Dragon Souls escrita por ChaosTsuki


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eu trabalho nessa fanfic há uns 2 anos, bolando o mundo e em como entrelaçar história de todos os personagens. Eu aqui estou trabalhando com fichas de personagens de amigos e colegas meus que eu pedi para que eles fizessem para mim. Agradeço a todos por me darem o direito usar esses personagens, estou cuidando de (quase) todos eles. Essa é a terceira versão da história, já que eu ao longo do tempo fui tentando melhorar minha escrita e dar mais personalidade aos personagens e só agora eu me sinto confiante o suficiente para publicar a história dando aos ótimos personagens que tenho uma trama de fantasia sem o monte de exageros iniciais e, claro, sem palhaçada com o personagem de ninguém. (Claro, que em off ainda vou zoar muito com todos eles, vocês me deram poder. Muahahahaha!)Espero que gostem do prólogo.



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Roderick “Rocky” Raven corria pelas ruas vazias e mal iluminadas às 3 da manhã. Ele tinha seus 27 anos, mas ainda agia como um adolescente de 17, irresponsável, inconsequente, sem nenhum medo ou noção. Afinal, quem andaria à essa hora na rua?

Ele.

Mesmo sabendo dos perigos dos dias atuais, ainda mais de madrugada sem ninguém por perto ou paredes para o proteger, ele não ligava. Ele não conseguia se deter. A noite era a sua hora, a lua sua guia, as estrelas suas companheiras. Desde pequeno ele tinha o hábito de caminhar a noite com sua família e agora que eles se separaram, Rocky queria manter os velhos tempos vivos na memória. Claro que agora suas caminhadas o levavam a bares nos arredores de seu apartamento. Ele já havia sido roubado mais de uma vez e até ameaçado com uma arma apontada para seu estômago, ainda assim ele nunca realmente havia temido por sua vida. Até alguns minutos atrás.

Toda quarta-feira ele tinha um encontro marcado com sua cerveja irlandesa preferida no mesmo bar, há sete quadras de seu apartamento. E no dia em questão, ao voltar do encontro semanal, Rocky se deparou com uma cena no mínimo estranha. Um garoto de pele clara, todo vestido de preto com um sobretudo, inclinado sobre uma garota loira, tendo ele uma perna de cada lado do corpo dela. Primeiramente ele havia achado que tinha pegado um casal num momento íntimo, porém depois de olhar um pouco mais ele percebeu o sangue que tingia os cabelos da menina e o concreto. Rocky só queria sair dali. Não parecia que ele havia sido notado. Então ao dar um passo para trás, assustado, acabou pisando em um montinho de folhas secas formado pelo vento gelado de outono.

O garoto de sobretudo, saindo de seu transe, parou o que estava fazendo e levantou a cabeça. Rocky congelou no lugar vendo o outro se levantar lentamente, movendo-se para encará-lo de frente, lambendo o sangue que lhe escorria dos lábios. Apenas quando o estranho saiu da frente da garota que ele pôde ver a ferida aberta no pescoço dela. Ela não se movia, não piscava, não parecia respirar, seus olhos encaravam o nada, estava morta.

Os dois se entreolharam. Rocky notou alguns detalhes na aparência do garoto que o faziam parecer mais errado e assustador, menos humano. Os olhos completamente negros, incluindo a esclera, o sorriso que transparecia puro êxtase, todos os dentes da boca pontiagudos, sujos do mesmo vermelho escarlate que marcava toda a cena.

As sombras nas paredes começaram a se agigantar, esticando-se em direção de Rocky que virou e começou a correr. O rapaz de sobretudo soltou uma gargalhada de prazer. Há muito ele não caçava. Sentia falta de ver o medo nos olhos de suas vítimas, vê-los correndo, implorando por suas vidas, fazendo promessas, rezando a qualquer ser que eles achassem que fosse dar ouvidos à sua raça. Antigamente as pessoas sabiam temê-lo. Com o passar dos anos, ele percebeu que não era mais necessário esforço para capturar alguém. Todos eles vinham em sua direção por vontade própria, atraídos por sua beleza praticamente élfica ou simplesmente ignorando sua presença de aparência inofensiva. Nenhum deles esperava o que os aguardava. Nenhum deles esperava o perigo. Nenhum deles esperava o desespero. Nenhum deles esperava a dor. Nenhum deles esperava a morte. Eles o subestimavam. E ele, frio, punha um fim em suas vidas sem remorso.

