Infiltrates (Os Infiltrados) escrita por Rachel Di Angello


Capítulo 29
Infiltrada


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, estou postando o capitulo hoje, tentarei postar um cap por semana. Boa leitura. Aproveitem.



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As meninas apareceram poucos minutos após a retirada de Percy, se notaram algo diferente em meu humor preferiram não comentar e eu agradeci mentalmente a elas por isso.

Leo chegou basicamente uma hora depois, ainda havia muito tempo até hora programada para a reunião, então ele nos trouxe chocolate, biscoitos e uma pipoca de micro-ondas, que eu ainda não sei onde ele arranjou. Colocamos um filme no notebook e fomos assistir enquanto esperávamos o tempo passar.

Faltando uma hora para a reunião, eu fui tomar banho e as meninas arrumaram meu cabelo e fizeram minha maquiagem, mesmo eu dizendo que não queria. Estando pronta Leo me deu meu crachá, era exatamente como a foto de um original que eu havia visto, se alguém o olhasse nunca iria desconfiar que era “falso”.

—Lembre-se — dizia Leo — Sente em um lugar reservado, escondido. Os seguranças podem não ter a informação de que você não foi convocada, então, se algum líder te reconhecer vão te tirar de lá em questão de segundos.

—Evite também ser vista por muita gente — disse Samanta — A maioria das pessoas aqui te conhecem, e claro que sabem que essa reunião é referente a seu pai, se te verem você pode acabar virando o comentário de lá, e isso pode chegar aos ouvidos de algum líder.

—O ideal seria você usar algo que disfarce sua aparência, mas lá é proibido óculos escuro, boné, ou algo do tipo, então tente ser somente invisível — disse Sarah — sei que é complicado, mas tente.

Eu sorri para todos eles, eu os mal conhecia e já os tinha como amigos.

—Obrigada gente — eu disse — farei o possível pra seguir os conselhos de vocês. 

— Ótimo

Todos os convocados poderiam opinar, alguns intelectuais também se estariam lá, eram chamados apenas para criar a estratégia, não participariam da missão em si, no entanto eram de suma importância.

Havia uma pequena fila de pessoas para entrar no salão, já que tinha só podia passar uma pessoa por vez, andei com os ombros e a cabeça abaixados, evitando chamar atenção para mim, havia soltado os cabelos de forma que escondiam parte do meu rosto. Respirei fundo quando chegou a minha vez de passar pelas grandes portas, passei o cartão, ainda mantendo a cabeça baixa. Meu coração parou por alguns segundos enquanto a máquina processava minhas informações. E se tudo desse errado? Logo em seguida uma luz verde se acendeu e a porta se abriu me dando passagem. Passei pelos dois seguranças, que estavam em frente à porta, torcendo para que eles não me solicitassem contato visual. Sentei-me o mais afastado possível na parte de trás, próxima a uma coluna. Olhei ao redor e percebi que quase todos os lugares estavam ocupados, logo começariam. O tempo pareceu passar o mais devagar possível e eu ficava cada vez mais nervosa, secando de segundo em segundo minhas mãos suadas na calça jeans.

Enquanto não começava, aproveitei para olhar algumas pulseiras, vi poucas brancas, vi algumas azuis, entretanto a maioria delas era verde, é claro; muitos guerreiros eram chamados. Vasculhei o local, mas não encontrei nenhuma pulseira preta. Dei mais uma olhada no salão a procura de Percy, não o achei. Atrasado?  Assim que a última pessoa entrou no grande salão, comecei a cogitar a possibilidade de que, assim como eu, Percy não havia sido convocado.

—Boa tarde — disse Quíron chamando a atenção de todos. Algumas pessoas que cochichavam baixinho se calaram — Meu nome é Quíron e eu dirigirei esta reunião. Todos conhecem o motivo da reunião, essa manhã encaminhamos um relatório completo com todas as informações por e-mail para cada um de vocês. Frederick Chase foi sequestrado e virou uma missão da Delta resgata-lo. Não sabemos quem foram, e nem quantos foram, mas sabemos que foram enviados pela Aracnide. A única prova que temos é uma carta que foi deixada para a senhorita Annabeth Chase, a qual cada um tem uma cópia em seus e-mails. — Alguns cochichos começaram quando meu nome foi dito, mas Quíron pediu silêncio — Na carta, os sequestradores negociavam a vida dele, pela dela. Tivemos ordens diretas de Paternos para manter a senhorita Chase a salvo, e resgatarmos Frederick Chase.

