Belive me escrita por Lady Lucy


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oieee~ (nada a dizer)
Boa leitura~



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“Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres humanos são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfaze-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro”

Vongola Famiglia – Mansão

Veneza – Itália

14:37 da tarde

Sorriu enquanto observava o seu filho correr atrás de Lambo, este que agora tinha oito anos de idade. Os cabelos afro de Lambo haviam sido cortados e ele parecia mais um mini Lambo de dez anos no futuro.

Eles estavam no jardim da mansão. O jardim estava como se lembrava, não havia mudado em dois anos, as flores coloridas provindas dos enormes canteiros, a grama bem cortada e irrigada. A copa das árvores que cercavam o local balançava quando o vento rasteiro e leve passava por elas. Uma fonte circular jorrava água cristalina até a base onde escritos nas pedras diziam os dizeres italianos que representavam os pilares de uma boa convivência. Suspirou pensando que a Vongola poderia ler aquilo algumas vezes.

– O que está pensando? – veio a voz calma de Vince ao seu lado. Sorrindo para o loiro voltou seu olhar para o Yuu.

– Nada – resmungou e depois acrescentou tardiamente – Nada em especial.

Vince não falou mais nada, agradeceu mentalmente o amigo para isso, não queria falar sobre seus pensamentos ou sentimentos, não agora.

Com o canto dos olhos viu seus antigos guardiões observa-los da porta que levava de volta para a mansão. Em alguns metros além de si, Yuu se atrapalhou em sua corrida e acabou caindo no chão, Lambo parou de correr e voltou para ver se o pequeno estava bem, este que apenas fungou e se levantou, voltando a correr. Suspirou, pensando que deveria deixar de ser tão super protetor.

– Tsuna – chamou uma voz em sua direita. Virando-se o moreno encontrou-se encarando o antigo tutor. Ele não havia mudado nada. Nem mesmo sua incrível aura havia se definhado. – A reunião acabou a alguns minutos – ele informou abaixando a aba do chapéu até que ela cobrisse seus olhos negros.

– Oh, bem, se é assim nós iremos... – o moreno começou mas foi interrompido pelo assassino.

– Chequer Face pediu que lhe chamássemos – falou se virando e caminhando em direção à mansão.

Tsuna estranhou, normalmente, assim que cada reunião acabava eles voltavam para a Scacchiera e tudo ficava bem. Para Chequer querer vê-lo, deveria ter algo errado.

– Vince – chamou – Traga o Yuu.

E com isso apressou o passo até estar andando lado a lado com o assassino. O silêncio os acompanhou até que chegassem ao corredor que levaria à sala de reuniões. Tsuna estranhou o silêncio do ex-tutor mas não disse nada.

– É aqui – a voz do mais velho lhe tirou de seus pensamentos.

A sua frente estava as portas que conhecia tão bem, portas que á muito tempo achava que um dia seriam de sua propriedade, seu escritório. Levou uma mão até a maçaneta, entrando com alguma cerimonia. Dentro do cômodo encontrou o chefe, o pai e o nono, todos sentados em poltronas, sendo os dois últimos de frente para Chequer. Ouviu Reborn retirar-se.

– Tsunayoshi – virou-se para olhar o Vongola – Chequer Face gostaria de dizer-lhe algumas coisas. Acenou, dizendo que estava escutando. Viu de canto de olhos Chequer apertar seu domínio pela bengala.

– Tsuna, eu e Tsunomichi iremos voltar para a América por um tempo.

Os dois haviam estado lá a alguns meses para tratar de negócios mas não era nada muito urgente.

– América? – declarou suas dúvidas.

– Voltaremos em algumas semanas e até lá não deixarei que você e Yuu fiquem na Scacchiera, caso você se lembre o que quase aconteceu na semana passada vai concordar comigo.

Era verdade, antes de viajar para Tóquio, exatamente há uma semana, a família havia sido atacada. Por sorte ele e Yuu haviam saído para fazer compras.

