Kami no namida- interativa escrita por PsicoPonei, Alec Azaroth


Capítulo 13
Armadilha


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelas Reviews meus lindos



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Cemitério de Areia, tridente, 1796-35;

–Essa história ainda não me desce a goela- Resmungou Anabelle

–Não estou mentindo – retrucou Ryan.

Estavam andando pelos corredores. Mesmo não tendo nenhum tipo de laço muito importante, Ryan não desgrudava da jovem de cabelos azuis. Uma parte de si estava com a morena por ela ter lhe salvado a vida, a outra estava com ela por medo de ficar sozinho ali sabendo que um caçador estava no mesmo local que ele; e aquele homem misterioso era o assunto principal dos dois – se não o único.

–Estava escuro, você estava dopado... Tem muito a considerar – Anabelle não confiava muito naquela informação, contudo algo aquele rapaz a fazia ter uma desconfiança acima do normal; até mesmo para ela.

Não sabia dizer, mas seus sorrisos a incomodavam desde o momento em que ele colocou os pés no tridente. Chegou lá com um papo de ter fugido do local de onde viera – local esse que nunca fora de fato confirmado – por ter poderes que não pode controlar. Contudo ninguém nunca viu os poderes do suposto pecador. De fato seus olhos eram rubros, tais olhos só encontrados em pecadores da ira. Ainda sim, era de se esperar ver tais poderes, se ele não sabia os controlar.

–Eu tenho certeza do que eu vi – Ryan parou de andar. A encarava determinado. Anabelle o analisou bem. Ainda tinha suas duvidas, mas não seria pega desprevenida.

–Eu já deixei duas pessoas de confiança a par da situação – disse Anabelle.

Rosa e Taito sabiam da situação e Anabelle pediu-lhes o máximo de discrição possível. Não tinha certeza se aquela era a melhor escolha, mas tinha medo de alertar alguém que pudesse dar um escorregão; medo esse que a fez deixar Hafik fora disso. O jovem era um excelente amigo, contudo seu gênio poderia fazer uma futura emboscada ir por água a baixo.

Nas ultimas horas, Ryan e Ana passaram a observar o suspeito o máximo de tempo, se não o tempo todo. Suas atitudes eram consideradas normais, contudo tudo era sinistro aos olhos de Ryan. Quando os dois ficaram frente a frente, o suposto caçador, que disse se chamar Ally – se é que esse era seu real nome – cumprimento Ryan como se fossem a primeira vez que tivessem se conhecido. Já Ryan agiu como se estivesse em frente a um demônio ou uma assombração; foi difícil convencê-lo em ter este encontro sem seu machado em mãos.

Agora tudo o que faziam era observar. Porem num descuido na hora do almoço e todos os temores de Ryan viraram realidade; Ally sumira dos olhos atentos dos pecadores. Numa tentativa de encontrá-lo, os dois agora estavam em uma caçada pacífica – ou não – pelos corredores do tridente enquanto Rosa ficava com Paul e Taito vigiava a saída. O tridente podia ser um castelo majestoso, contudo só havia uma única saída. Aquilo podia ser um ponto ruim ou bom; naquele momento era ótimo, pois com Taito de prontidão, tinham certeza que ele não havia deixado o local.

–Vá por esse corredor que eu vou seguir em frente – disse Ana

Se separar parecia uma escolha sensata, mas Ana não sabia se era de fato a escolha mais inteligente. Apesar de insegura quanto à escolha, sua ordem acabou sendo prontamente atendida por Ryan. Assim que continuou por sua rota, Ana escutou um som suspeito – naquele momento, tudo era suspeito no fim das contas.

O som vinha da sala de mantimentos. Não pensou duas vezes antes de puxar seu fiel revolver. Abriu a porta cuidadosamente, fazendo o mínimo de barulho possível. A sala era iluminada apenas por uma janela que bebia toda a luz do dia. Ali tinham inúmeros caixotes com comidas e frutas, alguns armários com pequenas caixas de farinha e sacos enormes de arroz. Um cômodo destinado a comida que, em sua maioria, não era perecível ou tinha um prazo maior de consumo, como os sacos de carne salgada.

