até Hanji dar seu primeiro passo.

– Me desculpe por ter feito aquilo, não sei onde estava com a cabeça. – Rivaille olhou para a garota

– Não precisa se desculpar. – Hanji virou – Na verdade nenhum de nós sabia onde estava com a cabeça.

– Mesmo assim, fiz aquilo quando você estava em um momento de fragilidade.

– Não precisa agir desse jeito Rivaille. – se vira novamente e caminha em direção à entrada do dormitório – Para evitar constrangimentos vamos apenas fingir que nada aconteceu, tudo bem?

– Sim, concordo. – vai em direção à carruagem – Tenha uma boa noite Hanji.

– Você também. – abre a porta do dormitório e entra.

Naquela noite, sob o céu estrelado, duas das pessoas mais bem preparadas da Tropa de Exploração se despediram com um grande problema na cabeça, um problema que nenhuma delas conseguiu resolver de instante. O inesperado realmente não os agradava e sem uma explicação certa para tudo isso esse novo sentimento começava a se tornar a coisa mais complicada para se resolver entre eles.