Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 40
Visita


Notas iniciais do capítulo

Yeva



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Por culpa do trabalho meu tempo livre eu usava 90% para estudar matérias atrasadas, enquanto os outros 10% eu usava para escrever e o que isso significa? Significa que estou extremamente atrasada com a minha parte da obra. Vladimir era quem estava odiando a minha parte atrasada, a todos os instantes ele passava no meu quarto para saber se o que eu fazia era para a faculdade ou para o serviço. Algumas vezes quando eu ia até o escritório dele e meu celular tocava ele tomava da minha mão e colocava no silencioso quando não o desligava.

Perdi a hora o que quer dizer que fui sozinha para a faculdade, Vladimir já estava dando aula, e eu estava bem atrasada para a minha, nesse semestre eu tinha uma aula com ele, então durante uma aula eu tinha de fingir não estar capengando de sono e fingir que estava conseguindo levar as três coisas muito bem.

Meu celular tocou quando eu entrava na sala, que infelizmente era a sala do Vladimir, assim que pus o pé na porta já tive que sair e a pior parte é que meu professor me viu. Atendi o celular.

– Richard? - eu quase gritei, olhei em volta - Você está no Brasil?

– Estou - ele falou - Na verdade estou chegando na casa do Vladimir agora. A que horas vocês voltam?

– Por que não ligou para ele?

– Liguei - ele tossiu - Mas ele não me atende, ai lembrei que você está dividindo casa com ele. A que horas voltam?

– Ele deve estar ai lá pelas seis, eu chego só depois das nove.

– Ta certo, volto quando ele chegar, obrigado. - ele desligou.

Voltei para aula, pedi desculpa ao professor Vladimir me analisou e então pediu que eu sentasse. Escrevi um bilhete em um papel, ele passou por mim, entreguei a ele, que leu e jogou na minha mesa.

Ele andava estranho, meio arrogante. Isso estava começando a me irritar, eu sentia falta dele cuidadoso.

Corri para o almoço após as aulas, faria marmita como sempre.

– Você não está dando conta - Vladimir falou ficando ao meu lado na fila - Você não vai aguentar o tranco.

– Acho que vou - falei - Agora tenho de ir - die um beijo na bochecha dele e saí correndo.

Cheguei no trabalho, joguei a marmita vazia no lixo, pulei para a minha mesa, meu chefe já estava para voltar do almoço, arrumei os papéis, organizei as anotações da menina do turno anterior ao meu, todos os post-its foram organizados nas suas devidas agendas e nas folhas corretas e não em papéis coloridos fluorescentes. Corri até a mesa do chefe entreguei os trabalhos que a menina já tinha dividido nas categorias de livros, revistas, panfletos, marcadores. Coloquei tudo nas devidas fileiras e voltei para a minha mesa.

– Boa-tarde, senhorita Budapeste.

– Boa-tarde, senhor Pontes. - ele sentou ruidosamente na poltrona, avaliou os trabalhos.

O telefone não tocou muito, dois roteiristas insatisfeitos, e um restaurante desmarcando horário porque entraria em reforma.

Duas reuniões marcadas para o final da semana, que me fez retirar dois almoços que ele teria, o telefone tocou.

Atendi e logo passei para a sala do chefe.

– Senhorita Budapeste! - ele me gritou, corri até sua sala - Pode ir para casa, por hoje já está ótimo.

– Mas, senhor, ainda são seis horas, o senhor vai passar muito tempo sem suporte e...

– E nada. - ele falou já virando as costas para mim e folheando um livro - E vem cá - ele me chamou - Você sabe concertar essa coisa aqui? - ele mostrou uma página impressa com alguns erros.

– Claro que sim, tenho o arquivo em meu computador.

– Ótimo, e aproveita para criar uma capa melhorzinha, essa daqui ficou um lixo.

Confirmei.

Abri o arquivo do livro, corrigi a página e busquei em um banco de fotos gratuitas por uma que combinasse com o livro, a arrumei colocando mais luz, desfazendo a pintura em algumas partes, encaixei o nome do autor, a marca da editora, enviei para meu chefe. Ele me mandou um email de dispensa desse dia.

Juntei minhas coisas e fui para a casa de Vladimir.

Entrei na casa e encontrei os dois sentados no sofá conversando, estavam bem arrumados.

– Demorou, pensei que o Pontes fosse te liberar as seis. - Vladimir falou.

– E ia, mas surgiu um imprevisto e acho que posso ser promovida.

– Isso é fantástico - Richard falou alegre - O que você fez?

– Editei uma capa e uma página que veio errada - dei de ombros - modestia parte ficou muito bom e... Por que estão tão bem vestidos?

– Ah, já tinha até me esquecido, esse sofá é tão confortável que eu nunca quero sair dele - Richard se levantou rindo - Vá por uma roupa melhor, vamos jantar fora.

Subi para meu quarto, peguei uma camisa que eu comprei par ao trabalho, uma saia mais alta, uma sapatilha, joguei o cabelo de qualquer forma para um dos lados e desci. Os dois já estavam na porta me esperando. Entramos no carro de Vladimir que dirigiu até um restaurante próximo do centro da cidade, tinha uma fachada no estilo antigo, entramos, algumas lamparinas espalhadas pelo lugar, as lâmpadas só existiam sobre as mesas dos clientes.

