Eu Quase Namorei o Ídolo da Minha Irmã escrita por Vlk Moura


Capítulo 2
Conhecendo


Notas iniciais do capítulo

Yeva
Yara



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Eu estava animada por estar voltando a Uma Recordação, carregava a mochila com os livros que minha irmã pediu par eu pegar, ela me surpreendeu quando me disse ter se inscrito na aula extra onde autores iriam dar dicas de redação, eu queria muito participar das aulas, mas eram no mesmo horário de minhas atividades, então tive de me conter.

Cheguei de fora da ONG, ficava em uma mansão longe da cidade, o terreno ao fundo era enorme com um belo jardim que mantinham uma área com bancos e mesas, era quase um parque. Quando entrei encontrei o salão de entrada todo decorado, um "Bem-Vindo" enorme estava pendurado a uma faixa, o que mais me assustou foi uma réplica em tamanho real de um cantor, eu a encarei, aquela coisa parecia ser realmente real, era bem melhor do que a da minha irmã.

– O que está acontecendo? - perguntei a Carla a minha supervisora.

– O senhor Richard Compoeur virá para cá - eu a olhei - Lembra o acidente - neguei - Ah é, esqueci que você é desligadinha. - ela deu sua risadinha de rato que sempre fazia minha irmã rir, mas me dava medo.

– Então, que acidente é esse?

– Ele estava nos Estados Unidos e o carro que dirigia capotou, a irmã dele estava junto e parece que ela está em coma. - eu a olhei tentando entender - Deve ser difícil... - apertei meus dedos, eu quase sabia como é.

– Ele virá para cá?

– Não é óbvio? - ela apontou para a réplica a qual eu estava parada ao lado, eu sequer atingia seu ombro.

– Mas por quê? - eu continuei perguntando.

– Você é muito curiosa, menina - ela riu novamente - Não se preocupe, ele ficará conosco e você não ter´d lidar com ele.

– Fico aliviada.

– Sei que fica. - ela sorriu - Agora vá reuni-los, ele chega em meia hora.

Confirmei.

Saí para o jardim, caminhei até as primeiras mesas onde dois senhores jogavam truco, me cumprimentaram delicadamente e logo seguiram para a sala onde pedi para que me aguardassem. Aproximei-me de duas mulheres que fofocavam algo, nunca perdiam esse lado fofoqueira, elas também seguiram. Uma menininha, seu nome é Paloma, ela correi saltitante até mim e me abraçou, fiz o mesmo, ela tem nove anos e não se recorda de metade de sua vida devido ao que presenciou quando muito novinha, seus irmãos e pais foram mortos a sua frente, algo terrível para alguém tão nove, na verdade, terrível para qualquer um que passe por isso.

– Viu quem vem para cá? - ela perguntou enquanto me ajudava a juntar todos na sala.

– Vi sim, a senhorita deve estar muito feliz, não é?

– E como - ela parou de saltitar e andou ao meu lado - Minha irmã - sua prima - disse que virá me buscar mais tarde, mas tenho certeza de que ela virá porque poderá vê-lo. Ye, você sabe se ele será residente como os outros?

Alguns dos adultos precisam tomar certos remédios então ficam sob o controle das enfermeiras da Uma Recordação, assim os familiares cortam alguns custos. Para eles é até bom, mas muitos não recebem visitas há meses.

Com todos na sala Carla deu a notícia do astro que viria ficar conosco, a maioria comemorou, mas ela os acalmou, um carro parava de fora, fomos todos para a entrada, a porta se abriu e gritamos em coro "Seja Bem-Vindo!", Richard nos olhou com desdem, olhou para a mulher e o homem que o acompanhavam e fez careta.

– Não se preocupe, aqui será bom para você, é um dos melhores do país.

– Que seja - ele nos olhou - Onde será meu quarto?

– Lá... lá... lá... - Carla ficou nervosa causando risos em todos.

– Lá em cima - completei apontando para as escadas - Precisará de ajuda com suas coisas?

– Você tão magrela ia me ajudar? Há, esse lugar é hilário - ele falou sério.

– Não, não ia - apontei para outros dois funcionários - Por favor, subam com as coisas dele.

