Memories escrita por Meg M
Notas iniciais do capítulo
Olá a todos :)
Eu queria agradecer à Merlia Samers por ter favoritado a minha história. Muito obrigada ♥
Este capítulo é um bocadinho tenso ahah.
Espero que gostem. Boa leitura ♥♥
Meg’s POV:
– Bom dia Kira! – Cumprimentei-a enquanto entrava na sala.
– Olá Meg! – Sorriu.
– Oi meninas. – Disse Castiel, colocando uns fones nos ouvidos. – Quando te vieres sentar não me chateies, Kira. – Resmungou.
– Não prometo nada. – Respondeu a Kira encolhendo os ombros. Reparei que o Kentin já estava sentado.
– Bom dia criaturas. Sentem-se nos vossos lugares. Agora! – Gritou a professora de Biologia. Rapidamente todos na sala se sentaram, incluindo eu.
– Olá Kentin. – Murmurei.
– Hey. – Murmurou. Não resisti e olhei para as suas mãos, na esperança de encontrar a pulseira, mas ele tinha-as posto nos bolsos das calças. – Que estás a fazer? – Questionou-me confuso.
– A-ah não é nada… - virei-me para a frente e comecei a escrever o que a professora anotava no quadro. O Kentin permanecia quieto, com as mãos nos bolsos. Parecia distante. – Kentin! – Sussurrei. O moreno olhou para mim com uma cara muito estranha. O que se passa com ele? – Está tudo bem?
– Hum… Sim! – Sorriu forçadamente.
– Não me convenceste.
– Está tudo bem Meg. – Mostrou-se sério. Eu olhei-o preocupada. O mesmo tirou as mãos dos bolsos e começou também a escrever no seu caderno. Consegui ver a pulseira que lhe havia dado. Ele ainda a tem! Quer dizer que ele gostou mesmo! Ufa… Mas o que será que o está a incomodar tanto? … Falo com ele depois da aula. Pode ser que me diga alguma coisa…
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– Podem sair. – Anunciou a professora. Eu arrumei as minhas coisas.
– Até logo Meg. – Despediu-se o Kentin, saindo de rompante.
– Kentin, espera! – Tentei correr atrás dele mas acabei por esbarrar em alguém. – Ai!
– Estás bem? – Observei a pessoa que estava à minha frente. Era a Daisy.
– Sim… - Corri todos os lados com os olhos, mas o Kentin tinha sumido.
– Estás à procura de alguém?
– Bem… não… - olhei para baixo.
– De certeza? – Ela levantou-me a cabeça e sorriu.
– Na verdade… eu estava à procura do Kentin… Tu por acaso não viste por onde ele foi?
– Não, desculpa.
– Tudo bem. Eu falo com ele depois.
– Queres vir almoçar?
– Claro. – A Daisy colocou o seu braço por entre o meu e caminhámos até ao local habitual.
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– Tenho uma surpresa para vocês. – Disse piscando o olho.
– O que é? O que nos trouxeste? Meeeeeeeeeeeg.– Perguntou a Vivian ansiosa.
– Tem calma loirinha. – Resmungou a Kira.
– Esta é para ti. – Entreguei uma pulseira rosa à Vivian.
– Tão lindaaaaaaa! Obrigada Meg! – Abraçou-me tanto que mal conseguia respirar.
– E estas são para vocês. – Entreguei uma laranja à Jamie, uma roxa à Daisy e uma amarela à Kira. Todas as pulseiras tinham a inicial do nome de cada uma das meninas gravada.
– Muito obrigada! – Disseram em conjunto.
– Meg, podes vir comigo? – Lysandre apareceu de repente.
– Andas muito concorrida! – Brincou a Vivian. As outras riram. Eu fiz cara feia.
– Mas eu ainda não acabei de comer… - Respondi.
– É urgente. – Ele ficou sério.
– Hum… ok! – Comecei a comer tudo muito depressa e acabei por me engasgar. A Kira aproveitou para me dar uma “palmadinha” nas costas. – Já acabei. – Levantei-me e fui com o Lysandre.
– Desculpa aparecer assim.
– N-não faz mal… - Não sabia o que dizer. O que será que ele quer? O Kentin disse-me para não lhe dar muita confiança…
– Aqui deve dar. - Entrámos numa sala de aula e ele trancou a porta. O quê?! É necessário trancar a porta?!
– Porque nos trancaste aqui dentro?!
– Assim ninguém nos pode incomodar. – Sorriu maliciosamente. Aquele sorriso traz-me arrepios! Quero sair daqui!
– O que queres afinal? Porque me chamaste aqui?