— Uma missão suicida para resgatar uma pessoa que nem mesmo é um de nós. — Alguém disse.

— Senhorita Chase é uma de nós desde o momento em que nasceu, sua família, assim como a de vocês, também nos é importante — Quíron interveio — Sua mãe nos serviu com braveza até seus últimos dias. E novamente, são ordens diretas de Paternos.

— Ela é importante para a Delta somente porque tem informações valiosas, porque ela sabe demais sobre vocês — Rachel disse, eu nem havia visto ela entrar — De qualquer forma, a maioria de nós sabe que vocês só a ajudam para que ela não se volte para o lado contrário, por que ela seria a melhor arma deles.

Muitas pessoas começaram a falar de novo, Quíron pedia silêncio, mas estava difícil fazer com que eles se calassem.

— E a minha opinião sobre isso, ninguém quer ouvir? — Eu gritei, estragando todo o plano de passar sem ser percebida, no momento em que me viram todos se calaram, e voltaram a atenção para mim, alguns transmitiam surpresa, outros desprezo — Acho que já que estão debatendo sobre mim, eu deveria no mínimo ter sido convidada para essa reunião, estou correta Quíron?

— Annabeth, essa reunião é apenas agentes convidados, não sei como entrou, mas peço, por favor, que se retire. —  Ele disse tentando ser o mais educado possível.

 Alguns seguranças fizeram menção a vir até mim, mas Quíron os deteve.

— Acho que a Srta. Chase conhece a saída.

Por um momento eu pensei em realmente ir, mas então lembrei de todos os pesadelos da noite anterior, da saudade e do aperto no coração que eu sentia quando lembrava que nunca mais poderia ver meu pai novamente. Queria me esconder de todo mundo, entretanto precisava fazê-los me ouvir. Precisava deles.

Levantei do meu lugar, e caminhei até o corredor, como se fosse sair e então me voltei para Quíron.

— Alguns anos atrás minha mãe foi sequestrada, eu nunca mais a vi, e fico me perguntando — eu disse descendo até o palco onde ele se encontrava — Como seria ter uma mãe, como seria ter alguém para poder sair e fazer compras, alguém com quem pudesse falar de garotos, alguém para ir ao salão de beleza e fazer as unhas, coisa que eu não gosto de fazer. Às vezes, eu sonho com o rosto que vi nas fotos, sonho com uma mulher que mal conheci, que, no entanto, sinto a perda.  Meu pai foi o mais próximo que eu tive de uma mãe, ele tentou ao máximo fazer os dois papéis, ele estava lá quando tive minha primeira menstruação, estava na minha primeira cólica, com um remédio que ele havia pesquisado na internet, foi para ele que falei do meu primeiro beijo, e o quanto ele havia sido ruim. Ele era toda a minha família, e agora eu perdi.

Cheguei ao palco ao lado de Quíron e olhei para todos.

— Eu não sabia que existia essa organização há duas semanas. Falando sério, ainda preferia ficar sem saber, o modo como isso tudo mudou minha vida, eu era uma pessoa normal, e de lá pra cá estou fugindo. Fugindo dessas pessoas, que surgiram do nada tentando me matar, pegaram meu pai e transformaram minha vida em um inferno. Vim para cá com uma meta, eu não iria fugir mais, eu vou salvar o meu pai — virei-me para Quíron — Com ou sem a ajuda de vocês. Há dias eu ouço coisas que não entendo, parece que eles —  apontei paras as pessoas que nos olhavam atordoadas —  sabem mais de mim do que eu mesma. Chega disso. Se estiverem escondendo algo de mim, se for sobre mim, eu tenho o direito de saber.

Alguns seguranças caminharam em minha direção novamente. Então comecei a caminhar na direção deles também.

— Como já foi dito, eu sei onde fica a saída.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixem seus comentários pois são eles que me estimulam a escrever. Obrigada por ler e acompanhar a trama.



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