Sai de trás de um caixote e mirou a arma a sua frente, pronta para encontrar alguém; nada. Um estalo e foi surpreendida por Ally que foi a seu encontro. Levou ambas as mãos na direção da arma de Ana e a golpeou na boca do estomago com uma joelhada. A pecadora acabou perdendo o cabo de guerra e ficou desarmada, contudo ficar sem seu revolver não era tão ruim. Com um escudo grande, Ana o empurrou contra a parede mais próxima.

Suas costas bateram na parede e ele acabou caindo. Quando foi caminhar até o suposto traidor, sentiu algo sobre seu pé. Era uma armadilha; uma concha de ferro que se fechou envolta do pé da jovem. Quando ele a colocou, Ana não saberia dizer.

Abaixou sua guarda por um breve momento, momento suficiente para ficar na mira do caçador. Ally estava prestes a puxar o gatilho quando o machado de Ryan desceu como uma sentença. Sem a menor dificuldade, a mão do humano foi ao chão e um berro ecoou pelo cômodo.

–Seu desgraçado! – berrou

Ana sentia seu pé latejar e pouco prestou atenção naquilo que acontecera

–Eu devia matar você – sussurrou Ryan.

Encostou seu machado na nuca de Ally, sentiu o corpo do rapaz tremer ao contato do aço. Seria um golpe limpo. Uma vingança.

Cemitério de areia, 1796-35;

Faltava tão pouco para chegar onde queria; Tridente de areia. Miranda estava aflita e esperançosa. Não sabia o que a aguardara ali, mas sabia que seria algo bom; tinha esse pressentimento.

–Daqui nós seguiremos para Thartaro. Tem certeza que quer ir sozinha ao tridente?

Com o olhar no horizonte, Miranda podia ver a ponta principal do castelo. Podia ir até lá, ou podia ir a Thartaro. Naquele momento seu coração se encheu em duvidas.

Cidade desconhecida, costa de Fooht, 1796-35;

A cena era no mínimo horripilante. A maioria das casas estava em carcaça, pouco havia sobrado do fogo. Corpos se encontravam em todos os lugares e o cheiro que eles exalavam fazia o estomago de Catherine revirar. Não importa para onde olhasse, o desespero era nítido.

Saíra com os mercenários para a tal caçada aos pecadores. Sabia que alguns deles podiam ser cruéis, contudo não estava tão preparada quanto pensara.

–Foi um pecador, ou vários, mas humanos não foram, certeza. – disse Riko, um rapaz bonito aos olhos de algumas donzelas, mas amedrontador aos olhos daqueles que ficam em seu caminho. Seus cabelos eram castanhos e iam até seus ombros, e seu olhar podia tanto derreter um coração quanto congelá-lo.

–É o que parece – o líder, Hakt, coçou sua enorme barba emaranhada

–Há marcas de mãos nas paredes e em alguns corpos – Poki, uma jovem morena que tinha um corpo bem arredondado, analisava o local. A jovem podia não ter um corpo esbelto, mas muitos podiam jurar que no combate aquilo não a atrapalhava – Um pecador da raiva talvez – concluiu

–Procurem por alguma alma que possa ainda estar no corpo – Hakt tinha uma expressão seria no rosto, o que não era nem um pouco comum

Catherine o observava quando seu olhar for correspondido pelo mercenário:

–Não esta pensando em desistir, não é? – deu um sorriso que revelou os dentes dourados

–Não. Mas isto não é normal de se ver, não é? – indagou

Hakt apenas deu de ombros. Aquela não era um pergunta que Cat não pudesse presumir a resposta. Afastou-se do grupo e foi olhar as outras casas. Sentia que estava a ponto de vomitar e não queria fazer isso perto dos outros. Analisava tudo que os olhos tocavam e a cada segundo, sentia uma angústia que parecia lhe tomar o ar.

