A viagem, ao contrário do que eu imaginei, não foi nenhum pouco constrangedor. Conversávamos sobre o casamento e sobre outras banalidades e em todo o momento ele segurou minha mão. Não a soltou de jeito nenhum.

Estávamos tão distraídos que não percebemos que tinha chegado à mansão e só foi à carruagem parar para meu corpo ficar rijo. Eu estava casada! E hoje seria minha noite de núpcias! Não era tão ingênua ao ponto de não saber o que acontece nessa noite e Marta me contou como que era, já que ela foi casada, mas infelizmente seu marido tinha morrido antes de meu nascimento.

Lembro-me de suas palavras como se ela estivesse me dizendo agora mesmo.

Flashback-

Estava em meu quarto, era véspera do meu casamento e não tinha como eu ficar mais nervosa.

Estava não concentrada em meus pensamentos que não percebi Marta entrando em meu quarto, tanto que tomei um susto.

– Ai Marta! Quase me matou do coração. – Digo

Marta ri do meu drama e senta na ponta da minha cama.

– Não seja dramática Abigail, isso não combina com você e além do mais, vim lhe falar algo muito importante. – Disse séria

Logo me sentei na cama, Marta raramente ficava séria. Então coisa boa não era.

– Conte-me logo Marta, aconteceu algo com meu pai? – Já comecei a ficar preocupada.

– Não. Acalme-se Abigail. Não aconteceu nada com ninguém. – Ela deu uma pausa e continuou. – Na verdade, só queria conversar com você, um assunto muito sério. – Ela disse e percebi que ela começou a ficar vermelha.

– Oras, então conte logo Marta! –

–Bom... Amanha é seu casamento e como você deve saber, irá morar com seu marido e terá sua noite de núpcias. – Marta parecia um pimentão de tão vermelha.

– Marta, se esta querendo me dizer que na noite de núpcia nós iremos para a cama, eu já sabe. – Digo rindo de seu nervosismo. Já tinha lido alguns livros que falavam o que acontecia no casamento, não era detalhado, mas pelo menos já sabia.

Sua boca se formou um perfeito “O” e logo ela respirou aliviada.

– Mas como? Esquece. – Suspirou – Então você sabe perfeitamente bem o que acontece, não é? – Disse arqueando uma sobrancelha.

Agora foi minha vez de ficar vermelha, na verdade eu não fazia nenhuma noção do que acontecia, nos livros só diziam que o casal iria para cama e passava a noite “se amando”.

– Não- Digo sussurrando.

Ela abriu um pequeno sorriso e acariciou minha mão.

– Sabe minha querida, homens têm necessidades, necessidades que somente nós mulheres podemos sacia-las e esse tipo de necessidades para alguém como você, inexperiente, podem machucar. –

– como assim podem machucar? – Perguntei confusa.

Vi no rosto de Marta, uma confusão. Acho que ela estava pensando em como me explicar.

– Abigail, irei ser franca com você. – Suspirou. – No dia da sua noite de nupcias, Damon irá te levar para o quarto e lá irá começar a te despir... Ele vai querer te possuir querida, seus corpos irão se juntar, literalmente, por meio de suas partes intimas. Desculpe querida, não tinha como contar isso de uma forma melhor – Ela suspirou novamente. – Não quero que sofra ou fique assustada, quero te previnir para o que virá –Disse ela solicidada.

Machucar? Sofrer? Que coisa horrivel! Nunca quero fazer isso na minha vida.

– E se eu não quiser fazer isso, Marta? – Eu não sou obrigada, certo?

– você terá que fazer querida, não importa se for hoje, amanhã, uma hora ou outra, é uma necessidade dos homems. – Diz com pesar.

– E simplesmente eu terei de fazer isso? Acho que o Damon nunca faria isso. – Ele nunca faria isso, claro que não... né?

– Flashback off-

Depois dessa conversa com Marta, eu fiquei bastente nervosa e esse nervosismo só piorou quando vi que estavamos chegando a mansão.

O que eu poderia fazer? Não posso simplesmente falar que não quero, assim serei rejeitada e me tornarei uma solteirona um dia depois do meu casamento. Infelismente terei de fazer isso.

Acho que devia estar com uma casa nada boa, já que Damon percebeu meu nervosismo e me perguntou:

– Algo-lhe encomoda, Abigail? – Diz ele segurando minhas mãos eme olhando com carinho. Não é possivel que esse homem lindo, carinhoso e com esse par de olhos azuis que penetram até a alma, faça algum mal a mim.

– Não, nada. Só estou feliz por estar finalmente casada. – Sorri fracamente. Não acredito que menti pra ele! Você é um nojo Abagil!

