Meu Pequeno Simon escrita por LelahBallu


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Já faz um tempo eu comecei esta One, havia fechado o arquivo sem termina-la, e só hoje a terminei, simplesmente surgiu na minha cabeça, eu espero que gostem!



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POV FELICITY

- Ele vai ficar bem Felicity. – Diggle, meu estimado amigo murmurou ao meu lado, mas nada me convenceria até que o sentisse em meus braços novamente, meu bebê. – Felicity?

-Eu só preciso dele aqui. – Murmurei com a voz embargada.

- Ele? – Seu tom não duvidando de fato a quem eu me referia.

- Ele. – Concordei.

- Deixe-me ligar pra ele. – Pediu. Já era uma rotina discutimos sobre isso. Ele não se conformava de que eu e Oliver tivéssemos seguido nossos caminhos separados. Fomos felizes por um bom tempo, depois que ele terminou o que tinha com Sara, não deixando interferir no cotidiano da equipe, passámos a ficar ainda mais próximos, e depois de um tempo foi natural eu virar sua garota... sua garota, para valer. Mas os perigos foram se tornando cada vez maiores, e sua preocupação com minha segurança fazendo de nossas missões uma bagunça, ele voltou a me afastar, de novo, primeiro pessoalmente, depois nas missões, não éramos mais parceiros, e isso estava acabando conosco.

Eu resolvi ir. Deixar o team arrow, eu não conseguia apenas escutar o que acontecia durante as missões, não aguentava mais vê-lo vestir o capus, e dar as costas todos os dias arriscando sua vida, pensei bastante até que um dia deixei uma carta de demissão em sua mesa. Ele não gostou, eu sei, mas não demonstrou isso, como sempre, se limitou a assentir, e me desejar sucesso, disse que era preciso. Eu quis gritar com ele, dizer que eu sempre confiei nele de olhos fechados, que eu sempre estaria em perigo, mas que dessa vez eu não teria ele para me defender, mais do que tudo, queria dizer o quanto o amava, que isso nunca mudaria que eu sempre seria sua garota, parceira e amiga.

Eu mudei de cidade, não muito longe na verdade. Passei um tempo com minha mãe, tentando reconstruir laços quebrados, foi duro no começo, mas conseguimos, e foi ela quem descobriu que eu estava grávida. Eu ri bastante, imaginando que ficara louca, então ela me forçou ir ao médico, e ele confirmou que o que eu considerava uma virose, um mal estar passageiro, era um bebê, estava grávida de dois meses, eu me senti estúpida, como não percebi que estava grávida? Minha menstruação nunca foi regularizada, mas isso era demais. Eu chorei. Como nunca havia chorado antes, e a primeira coisa que fiz foi ligar para ele, mas não consegui prosseguir, desliguei antes que atendesse, depois liguei para Diggle cobrei uma visita dele.

Contei tudo ao meu amigo. Ele me perguntou por que Oliver ainda não sabia, eu não sabia o que responder, apenas implorei que não contasse a ninguém, ele odiou, não queria mentir, mas concordou, disse que quando eu me sentisse preparada iria contar, me atualizou do que estava acontecendo no “Covil”, contou que Sara tinha saído por um tempo, não tinha nenhum contato com ela há dias, que ela precisou sumir novamente, que Roy estava cada vez mais parecido com Oliver, e que Thea não gostava disso...

- Felicity? – Escutei John me chamar me tirando dos pensamentos. – Eu ligo?

- E dizer o quê Jonh? – Minha pergunta saiu rude sem ser minha real intenção. – Que eu preciso dele, que meu filho... Nosso filho está na UTI, que eu me sinto impotente? E depois o quê? Parabéns papai? – Segurei fortemente o urso vestido de superman, tentando me apegar em algo. Meu bebê nasceu prematuramente sem nem chegar ao sétimo mês, ele era um lutador, passamos um tempo ruim juntos, minha mãe nos ajudou, e mais tarde Sara.

John veio assim que soube a noticia do nascimento de Simon, Sara desconfiou de suas viagens e o seguiu. Segundo ela, sempre estranhou eu não ter voltado, e as noticias que John dava eram poucas: Ela está bem. Com a mãe e trabalhando muito. Disse que desde que voltou Oliver estava insuportável, que ela precisava de uma amiga no Covil, me repreendeu duramente por não ter contado, que eu precisava de ajuda, e que Oliver merecia saber. Eu nunca quis transformar minha vida em numa novela mexicana, mas quando eu o segurei pela primeira vez, eu finalmente pude entender quando Oliver falou sobre não envolver aqueles que amávamos na vida do arqueiro, então fui egoísta, e me calei.

