Feche os Olhos quando Eu Mandar escrita por Luana Rosette


Capítulo 4
Apresentações amigáveis... ou nem tanto.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, voltei... nhai, eu sei que como sempre eu demorei, mas fazer o que? Sempre que tenho algo prontinho eu tento postar o mais rápido possível, isso é o máximo que posso fazer. Isso e não abandonar minhas historias.

Agradeço ao apoio e aos reviews de Kimberly Anne Evans Potter, Myahnni Black, Fabianadat, Lady Nath Black, Rafaella Potter Malfoy, Lilavate, mayara malfoy dracomaniaca, Bruh M., Lieny Uzumaki Malfoy, e principalmente ao de Tainá, garota, esse seu comentário sobre o pintor que o Harry conhecia ser o Dino Thomas meio que lavou o meu cérebro e graças a isso uma idéia meio louca se formou em minha mente... aguarde e confie

E como presente por minha loooooonga ausência, eu lhes brindo com o capítulo mais longo até o momento.

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52315/chapter/4

Dizem que o café da manhã é a refeição mais importante do dia.

Sinceramente eu nunca me importei em saber se isso era ou não verdade, apesar que de fato eu sempre gostei mais do café da manhã do que das outras refeições em geral.

E se hoje alguém me perguntasse por que raios eu estou em plenas onze da manhã ainda com fome...

Bem, então eu teria que responder:

“Por que um vampiro pervertido invadiu minha casa, e conturbou tanto minha manhã, que eu:

a) não toquei em meu delicioso café da manhã e;

b) esqueci de trazer minha carteira”

É, não acredito que muitas pessoas levariam a sério metade dessas palavras.

Pelo menos o “eu” de doze horas atrás não teria acreditado.

- Senhor Malfoy vejo que o senhor trouxe um visitante para minha aula – um de meus professores dizia isso com um leve tic no canto de sua boca – devo dizer que tal ato até certo ponto me falaga, mas gostaria que o mínimo de compostura fosse considerado no presente momento.

Terra... oh amada mãe, por favor, me trague.

O motivo do incomodado, e excessivamente pomposo comentário, era que meu nada discreto acompanhante estava nesse instante deitado no longo assento de cimento, mantendo sua cabeça comodamente deitada sobre meu colo e vez ou outra soltando risadinhas contidas e piscadelas sedutoras e cada olhar que sua escultural figura atraia...

Eu disse escultural? Não, eu quis dizer, normal... sua figura normal e corrente...

Sim... sim... por que demônios eu consideraria aquela... aquele... aquilo escultural?

Ignorando o apelo de meu professor o dissimulado apenas girou o corpo colocando seu rosto de frente ao meu estomago, como se dissesse: “Por favor, faça esse velho esclerosado falar mais baixo, que eu quero descansar”

Claro, insulte um dos mais ranzinzas professores dessa universidade, vá enfrente...

No final, em quem você acha que ele vai descontar?

Ai de mim...

Insultado com a impertinência de meu “convidado” convenientemente todas as perguntas que se seguiram dessa aula vieram direcionadas para mim.

Não que até esse ponto eu me importasse muito.

Eu sempre fui um bom aluno, não por gosto próprio, mas por que sabia que o teto de minha casa cairia sobre minha cabeça se ousasse tira qualquer nota abaixo de 9,99. E deveras, o fato de eu estar bem adiantado naquela manteria me ajudou bastante...

Mas sabe o que não me ajudou?

Eu lhes direi.

O que não me ajudou foi ter um maldito vampiro pervertido deitado no meu colo BRINCANDO COM MEU ESTOMAGO!!!

Acredite, isso tiraria a concentração de qualquer um.

Em meio a um pequeno monologo que iniciei para responder a quarta... talvez quinta pergunta do professor, comecei a sentir um curto e insistente hálito quente golpeando o tecido de minha blusa...

E vampiros tem hálito quente?

VAMPIROS AO MENOS REPIRAM???

Ainda no meio da resposta eu abaixei os olhos e vi impotente o sem vergonha assoprando em meio a um sorriso descarado a minha barriga. Vendo que havia conseguido a minha atenção ele detém a primeira tortura e passa para uma mais eficaz, esfregando seu nariz contra o tecido de minha camisa até conseguir levanta-la um pouco.

Jesus amado mestre... Foi um gemido o que eu acabei de proferir em meio a minha longa e entediante resposta?

- Sr. Malfoy, o senhor se sente bem?

Sim... Foi a droga de um gemido o que eu acabei de proferir em meio a minha longa e entediante resposta.

