As espadas empunhadas espalham seu som estridente pelo ar, a coragem dos homens e das mulheres, o sangue do desconhecido sobre o traje da tropa.

O estrondoso bater frenético e incansável das patas dos animais contra o solo juntamente com as medianas rodas das carroças, espantam os animais adormecidos pela região. A Lua parece acompanhar o movimento de cada grupo como uma guia e única fonte de luz para seguirem o caminho sem medo. Os pouquíssimos titãs vistos foram facilmente abatidos, tamanha facilidade é causada pelo cansaço dos gigantes e pela região que apareceram ser rodeada por árvores.

Enquanto a ação acontece do lado de fora, dentro do esconderijo alguém não está muito confortável.

“Mesmo estando de noite e o clima ameno, não foi uma boa ideia ficar entre esses panos. Será que alguém vai me ver?”. Sorrateiramente, para que ninguém note, começa a levantar sua cabeça na intenção de espionar quem estaria guiando o veículo.

“Duas! Elas parecem estar conversando, acho que não irão notar a minha presença.” Calmamente e evitando qualquer tipo de gesto ou barulho que possa chamar atenção dos guias a pessoa vai retirando os tecidos que cobrem o seu corpo. Até sentir um pouco mais de alivio.

Enquanto isso na linha de frente, Rivaille e seu grupo mantem-se atento a qualquer movimento ou barulho. Mesmo que ainda fosse noite e os titãs adormecessem nesse período, todo cuidado é pouco.

O horário modificado para uma tentativa de maior sucesso ofereceu riscos para enfrentarem, como o cansaço dos animais. Os cavalos deverão descansar assim que todos os grupos reúnam-se no ponto marcado, isso acaba causando a perda de algumas horas para que os animais possam repousar. Esse período em que permanecerão parados ocorrerá pela manhã, logo à chance de aparecimento dos titãs será maior.

O grupo de Erwin, junto à pessoa escondida, continua com a viagem pacifica sem aparecimento algum dos titãs. De certa forma a pouca aparição dos titãs começava a incomodar a pessoa.

“Titãããããããs..... onde vocês estão??” – murmurou triste.

– Hey! – olhou para trás um dos soldados.

“Dr-r-ro...”

*Queda*

Fim da primeira parte do trajeto. O reencontro

Os grupos já começavam a avistar o Forte destruído, local onde o titã raro foi avistado na última expedição. O Sol nascia ao horizonte dando maior claridade para os locais antes obscurecidos pela noite. Todos os grupos mantiveram mesma quantidade de soldados, sem baixas.

Rivaille e seu grupo foram os primeiros a chegarem ao Forte. O que pareceu alivio para os seus recrutas tornou-se rapidamente uma tortura. Assim que chegou o garoto exigiu que todos os seus recrutas aproveitassem o tempo livre para limparem a bagunça que o Forte estava.

Com a chegada dos últimos grupos, os cavalos finalmente puderam descansar depois da exaustiva viagem.

Quando todos se reuniram, uma mediana barraca foi erguida para que uma pequena reunião acontecesse. De um em um os líderes foram chegando e recebiam com surpresa a inesperada pessoa. Rivaille foi o único a não demonstrar reação.

– Esperava que demorasse mais quatro olhos.

– Desculpe te desapontar Levi. – sorri – Cometi alguns erros por isso fui descoberta tão fácil...

– Na verdade ela caiu de cima do transporte em movimento. – líder que guiava a carroça.

– Você está livre agora. – Rivaille.

– Sim! Sem aquelas talas – começou a balançar seus braços e pernas sem parar – Tudo parece muito novo... HAHA Finalmente! Vou fazer tudo o que quiser... Começando com titãs. Com certeza existem muitos além dessa floresta!! – sorriu insana.

*Papéis jogados sobre a mesa ao centro*

– Estamos nessa área! – apontou Erwin interrompendo a animação da garota – Hanji você já sabe como vamos agir daqui em diante? – olha para a garota.

Ela acena em afirmação.

– Tudo bem. A partir de agora teremos que ter muito mais cautela por conta dos diversos titãs presente após a floresta. Começaremos a rever as rotas...

A pequena reunião não demorou muito, apenas foram esclarecidas algumas dúvidas e revisado a organização de cada equipe. Logo que Erwin declarou como encerrada, uma parte dos líderes saiu para descansar ou ajudar em alguma coisa. A outra parte ficou com o Comandante conversando assuntos diversos.

Rivaille e Hanji foram uns dos primeiros a saírem. A garota foi atrás dos seus recrutas a fim de pedir as anotações feitas por eles durante a ida e Rivaille foi atrás de alguns ingredientes que ele usa para o seu chá.

Com o passar do tempo os soldados foram descansar em barracas improvisadas, dentro de quartos no Forte ou encostados em alguma parede. Enquanto alguns ficam em vigia.

Hanji está encostada na parede externa que protege o forte.

Rivaille está preparando chá para ele e seus recrutas.

Algum tempo depois

O clima ameno produzia uma sensação de paz e sossego entre os soldados. A calmaria do local e a bela paisagem agrada a todos que estão ali apenas de passagem. Os soldados confiantes, até mesmo os mais desencorajados, aguardam ansiosos pela ordem de Erwin para a próxima parte da expedição. O vento calmo e quente acende sem pressa a chama da esperança de cada homem e mulher presente.

Hanji olhava serenamente para a direção que o estranho titã a atacou. As anotações foram deixadas ao seu lado e de uma em uma foram sendo folheadas pela ação do vento. A garota lembrava-se das cenas que a marcaram e sem notar suas mãos escorreram pelas marcas deixadas em seu corpo. Curiosamente, ela parou sua mão sobre o seu peito.

