Apaixonados pelo destino escrita por AquelasMortais


Capítulo 8
Capítulo 8




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Consegui me levantar, mesmo com a cabeça latejando. Passei a mão pelo lugar onde bateram, e senti uma elevação enorme. Bufei e peguei a compressa de água quente que estava na minha mesa de cabeceira. Coloquei-a em cima do lugar machucado.

Anne ainda dormia. Ela estava usando um negócio no nariz que ajudava a quem roncava. Agradeci a Deus, porque haviam noites em que eu só queria me levantar e mexer no nariz dela por mim mesma.

Era muito irritante.

Ela abriu os olhos e me viu na sua frente, despertando e pulando da cama.

– Você levantou! Eu achava que ia demorar tipo, uma semana, não sei. Você está meio fraca, sabia? E pálida também. Está comendo direito?

Fiquei calada por um tempo, mas depois assenti.

– Tem certeza? A partir de agora, tomaremos café todos os dias.

Revirei os olhos.

– Não precisa...

– Mas é claro que precisa. Vamos tomar agora, inclusive.

Eu não reclamei. O meu estômago roncou em resposta.

Coloquei uma legging e uma blusa folgadinha amarela. Ajeitei os meus cabelos e coloquei um tênis de cano alto, logo colocando um casaco.

Abri a porta e esperei Anne por alguns segundos. Depois, chegamos no refeitório e entramos na fila.

No meu prato, coloquei alguns churros pequenos e uma fatia de torta de maçã.

– Saudável, hein? – Anne falou, sentando-se no banco à minha frente na mesa que lutamos para conseguir.

– Eu não preciso de uma nutricionista me seguindo, preciso? – brinquei.

Anne riu.

Olhei para a porta do refeitório, onde estava Brian. Ele passou os olhos pela cafeteria, e me viu.

Ele parou de andar e sorriu.

Andou até a nossa mesa e sentou-se ao meu lado. Minhas mãos ficaram geladas.

Ele me deixava nervosa...

– Você está melhor? – ele pegou na minha mão, logo se assustando com a temperatura. – Suas mãos estão geladas!

– Estou bem. – falei, sorrindo.

Brian olhou para Anne.

– Preciso falar com você. – falou para a mesma, e eu revirei os olhos.

Luna passou pela nossa mesa, o que me fez estremecer. Anne olhou feio para ela, mas ela apenas sorria de forma assustadora para mim.

– Foi o que eu te disse que te deu vontade de comer, flor? – e saiu.

Brian se virou para mim, e Anne me olhou com olhos arregalados.

– Você não disse que ela falou com você. – Anne falou.

– Vocês estão parecendo os meus pais. – falei, irritada. Eles tiravam satisfação de tudo o que acontecia na minha vida, e nem eram da minha família.

Brian riu nervosamente e ficou calado.

– O que ela falou pra você? – Anne perguntou.

– Nada demais.

– Meu amor, nada que Luna fale pra você não é importante. O que ela disse?

– Ela só ficou falando besteira, mesmo.

Anne levantou uma sobrancelha, mas ficou em silêncio.

Terminei o meu café da manhã e afastei o prato de mim.

– Vamos para a aula. – falei.

– Ok. – Anne afastou o prato dela e nós três nos levantamos.

***

Entramos na sala de aula. Aula de biologia. Me preparei psicologicamente para morrer de tédio.

Sentei-me numa cadeira perto dos fundos da sala. Brian sentou-se ao meu lado e Anne sentou na minha frente, deixando um cheiro de shampoo de melancia no ar.

A aula começou, e era um trabalho em dupla. Anne puxou a sua cadeira paara trás e ficou do meu lado.

O professor passou com umas fichas para pesquisa e escreveu algumas perguntas no quadro.

– Olhe quem está atrás de nós. – Anne cochichou no meu ouvido. Me virei para trás e vi Luna.

Aquela garota estava me perseguindo. Respirei fundo e me inclinei para o lado, cobrindo a boca com a mão para poder falar com Anne sem que a professora mais insuportável de todas visse que estávamos conversando.

– Acho que ela está com alguma doença mental. Sério, ela é doida.

– Por que não quer me dizer o que ela falou?

Eu ia contar tudo, menos a parte da anemia.

– Ela me perguntou se eu acreditava em anjos. E falou que tinha uma ligação forte com Lúcifer.

Anne quase caiu da cadeira.

– Algum problema, Anne? – a professora nos mandou o pior olhar que tinha.

– Não, professora. É só uma coisinha...

– Não me importa. Faça a sua atividade. – ela interrompeu Anne.

– Ave. – Anne sentou-se na cadeira, aproximando-se de mim. – Por que ela falou isso?

– Porque eu perguntei o que diabos de ligação ela tinha com Lúcifer. Daí ela falou; “Uma bem forte. Ele me entende.”

– É a doida. – Anne brincou, mas era mais do que óbvio que ela estava nervosa. – E o que respondeu quando ela te perguntou se acreditava em anjos?

– Eu falei que... Ah, não sei. Eu meio que acredito, mas eu não ia falar isso para ela. Conversar sobre anjos com alguém que fala ter uma forte ligação com Satã não me pareceu uma boa.

– Ela só falou isso? – Anne me olhou.

– Não. Ela falou que haviam vários anjos à minha procura, querendo me conhecer. E que alguns queriam me conhecer porque tinham curiosidade na minha história com Brian e que outros tinham motivos para me odiar.

– História com Brian? – Anne falou entre os dentes. - Ela falou sobre você e Brian?

– Ah, ela viajou. Falou que Brian sempre me amou, em todas as vidas.

Anne se virou e deu de cara com Luna.

– Algum problema, Anne Hofstader? – Luna falou, mexendo nos cabelos e com um sorriso cínico no rosto.

– Está doida?

Luna riu.

– A única doida aqui é você, anjinha. Foi você que escolheu ficar do lado do Trono, e não de Lúcifer. Vocês irão perder tudo, no final. Ficarão desse lado até quando Lúcifer destruir os bonzinhos?

Os olhos de Anne brilhavam de ódio.

– Ficaremos do lado do Trono até o fim, se for preciso. Nunca me juntarei a pessoas doidas como você.

Luna riu e se inclinou para ficar mais perto de Anne, provocando-a. Eu estava vendo a hora de Anne rodar a mão na cara dela...

Me encolhi na cadeira.

– Quando você vai perceber que não há jeito de Luna e Brian ficarem juntos, afinal?

Eu odiava gente que falava de mim na terceira pessoa quando eu estava junto.

– Quando você vai perceber que não nos importamos com as merdas que você diz, hein? – falei, me virando para trás.

Ela sorriu.

– Você parece bem alterada para alguém que não se importa.

Levantei o dedo do meio para ela e me virei para frente.

E adorei o efeito que a minha ação teve sobre ela.


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