Escolheram uma mesa.

– O que vio fazer aqui? - perguntei.

– Descansar, fiz tantos shows que estou destruido - ele falou - Mas imagino que você não esteja em seu melhor momento também, não é?

– Um pouco - sorri para ele e arrumei meus óculos o que o fez rir - Ando conseguindo fazer os três sem problemas algum.

– Eu não digo o mesmo - Vladimir também arrumou os óculos - Você está atrasada com a sua parte do livro, se continuar assim iremos atrasar o lançameto e isso vai sair caro.

– Já te falei que vou dar conta - ele revirou os olhos.

Começamos uma discussão sobre isso que fez Richard ter de nos parar.

Ele contou que tinha contato com a minha irmã, claro que não ele diretamente, mas Alexander sempre dava noticias sobre ela que parecia ter conseguido se dar bem com os meninos da banda o que me deixava extremamente aliviada.

Meu celular tocou, era uma mensagem, Vladimir me fuzilou, Richard olhou curioso. Olhei rapidamente e logo bloqueei a tela, responderia depois.

– Ah, antes que eu me esqueça de te entregar isso - Richard me esticou um colar - Encontrei e achei a sua cara - tinha um livro como pingente.

– Coloca em mim?

Ele confirmou, fui té ele que estava sentado a minha frente, abaixei a sua frente, ele prendeu e par ame avisar que tinha terminado deu uns tapinhas no meu obro, agradeci.

Ele contou sobre as cidades que conheceu e as que soube que minha irmã conhecia, contou que Citro estava contente com as apresentações dela, que a elogiava em todas as entrevistas, nenhuma que eu tenha assistido e não é que eu estivesse assistindo muitas, porque não estava, no máximo uma ou outra que passava pela minha mão para ser entregue ao senhor Pontes.

– Você está juntando dinheiro? - Richard perguntou degustando uma bela taça de vinho.

– Claro que sim, quero comprar o apartamento da minha tia - ele me olhou surpreso - Ele ainda vai voltar a ser meu e da Yara.

– Fico feliz em ouvir isso - ele sorriu e apertou minha mão.

Voltamos para casa, Richard dormiria lá, ele ficou no quarto que era seu mesmo.

Acordei no sábado pronta para o trabalho, coloquei o café para passar, fui até o escritório, quando voltamos do restaurante escrevi algumas folhas até dormir em cima delas, algumas ficaram um pouco babadas, o que é nojento, mas eu tinha de apresentá-las ao Vladimir. Essas folhas adiantariam uma parte do meu trabalho e, talvez, mas só talvez, ele fosse parar de me cobrar tanto.

Tomei café, e saí para trabalhar.

O ônibus vazio, vantagem de trabalhar no final de semana. Na minha mesa duas pilhas com quatro livros cada. e um bilhete no teclado.

"Se fizer um trabalho tão bom quanto o de ontem pode ser que consiga ser uma editora, boa sorte, Pontes."

Abri os arquivos dos oito livros, o primeiro era sobre uma menina perdida. Ela era descrita como a cachinhos dourados, então peguei a foto de uma menininha loira com cachos bem definidos, coloquei o nome do livro e do autor; o segundo era sobre um caçador de recompensas, procurei uma imagem de um ladrão, fiz umas mudanças de luz, coloquei o título do livro e o nome do autor, e assim fui fazendo, alguns mais rápido do que outros, alguns demoravam uma eternidade até encontrar uma capa boa.

Depois de concluir metade das capas resolvi fazer uma pausa, já era mais de três da tarde, comprei um sanduíche e voltei par ao trabalho.

O telefone tocou, era o senhor Pontes querendo saber como eu estava indo, contei sobre o que estava fazendo, ele disse que não esperava que eu fosse render tanto. Nem eu esperava que renderia tanto.

Comecei a editar os capítulos, parei quando a noite já escurecia o escritório.

Mandei uma mensagem para Vladimir, ele disse que estava indo ao aeroporto levar o Richard. Pedi para me pegarem antes dele partir.

– Por que já está indo? - perguntei quando bati a porta do carro.

– Porque eu vim descansar um pouco.

– Dois dias? Isso é descanso?

– Para quem trabalha todos os dias, com toda a certeza isso é - ele riu - Não precisa ficar com essa cara triste, eu volto quando você menos esperar.

Nos despedimos.

No percurso de volta Vladimir perguntou sobre o que eu fiz no trabalho, contei a ele que pediu para eu mostrar chegando em casa.

Foi o que fiz. Ele analisou as capas e os conteudos, me deu algumas dicas que eu anotei, faria um teste na segunda-feira.

– E sobre as folhas que você deixou no escritório, estão muito boas. Tenho que admitir isso - eu já estava na escada - Quando você pretende me apresentar mais da sua bela escrita?

– Quando eu tiver tempo - falei me despedindo - Vou dormir um pouco.


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