Sem notar, ela passou a ser observada há algum tempo por Rivaille. O garoto mantinha sua expressão de costume e não aparentava estar muito interessado em Hanji, mesmo assim não havia saído de perto dela um segundo desde que chegou.

“Ela parece concentrada. O que deve estar passando na sua cabeça?! Será que são titãs dançando? Ou então cantando para ela? Poderia ser também ela caçando eles ou correndo para um abraço emocionante com eles?”

– Levi? – olha curiosa para o rapaz ao seu lado – O que está fazendo ai parado?

– Hum... – olha indiferente para ela – O mesmo que você.

Hanji fica feliz com o que ele diz.

– Então você também pensa em titãs Levi? Isso é ótimo!! Está pensando o que? Eles cantando para você ou dançando? Talvez correndo para um abraço emocionante com eles ou caçando eles? Acredito que a última opção é mais sua cara.

– Tsc... Quão insana você consegue ser quatro olhos? – colocou sua mão no rosto inconformado – Essa sua fissuração nos titãs está te deixando cada dia mais maluca.

Desviou seu olhar e ficou triste – Acreditava na última opção.

– Você age muitas vezes como uma idiota.

– Obrigada! – sorri contente.

“Isso não foi um elogio.”

– Olha. – chama a atenção do garoto que olha em sua direção – Até daqui... – aponta seu dedão para o garoto – Você continua sendo nanico!

– ...

Rivaille desencosta-se da parede e começa a se aproximar de Hanji. Ele dá alguns passos até chegar perto dela. A garota com medo de ter o irritado levanta-se rapidamente para tentar fugir.

– Oe Levi... – ri com certo medo no olhar – Foi uma brincadeira. – estica seus braços para que pudesse barrar algum movimento do pequeno.

Rivaille tenta segurar o braço de Hanji, mas ela desvia a tempo.

– Haha! Você pode até ser o mais habi-bi-bi-bil... – balança seus braços tentando se equilibrar.

Hanji começou a caminhar para trás, mas sem ver para onde estava indo. Então, desastradamente ela pisa em falso e acaba se desequilibrando.

– O que disse quatro olhos? – segura o braço da garota e a sua camisa, imobilizando-a.

– Estava dizendo que você pode até ser o mais habi...

– Heichou. – o novo recruta de Hanji aparece. – Você por um acaso viu a 2º Tenente Hanji?

Os dois olham juntos para o recruta.

– Oe!! – acena com sua mão livre – Estou aqui!!

Rivaille abaixa sua cabeça e continua segurando a garota.

– Tenente! – sorri alegre o recruta – Imaginei que você estivesse com problemas... – encara estranhamente o casal.

Alguns segundos mais tarde.

– AA HEICHOU O QUE ESTÁ FAZENDO? ELE ESTÁ TE FERINDO TENENTE?? – apontou desesperadamente para Rivaille.

“Até os recrutas são loucos.”

– Claro que não! – olha com esforço para o recruta e sorri – Apenas parece que ele está me machucando, mas na verdade está tudo bem. Veja o tamanho dele... – mede o garoto com sua mão.

O rosto de Hanji fica pálido e seus olhos adotam o medo. A aura que o pequeno garoto emana assusta a corajosa Tenente.

“Acho que não foi uma boa ideia...” - Hanji.

– Está com medo? – sussurra.

– Hein?!

Em poucos segundos.

– TENENTE!!!

“Levi ficou de ponta cabeça?! ... Olha que lindo o céu... Alguns pássaros...”

Rapidamente Rivaille levanta Hanji e a derruba de costas, com grande força. A grama amortece levemente o impacto.

Rivaille continua segurando o braço de Hanji que fica deitada.

– M-MAS O SENHOR MATOU ELA! – O jovem recruta sequer deu um passo em direção ao casal, ele parece estar com muito medo.

– Fazer essas coisas vai ficar mais complicado... – olha para a garota.

– O que? Tentar me matar? – olha para cima procurando o rosto de Rivaille.

“Estranho o que tem de errado comigo?”

Rivaille solta o braço da garota.

– Você também sente essas coisas quatro olhos?

– Hum?! – estranha a pergunta – Sinto muita dor... É isso? – apoia seu braço no chão para levantar.

– Esqueça. – indiferente.

Levi olha para o recruta que está imóvel ainda apontando para a sua direção, completamente imóvel.

“O que tem de errado com ele?”

O pequeno rapaz passa pelo medroso recruta com sua expressão irrelevante, como se nada tivesse acontecido. O recruta afastasse de Rivaille e o encara até ele entrar no Forte, com a passagem livre o recruta corre até Hanji.

– TENENTE? TENENTE? VOCÊ ESTÁ BEM? – ajoelha-se preocupado até a garota.

– Estou... – volta a deitar na grama e olha para o céu – Posso te perguntar uma coisa?

– Claro!!

– Você já gostou de alguém?

– Envergonhado – ... Bem, eu ainda gosto. Por quê?

O vento mais calmo já estava para terminar de folhear as anotações que Hanji havia deixado de lado. O grande espaço ocupado pela verde grama acompanha o movimento que o ar faz sobre ela, juntamente com o cabelo do novo recruta. Calmamente a última folha do caderno foi sendo virada. Até por fim o caderno ser finalizado. Hanji retirou seus óculos e os colocou ao seu lado.

– Então me diga... Como é isso?