Hoje Simon tem um ano e seis meses, e nunca tinha visto o pai.

Lágrimas não derramadas vieram aos meus olhos. Eu tinha me distraído por um minuto no celular, ele nem sequer gostava da piscina, tinha medo, e tudo que me lembro era de mergulhar desesperada na piscina. Minha mãe entrando ao lado de John, em pânico, e John que estava em uma das suas visitas mensais ligando para ambulância. A principio tudo tinha dado certo, mas estão surgiu complicações, o médico falou várias coisas das quais não entendi, e hoje seria a primeira noite dele internado no hospital, já era bem tarde. Eu não podia vê-lo. Tinha sido horrível vê-lo respirando com a ajuda de um equipamento, seu corpinho frágil.

- Eu preciso deles Diggle. – Confessei finalmente dando vazão ao choro. – Eu preciso de Oliver, e de Simon, e se eu pudesse voltar eu mudaria tudo, eu contaria a ele, eu quero a segurança que ele sempre me traz, mas eu não posso mudar, e tudo o que eu e Simon precisamos é de seu pai, Entende?

- Eu entendo. – Sussurrou levando uma mão ao meu rosto. – Acho que já é hora de contar a ele. – Falou indicando com a cabeça que eu me virasse. Eu me virei e pude vê-lo no final do corredor, nada parecia ter mudado, nem mesmo seus passos apressados demonstrando sua impaciência.

- Felicity. – Deus como eu adorava o jeito como ele chamava meu nome. – O que aconteceu? Sara disse que você precisava de mim. Você está bem? – Enquanto eu era bombardeada por perguntas, registrei vagamente Sara ao lado de Diggle, conversando em tom baixo, eu apenas seguia o encarando , não acreditando em meus próprios olhos, e foi seu toque, em meu braço chamando minha atenção que me despertou. – Felicity?

- Oliver. – Murmurei, minha voz embargada, em um passo eu estava em seus braços, chorando, começou baixo, até que não continha meus soluços. – Eu sinto tanto.

- Hey. – Me afastou brevemente apenas para segurar meu rosto em ambas as mãos. – Está tudo bem. Eu estou aqui.

- Você está aqui. – Assenti e o abracei novamente inspirando o seu perfume, por um momento me permiti sentir segura, me deixei acreditar que agora ficaria tudo bem. – Felicity. O que está acontecendo? Por que estamos em um hospital? Você se machucou?

- Eu sinto tanto. – Foi apenas o que consegui dizer. – Foi tudo culpa minha.

- Eu não entendo...

- Senhorita Smoak? – Me virei ansiosa, ao escutar a voz do doutor. Oliver ainda segurava meu braço, ele não entendia o que estava acontecendo e ainda assim tentava me consolar, ele me odiaria tanto, mas eu não podia pensar nisso agora tudo que conseguia pensar era em Simon, e como o semblante do médico estava sério.

- Ele...

- Ele está bem. – Soltei um suspiro de alívio, fechando meus olhos momentaneamente, deixando toda a tensão sair do meu corpo em apenas um segundo. Abri os olhos, e notei que o médico agora sorria. – Ele acordou assustado, respira sozinho, e tudo que precisa agora é da mãe. Já o encaminhamos para um quarto normal, ele pode receber visitas reguladas, apenas dois de cada vez. – Lançou um olhar por sobre meu ombro, provavelmente para Oliver. – Embora eu ache melhor que agora só a senhora entre.

- Eu posso vê-lo agora? – Praticamente supliquei.

- Claro. – Concordou ainda sorrindo. – Foi para isso que vim busca-la. Se puder me acompanhar. – Pediu estendendo o braço indicando a direção, dei dois passos antes de me lembrar de Oliver, estava cega pelo alívio por meu filho está bem. Voltei-me hesitante encarando seu olhar gélido, levei uma mão à boca segurando um soluço só então percebendo que ele juntava todas as peças e que esta tinha sido a pior maneira de se descobrir uma paternidade. Ele estava com o ursinho que havia deixado cair em uma mão.

