Meu dia começou ótimo, pois não tive meu pesadelo diário.

Fiquei um tempo no carro encarando minha partitura e a letra que havia escrito ontem chamava minha atenção,então fui decidida andando pelos corredores da escola ate achar a sala de musica.

–Bom dia. - disse e um senhor me olhou por cima dos óculos.

–Deus. -ele sussurrou e me olhou de cima a baixo. -Lanna Scofield, filha do grande Michael Scofield.

–Sim. - disse sem graça.

–Eu sempre admirei seu pai, e você então, é uma pianista nata.

–Obrigada mais preciso de um favor.

–Claro. -ele disse gentil.

–Preciso de sua sala por alguns minutos. - pedi e ele sorriu.

–Claro.

–Obrigada. -disse enquanto ele saia da sala.

Respirei fundo e tomei o lugar a frente do piano, não era uma raridade igual ao do meu pai mais servia.

Comecei a tocar uma musica que adorava e sempre me acalmava ate que senti alguém me observar e parei de tocar rapidamente.

–Por favor, não pare. -uma voz sussurrou, não precisei virar para saber que era ele.

–Acho que preciso ir.- disse me levantando.

–Sabe,Luna de Alessandro Safina é uma musica realmente encantadora,mas ela sendo tocada por você fica esplêndida.-ele disse e corei.

–Era a música preferida dos meus pais e a minha. - disse pegando minha mochila e me levantando.

–Eu sei. -ele disse serio.

–Me desculpe, eu sou Lukas Cullen. -ele disse se apresentando.

–Lanna Scofield. - disse e ele sorriu.

–Eu adoraria se você me acompanha-se em uma musica. -ele disse e sorri.

–Claro. - disse enquanto seus dedos deslizavam pelas teclas suavemente tocando a mesma musica.

– Somente você, pode ouvir minha alma. Somente você, pode ouvir minha alma .-Lukas sussurrou suave enquanto finalizava a musica.

–Sabe,ás vezes eu tenho a impressão que conheço você de algum lugar.-ele disse me encarando com seus olhos ambar.

–Isso é uma cantada?!- disse e ele riu.

–Não,mas é se fosse?

–Não funcionaria.- disse me levantando.

–"...Talvez não tenhamos mais a força que nos fez mover montanhas, mas ainda somos o que somos... "-ele disse e parei virando para vê-lo.

–Tennyson. Como você... - disse pasma, mas o sinal tocou.

–Acho que devemos ir para a aula. -ele disse e saiu da sala.

–Hoje vamos começar a sugerir temas para o baile da escola. -o professor disse e todos suspiraram.

–Que tal a corte?-Alguém sugeriu e todos se olharam.

–Explique-se melhor senhorita Cullen. -O professor pediu.

–Bom, podíamos fazer um baile ambientado na corte italiana, seria formidável. -ela disse e o professor pareceu pensar.

–Muito bem, boa idéia. Todos concordam?

–Sim. -todos disseram.

–Ótimo. Voluntários serão bem vindos e todos devem participar por que valerá uma nota. -ele disse e todos comemorarão. -Sugestões em minha mesa ate o final da aula.

–Certo, eu acho que deveria ter uma premiação tipo rei e rainha do baile. -Vitoria disse enquanto andávamos para comprar nossos lanches.

–Hmmm. - murmurei e ela riu.

–Você nem esta prestando atenção no que eu digo. -ela disse e ri.

–Tem razão, mas é que eu não estou meio afim de ir para uma festa, ainda mais uma de escola.

–Lanna, você precisa se divertir e viver. -ela disse e eu a olhei chocada.

–Como eu posso viver se tudo que conheço e amo morreu?!- disse e sai do refeitório andando sem rumo.

–Você não acha que esta frio de mais para ficar aqui fora?-Lukas disse se sentando ao meu lado e suspirei vencida.

–Você esta me seguindo?

–Não, só acho que você tem algum problema. -ele disse compreensivo e revirei os olhos.

–Ninguém tão doce explode assim.

– Minha família morreu há um mês, todos foram assassinados em um assalto, eu fiquei sobe a guarda da minha tia Louise, por isso vim para cá para esquecer tudo que um dia eu fui. Começar de novo. - disse olhando para minhas mãos.

–Eu sei. Meu avô morreu e não pode fazer nada para salva-lo, foi algo terrível. -ele disse olhando para as próprias mãos.

–Eu sinto muito. - disse sem graça.

–Tudo bem, eu apenas penso que ele odiaria me ver triste. -ele disse e sorri. -Acho que seus pais achariam o mesmo.

–Tem razão. - disse limpando minhas lagrimas.

–Lanna?- ouvi alguém me chamar e virei vendo Rafael serio.

–Sim. - disse e ele continuou encarando Lukas.

–Vitoria esta atrás de você para resolver algumas coisas. -ele disse sem me ver.

–Claro. - disse e me levantei.

–Obrigada pela conversa Lukas. - disse agradecida.

–De nada, foi um prazer ouvi-la.-ele disse e sorri enquanto me levantava da cadeira.

–Eu posso lhe dizer algo?-Rafael disse enquanto andávamos.

–Claro.

–Você não devia andar com o Cullen. -Rafael disse e parei para olhá-lo.

–E quem é você para me dizer o que fazer?

–Eu só quero o seu bem.

–Lukas é só um amigo, nem sei por que estou aqui me explicando para você. - disse e sai de perto dele, o que eu menos queria era acabar brigando com ele.