- E... Estou, senhor – gaguejo enquanto sinto o nariz impertinente se esfregar descaradamente contra a minha pele.

- Creio que sua resposta está aquém do esperado Sr. Malfoy – claro, a resposta está incompleta, idiota, eu não acabei de recita-la – peço que daqui para frente, antes de responder qualquer pergunta em minha aula, formule com mais cuidado as suas sentenças.

Claro, e algum dia eu poderei ser um imbecil tão pedante e prolixo quanto o senhor.

Oh, quanta honra.

Ouço uma baixa risadinha vindo de meu colo, aparentemente meu “convidado” não havia perdido o habito de entrar na minha mente.

- Pare com isso... está me desconcentrando – sussurro irritado, mas tudo o que ganhei foi um devasso rapaz aspirando com certa devoção a minha pele, arrancando outro gemido de minha parte.

- Ora , vejo que o jovem Malfoy está interessado em responder a essa pergunta também – o maldito professor parecia determinado a fazer a minha vida impossível hoje.

Comecei novamente a recitar uma longa e técnica resposta, e despiadosamente o encosto em forma de morenasso de olhos verdes no meu colo não me deu trégua. Aparentemente cansado de brincar com a minha pele usando o seu nariz ele começou a lamber com certa gula a minha barriga.

Juro que eu me contive tudo o que eu pude.

Fui realmente bastante valente diante das atuais circunstancias.

Mas...

- Iiirc... – soltei um gritinho surpreso quando exatamente no meio da minha looooonga dissertação senti a língua úmida do vampiro começar a brincar com o meu umbigo.

O que é? Esse é o meu ponto fraco, eu sempre fui muito sensível no umbigo.

- Devo tomar isso como o fim da sua explicação jovem Malfoy? – o professor concluiu com maldade.

- Eu...

- Devo dizer que sua resposta novamente foi incompleta. – balança a cabeça com falso pesar – Tsc tsc... e pensar que você é um dos melhores alunos da sua turma, acredito que então não devo esperar muita coisa dessa geração, se nem ao menos conseguem...

- Ah... cala a boca

A voz da pessoa deitada em meu colo atrai a atenção de todos os presentes.

Sério... Eu imploro que alguém me tire daquiiii...

- O que exatamente diabos você pensa que está fazendo? – murmuro desesperado.

- Relaxando – resmunga alto o suficiente para a sala inteira o ouvir e se acomodando mais em meu colo envolve minha cintura com seus braços – sua cama é realmente confortável Draco, mas definitivamente seu colo é bem mais convidativo.

Murmúrios explodiram em vários pontos da sala, alguns maliciosos, outro ultrajados, e pude notar um ou outro invejosos.

O que?

Vai me dizer que eles queriam estar na minha situação?

Pois bem, quem quiser que leve esse encosto daqui.

LEVA QUE O VAMPIRO É SEU!!!!

- Senhores – o professor estava a beira de um ataque de nervos, e eu não o culpo – peço que se forem protagonizar ceninhas de baixo calão façam isso fora de minha...

- Manteiga, tequila, Bronxs e cinco motoqueiros... – o vampiro cantarola alegremente aquelas palavras como se fosse uma musiquinha infantil, devo acrescentar que fazia isso ainda mantendo seu rosto enterrado em meu colo, e tomando um ar mais grave sua voz soa de maneira venenosa ao iniciar o próximo verso – manhã de 22 de abril de 197...

- PROXIMA MATERIA!!! – O professor, mais branco que giz, gritou se virando para o quadro apagando furiosamente os últimos apontamentos, enquanto meus companheiros tentavam copiar desesperadamente as preciosas informações que de certo cairiam na prova de quarta-feira.

Ignorado novamente pelo professor, eu olho para baixo em direção ao meu risonho “hospede” que volta a degustar de minha pele.

- O que necessariamente foi isso? – pergunto baixinho.

- Nada de muito importante – ele dá entre ombros sem nunca perder o sorriso misterioso – apenas que essa tal de tequila pode trazer muitos monstros de nosso interior, por mais prolixos que alguns estudantes de contabilidade possam ser...

Sem fazer muita questão de entender o que aquelas palavras maliciosas quiseram dizer, apenas duas coisas preencheram meus pensamentos no que restava daquela estranha aula.

O engraçado tom avermelhado que se apoderou das orelhas do meu professor enquanto esse estava de costas escrevendo tópicos e mais tópicos totalmente desconexos.

E a inconveniente, apesar de agradável sensação que aquela língua que brincava com minha barriga passava.