– Por onde hei de começar? … - Começou a aproximar-se de mim com o mesmo sorriso estampado na cara. MEDO! – A verdade é que eu não consigo deixar de pensar em ti, desde o momento que te pus os olhos em cima. Tenho-te observado muito ultimamente. Acho-te diferente das outras raparigas, na minha opinião, o que me deixa… interessado? – O QUÊÊÊÊÊÊ?! Não acredito que ele me trouxe até aqui para isto! – O único problema é que tu não pareces igualmente interessada. – Está a aproximar-se cada vez mais. – Mas isso vai mudar. – Pegou no meu queixo e fechou os olhos. Inclinou-se para me beijar.
– L-l-l-Lysandre! Para com isso! – Implorei. Ele abriu os olhos bicolores e sorriu. – Para! – Empurrei-o contra uma mesa e corri para a porta. Destranquei-a e saí. - O que lhe deu?! Pensei que fosse piorar… - Falei baixo. Não parava de tremer.
Deu o toque. Apressei-me e fui buscar o meu saco de educação física ao cacifo. O Castiel também se encontrava lá. – Castiel! – O ruivo olhou para mim.
– Que foi baixinha?
– Não vais faltar à aula, pois não?
– Óbvio que não. Eu sou um aluno exemplar.
– Nathaniel, o que estás a fazer no corpo do tomate?
– O que me chamaste? – Castiel agarrou-me e apertou-me a cabeça com alguma força.
– AAAAAAAAAAAAAAAAH! Isso dói seu bruto! - Ele riu.
– Era essa a intenção. – Largou-me e pegou no seu saco. – Vais-te atrasar. – Saiu dali, deixando-me especada.
– Pois é! Tocou já faz algum tempo! – Corri para o balneário e troquei-me.
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Acabei de fazer o aquecimento. O professor veio até nós e trouxe com ele bolas de basquete. Já referi que adoro basquete? Pronto, eu adoro.
– Meninas, façam três equipas. Os rapazes que façam duas. Vamos jogar basquetebol. – Declarou o professor.
– Podia ser raparigas contra rapazes. – Sugeriu a Kira.
– Para te humilhares? – Gozou o Castiel.
– Tu estás é com medo. – Ela retorquiu.
– Eu? Com medo? De ti? – Riu.
– Hum… muito bem. Raparigas contra rapazes. – Anunciou o professor.
Posicionámo-nos em lugares aleatoriamente. A Kira era quem liderava a equipa das raparigas, assim como o Castiel a dos rapazes. Os dois juntaram-se no centro do campo. O professor lançou a bola ao ar e foi Castiel quem conseguiu alcança-la. Não é surpresa nenhuma, já que ele é mais alto. Depois passou a bola para Kentin, que a controla com facilidade. Eu preparei-me para lhe tirar a bola. Ele é muito rápido e ágil. Foi então que ele ficou frente a frente comigo. Eu estava a bloquear-lhe o caminho. Num rápido movimento apanhei-o desprevenido e tirei-lhe a bola das mãos. O moreno ficou parado, ainda a raciocinar. Corri até ao meio campo e passei a bola para uma colega minha. A mesma driblou e passou para a Kira. Dois rapazes estavam a marca-la, então não pensei duas vezes e fiz-lhe sinal. Ela percebeu e saltou com intenção de me passar a bola. Os que a marcavam desviaram-se para tapar o cesto, pois pensavam que ela ia tentar encestar. Era esse o objetivo. Ela passou para mim. Eu driblei rapidamente até ao cesto, dei um grande impulso e saltei. Fiz pontaria e lancei a bola.
– Cesto! 1-0. Ganham as raparigas! – Anunciou o professor.
– Boa Meg! – Todas saltaram para cima de mim fazendo-me cair no chão.
– Pf… Isso foi pura sorte. – Refilou o Castiel com os braços cruzados.
O jogo seguiu-se por mais uma hora. No final ganhámos. O cabeça de tomate só gritava de tanto irritado que estava. É o que dá ser machista.
– Jogaste muito bem! – Elogiou-me o Kentin.
– Não foi nada demais… - Corei.
– Não sejas modesta, foste incrível!
– Obrigada! – Sorri. – Eu precisava de falar contigo…
– Diz.
– Primeiro vou tomar banho. Vemo-nos daqui a bocado no pátio, sim?
– Sim. – Sorriu.
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Estou sentada num banco no meio do pátio, à espera do Kentin. Todos tinham ido para casa, ou seja, o pátio encontrava-se praticamente vazio. Não me sai da cabeça aquilo que se passou mais cedo com o Lysandre. Foi assustador! Só quero esquecer isso…
– Meg. – Alguém me belisca o braço e faz-me acordar. Era o Kentin.
– Ai! – Ele riu e sentou-se ao meu lado.