- Oliver...

- Vá Felicity. – Diggle me encorajou. – Simon precisa de você.

- Mas...

- Vá. – Repetiu. – Nós conversaremos com ele. – Assentiu novamente. Hesitei por mais alguns míseros segundos até que voltei a ficar ao lado do Dr. Henry, que me esperava pacientemente.

- Pai de primeira viagem? - Dr. Henry perguntou com um sorriso tranquilizante.

- Pai que nem sabia ter embarcado nessa viagem. – Murmurei para mim mesma.

Assim que entrei em seu quarto corri até sua cama, seus olhinhos estavam abertos, e ele estava muito assustado, me debrucei sobre o seu pequenino corpo, mantendo seu coraçãozinho junto ao meu, tentando em vão conter meus soluços, foi por muito pouco, e eu quase o perdi, a dor de apenas imaginar isso era insuportável, eu não tinha ideia do que aconteceria comigo se eu o tivesse perdido. Alisei seus cabelos tentando acalma-lo, dizendo que tudo ficaria bem, que logo voltaríamos pra casa, e tudo voltaria ao normal. Prometi mesmo sabendo que não seria bem assim, que Oliver não deixaria isso por menos, e que ele seria incapaz de vira suas costas ao seu filho, ele era bom, com um grande coração, por mais que ele não conseguisse enxergar isso.

E eu não queria mais afasta-lo, eu precisava dele por perto novamente. Nós precisávamos.

[...]

POV OLIVER

Era tudo tão... Surreal.

Em uma hora estávamos perseguindo um dos maiores mandantes do tráfico de mulheres em Starling City, na outra corríamos ao encontro de Felicity.

De primeiro Sara não quis me informar quem havia ligado para ela, fiquei curioso por ser alguém o suficiente importante para interrompê-la em plena missão, Diggle estava em mais uma de suas viagens de visita a Felicity, então temi por sua segurança, pois assim que encerrou a conversa, que foi breve, Sara começou a sair imediatamente do local, e isso não era natural de Sara, ela estava atordoada. Quando a alcancei e pude finalmente encara-la eu vi culpa em seu olhar, perguntei o que havia acontecido e ela disse que Felicity precisava de mim. E foi o suficiente, não precisávamos de mais nada. Eram poucas horas na estrada, poucos horas que eu sempre estive tentado a enfrentar para vê-la, mas me continha, porque sabia que bastava uma, vez para implorar que ela voltasse a ficar comigo.

- Há quanto tempo vocês sabem? – Minha voz saiu rouca, meu tom duro, Sara e Diggle deram um passo involuntário.

- O que está acontecendo aqui? – Roy que estava mais afastado quando eu entrei, não havia escutado a conversa entre Felicity e o médico.

- Por que vocês não me contaram? – Sentia-me traído, privado do contato do meu próprio filho, por que não havia dúvida que era meu, não quando seu olhar antes de se afastar era tão culpado.

- Não era nosso segredo Ollie. – Sara se aproximou receosa pela minha reação.

- Não podíamos contar contra a vontade dela, cara. – Diggle suspirou. – Era algo que só ela podia contar.

- É meu filho droga! – Esbravejei. – Eu merecia saber, nem ela, nem vocês podiam me esconder isso. Eu merecia saber. – Repeti.

- Oliver, se acalme. – Diggle pediu olhando ao redor, com muito esforço sentei em uma das cadeiras enfileiradas contra a parede, apoiei os cotovelos nos joelhos. O pequeno urso ainda em minhas mãos. O observei por um tempo.

- O que aconteceu? – Perguntei após tomar uma respiração profunda. – O que aconteceu com ele?

- Ele se afogou. – Diggle falou por fim. – Os pulmões se encheram de água. Foi hoje pela manhã, a equipe do hospital é extremamente eficiente, realizaram todos os procedimentos de praxe para vítimas de afogamentos, especialmente em crianças. Felicity mal o viu, apenas rapidamente, como ela ficou muito nervosa ao vê-lo a tiraram de perto. Tem sido um longo dia.

- Eu sinto muito Ollie.

- O que você vai fazer? – Levantei meu rosto para observar Roy que permanecia em pé, encostado a parede, ao menos ele não sabia de na da também, parecia chocado por tudo que havia escutado.

- Eu preciso vê-lo.