No meio de uma pilha de carvão, viu dedos pequenos, quase como de uma boneca. Hesitante, levantou um pedaço de madeira que cobria a pilha e virou o rosto no mesmo momento. Largou o pedaço de madeira e deu passos cambaleantes para trás.

–Como podem matar um bebê? – seus olhos lacrimejaram e seu ódio se tornou maior que a repulsa de ver corpos carbonizados.

Escutou um estalo, empunhou o arco e foi ver o que podia ser. Algo em si podia ter certeza que ninguém havia sobrevivido; afinal, se nem ao mesmo um bebê de colo sobreviveu. Mas se fosse um pecador, podia perfeitamente cravar um flecha entre os olhos.

Entrou em uma das carcaças daquilo que já foi uma casa e encontrou uma pessoa de costas. A principio hesitou, aquela figura mais parecia um fantasma do que um humano; ou pecador. Cabelos longos e negros, com um pouco maior que o próprio corpo, que cobria parte de suas mãos, e uma calça simples. Quando olhou para trás, seu olhar, mesmo que sonolento, fez Cat ficar paralisada. Seus olhos eram cinzas.

–Quem? – apontou o arco para a pessoa - Quem é você? – forçou seu tom de voz, na esperança de parecer mais ameaçadora do que duvidosa.

–Kotone – sua voz era aguda e seu rosto simples

–O que faz aqui, garota? – Todas as evidencias apontavam um suposto pecador da raiva, contudo um aliado ainda era algo a se considerar

–Sou menino – respondeu simplesmente. Mesmo estado à mira de Cat, o rapaz não demonstrava nenhum sentimento alem da indiferença

–Isso não importa, o que faz aqui?

Com a maior tranqüilidade ele se abaixou e pegou um ursinho enegrecido do chão. Alisou o mesmo, como se fosse um bicho de carne e osso: -Eu só estou de passagem

Apesar de tudo, Catherine sentia que não estava à frente de um assassino em serie; mas aqueles olhos. Talvez pudesse chamar Hakt e os outros, contudo mesmo que o rapaz fosse inocente, para mercenários, enforcar um pecador, inocente ou culpado, não teria diferença.

–Ei Cat – Riko a chamava, ainda estava longe, pela altura da voz.

Catherine abaixou o arco e encarou aquele rapaz, suas unhas eram roídas, pode perceber, e sua expressão era um misto de sonolência e de certa... Tristeza? Talvez. Cat hesitou, e já não sabia o que fazer.

Portão de Azarihf, 1796-35;

Estava pronta para sair da cidade. Já havia lido sua missão tantas vezes que poderia recitá-la como um poema. Um frio na barriga correu-lhe, contudo aprendeu a ignorar aquilo. Os portões estavam prestes a abrir quando sentiu uma mão sobre seu ombro

–Quer uma carona? – Lohan, um jovem loiro de sorriso carismático estava ali, com seu cavalo ao lado

Aria não costumava andar de cavalo, isso podia atrasá-la quanto à chegada nos locais, mas sempre achou melhor andar e observar os locais por onde passava. Lohan, ao contrario, estava sempre acompanhado pelo garanhão negro; Demônio era seu nome. O loiro era um caçador do nível de Aria, tinha cabelos curtos e uma estatura mediana.

–Para aonde você vai? – indagou

–Fooht – respondeu

A expressão de Aria se transformou: -O que tem a fazer lá?

–Matar Tryano, o caçador exilado

Agora tudo fazia sentido. Tryano era um caçador, mas não qualquer um, mas sim um caçador dos 7 garras, contudo se tornou um pecador...

–Sua missão nível S? – questionou, já tendo em mente a resposta

–A única missão nível S entregue

Então Aria teve certeza de que aquilo seria uma caçada e que não estaria sozinha. Se isso era bom ou ruim, só o tempo poderia responder.


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Notas finais do capítulo

Interações.
Ana ~livre
Ryan, você decide se vai matar ou não. (Ana, se quiser interferir, a vontade)
Miranda, escolha o caminho
Cat, Escolha o que fazer em relação a Kotone
Kotone, Escolha sua próxima ação
obrigada pessoas lindas