– Estás sempre perdida nesses teus pensamentos. Pensavas em quê? – Senti as bochechas corarem. Não lhe ia falar acerca do que aconteceu com o Lysandre. Pelo menos não agora…
– N-nada! – Ele riu pelo nariz.
– E o que querias conversar comigo?
(ouçam enquanto leem esta parte, só para dar ambiente https://www.youtube.com/watch?v=FN-l3pqx7f0)
– É que… tu parecias distante durante as aulas e eu… eu fiquei preocupada… - Ele olhou para mim surpreendido. – Não me queres contar o que se passa? Afinal… somos amigos, não é? – Ele assentiu com a cabeça. – Então…
– Pronto, eu vou contar… - Interrompeu-me. – O meu pai, como já te tinha dito, está separado da minha mãe. Ele está na América a trabalhar como militar – Esperem… quando fomos ao Parque de Diversões o Kentin referiu que ia iniciar a carreira como militar quando terminasse os estudos. Isso quer dizer que ele quer seguir o mesmo caminho que o pai. – e há pouco tempo mandaram-no realizar um serviço um pouco… digamos que complicado. Foi por causa dos serviços estranhos e das ausências dele que a minha mãe sofreu tanto. Eu assistia muitas vezes aos seus choros durante a noite, que ela tentava esconder de mim. Isto durante sete anos. Doía-me o coração de vê-la naquele estado, mas eu não pude fazer nada… Foi essa a razão de eles se terem separado. Mas ambos continuam a amar-se e continua a ser difícil… Eles decidiram que quando o meu pai voltasse do seu último serviço, ele ainda não sabia qual era, podia então finalizar tudo lá e voltar para casa. Eles voltariam a ficar juntos. – Ele mantinha uma expressão séria e os seus olhos começavam a ficar vermelhos. Nesse momento uma lágrima apareceu, escorrendo pelo seu rosto. – As probabilidades de ele voltar novamente vivo são… muito poucas… e… e… - Ele começou a soluçar e várias lágrimas saíram dos seus olhos. Eu abracei-o com força. O Kentin acabou por me abraçar também. – Eu estava ciente de que iria ser militar, tal como o meu pai, pois queria ser útil para todo o mundo, como ele é! Queria fazer algo para poder ajudar todos! Mas, depois disto… depois de tanta dor e sofrimento… depois de tantos anos sem ele… - O moreno não parava de chorar no meu ombro. Sem me aperceber deixei escapar uma lágrima também. – Eu já não quero isso! Não quero fazer sofrer a minha família! Já não sei o que pensar mais… O que eu sei é que desejo vê-lo outra vez… desejo que ele e a minha mãe fiquem juntos… Desejo mais que tudo voltar a ver a minha mãe a sorrir como dantes. - Dito isto, ambos ficámos abraçados e em silêncio para aí uns três minutos.
– Kentin… - Eu parei de o abraçar e afastei-me um pouco para lhe limpar as lágrimas. Os seus olhos estavam inchados e vermelhos. Cheios de tristeza. – Vai tudo ficar bem. – Sorri, ainda com o rasto que a minha lágrima tinha deixado. Limpei-me. – Eu vou estar sempre aqui, seja para o que for. Prometo. – Segurei na sua mão e apontei para a pulseira. – Ele começou a chorar novamente e abraçou-me.
– Obrigada Meg! – Acariciei os seus cabelos castanhos. Estivemos ali assim um bom bocado. Depois senti algo a tremer. Vinha da perna do Kentin. Nós afastámo-nos e ele tirou o telemóvel do bolço das calças. – É a minha mãe. – Disse limpando as próprias lágrimas.
– Atende. – Sorri.
– Sim, obrigada. – Sorriu. Levantou-se e foi afastando-se. Passado não muito tempo vem até mim. – Tenho de ir buscar a minha mãe ao trabalho. – Coçou a cabeça.
– Onde ela trabalha?
– Numa loja de roupas de um amigo meu.
– É perto?
– Sim, mais ou menos. Não é muito longe do teu apartamento.
– A sério? – Sorri. Levantei-me e agarrei a sua mão. – Vamos!
– Sim. – Sorriu carinhosamente.
Seguimos até minha casa, onde ele me deixou e foi buscar a mãe. Entrei em casa. O meu pai e o Peter ainda não tinham chegado. Meti-me no quarto e comecei a pensar no Kentin e em tudo o que ele tinha contado. Nunca me tinha passado pela cabeça que se estivesse a passar tal coisa com ele. O Kentin está sempre alegre… Ele guarda esta dor dentro dele já há muito tempo… Vou estar a apoiá-lo aconteça o que acontecer. Eu sei como é perder alguém muito importante…
– Para desanuviar um bocadinho… - Sentei-me no banco do meu quarto e continuei a pintura que tinha abandonado no outro dia.
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Até ao próximo capítulo :D