FOQEM

- Por isso eu disse que não queria te trazer aqui. – resmunguei assim que pisei fora da sala de minha ultima aula do dia. – Por que diabos você tinha que fazer aquilo?

Caminhando despreocupadamente ao meu lado o moreno acenava radiante para um ou dois grupinho de meninas que mandavam “tchazinhos” e beijinhos em sua direção.

Será que ele poderia prestar um pouco de atenção em mim???

Digo... Talvez seja melhor que ele continue a me ignorando.

- Seu professor tinha algumas lembranças divertidas de sua época no Bronxs, seja lá aonde isso fica, em sua cabeça – ele diz sem ainda voltar seus olhos para mim – apenas achei que o resto da sala acharia interessante se eu as expusesse.

- Quantas vezes eu já falei essa manhã para você parar de xeretar a cabeça dos outros?

- Era para contar? – ele finalmente me encara com um falso ar de pesar – Queira me perdoar, mas como nossa manhã juntos foi tão divertida eu creio ter perdido a conta quando se aproximava ao 175... ou seria 281? Se quiser posso vasculhar na sua mente para definir o numero certo.

Sim... Aquela havia sido uma loooonga manhã.

Flash back

Antes de chegarmos a universidade eu havia feito de tudo para tirá-lo de meu pé, argumentei o máximo possível e cheguei a prometer mundos e fundos, mas no final...

Nada adiantou.

Como um cachorrinho ele me seguiu para cima e para baixo fazendo mil e uma perguntas.

Era irritante como ele dizia não conhecer coisas simples e corriqueiras como lápis e canetas, e havia algumas delas, que não importava a época em que havia vivido antes, deveria saber o que era, como: as nuvens ou as flores, mas mesmo diante dessas coisas pequenas seu olhar mostrava verdadeira curiosidade.

Naqueles momentos ele parecia uma criança.

Não me surpreendi quando ele conseguiu entrar em cada uma de minhas aulas sem qualquer um de meus professores chiarem. Ele apenas... entrou. Alguns professores o consideravam como um visitante, outros o ignoravam e tinha aqueles que o tratavam como se fosse mais um de seus tantos alunos de sempre.

Isso era algo que eu fiz questão de não questionar.

O numero de motivos para minha atual enxaqueca já era grande o suficiente.

O que me surpreendeu na realidade foi como ele respondia com facilidade algumas das perguntas que direcionavam a ele, algumas sobre teorias altamente atuais.

Era algo tão contraditório a imagem do curioso ser que me perguntava o que eram aquelas coisas brancas flutuando no céu, que eu não pude evitar de perguntar em certo momento:

Como você sabia aquelas respostas?”.

O descarado apenas dava entre ombros e respondia como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

Não conheço nenhum professor que tenha a confiança de fazer qualquer pergunta em sala de aula sem antes ter certeza absoluta de saber as respostas”

FILHO DA MÃE!!!!

O maldito estava tirando as respostas direto da fonte!!!

Quer fazer o favor de para de brincar com as cabeças das pessoas!!??” meu grito deveria ter retumbado por todo o colégio “Fora qu se você pode ler a mente dos outros para obter as respostas que precisa, então por que se dá ao trabalho de fazer aquelas perguntas idiotas para mim?”

E as palavras que ele usou para me responder se tivessem vindo de outra pessoa talvez tivessem soado estúpidas ou infantis, mas...

Talvez ao saírem de minha boca as perguntas possam lhe parecer idiotas, mas no instante que as respostas saem da sua, nenhuma palavra poderia soar mais gloriosa”.

Mas... Por alguma razão meu peito pareceu se apertar um pouquinho apenas ao ouvir aquilo.

Depois daquilo decidi deixar de lado a questão das perguntas...

E O FATO DE EU TER PASSADO A SEGUINTE MEIA HORA TOTALMENTE RUBORIZADO NÃO TEM NADA A HAVER COM ISSO!!!

Fim do flash back

- Engraçadinho – Respondo irritado ao seu comentário anterior, a irritante questão numérica. Aparentemente ele mentiu para mim, eu não estou sendo perseguido por um vampiro, estou sendo perseguido por um palhaço. – Mas não era apenas disso do que eu falava. Por que você me envergonhou daquele jeito?

- Envergonhar? – ele inclina a cabeça levemente de lado com um falso ar de inocência.

- Você sabe do que estou falando! – estreito os olhos perigosamente – Por que você não parou de me desconcentrar quando eu te pedi?

