Kami no namida- interativa escrita por PsicoPonei, Alec Azaroth


Capítulo 4
Crime.


Notas iniciais do capítulo

Bem, postado na data certa, mas vamos a um papinho.
Pretendemos compensar o tempo com cap. grandes, mas essa é uma introdução dos personagens e, convenhamos, não há muito o que se acrescentar.
Esse cap. foi mais dificil que o outro já que apresentei dois personagens que ainda não tenho ideia de como sera o desenrolar, mas espero que eu tenha agradado o os senhores.
Boa leitura



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Jinpo, Cidade Independente, 1796-28;

–Meu irmão? – perguntou incrédula, ainda tentando conciliar o que o outro dissera. Deu alguns passos para trás, começou achar que ele podia ser um louco. Não havia como ele saber que ela de fato tinha um irmão e, mesmo que soubesse, não havia como poder falar com Ender; ele estava morto e aquela era uma lembrança dolorida de mais.

–Sim – novamente olhou para uma direção qualquer, parecia ver coisas – Ender, não é?

Luna parou de súbito. Negava-se em acreditar que ele pudesse estar vendo algo. Pensou em fugir, em fingir não ouvi-lo, mas a curiosidade era maior do que a incredulidade e, por fim, decidiu dar uma chance ao estranho. O maior sussurrou um “siga-me” e assim Luna foi parar em um beco. A jovem ruiva já tinha o punho de couro da espada à mão, preparada para qualquer coisa que o outro pudesse tentar – por que ora, se ele tentasse qualquer gracinha ela não hesitaria em se defender – mas então os olhos do rapaz mudaram de cor e, até mesmo sua postura se modificou:

–Há quanto tempo, Mag – sorriu

Sua voz era mais branda e seu sorriso confortador. E aquele apelido... Quando eram pequenos, Ender e Luna sempre brincavam juntos. Em todas as brincadeiras, Luna escolhia um nome diferente até que em uma delas Ender decidiu chamá-la de Magna – seu nome do meio. Luna a principio reclamou, mas então Ender bagunçou os cabelos da irmã:

–Eu acho que Magna combina mais com você, então que tal se eu te chamar de Mag?

Ender era o único que a chamava daquela forma, mas aquele não era o rosto de Ender e era motivo suficiente para Luna não largar a espada:

–Como vou saber- antes que pudesse terminar, o outro que outrora se intitulara Belphegor lhe estendeu a mão. Luna tentou recuar, mas algo naquele gesto a fez hesitar. A mão do moreno acariciou os cabelos vermelho fogo da menor, fazendo o capuz ceder:

–Desconfiada como sempre – a ruiva não sabia o que fazer. Aquele era um gesto tão simples, mas qualquer coisa nele a fazia lembrar-se de Ender – Infelizmente, é algo que deve manter. A viagem até a Ilha Vermelha será longa e muitos poderão tentar fazer algo de ruim contigo.

–Como é possível? – inconscientemente acabou largando a espada

–Esse pecador tem um poder incrível. Seu corpo é como um recipiente para almas, mas eu não tenho muito tempo. – ele retirou a mão dos cabelos de Luna – Há algo que eu preciso lhe explicar.

Thartaro, Mi-Yle, 1796-28;

Estava em um galho da enorme arvore, dormindo. Passara toda a manhã treinando e agora se sentia cansado. Seu corpo pedia um descaso, mas sua barriga roncava e ignorá-la não era uma opção. Por fim, desceu da arvore. Depois de anos andando por cidades sem rumo, acabou ficando mais tempo que o planejado na cidade de Mi-Yle. Era uma cidade pequena, com alguns riachos e poucas pessoas. Um local pacato que recebe alguns viajantes que ficam nas estalagens antes de seguirem para a capital.

Para a sorte Kyo, a cidade era cheia de pequenos serviços e arranjar alguns trocados tinha sido mais fácil que o habitual. Andava calmamente para uma das pensões da redondeza quando se deparou com uma cena incomum. Um homem de armadura sobre um cavalo negro como a noite. Tinha duas espadas nas costas e armas presas a cela do cavalo, sua bandeira deixava bem claro quem ele era: um caçador de Azahirf.

Não queria, nem de longe, encontrar um deles. Embora a maioria tenha uma lista de procurados a levar para julgamento, a maioria apenas mata os pecadores que encontra. Kyo apenas virou a cara e seguiu em direção oposta, seus olhos rubros seriam um bom pretexto para que o caçador o pare.

–Ei você! – o sangue de Kyo gelou e por um minuto pensou em correr – Ruivo – mas então respirou aliviado.

