O dia da graduação.

Já era noite e todos os soldados alistados na divisão de treinamento estão apostos no local onde a graduação ocorrerá. As tochas colocadas em apoios de madeira são a única iluminação presente no local.

Hanji se localiza na primeira fileira, onde estão os 10 melhore colocados, a frente do Instrutor, junto com Rico e outros soldados conhecidos na atual Tropa de Exploração. Junto ao Instrutor da divisão estão os professores e dirigentes do campo que foram de grande importância nos diversos treinamentos e estudos de todos.

– Ofereçam seus corações! – começou o Superior.

Todos fazem continência.

– Agora que vocês completaram seus treinamentos, vocês podem escolher entre três setores! A Tropa de Estacionária, reforçando as muralhas e protegendo a população. A Tropa de Exploração, sacrificando suas vidas fora das muralhas e enfrentando titãs ou a Polícia Militar Real, com a missão de manter a ordem da população na terra do Rei. Obviamente falando dos recrutas novatos, apenas os dez melhores colocados poderão escolher servir a Polícia Militar. Amanhã, vocês decidirão para qual setor ir. Estão dispensados!

– Sim, Senhor!! – todos

– Finalmente vou encarar um daqueles titãs. – pensou Hanji.

Festa após a formatura.

Muitos estão dispostos e alegres para enfrentar a longa noite de comemoração pela formação. Hanji e Rico não ficaram no refeitório, onde ocorre a festa, preferiram sair e passar a noite andando pela cidade e conversando sobre coisas diversas.

– Você irá mesmo para a Tropa de Exploração? – Rico

– Sim. – Hanji.

– Você nunca ao menos hesitou em pensar ir para a Polícia ou para a Tropa Estacionária? Sabe que o risco de morte é bem reduzido do que na Exploração...

– Não. Sei como foi difícil aceitar sobre a minha morte mais cedo, mas eu já estava decidida desde os meus 16 anos... E também qual é a graça de ficar parado sem fazer nada, apenas esperando que algo de útil aconteça?! Na Tropa de Exploração vou ter mais liberdade do que teria se entrasse nas outras. Vou conhecer novos lugares e conhecer melhor dessa raça miserável chamada por titã.

– Não me diga que está na sua mente a vontade de conhecer essas criaturas?! – Rico encarou chocada.

– Você não fica animada só de imaginar esses monstros, mais fortes e maiores que nós, perto de você??? – Hanji sorria de forma cada vez mais assustadora.

– Não... Porque ficaria se quero distancia dessas coisas? – olhou sem entender o rosto da jovem garota – Hanji você está começando a me assustar com esse sorriso...

*Se tocou na cara insana que fazia* - A me desculpe. Não era a intenção... Sabe Rico acredito que esses titãs ainda vão nos dar muito trabalho e principalmente muitas surpresas. Apesar de que os anos estão cada vez mais calmos. - olhou para a jovem de cabelos dourados. – Só em pensar que muitas coisas podem acontecer já me anima. Eu gosto de adrenalina você sabe disso. – sorri

– Sei muito bem disso... Mas se essa é a sua decisão, torço para que se de bem nesse lugar.

– Desejo o mesmo para você

As duas ainda caminharam pela cidade por algum tempo antes de voltarem para o refeitório e pegarem o final da comemoração.

No outro dia, após as escolhas.

A jovem garota dos cabelos castanhos é levada juntamente com diversos outros recrutas até o pátio do campo no Distrito, onde os Comandantes das Tropas esperam para dar as boas vindas aos novos soldados e selecionar os seus recrutas.

Após as apresentações de boa vinda e o pedido de escolha dos recrutas, os soldados que decidiram seguir caminho na Tropa de Exploração foram levados pelo Comandante Erwin até a base do QG.

Quando chegaram. Hanji ficou fascinada com o tamanho e decoração do local, ao contrário do que imaginava ele era bem cuidado e até tinha alguma natureza para apagar os tons cinza que as pedras da construção possuem. Foi direcionada até o seu Líder e o mesmo a levou até o seu quarto, além de passar as tarefas diárias que terá de fazer até a próxima saída da Tropa para a expedição.

Hanji no seu quarto novo.

– Uau... – explorava o quarto – Então eu vou ficar aqui agora? Nossa tem bastante espaço. Hum... Veja só eu tenho uma cama e estou sozinha... Ninguém para me interromper nos momentos de descanso. – deitou-se dramaticamente na cama

*Batidas na porta*

– Ou não... – se levanta rapidamente e emburrada vai até a porta. – Sim?!

– A Senhorita é Hanji Zoe? – homem sem farda.

– Sou sim. Por quê? – olhou curiosa para o rapaz – Você não é da Tropa?

– Na verdade não. Confesso que foi difícil chegar até aqui, não me deram muitas informações da onde você poderia estar isso dificultou bastante as coisas, mas eu cheguei e isso é o que importa! – sorriu o rapaz. – Isso aqui é para você. – entregou um bilhete.

– Hum?! – pegou – O que é isso?

– Só me pediram para entregar e não para saber! Com sua permissão irei me retirar!

– Hein? Espera...

– Algum problema com a entrega? - virou-se.