- Mas Draco – ele caminha felino em minha direção pousando seus braços em meus ombros – eu só achei que você deveria relaxar um pouco. Fora que... – a altura de minha orelha ele ronronou – até aonde eu sei, não vi você mexer um único músculo para se afastar de mim.

Com duas batidinhas cúmplices em meu ombro ele se afasta na direção que eu inicialmente planejava seguir se espreguiçando e deixando para trás um pobre loiro ainda meio shockeado.

No caso: eu

Que absurdo!!!

Mas é claro que eu tentei afasta-lo!!!

Tanto que eu...

Bem... Eu ia afastá-lo com...

E...

...

...

Hum hum... Eu tenho certeza que em algum momento eu estava mais do que disposto a afastá-lo, mas no final algo me impediu.

Será que...

Demônios!!!

Olhando acusadoramente para as costas que se afastavam. Eu ainda tinha o mínimo de dignidade quando gritei:

- Não me diga que você voltou a brincar com a minha cabeça!?

Ele apenas virou levemente de lado a cabeça para me encarar e quase rindo responde:

- Se eu tivesse que te controlar para conseguir fazer o que eu fiz lá dentro, acredite, o meu prêmio não teria metade do sabor que teve.

E andando a minha frente, a uma distancia segura, a criatura, supostamente das trevas, ria enquanto ignorava as palavras mais vulgares que minha aristocrática boca já proferiu.

Ai de mim... Quanto mais disso eu terei de agüentar?

...

...

...

E EU NÃO ESTOU RUBORIZADO!!!

Droga... Ao menos não muito.

FOQEM

Não sei a maioria das pessoas, mas eu detesto quando eu estou andando com alguém e essa pessoa ao invés de manter o passo igual ao meu teima em ficar alguns passos a frente ou alguns passos atrás, principalmente quando a pessoa em questão não deveria saber para onde está indo.

Como se aquele cara se importasse com a minha comodidade.

Se bem que independente dele estar lá ou não, meu humor naquele momento não poderia ficar pior.

E como sempre a culpa é do meu pai.

Com o fim de minhas aulas de hoje eu estava indo falar com o meu treinador para pedir que me dispensasse do treino. E como minhas faltas têm composto um numero bem considerável eu sei que de hoje não passa.

Eu seria expulso do time.

Suspiro.

O pior era que não havia nada que eu pudesse fazer, não quando era uma ordem direta do todo poderoso Lucius Malfoy.

Ignorando meu atual impasse, sempre a minha frente, o vampiro ia exatamente pelo caminho que eu normalmente tomava quando ia para as quadras da universidade. O motivo de ele saber o percurso era algo que nem morto eu perguntaria.

Cometer o mesmo erro mais de uma vez não era algo que um Malfoy faria.

Foi apenas a alguns metros de nosso destino quando ele deteve seu andar sedutor...

Digo... Seus passo felinos... Quero dizer.... Quero dizer...

Ah!!! Quando ele parou de andar.

Por segundos eu achei que ele estava perdido, conclusão um pouco estúpida depois de tudo o que passamos até aquele momento, eu estava a ponto de perguntar por que ele se deteve quando senti dois braços rodeando possessivamente a minha cintura.

Estava tão concentrado naquelas costas estáticas, que o susto de ser agarrado de repente quase me arrancou o coração pela boca.

Sinto que me beijam suavemente no pescoço e quando finalmente uma voz conhecida se faz ouvir eu descubro quem é o meu misterioso captor.

- Qualquer namorado um pouco mais desconfiado poderia pensar que você esteve o evitando durante todo o dia.

Ah... será que houve um dia ou uma noite em que eu não me derreti quando ouvi aquela voz tão sedutora.

Apesar de que recentemente outra voz sedutora vem me roubando o fôlego e os pensamentos.

- Blaise – sussurro um pouco culpado me virando sem sair de seus braços. – desculpe não te ver hoje, foi um dia um pouco corrido.

Blaise apenas balança a cabeça diante do meu tom culpado e sem perder o ar compreensivo acaricia meu rosto sem desviar um segundo os seus olhos dos meus.

- Tudo bem – ele responde – eu também não tive necessariamente muito tempo livre para te procurar.

Que um raio caia em minha cabeça!!!

Nessa droga de vida que eu tenho como foi que eu consegui um namorado tão perfeito?

O cara simplesmente é um dos melhores alunos de sua área, devo dizer que tem um corpo invejável, e sem falar de mais de um admirador babando aos seus pés.

Meu, o cara que para muitos é a personificação de Adones simplesmente me pertence e mesmo assim...

Mesmo estando entre seus braços...