–Como foi à aula?-minha tia perguntou assim que entrei em casa.

–Problemática. - disse jogando a mochila no sofá.

–Como assim?

–Tem um garoto que eu acho que gosta de mim. - disse colocando um pouco de água no copo.

–Isso é bom. -ela disse e revirei os olhos.

–Nem tanto, por que acho que tem outro que também gosta de mim.

–Problemas a vista. Quando dois garotos gostam da mesma garota alguém acaba ferido e magoado.E é sempre a garota.

– Eu sei, eu não quero magoar ninguém.

–Por que você sempre pensa nos outros e não em você?!- minha tia disse e gemi.

–Rafael é legal, mas a amizade dele me sufoca. Já o Lukas, ele sempre me entende e sempre esta lá quando eu preciso.

–E você gosta...

–Não, eu ainda não estou pronta para me envolver com ninguém. - disse e subi as escadas para o meu quarto.

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–Podíamos fazer tronos, coroação, e uma decoração clássica, trajes de gala... -Mary dizia enquanto estávamos sentados no refeitório.

–Eu adoraria ajudar. -uma baixinha de cabelos espetados disse se sentando a mesa enquanto todos se olhavam.

–Me desculpe, sou Alice Cullen. -ela disse sorrindo para mim.

–Lanna Scofield.

–Bom, quanto mais idéias melhor. -Jessica disse e todos concordaram.

–Lanna, me desculpe por ontem.-Rafael disse enquanto eu andava em direção ao meu carro.

–Tudo bem.

–Eu queria saber se você...-ele começou a dizer e eu o interrompe.

–Não,eu não vou a esse baile.- disse enquanto abria a porta do meu carro.

–Você vai com ele.-ele disse e suspirei fundo.

–Não. Eu vou ficar em casa e bem longe de tudo isso.- disse e entrei no meu carro dirigindo para casa.

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–E ai hoje é o grande dia. -minha tia disse e revirei os olhos.

–Por favor, não estou no clima. - disse e ela gemeu frustrada.

–Por que o Luan não esta aqui para animar você?!Faça isso por você mesma e escolha quem você é hoje. -ela disse e sorri.

–Você tem toda a razão.

–É isso ai. Mãos a obra. -minha tia disse enquanto me puxava para o banheiro.

–Nossa você esta divina. -ela disse abismada.

–Tia você não existe. - disse colocando o vestido preto em cima da cama.

–Puxa, nossa. Onde você o arrumou?-ela disse pasma.

–Eu o comprei nas férias em Veneza. - disse enquanto olhava-o. –Pode me ajudar.

–Claro. -ela disse e virei para que ela fecha-se o zíper.

–Quer que eu a leve?

–Sim, por favor. - pedi e ela sorriu.

–Vamos nessa. -ela disse enquanto eu segurava a cauda do vestido para sair do quarto.

Quando cheguei à escola todos me encaravam de boca aberta, e paravam de conversar ou dançar.

–Acho que exagerei tia. -disse e ela riu.

–É um baile de época. E você esta linda, agora divirta-se.-ela disse e me deu um tau antes de ir.

Respirei fundo e segui em frente, mas sentia um frio na barriga inexplicável enquanto todos me olhavam, mas senti um leve aperto em minha mão.

–Lukas?!- sussurrei enquanto olhava para ele.

–Eu jamais iria deixar você entrar sozinha. -ele disse e apertou de leve a minha mão.

–Eu sei. - sussurrei e entramos no ginásio da escola e todos ficaram confusos e comentavam algo.

–Me permite?-ele perguntou enquanto a musica que havíamos tocado no piano fluía pela festa.

–Sim. - sussurrei e começamos a rodar pelo ginásio enquanto os outros se afastavam dando- nos espaço depois que a musica terminou todos aplaudiram.

–Podemos sair daqui. - pedi e ele concordou.

–Tudo bem, você parece meio preocupada.

– E estou. - disse enquanto andávamos.

–Foi algo que eu... -ele começou a dizer e eu o interrompe.

–Não, Lukas você é ótimo, ou melhor, maravilhoso. Eu é que preciso me decidir, não posso magoar ninguém.

–Ninguém está pressionado você.

–É, mas eu já sei o que eu quero. - disse e paramos de andar.

– Sei que você gosta de mim, e sei também que o Rafael gosta de mim. Mas eu não posso escolher alguém que não gosto, alguém que eu não ame. - disse e ele pareceu compreender.

– Só quero que você seja feliz. -ele disse e me inclinei para beijar sua bochecha.

–Eu quero ser feliz com você. - sussurrei e ele me olhou confuso.

–Você tem certeza?-ele perguntou e sorri.

–Eu amo você. - sussurrei e ele acariciou meu rosto delicadamente.

–Eu também amo você. -ele sussurrou e se inclinou para perto de mim e eu paralisei de medo quando senti seus lábios macios e frios nos meus.

Posso dizer que foi a melhor sensação que eu já havia sentido na vida, podia sentir o amor dele por mim naquele simples beijo.

Ficamos algum tempo calados até que rompi o silencio.

–Você pode me levar para casa?- perguntei cansada.

–Claro, mas você não quer ficar até o final do baile?

–Não, estou cansada. -disse sonolenta.

–Tudo bem,eu levo você.-ele disse pegando minha mão enquanto me levava para o carro.

Agora sim,eu havia começado a tentar vencer meu trauma e tentar ser feliz ao lado de quem eu amava.