Sombras o cobriram dos pés à cabeça e ele transformou-se em um morcego, voando atrás de Rocky pela avenida cheia de postes com luzes queimadas e com mal contato do centro de Galtern. Rocky tropeçava em seus próprios pés e se confundia em sua respiração pesada. Seriam esses seus passos ou as batidas de seu coração descompassado? Ele não sabia diferenciar. O suor escorria por sua face e fazia seus cabelos descoloridos grudarem nela. Olhou para trás uma, duas, três vezes e não via se estava sendo perseguido, mas algo dentro de si dizia para continuar e ele sentia olhos famintos o observando. Suas pernas doíam e começavam a ficar dormentes a cada passo. “Faltam mais três quarteirões, vamos, Roderick, esquece tudo, corre.” pensava consigo.

Ao chegar a porta de seu prédio, ele sacou suas chaves, trêmulo e abriu a porta de ferro e vidro. Correu quatro andares de escada. Não sossegou até já estar dentro de seu apartamento com porta trancada e verificada duas vezes. Sentindo-se seguro, mas ainda com o coração acelerado, Rocky deixou-se relaxar. Encostou a testa na madeira fria em relação a sua pele, sentindo a brisa que vinha por sua sacada e resfriava sua nuca. Ele não se lembrava de ter deixado a porta para a sacada aberta.

Um pensamento passou por sua mente. Talvez não tivesse sido tão sinistro se ele não tivesse ouvido as palavras de sua cabeça serem ditas pela voz de outro alguém.

– Ainda bem que aquele cara não pode entrar por ali. - O tom calmo tinha uma ponta de sarcasmo.

Rocky julgaria ter sido sua imaginação se não visse que outra sombra encobria a sua. Ele se voltou para a direção oposta. A poucos passos de si, ele via o mesmo rapaz de antes. Rocky não teve tempo de fazer muito antes de o intruso pronunciar:

– Você foi…

Ele fez uma breve pausa para se deliciar com o cheiro do medo no ar

D i v e r t i d o.”

O garoto saltou com rapidez felina para cima de Rocky que só teve tempo de gritar, depois foi silenciado para sempre. O sangue de seu corpo, porém não foi completamente drenado. O assassino já havia se alimentado anteriormente, só estava completando a refeição. Assim que se pôs de pé novamente, o preto fazia parte apenas de suas íris e pupilas, os dentes diminuíram e tomaram forma normal. Ele limpou com um guardanapo que estava em seu bolso o sangue de sua boca. Então se virou para a direita.

– General. - Chamou. - Posso sentir que está aí, apareça.

As sombras em cima do pequeno sofá de dois lugares ficaram densas ao ponto de parecer fumaça, então se tornaram chamas e deram forma a um ser humanoide. Ele era vermelho, vestia apenas um pedaço de couro que lhe cobriam as partes, não tinha cabelos e sua cabeça, com chifres marrons nas laterais, era grande em proporção ao corpo. Seus olhos eram duas bolas pretas, o nariz pontudo e a boca quase ia de um lado da cabeça à outra. Ele ficou agachado em cima da almofada de cabeça baixa reverenciando quem estava a sua frente.

– Perdão, Mestre. - A voz soava grave e rouca.

O outro nada respondeu e se pôs a andar para a sacada, onde ficou em pé no parapeito.

– Mestre, o que faremos com os corpos? - A criatura perguntou ao se aproximar do corpo no chão, tocando a bochecha de Rocky com sua unha pontiaguda e preta.

– Deixe-o apodrecer como o resto de sua raça apodrecerá. Não é necessária dignidade com seres desta casta. Estamos próximos de nosso destino.

Ele observou a rua vazia. O vento brincava com seus cabelos.

– Logo todos estarão mortos.

Então ele pulou e voou pela noite.


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Notas finais do capítulo

Deem uma chance, por favor, não é crepúsculo nem exatamente o Drácula. (A não ser, é claro que ninguém tenha visto o vampiro ali, então tudo bem)
Acho que esse é o primeiro prólogo que eu escrevi. Tenho orgulho dele, eu não botava fé nenhuma nele, mas me diverti muito ao escrevê-lo nos últimos três dias assim como tenho me divertido trabalhando no primeiro capítulo dessa história (e em meus outros projetos de história e reutilização de personagens que eu não tenho certeza se vou postar no site).
Pretendo postar o primeiro capítulo assim que me sentir confortável com ele, ele tem me deixado bem ansiosa, mas ainda acho que tem muito o que aparar nele. Pelo menos acho que o mais difícil já foi feito. Eu acho... D:
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Até mais. o/



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