– Claro.

Eles pegaram as malas que a mulher e o homem que seguiam o astro haviam deixado na entrado, pediram licença e subiram, desgostoso Richard os seguiu, pude ouvir a porta bater, os dois rapazes desceram.

– Pedimos desculpa por ele - a mulher falou, estávamos na sala de Carla, eu e outros funcionários que iriamos lidar com o cantor - Desde o que aconteceu com a irmã ele não consegue agir como antes.

– Duvido que antes fosse alguém melhor - falei alto demais, os dois sentados me olharam - Desculpa, eu tenho certo problemas com astros como ele - dei de ombros - Mas não se preocupem iremos cuidar muito bem dele aqui.

– Sabemos disso, por isso o trouxemos para cá - voltaram-se para Carla - Pedimos que para o caso de alguém pedir para ele cantar vocês o afastem logo, ele não está - a mulher parecia tensa - Ele não está podendo cantar.

Então foi isso o que perdeu, ele havia perdido a capacidade de cantar, era estranho, mas eu já passara por algo parecido há alguns anos, eu iria tentar respeitá-lo, passar por cima de meus bloqueios com astros do Rock.

–.-.

Minha irmã ia demorar para voltar, estava com os livros que eu precisaria para aula, mas tive de ir mesmo assim. Muitas pessoas de fora, aquilo me incomodava, teria muito barulho.

– Podem entrar.

Entramos, sentei a frente, não gosto muito, mas no fundo teria muito barulho. Peguei as folhas do meu fichário e percebi que não estava com o meu e sim com o da minha irmã, peguei caneta e lapiseira, guardei o resto, quando a aula acabar seria só levantar e sair sem me preocupar com o material para guardar.

Nosso professor entrou, olhe espantada para quem adentrava, arrumou os óculos e nos olhou tímido, d-r-o-g-a, minha irmã ia adorar estar ali, aquele cara estava na orelha d quase todos os livros da Yeva, a minha frente estava Vladimir Berlim, um dos maiores autores da atualidade, um dos mais jovens a receber os maiores prêmios da literatura mundial.

– Boa-tarde - ele falou e eu parecia não ter sido a única a notar quem ele era - Acho que muitos de vocês sabem quem eu sou, mas para aqueles que não sabem ou não me reconheceram eu sou Vladimir Berlim, autor de best-sellers como Fundo do Bairro e Pulando a Abelha - os nomes desses livros sempre me mataram, são péssimos, mas as histórias são muito boas, Yeva me forçara a ler todos os que tinha e ele era realmente muito bom - Serei o professor de vocês por esse ano nessa matéria, espero que possam aproveitar o que tenho de passar a vocês.

Ele era novo, se não me engano tinha 24 anos, mas já era milionário só com seus livros e agora era nosso professor, caramba, ele é admirável. Ele falava com o mesmo tom manso que Yeva tem, eu não conseguia parar de imaginar o quão feliz ela estaria naquela aula, já via seus olhos brilhando, ela arrumando os óculos e anotando tudo o que ele falava.

– Bom, isso é o que enho para passar para vocês, vejo-os n próxima semana.

As meninas e alguns meninos iam até ele pedir autógrafos e fotos. Levantei e saí da sala, queria chegar em casa, estava faminta, precisava comer um enorme sanduíche, lembrei que era dia de pizza e não teria de cozinhar, uma das minhas maiores alegrias. Passei pela pizzaria e fiz o pedido, entregariam em nosso apartamento, quando cheguei Yeva saia do quarto já de pijamas com o olhar cansado.

– Parece cansada - falei deixando a bolsa em um canto e pegando os livros que ela deixou na mesa de centro da sala - Obrigada.

– Não foi nada - ela espreguiçou - Um novo paciente hoje, ele é meio problemático. Mas nada muito legal - ela bufou me fazendo rir - Mas e você, gostando da aula?

– Muito boa, o professor é ótimo. - entrava no quarto - Ah, pedi uma pizza. Sabia que você não ia querer cozinhar no dia da pizza e nem eu queria, então providenciei.

– Te amo! - ela gritou.

Comemos e dormimos.


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