The Destination escrita por Bad Girl


Capítulo 3
I'm lost


Notas iniciais do capítulo

Bom aqui que as coisas começam a tomar um rumo diferente



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Não estou entendendo nada. O soldado fecha a porta rapidamente. E só consigo ouvir tiros seguido por gritos, as pessoas que convivo estão morrendo.

– O que está acontecendo? -meu pai pergunta

Mas o soldado parece distraído demais olhando pela janela cuidadosamente.

– O que esta acontecendo? - eu grito

– Cale a boca -diz ele

Ele se abaixa e faz o gesto para que nós nos abaixe os também. Depois de 10 minutos ele finalmente se levanta.

– Meu nome é quatro, eu sou da Audácia, as pessoas que vocês estão vendo lá fora estão em uma simulação. Não sabem o que estão fazendo- Quatro fala

– Simulação? -pergunta meu pai sem entender muito bem

– Eles estão hipnotizados, e se ninguém impedir vão matar todos da abnegação

– E porque você também não está? -eu pergunto

– Informação confidencial -ele responder grossamente

– Precisamos ajudar essas pessoas, não podemos ficar aqui dentro trancados ouvindo as pessoas morrerem, seria muita covardia -digo, meu pai me olha com um olhar desaprovador

Observo na cintura do soldado uma arma. Não sei o que passa na minha cabeça, nunca segurei uma arma na minha vida, mesmo assim decido correr pegar a arma do soldado, abro a porta e saiu em meio ao caos. Vejo minha vizinha que costumava ser minha amiga no colégio caida no chão, sem vida. Atrás de mim percebo que Quatro deixou a minha casa e esta vindo em minha direção. Ele agarra meu pulso e me puxa para atrás de uma casa, onde não há ninguém.

– O que você tem na cabeça? Quer morrer?

– Quero salvar as pessoas inocentes!

– Você não sabe não sabe nem como segurar uma arma! E ainda fez com que eu deixasse seus pais desprotegidos!

Olho para minha casa e vejo 3 soldados entrando. Corro para lá mas Quatro me segura.

– Eu vou, vou fingir que estou sendo controlado, mas talvez já seja tarde de mais.

Eu o vejo entrar. Estou em estado de choque, não consigo me mexer, só consigo vê-lo entrar em mim casa com a arma levantada.

...

Com um olhar triste o vejo sair de minha casa. Já sei o que isso significa. Minha tentativa de ser corajosa matou meus pais. Eu matei meus pais, e agora? Estou sozinha. Não tenho a mais ninguém. Meu irmão está na Erudição e nem faz ideia do que está acontecendo, todos que conheço morreram, e ao meu lado tenho um desconhecido, mas que tentou salvar minha vida.

– Venha comigo, vamos para outro lugar –Quatro diz

– Não posso, não vou deixar meu pais!

– Seus pais estão mortos, sinto muito.

Não tenho pra onde ir, não sei como impedir tudo que está acontecendo, não sei nem porque isso está acontecendo. Só me resta confiar em Quatro. Então deixo que ele me guie para algum lugar, para longe da Abnegação.

– A propósito, não sei nem seu nome – Quatro fala tentando amenizar o clima

– Beatrice

– Bom, sinto muito por sua perda Beatrice, estamos indo ver minha mãe, acho que ela sabe o que esta acontecendo, pode ficar com a gente, ela está abrigando outras pessoas também.

...

Estamos andando a 10 minutos em silêncio, tenho muitas duvidas na cabeça. Ainda não consigo acreditar, meus pais morreram por minha casa, não pude nem ver seus corpos, e sei que não os verei nunca mais.

– Preciso avisar meu irmão, ele está na Erudição!- Digo sem esperar uma resposta

– Acho que ele já deveria saber, a Erudição está por trás desse ataque –ele diz em um tom suave demais, como se não soubesse o peso que aquelas palavras tem sobre mim

– Não é possível, meu irmão jamais deixaria que a gente morre-se se ele soubesse do ataque, teria dado um jeito de nos avisar

– Bom, a maior parte da Erudição sabia antes do ataque, se ele não sabia antes, tenho certeza que agora já sabe...

Me perco nos meus pensamentos, paro de ouvir o que Quatro esta falando, quando me dou conta, chegamos. É em uma área mais afastada da cidade, uma casa pequena, que me lembra ás casas da Abnegação. Em volta da casa, não há nada, terrenos vazios, a calcada esta quebrada como em boa parte da cidade. Quando entro, me deparo com uma mulher cuidando dos ferimentos de uma menina. A menina esta baleada, ela tem mais ou menos a minha idade, a pele morena, e cabelo curto nos ombros. Já a mulher que cuida dela, me lembra alguém que conheci quando conheço a me lembrar Quatro diz:

– Essa é minha mãe, Evelyn, mãe essa é Beatrice, resgatei ela quando estava disfarçado mo meio da simulação, ela perdeu os pais

– Prazer Beatrice, sinto muito por sua perda, pode ficar a vontade para ficar conosco –Assim que ouço sua voz, reconheço-a, ela morava a Abnegação, e Quatro frequentava a mesma escola que eu, todos os dias quando passava em frente sua casa eu ouvia os gritos dela e de Quatro, o pai dele batia nele e na esposa, ele passou a infância toda assim e a Abnegação só tomou providencias depois que ele se mudou para a Audácia, Marcus, pai de Quatro, foi preso e condenado a morte, mesmo com tudo que sua mulher passou ela ainda foi atrás para diminuir sua pena, pelo que eu sei ele continua preso, condenado a prisão perpetua. Nunca fui próxima de Quatro, a escola ele vivia sozinho, eu também nunca fui popular, mas ele me assustava, me olhava de um jeito estranho.

– Obrigado – digo afastando meus pensamentos

Sento-me ao lado da menina que esta ferida, ela não parece estar muito consciente mas mesmo assim decido perguntar

– Como você foi ferida?

– Sou da Audácia, fugi quando tentaram me aplicar uma injeção, a injeção que controlou todos que estavam na Abnegação

– Qual seu nome? –pergunto

– Sou Christina, e você?

– Beatrice

Continuo conversando com ela, mais tarde jantamos, junto com alguns outros refugiados. Meus pensamentos estão em meus pais e em meu irmão, não acredito em tudo que aconteceu. Não tenho pra onde ir, não posso viver aqui para sempre. Não chorei até agora, não que eu tenha segurado para não chorar na frente das pessoas, mas a dor é tão grande que as lagrimas não saem. Depois de algumas horas deitada, a dor permite que as lagrimas caiam. E eu adormeço algumas horas depois, cercada de duvidas, de sofrimento, sozinha.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, deixem uma opinião



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