Mesmo com sua boca nesse instante tomando a minha em um beijo ultra-mega-big-apaixonado...

Eu só consigo pensar no vampiro que nesse exato segundo está a minhas costas, e...

MERDA, O VAMPIRO!!!

Esqueci completamente que ele estava aqui.

Tenho até medo de virar.

Ele parece estar bem interessado em mim, o que será que ele vai fazer com o Blaise depois de ver essa ceninha acaramelada?

Quero dizer... A lembrança do que ele fez com aqueles caras do beco ontem a noite ainda esta bem vivida em minha memória.

Será que vai tentar mata-lo?

Não, não posso deixar, eu não...

- Draco, quem é o seu amigo? – Blaise me tira de meus pensamentos enquanto indica alguém as minhas costas.

Quando me viro, vejo que não muito longe de nós, mais exatamente ao meu lado, estava a atual praga de minha vida.

Sorrindo como sempre.

Ele não parecia estar se importando muito com a insistente mão de Blaise que ainda segurava firmemente minha cintura, nem com meus lábios que de certo ainda estavam inchados com o recente beijo.

Ele parecia tão tranqüilo quanto sempre.

Não parecia para nada abalado.

O que é esse sentimento que de repente começou a cutucar o meu peito?

Seria decepção?

- Ele... – Droga... Não acredito que depois de todo esse tempo eu não tinha inventado nenhuma historia para explicar a presença dele aqui. – ele... É meu primo.

Um incomodo silencio caiu entre nós três, ao menos para mim, pois ambos meus acompanhantes pareciam tão refrescantes quanto uma manhã de primavera.

- Primo? – Blaise me olha como se eu fosse maluco e solta uma leve risadinha – você não havia me dito que seu pai era filho único e que as irmãs de sua mãe eram duas solteironas mal ama...

- Primo é apenas jeito de falar – me corrijo apressadamente – ele é o filho de um amigo de meu pai que é quase da família, e... e... Está passando um tempo em minha casa e...

- Entendo – não me diga que você realmente acreditou nessa historia mal contada??? – E você o trouxe para conhecer a faculdade em que estuda. – portando em seus olhos o mais profundo e verdadeiro dos orgulhos Blaise não parecia perceber as flechas de culpa que cravava em meu coração – foi bem legal de sua parte.

- Oh sim – o meu encosto particular resolve finalmente se manifestar com seu tom mais sereno – Draco tem sido muito legal comigo desde que me hospedei em sua casa. – peste dos infernos, esse seu tom manso não me indica nada de bom... – Ele até mesmo me deixa dormir em sua...

- ELE VEIO DE LONGE – interrompi o inconveniente vampiro de maneira tão atropelada que o moreno de olhos verdes teve que fazer um grande esforço para não rir da minha cara e Blaise só fez erguer uma sobrancelha, apesar de não parecer necessariamente desconfiado... Cara, eu sou um crápula. – Por isso... Por isso, meus pais me pediram para acompanhá-lo em alguns lugares, entre eles a faculdade, sabe como é, conhecer a cidade.

Céus... eu sinto que vou envelhecer uns vinte anos se essa conversa não acabar logo.

- E como você se chama? – ele pergunta olhando para o vampiro, mas sou eu novamente que tomo a frente das respostas.

- Ele se chama...

Ops...

Como exatamente ele esse chama?

Agora que me dou conta, eu nunca perguntei qual era o nome dele.

Estranho.

Nem ao menos havia me preocupado em saber.

Olhando de maneira questionadora em sua direção ele desvia os olhos parecendo do nada achar muito interessante os pequenos tufos de grama que crescia nas rachaduras do concreto.

Maldito traidor.

- Seu nome... – penso um pouco e lanço um ao azar – Seu nome é Jonathan... Jonathan Snape.

- Mas pode me chamar apenas de Jhon – o maldito sanguessuga estende a mão com a maior das naturalidades. – detesto formalidades

- Prazer – Blaise segura a mão oferecida – eu sou Blaise Zabine, namorado de Draco.

- Oh eu sei – ele diz de maneira radiante – Draco me contou tão entusiasticamente sobre o seu relacionamento que agora eu sinto como se tivesse acompanhado cada passo dele nesses dois anos em primeira fila.

- Ah foi? – pergunta Blaise bem humorado.

- Foi. – confirma sem esmorecer seu sorriso.

BRRRR é impressão minha ou o clima está ficando glacial aqui?

E... Hei!!! Ele já sabia de Blaise?

Quer dizer que o maldito morcego revolveu mais a minha mente do que eu pensava?

Quanto de meu namoro com Blaise ele viu?