Com os cabelos azulados aquela intimação não poderia ser para ele. Poderia seguir e deixar aquele susto para trás, mas sua curiosidade o fez olhar para a direção do caçador:

–Um pecador. Não é? – o caçador desceu do cavalo e retirou a espada da banha.

O outro era um rapaz pequeno, seus olhos eram brilhantes e poderiam chamar a atenção de qualquer um; amarelos, tão fortes que pareciam clarear aonde olhavam. Ele não parecia disposto a uma batalha, ergueu os braços:

–Sou pecador da alegria – disse

A espada do caçador foi rápida e raspou no rosto do menor como um tapa de aço:

–Faltou um senhor nessa frase, não? – o rapaz não respondeu.

Ele estava desarmado, Kyo notou, e era uma clara desvantagem. Também era um pecador da alegria, a maioria destes não possuem habilidades para batalha. Era tudo muito injusto. E, apesar disso, ninguém o ajudava. Os humanos tocavam sua vida como se aquilo não estivesse acontecendo, alguns até olhavam, mas eram poucos os que ainda se demoravam no local. Kyo observava, era uma covardia e isso ele entendia bem.

–Desculpe senhor – o caçador brandiu a espada novamente, mas desta vez fora um golpe forte. O aço cortou a lateral da coxa do rapaz e o fez ir ao chão. Era uma espada grande e de fio impecável, o corte foi profundo e sangue jorrava da fenda que ficara em sua perna. – Deve me responder olhando em meus olhos – cuspiu no rapaz – Verme.

Não percebeu quando foi que se moveu, mas quando Kyo se deu por si, já estava a passos largos na direção do rapaz. Havia um poço perto, o rapaz de olhos vermelhos fez a água do poço se erguer e a jogou na direção do homem. Não foi um golpe forte, na verdade apenas o fez recuar um pouco. O caçador retirou uma pistola da cintura e apontou na direção de Kyo:

–Estou de saco cheio de pecadores!

Ele atirou, mas fora o ruivo que tomou o tiro. Kyo ficou paralisado. O menor fora rápido de mais para alguém que tinha um ferimento tão profundo. Meio desajeitado, ele se colocou entre a arma e Kyo. Foi certeiro, quando o jovem foi ao chão, um buraco estava em seu peito. Os poucos humanos que estavam no local fugiram. O coração de Kyo acelerou e quando percebeu estava tomado por ódio. Olhos rubros se alimentam desse poder.

Uniu toda a água que tinha no local – tanto a que restara no poço quanto aquela que outrora acertara o rapaz – e a colocou em torno do caçador, o prendendo em uma cúpula de água. Já havia feito algo parecido antes, mas nunca em torno de uma pessoa, jamais atacara um pessoa, não com tanto ódio quanto naquele momento; mas não importava. O viu se debater, tentar “rasgar” a cúpula com a espada, o viu lutar e agonizar. Só desfez a cúpula quando viu seu ultimo suspiro escapar de seus lábios gélidos.

Quando a água caiu, o cadáver do caçador veio ao chão junto dela. Não se abateu ao ver o corpo do caçador ir ao chão, sua única preocupação era o rapaz que o protegera. Kyo foi correndo até o corpo do menor, mas quando foi se abaixar perto dele viu que o mesmo levantou-se de súbito. Os olhos rubros se arregalaram e ele apenas ficou parado:

–Essa doeu de verdade – o menor sorria, o corte em seu rosto havia sumido e até mesmo o buraco em seu peito já não era visível – Foi por pouco. – seu sorriso era tão radiante quanto seus olhos; ele agia como se tudo aquilo tivesse sido algo normal ou, no mínimo, simples de lidar – Se não fosse por você eu teria mais problemas. Mas então, qual seu nome garota?

–Não sou garota

–Ah, desculpa – seu rosto ficou vermelho e por um momento não conseguiu encará-lo.

–Tudo bem - Aquela não fora a primeira vez que foi confundido com uma garota. Seu rosto tinha traços finos e qualquer um que não prestasse a devida atenção poderia dizer que se tratava de um homem – E me chamo Kyo.

–Bem... Obrigado, Kyo – agradeceu ainda um pouco constrangido pelo erro anterior – Mas agora você tem problemas.

Os olhos amarelos olhavam o cadáver do caçador. O rosto estava roxo e os olhos esbugalhados. Em vida aquele não era um homem bonito, mas a morte o fez ficar com uma aparência medonha:

–Você matou um caçador. E não há crime maior que esse


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Notas finais do capítulo

Obs:
Eu e o senhor Lek estamos devendo um mapa pra vocês.
Interação!!!
Kyo
1)Seguir para a capital de Thartaro
2)Ir para La F'gahr
Ryan
1)Seguir viagem com Kyo
2)Permanecer em Mi-Yle