O meu pai olhou para mim, com esforço e disse:

- Vamos deixar Forks. Vamos viajar. Nós os três, para já.

Não queria acreditar no que me tinham acabado de dizer, não era possível. Dei por mim a perguntar:

- Mãe, porque temos de abandonar Forks? E Jake? O meu Jake? Os tios, os avôs, o avô Charlie...  Mãe ... vou perder os meus amigos... – lamentei-me chorando, as lágrimas que caiam pelas minhas bochechas rosadas e que normalmente possuíam um sorriso, que fora destruído pela notícia de que nos íamos todos mudar.

- Minha pequena Reneesme ... –  disse ela com o olhar carregado de pena – Meu amor, não sabemos quanto tempo vai durar esse abrandamento do crescimento, e foi uma decisão precipitada mandarmos-te para uma escola tão perto, porque o avô diz que tu foste notícia na cidade o dia todo. E ... está a ficar complicado para a mamã e o papá esconderem a tua origem. Sabemos que te vai custar, mas tudo vai correr bem, são apenas uns anos. Não demora assim tanto a passar, e eles podem visitar-nos e nós a eles, filhota. Mas ... – a minha mãe respirou fundo para ganhar coragem – por agora meu bebé, temos de sair por um algum tempo...mas mal atinjas o crescimento total voltaremos para a nossa casinha, o nosso lugar,...

Por muito que me estivesse a custar, mesmo sendo apenas uma criança, tive de aceitar. Mas a dor era pesada, deixava-me tão triste.

Eu era uma criança diferente, por si só, e tirarem-me tudo o que mais amava era tão horrível. Mas era para meu bem, e lá fiz o meu ar de menina crescida e enxuguei as lágrimas ao vestido vermelho que a Tia Alice me oferecera e disse para a mamã:

- Então temos de fazer as malas não é mãezinha?

A minha mãe sorriu compreensivamente, o seu olhar era de ternura.

- Obrigada, meu bem maior. – Agradeceu ela, e tenho a certeza que se ela não fosse vampira, teria chorado naquele exacto momento.

Contendo as lágrimas fui ajudar o pai a arrumar as minhas coisas, entre elas o meu peluche de um lobo, arruivado que o Jake me tinha oferecido no meu 1º Natal.

Agarrei-me a ele com força, não sabia como ia deixar o meu melhor amigo. E a minha família. O meu refúgio. Sentia-me tão desamparada. Quando o meu papá chegou não aguentei a pressão e perguntei:

- Pai ...?

- Diz-me pequena. – respondeu ele carinhosamente, afagando-me o cabelo.

- O Jake... ele ... – e não consegui acabar, porque as lágrimas surgiram novamente.

- Sim, filha ... Ele já sabe. – Sem pensar sequer abracei-me a ele e ao meu peluche com toda a força, eu precisava daquele conforto.

A dor eu iria superar, e um dia voltaria a Forks, a La Push e a casa.

A minha família iria comigo e estaria sempre lá para me ajudar. Mas a falta que meus amigos e meu lobo Jake me iam fazer, era certa.