O que diabos ele viu???

- Você pretende entrar na nossa faculdade? – Não Blaise!!! Não estenda mais essa conversa.

- NÃO!!!

- Sim.

Respondemos juntos.

- Não ou sim? – Blaise ri baixinho de nossa reação contraria a uma pergunta tão simples.

Não ria Blaise, você não percebe o inferno em terra que eu estou tendo que viver?

- Antes não – meu “primo” parece ter pena de mim e toma para ele a pergunta – mas depois de andar um pouco pelo campus resolvi dar uma chance a vida de universitário.

- Boa sorte então com a inscrição, eles são bem rígidos na hora de estudar o histórico escolar dos alunos.

- Não se preocupe, não creio que isso será um problema.

Ai ai, por que eu pressinto uma gigantesca tempestade vindo em minha direção.

FOQEM

Não estou decepcionado.

Por que estaria?

Nunca, jamais, em hipótese alguma eu estaria decepcionado.

Só por que aquele vampiro de meia pataca não pareceu nem por um momento se irritar quando Blaise me beijou na despedida.

Ou por que ele nem seque piscou quando meu namorado me dizia palavras de amor hora ou outra.

Ou por que... Por que ele não estava nem ai para a mão que segurava fortemente minha cintura enquanto conversávamos?

Até parece.

Por que eu ligaria?

Quando aquela curta conversa teve fim, Blaise teve que tomar um rumo diferente do nosso, o porquê eu não sei, volta e meia Blaise tinha o estranho habito de sumir. E tão calmo quanto antes o vampiro continuou a caminhar alguns passos a minha frente como se nada daquilo tivesse acontecido.

Como se não tivesse acabado de conhecer ao meu namorado.

Como se não se importasse em saber que eu já tenho outra pessoa.

Como se...

- Eu não vou estar aqui para sempre. – ele diz com sua eterna voz serena, ainda a alguns passos de distancia.

- O que você quer dizer com is...

- Não pretendo estar aqui para sempre – seus ombros caíram cansados e ele se deteve novamente – nem se quisesse poderia estar aqui para sempre. Sua vida, seus desejos... seus amores. – o desgraçado estava novamente lendo meus pensamentos – Não vou pedir que os detenha por minha causa. Apenas... – quando eu já estava mais próximo ele se vira e me abraça, sinto um formigamento estranho percorrer a minha nuca – Apenas me deixe viver um pouco do meu capricho. – ele me encara com aqueles olhos verdes que sempre me hipnotizam e sorri com um ar malvado – Não, isso soou como um pedido, não se engane, pois não é – ele cheira meu pescoço e o lambe com desejo – terei o cuidado de não quebrar os frágeis laços que você formou em sua vida humana... – ele arrasta suas presas por minha pele, mas sem perfurá-la me fazendo apenas estremecer –mas querendo ou não, terei meu capricho cumprido.

- E... – engulo em seco, tendo apenas em mente o quanto eu gostaria de provar daquela boca que me acariciava naquele exato momento – qual seria esse capricho?

Erguendo o rosto ele me olhou de forma meditativa e voltando a sorrir, larga minha cintura.

- Eu pensei que você ia avisar o seu treinador que não poderia treinar hoje.

Dando as costas ele se afasta novamente de mim.

Mas desta vez eu ergo minha mão e seguro a barra de sua camisa.

Por que eu fiz isso?

Por que eu não quis que ele se afastasse?

Por que...

- Qual é o seu nome? – murmuro.

Por que de repente essa pergunta me pareceu tão importante?

Eu não sei nada dele, do nada ele apareceu em minha vida e só no que eu consegui pensar foi nele.

Em como ele me assusta.

Em como me irrita.

Em como me desarma.

E principalmente em como me excita

Nem mesmo meu namorado esteve em um único segundo em meus pensamentos depois que meus olhos se encontraram com aquela besta de olhos verdes.

E eu... eu...

Eu nem sei seu nome.

Com toda a naturalidade possível ele se vira me fazendo largar sua camisa, ele me olha de cima a baixo, e com um ar neutro pergunta?

- Como?

- Eu sei que você ouviu da primeira vez – resmungo irritado – não me faça repetir.

- Eu não lembro.

- Não lembra?

- Eu não lembro – ele olha para mim com um ar estranho, creio que melancolia e continua – já faz muito tempo que eu não me lembro de meu nome de batismo.

- Isso é ridículo, por mais tempo que você tenha vivido eu não acho que...