- Não agora. – Sara respondeu, eu ia protestar, mas fui interrompido por sua mão em meu ombro. –O garoto passou por uns maus bocados, está assustado, e não te conhece, eu sinto muito por isso, mas não te conhece Ollie, isso o ia deixar mais assustado, converse com ela primeiro, e depois da maneira que vocês dois acharem melhor, você fará parte da vida do seu filho. – Assenti a contra gosto. – E Ollie, ela também passou por muita coisa, durante a gravidez, depois e agora, então, por favor, vá com calma.

- Oliver. – Levantei-me rapidamente ao escuta-la me chamando. Seu rosto expressivo. Mostrando toda a angustia que sentia com esse reencontro. – Podemos conversar? – Assenti não confiado em minhas palavras e a segui até o estacionamento do hospital, estava deserto e nos dava uma falsa privacidade. Passamos um longo tempo em silêncio, apenas nos encarando, ambos temíamos como começar a conversa.

-Eu sinto muito. – Falou por fim.

- Por que você não me contou? – Perguntei ignorando suas desculpas. – Por que você achou que eu não merecia saber? Eu não seria um bom pai?

- Oh Oliver, você seria o melhor pai que qualquer um poderia ter.

- Então por quê?

- Pelo modo que terminamos. – Explodiu. – Por que quando finalmente não doía tanto mais pensar em você eu me vi grávida, sem saber o que fazer. Eu liguei para você, e desisti, por que não me achava mais no direito de tê-lo como meu porto seguro, por que fiquei adiando até ter coragem, mas esse dia nunca apareceu. Por que a primeira vez que vi seu rostinho eu me apaixonei por ele, por aquela pequena parte de nós dois e tudo, tudo o que eu queria era protegê-lo.

- De mim?

- Da vida que nós dois levaríamos se eu voltasse, por que eu também não conseguiria me afastar novamente do arqueiro, por que faz parte de você Oliver, e eu nunca, nunca pediria para você deixasse essa parte por nós dois...

- Mas eu faria. – Gritei. – Eu faria. – Repetir em tom mais baixo. – Eu faria qualquer coisa por você, e por ele. Eu faria. – Repeti. – Por que eu te amo Felicity. E amaria ele igualmente se você deixasse, eu já o amo. – Ela me encarou com um sorriso triste, se aproximou e envolveu meu rosto com suas mãos, fechei meus olhos fixando na sensação de tê-la me tocando novamente.

- Eu sei, e é por isso que me mantive afastada. – Abri meus olhos, observando a força por trás dos seus. – As pessoas precisam de você Oliver.

- Vocês precisam de mim. – A corrigi. – E vocês são as únicas pessoas que realmente me importa. – Segurei suas mãos. – Eu preciso de você. De vocês dois. Por favor, não me afaste, não me peça para me afastar, por que eu serei incapaz de fazer isso. – Sentir suas mãos limparem minhas lágrimas, que não sabia ter caído.

- Eu não conseguiria fazer isso. – Prendi minha respiração quando me abraçou, envolvi meus braços em sua pequena cintura a estreitando mais. – Nós precisamos de você. Nós encontraremos um jeito, sem que você deixe de ser um herói. Eu posso vê isso agora.

- Eu te amo. – Murmurei enquanto cheirava seu cabelo.

- Eu te amo Oliver. – Foi tudo o que eu precisava escutar por hora, estava ansioso para conhecer Simon, e pelo futuro que teríamos, queria os tão falados pequenos momentos que ficavam para sempre, não com qualquer pessoa, mas com ela, eu sentia sua falta, de acordar ao seu lado, de sua risada, de assistir filmes tolos e românticos por que ela gostava,sentia falta da minha parceira, de escutar sua voz no outro lado da linha me orientando, sentia falta de vê-la tagarelar, sentia falta dela, por um longo tempo senti, e pude sentir novamente a esperança que ela havia levado. Nosso futuro era incerto, e cheio de buracos, mas era nosso, e desde que houvesse eles dois, eu estava feliz com isso.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro, eu peço que me desculpem, esta é uma one, por tanto está finalizada, eu espero a resposta de vocês através de comentários, me digam o que acharam! Estou ansiosa por isso, provavelmente irei posta-la no meu tumblr (olicitybr.tumblr.com),então se quiserem dá olhadinha lá... Em fim Comentem! Xoxo LelahBallu



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