Ele arqueou uma sombrancelha e sorriu.

– também estou feliz querida e mal posso esperar para chegarmos em casa. – Ele sorriu, mas não foi um sorriso meigo e gentil como sempre, esse era diferente. Podia jurar que era um sorriso... malicioso?

Deixei isso pra lá, só sorri fracamente. A carruagem parou e descemos em direção a “nossa” casa. Respirei fundo e peguei sua mão e caminhamos até a entrada.

Assim que entramos, veio aquele desconforto novamente.

–Então... quer algo?Sede ou fome? – Diz Damon quebrando o silencio.

– Não, obrigada. – Meu Deus! Não tinha como isso ficar pior.

– Tudo bem. Então vamos dormir, vamos para nosso quarto. – Diz sorrindo. Me enganei! Isso concerteza ficou pior.

Segui ele até o quarto e chegando lá ele foi para o banheiro, dizendo que iria tomar um banho.

MEU DEUS! EU VOU DORMIR COM ELE! NA MESMA CAMA! SERÁ QUE ELE VAI QUERER O QUE A MARTA DISSE HOJE? SERÁ QUE VAI DOER MUITO?

Fiquei tão inerte com meus pensamento que nem percebi que Damon já tinha saido do banheiro e estava me perguntando algo.

– Abgail? Esta ai? – Disse rindo.

– Ah! Oi! Desculpa, estava destraida. – Ruboriso.

–Tudo bem, não sei você, mas estou cansado e vou ir pra cama, pode se trocar no banheiro. – Diz ele solicito. concordei e fui ao banheiro, me troquei e quando sai do banheiro avistei Damon deitado em sua cama lendo um livro e SEM CAMISA. Não sei se isso é normal, mas na mesma hora meu corpo se aqueceu e me repreendi mentalmente, não posso ficar pensando essas coisas.

Caminhei lentamente até a cama, mas petrifiquei na hora de deitar. Não acredito que irei me deitar na mesma cama que um homem. Juntando forças não sei de onde e coragem também, deitei ao seu lado. Acho que ele estava bastante entretido com o livro pois só repararou em mim quando deitei ao seu lado.

–Abigail! Desculpa, me empouguei com o livro. –Diz sorrindo.

–Tudo bem Damon. – Digo. Um silencio se instalou pelo quarto mas continuamos com o contato vizual.

Damon foi chegando mais perto de meu rosto e eu inconscientemente fui me aproximando também.

Nossos rostos foram chegando mais perto e então nos beijamos. Começou com um beijo lento e carinhoso, mas logo passou para um beijo intenso e cheio de luxuria, bom, foi o que eu achei.

E mesmo sendo diferente de qualquer outro beijo que dei, eu gostei. Acho que nos empolgamos demais, pois Damon foi para cima de mim e diferente do que eu achei que faria, que era pedi-lo para sair de cima de mim. Eu não o fiz. Eu deixei que ele ficasse em cima de mim. Mas me assustei com suas mão em minhas coxas e parei o beijo na mesma hora.

– O que foi? Não gostou Abiagil? Te machuquei? – Ele disse ofegante por conta do nosso beijo.

– Não é isso. – Como eu iria contar isso a ele? – É que eu não queria “isso” agora. – Ruborizo.

Ele pareceu um pouco confuso, mas logo sua face mudou e deu lugar a um sorriso lindo.

– Então você não quer fazer amor? – Diz calmamente. Não tinha como eu ficar mais vermelha.

– Sim. – Minha voz saiu em um sussuro.

– Abigail, tudo bem. Não precis ficar nervosa, não vou te obrigar a nada. Se não quer, eu irei te respestar. – Tinha como ele ser mais perfeito?

– Obrigada, Damon. – Sorri verdadeiramente.

– Não precisa me agradercer, querida. – Ele me deu um beijo casto em meus labios, o que não deixou de me surpreender.

– Boa noite Senhora Salvatore – Me diz com aquele sorriso de derreter qualquer uma. E meu coração se encheu de alegria quando ele disse meu novo sobrenome. Agora eu era Senhora Salvatore

– Boa Noite Senhor Salvatore. – Digo e num ato de coragem que não sei de onde saiu, o beijo. Não foi igual ao que aconteceu a minutos atras, mas me orgulhei por ter tido a iniciativa.

Ele se surpreendeu, mas correspondeu meu beijo. Terminamos o beijo ofegantes e sorrimos um para o outro. Ele saiu de cima de mim e deitou ao meu lado. Cada um virou para o seu lado. Porém percebo um par de braços me rodear a cintura e me puxar para mais perto de seu corpo. Sorrio. Parece que o camento não é tão ruim assim.