- Não é uma questão de tempo – ele dá entre ombros – mas de condição, eu não lembro o meu nome, assim como não lembro de algumas pequenas coisas. Fragmentos insignificantes de minha memória são frequentemente apagados para que os mais importantes prevaleçam. Se hoje eu sei o que é um garfo, amanhã eu já posso ter esquecido. Assim como se a mil anos eu recitei uma poesia eu posso recita-la ainda hoje se ela representar algo importante o suficiente para não ser apagada.

- Isso é ridículo, a mente humana pode suportar mais de...

- Eu não sou humano Draco – ele diz em um tom mortal – não mais, e não são todos os vampiros que passam por isso, sou apenas eu, por que... – ele vacila e desvia o olhar por alguns segundos – por que assim tem que ser.

Ele se vira para continuar a andar.

Algo entalado em minha garganta sai em forma de palavras:

- Mas mesmo assim, seu nome não é um detalhe insignificante.

Foi um estremecimento o que eu vi? Aquele que sempre parecia tão calmo pareceu se abalar com algo que eu disse?

- Você acha? – Seu tom de voz acinzentado não havia desaparecido.

- Eu...

- Já faz muito tempo que eu não ouço alguém dizer o meu nome – juro, até aquele exato momento nunca um tom me pareceu tão ferido – devo admitir que vez ou outra fico curioso em saber qual é, mas...

- Mas?

- A ultima vez que eu escutei meu nome ele foi selado eternamente dentro da boca de quem o proferiu, e junto com essa pessoa partiu para o descanso eterno.

- Uma pessoa? Quem? – por que eu perguntei? Por quê? Se sinto que não quero ouvir a resposta.

- A pessoa que mais amei em vida e mais odiei em morte. – sua voz nesse momento era baixa e reflexiva – Muitos sabem meu nome, mas diante de mim ninguém o diz, eu os proibi. Apenas uma pessoa pode mais uma vez me chamar por meu nome – Pare... – apenas uma pessoa tem o direito de dize-lo – Já disse para parar. – Aquele que não voltara jamais – Chega... – até que ele diga... Até lá...

- EU JÁ ENTENDI – com um arranque de fúria eu passo por ele esbarrando nossos ombros e o deixando para trás.

Por que doía tanto?

O que inferno era essa dor?

Por que aquilo me impactou tanto?

Aquela voz séria.

Aquela aura nostálgica.

Será que eu estou tão acostumado a ser o centro das atenções daquele vampiro?

Será que eu realmente não consigo gostar da idéia de alguém ser mais importante para ele do que eu?

Estou ficando louco...

Só isso explica esse estranho incomodo que sinto nesse exato momento.

Tantos sentimentos confusos e todos têm como base a mesma pessoa.

Aquele estranho e misterioso vampiro.

FOQEM

(POV vampiro (como se ninguém soubesse quem ele é =.=)

Calado, observo Draco continuar o seu percurso sozinho.

Sinceramente eu não tenho forças para segui-lo.

Não depois de falar “naquela pessoa” depois de tantos séculos.

Demóstenes...

Sinto como me abraçam por trás, aquela figura que observava a ceninha que eu e Draco protagonizamos finalmente havia deixado seu esconderijo para se aproximar.

- Ora ora... E não é que você está bem amigável com o loiro? – sinto como sua língua começa a brincar com meu lóbulo esquerdo – devo dizer que quase tive um ataque do coração quando os vi entrando na faculdade juntos hoje de manhã.

- Não diga bobagens – não pude conter um suspiro irritado, aquela pessoa sempre teve o dom de me tirar do sério – um coração que já parou de bater a tantos séculos não poderia ter um ataque.

- Ora, sabe que é apenas um jeito de falar – a pessoa morde a minha orelha de forma marota – vai dizer que você não se surpreendeu ao me ver com ele?

- Eu já havia dito antes, não havia? – abri um sorriso desprovido de humor – Conheço cada passo de seu relacionamento com ele desde que começou há dois anos, Blaise – me viro para me desenroscar dos braços dele e com desdém continuo – não só você, eu sei de todos os meus protegidos que o rodeiam.

Esperava a próxima resposta maliciosa, mas tudo o que ganhei foi um olhar surpreso, e ate certo ponto extasiado.

- Você realmente se lembra de mim... – foi o que ouvi quase em um sussurro.

Ah... meus tolos protegidos.

Não pude evitar sorrir, desta vez um sorriso verdadeiro.

- Foi o que prometi há muito tempo, não foi? Não importa o que passasse sempre me lembraria de vocês.

Ainda em shock Blaise apenas assentiu com a cabeça.

