B-day part. 3

P.O.V Narradora

Há muitos anos deuses comandavam o universo e seus cosmos, e em cada planeta eram colocados dez Guardiões.

Os Guardiões eram as criaturas maiores e mais respeitadas, eles andavam em sua forma hispo onde seu corpo é 75% lobo e 25% humano.

Eram criaturas poderosas, extremamente fortes e indestrutíveis, e que um único deslize com as regras punia-se severamente, ou seja, morte.

Haviam se passado 20 décadas desde a chegada dos Guardiões a Terra, porém um dos escolhidos se recusava a seguir todas as regras, seu nome era Cryor, ele era o filho das trevas, sua mente era doentia e dominada pela sede de sangue.

Um dia Magnus, o alfa maior e irmão de Cryor, se apaixonou por uma mortal. Isso ia contra todas as regras que eram estabelecidas. Guardiões não poderiam se envolver com mortais apenas para julgar ou puni-los em momentos certos.

Cryor resolveu se aproveitar disso. Então durante um dos conselhos entre os dez líderes ele revelou o segredo de Magnus criando uma divisão entre os dez.

Quatro seguiam Cryor, enquanto os outros quatro seguiam Magnus.

Houve uma batalha que dizimou todas as criaturas daquele planeta. Sendo assim os deuses que comandavam o universo resolveram dar um fim nisso tudo e destruíram os poderosos Guardiões, assim como destruíram toda a vida existente naquele lugar.

Décadas depois houve boatos de que descendentes de Cryor e Magnus haviam sobrevivido mas nunca foram encontrados.

Acreditasse que eles se misturaram com uma nova raça que surgiu naquele planeta, os licantropos conhecidos como lobisomens e que seus poderes foram passados para as futuras gerações para um dia a batalha retornar e se obter um ganhador definitivo.

P.O.V Clara

Corria como nunca antes, e o vento gélido batendo em minha face.

Estava muito próxima à fonte do cheiro e a cada movimento minha fome aumentava.

Quando estava próxima a fonte do cheiro um sentimento de raiva e angustia me acertou fazendo-me mudar de direção.

Cheguei a uma clareira, olhei para os lados e não vi ninguém ou nada que motivasse a vontade de matar.

Após alguns minutos desisti e corri em direção a minha antiga presa.

Ela estava próxima a clareira. Parei me escondi e me preparei para o bote enquanto observava o alce de galhadas de quase 60 centímetros.

Saltei, fui diretamente em direção a jugular do animal, o qual não teve tempo de pestanejar e em segundos estava morto em meio as minhas garras e dentes e dilaceravam sua carne que me saciava.

P.O.V Hayley

Segui Clara o mais rápido que podia, mas no meio da perseguição resolvi me transformar porque era impossível seguir uma loba faminta de quase dois metros de altura.

Depois da transformação segui seu rastro para próximo da Campina StreetBones e depois a perdi, esperei um tempo e a vi aparecer atrás de um tronco de pinheiro caído, segui seu olhar e me deparei com um alce de mais ou menos 700 kg.

Segundos depois ela saltou em sua direção e cravou seus dentes no pescoço do animal e o torceu. Ele estava morto, ele devia ter aproximadamente dez anos de idade, sua vida deveria ter sido dura para sua sobrevivência, mas ao chegar aqui não teve nem chance de se defender ou lutar pelo que tinha direito, VIVER.

Clara estava descontrolada, ela devorava o animal com uma ferocidade inigualável, isso realmente me chocou.

̶ Hayley?!

Me virei e vi Marcus intercalando olhares entre mim e Clara.

̶ acha isso realmente possível?

̶ é o que parece. O que vamos fazer?

̶ nada.

̶ como nada!!

̶ ela vai retornar quando perceber tudo o que está acontecendo.

̶ ela provavelmente vai fugir por estar com medo de si mesma.

̶ devemos esperar que entenda o real objetivo deste lugar.

Concordei e o segui, deixando uma garota recém-transformada para trás matando sua primeira presa.

P.O.V Clara

Era como se eu tivesse saído da realidade, não podia acreditar que eu tinha feito aquilo.

O efeito da transformação passara e agora eu era apenas uma garota nu, em meio a uma floresta, suja de sangue dos pés a cabeça e próxima a uma carcaça de um grande animal que ao julgar pelas galhadas era um alce.

Entrei em desespero, não queria aquilo. Comecei a chorar desesperadamente, não sabia onde estava nada me era familiar. Tudo o que sabia era que o sol já começava a nascer e seus raios refletiam em meio a árvores.

Corri desesperadamente por entre a mata densa sem rumo.

Já fazia alguns minutos que eu estava correndo e sem perceber acabei voltando ao acampamento, eu estava em frente a cabana de Hayley.

Fiquei estática, não me movia ou se quer pedia ajuda.

Hayley saiu de sua cabana acompanhada de Lucas. Olhei para seus olhos e lágrimas voltaram a correr pelo meu rosto, me abaixei e abracei meu próprio corpo como se o mundo ao redor fosse me dominar.

P.O.V Lucas

Após Hayley ter me explicado o que acontecera naquela noite fiquei boquiaberto ao saber que Clara poderia ser uma assassina ou uma doce protetora.

Ao sair de sua cabana me deparei com Clara, desnuda e chorando muito.

Ela fixou seus olhos nos meu e desabou, ela se agarrou ao próprio corpo e soluçava cada vez mais.

Olhei de soslaio para Hayley e corri em direção a Clara.

Eu a abracei e a apertei contra meu corpo.

–nunca quis ter feito aquilo –soluçava a menina enquanto eu a protegia do ar gelado da manhã.

–eu sei –disse tentando consola-la –você vai ficar bem, isso é normal com novatos.

–mas eu o matei.

–era só um alce, existem muitos mais por ai.

–foda-se, do mesmo jeito eu ainda tirei a vida dele.

–não se preocupe, vou sempre te proteger.

–promete –disse me olhando com olhos de uma menininha idefesa a procura de consolo.

–prometo.

No mesmo momento Hayley apareceu com um cobertor. Nós enrolamos Clara no mesmo e a levamos para dentro.

Uma hora depois Hayley me pediu para que eu deixasse Clara em sua cabana e avisasse suas amigas de que sua transformação teve umas complicações e que ela precisava descansar. Nada mais, e assim o fiz.

Ao chegar em minha cabana fui para meu quarto e me deitei. Logo depois que eu prometi que a iria proteger para sempre um nó havia se forma do em minha garganta.

não devia ter prometido algo que sei que não posso cumprir, não é justo ela confiar em mim enquanto eu fiz com que ela ficasse sozinha.

Eu causei sua dor, eu causei o acidente... ela precisava saber e por mais que eu tenha me apegado, por mais que eu tivesse achado minha outra metade nela me doía esconder algo tão assombroso... EU havia matado os pais dela... Eu havia matado o que era mais importante para o meu verdadeiro amor.