– É... Não... Acho que não – olhou por todo o bilhete, mas quando se virou o rapaz já tinha saído.

Hanji fechou a porta do seu quarto e se sentou na cadeira de sua escrivaninha. Abriu o bilhete, ainda desconfiada.

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Hanji Zoe você com certeza já deve ter alcançando o que queria. Te desejo sorte e sabedoria para conseguir sobreviver a essas ameaças. Não gastarei muito do seu tempo, mas apenas você poderá decidir como encarar essas noticias e de que forma as levará para a sua vida. Você não é mais uma criança.

Primeiramente, Marco e Rose nunca foram apenas nossos vizinhos. Eles são seus avós. Quando fui embora te deixei com eles porque sabia que te protegeriam e te apoiariam a qualquer custo.

Você pode estar imaginando que isso é apenas uma mentira e acabar querendo correr atrás dessa história, mas infelizmente sinto em te dizer que eles não estão mais aqui. Como aquela vila fica muito distante da cidade, pouco foi comentando sobre o assunto e ninguém sabe ao certo o que aconteceu.

Sabe... Eles sempre me contavam em como se divertiam com você, me contavam também sobre o seu crescimento e até seus devaneios durante a adolescência Seus avós me disseram que apesar da sua alegria você foi uma criança sozinha já que as pessoas da vila evitavam falar com você... Eu com certeza destruí sua vida, mas quando leio sobre você vejo que não se tornou uma pessoa ruim dada às circunstâncias. .

Sinto muito por estar te contando isso tão tarde e dessa forma... Apesar de já ter desistido de ganhar o seu perdão depois de tantas coisas que fiz. Não te culpo pelos meus erros, eu tenho muitos e deve ser difícil aceita-los. Porém, perdoe seus avós eles tiveram motivos para esconder tudo isso.

Por fim... Mesmo que você nos odeie em algum momento da sua vida você notará que certas coisas que seu pai e eu te ensinamos farão sentindo.

Essa é a última vez que verá o meu nome.

De: Akemi

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Zoe ficou algum tempo paralisada apenas encarando as palavras do bilhete. Sem entender ao certo o que estava acontecendo, só conseguia pensar em Marco e Rose. Até mesmo o estridente som do sinal da base não a fez sair do transe que permanecia.

*Batida na porta*

– Hanji Zoe. Hanji Zoe. Hanji Zoe. – as batidas ficavam cada vez mais forte.

– Hum?!

Hanji saiu dos seus pensamentos assustada com as batidas que vinham da sua porta, algumas lágrimas escorreram do seu rosto. Sem pensar a garota abre a janela a sua frente, o vento entra de forma violenta bagunçando todo o seu cabelo. Ela tampa seu rosto e num rápido ato pula para fora.

Como os dormitórios que ela está não ficam dentro da base do QG ninguém notou que ela saíra do seu quarto.

– Eles não estão mortos... Por favor, eles não estão!! – pensou enquanto corria pelas ruas do Distrito.

A vila de Hanji fica a pelo menos um dia da onde está. A garota corre desesperadamente até o estábulo do Quartel General onde pretende pegar um cavalo e ir até a sua antiga vila. Apesar de ser uma tarefa muito difícil ela teve a grande sorte de ninguém estar presente no local no momento, facilitando que pegasse um dos cavalos, além de encontrar um DMT no local. Mesmo que a saída da Muralha se tornasse a parte complicada agora, ela tinha ótimas sacadas para mentir de forma que ninguém desacreditasse.

Após sair das Muralhas seguiu direção a sua vila. O pequeno bilhete ainda estava em suas mãos, amassado pela força que ela fazia contra ele.

Sem saber o que estava fazendo a única coisa que passava pela sua cabeça era acreditar que Marco e Rose não estivessem mortos. Ela não se importava de ser expulsa da Tropa, só não queria que a pior notícia estivesse certa. Parando apenas para o seu cavalo se alimentar, nem mesmo quando anoiteceu ela ou o pobre animal descansaram.

Vila

Aos poucos as antigas casas começaram a aparecer como pequenos pontos ao horizonte até se mostrarem como ruinas. Todas as grandes e pequenas casas estavam destruídas e o que restava era apenas entulho e poeira. Hanji se aproximou cada vez menos esperançosa, a casa dos seus avós era uma das últimas.

– O que aconteceu aqui? – olhava perplexa para o que restava das casas. – Será que tem alguém por aqui?

Hanji desceu de cima do seu cavalo e começou a andar entre as casas. A vila que antes era rodeada de crianças e pessoas que iam e viam agora lembrava um deserto. Quanto mais caminhava mais perdia as esperanças.

Então ela viu a casa de Marco e Rose completamente destruída, saiu correndo na sua direção. Suas lágrimas caíam pelo seu rosto como espinhos. Quando notou uma pequena lápide ao lado da casa seu coração foi destruído pela dor da perda.

“Não entendo como esse mundo funciona, mas agradeço por terem me esclarecido ao menos parte dele. Desculpem-me pelo fardo que fui e espero que onde é que estejam vocês possam descansar em paz agora. Eu sempre amarei vocês. Obrigada.” - Lápide