- Eles estão ao seu redor, desde que você fugiu todos estão te vigiando. – diz de maneira mais séria.

- Eu sei, pude sentir Remus e Sirius ontem a noite. – reviro os olhos, será que eles realmente acham que poderiam se esgueirar ao meu redor sem eu perceber? – E alem de você pude sentir o cheiro de outros que se aproximaram de Draco antes de meu despertar.

- Fiquei surpreso ao vê-lo ainda respirando – Blaise volta a se cobrir com seu ar sarcástico – pensei que assim que o visse, como das outras vezes, você não pensaria duas vezes antes de arrancar a cabeça dele.

- As cosias mudaram. – murmuro maligno

Entendendo o significado de minhas palavras ele apenas conseguiu balbuciar.

- Então você falou com o Rony... – seus olhos se esbugalharam de medo – Por favor, entenda...

- Agora já é tarde.

- Não me diga que o matou?? – seu tom era o de puro pânico, aparentemente a química que aqueles dois dividiam não havia se dissolvido com o tempo.

- Não, mas não poderá se mexer por um bom tempo, aquele maldito. – bufo irritado.

- E... o que pretende fazer agora?

- Não sei – volto a olhar na direção em que Draco se foi.

- Ele é humano, pretende transforma-lo?

- Não sei.

- O outro lado vai tentar usa-lo contra você, pretende mesmo assim continuar ao seu lado?

- Não sei.

- Tom esteve a sua espera por muito tempo, meu príncipe – como uma reverencia que contradizia ao seu ar desrespeitoso de minutos atrás ele se inclina a minha frente – e sua longa espera o jogou em um estado muito próximo a paranóia e a loucura. Finalmente irá ser misericordioso e o...

- Não sei Blaise – remexo impaciente meus cabelos e começo a caminhar na direção que vi Draco desaparecer – simplesmente não sei.

- Posso continuar a brincar de namoradinho perfeito com o seu loiro? – ouço as minhas costas o outro vampiro me perguntar com voz risonha.

- Não sei... – começo com o mesmo tom de antes para em seguida virar levemente a cabeça de lado e com um olhar maligno fiz meu “amado” protegido estremecer ao concluir - ... se poderei evitar de degolar o seu pescoço por fazer uma pergunta de resposta tão obvia.

Continuei meu percurso sem olhar para trás.

E não ouvi mais nem um pio de Blaise.

Mas de uma coisa eu sei.

A partir de amanhã, certo loiro começará a desfrutar de sua nova vida de solteiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Caaaaara... Harry-Pooh passou de folgado, para fofo, para dissimulado, para emo e finalmente para dark... Isso sim é o que eu chamo de um grave problema de múltiplas personalidades.

Eu não sei do que o Draco está reclamando, eu adoraria um colega de classe como o meu “doce vampiro”, faria questão de ir para a faculdade toooodo o dia de barriga de fora.

Tudo o que eu preciso é passar no vestibular

E achar um vampiro em um beco.

...

...

Er... no meu caso eu não sei qual dos tópico é o mais difícil de se conseguir.

E o que acharam do Blaise? He He, por essa vocês não esperavam.

Mais e mais vampiros entrarão na trama, e a medida que isso aconteça, a historia vai ficando mais sombria, e o Harry vai mostrar a sua verdadeira face.

Draco: Hei! Que cena foi aquela do Blaise lambendo o lóbulo do Harry? Mal ele entrou na trama e já entra roubando casquinha.

Luana: Não é por nada não loiro, mas de casquinha por casquinha eu acho que aquele beijo que você muito gustoso correspondeu ao Zabine não pareceu lhe incomodar muito.

Draco: Er... bem...

Luana: Fora que é melhor você segurar as ponta por aí Loiro, por que muito personagem ainda vai se lambuzar com o Harry se tudo correr com o meu planejado...

Draco: O QUE???

Luana: Cara... graças a deus essa fic é em um mundo alternativo sem magia, ou agora mesmo eu já estaria recebendo uns bons crucius – digo isso enquanto corro o mais longe possível protegendo a cabeça de todas as flechas, machadinhas e dardos que o loiro atirava contra mim.

No próximo capitulo: Draco havia ido conversar com seu treinador para faltar em seu treino... Mas o que ele fará se o seu “vampiro de estimação” quiser fazer parte desse treino? E como se sairá um recém despertado vampiro de baixa estatura contra um time de basquete universitário? Nhai nhai... Draco, vá preparando as bolsinhas de gelo eu prevejo uma grande enxaqueca chegando.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Feche os Olhos quando Eu Mandar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.