– Eu sei, mas, então onde nós vamos...? – perguntou Tsuna franzindo as sobrancelhas.

– Aqui – falou Iemitsu, aparentando estar muito alegre – A Vongola é aliada da Scacchiera, e sendo assim, ficaremos muito felizes em saber quer vocês ficaram na Vongola.

– Chequer... – resmungou Tsuna olhando de relance para o chefe, sua voz beirando irritação – Você, não, você não fez isso...

– Não quero que você diga nada, Sawada – Chequer Face disse em advertência – Eu decidi isso, e por mais que você seja um membro de elite, sua palavra não vale a minha, por isso saiba seu lugar, Tsunayoshi – terminou levantando-se e caminhando até a porta.

Nono e o leão da Vongola ficaram parados em seus lugares vendo a discussão, assustaram-se quando Tsuna não respondeu. Os cabelos castanhos rebeldes caiam pelos olhos e seus punhos estavam serrados.

– Mandarei alguém trazer suas coisas e de Yuu – falou Chequer enquanto sua mão pousava na maçaneta – Quanto Vicente, irei decidir o que fazer com ele, até logo Vongola, Tsuna.

Silêncio. Tsunayoshi não se moveu nem um centímetro de sua posição, em sua mente se passava apenas uma coisa:

Droga!”

Veneza – Itália, Vongola mansão

15:33 da tarde

Tsuna fitava o teto do quarto. Estava deitado na cama de casal, havia acabado de entrar e trancar a porta. Aquele quarto era o que havia pertencido a si até a dois anos, ficava entre o quarto de Hayato e Takechi. A poucos minutos algum membro da Scacchiera veio trazer-lhe algumas roupas para si e para Yuu. Trouxe também alguns objetos pessoais e alguns brinquedos do Yuu. Tudo estava no pé da cama, descansando fielmente a espera que tirasse-os dali.

Tsuna estava pra lá de furioso. Chequer Face havia tido a ousadia de tomar aquela decisão sem se importar com eles ou com o trato que fizeram. Levantou-se caminhando em direção ás malas e começou a desfaze-las. Enquanto arrumava os moletons na gaveta pode ver de canto de olho uma cabeleira marrom mexer na mala, pegar algumas roupas e vir até si, quase caindo algumas vezes.

– Yuu ajuda papa – falou o pequeno estendendo os pequenos e gordinhos bracinhos com duas blusas.

Rindo Tsuna pegou as peças e colocou em seus lugares, quando se virou novamente Yuu já havia buscado mais duas peças. Sorriu e bagunçou os cabelos que desafiam a gravidade do pequeno, pegando mais aquelas blusas. Aquela cena se repetiu até que todas as malas estivessem vazias e os guarda roupas cheios. Sentando-se na cama, Tsuna viu o seu pequeno voltar para o lugar que ocupava a alguns minutos e sorrir para si.

– Yuu ajudou papa – declarou claramente orgulhoso de si mesmo.

Tsuna riu e pegou-o no colo começando a fazer cosquinha na barriga do menino, este que riu e tentou fugir.

– Não papa! – ria o pequeno – para!

– Isso é pela sua ousadia, moleque. – ria o moreno maior voltando a fazer cosquinha.

Ouviu batidas na porta e levantou-se momentaneamente esquecendo sobre o filho. Lembrou-se a poucos passos da porta.

– Yuu, coloque a touca – ordenou ao filho que atendeu prontamente, cobrindo sua identidade com a touca.

Abriu a porta apenas para encontrar Hayato, Takechi, Federico e Reborn. Os três primeiros pareciam aliviados ao ver seu filho bem, sentado na cama.

– Tsuna – falou Reborn ganhando a atenção do moreno – Gostaria de treinar conosco? – curto e reto, foi assim que ele foi.

– Treinar? – perguntou Tsuna ganhando um aceno dos outros – Claro – estava mesmo ficando enferrujado e um treino não faria mal.

E foi assim que eles foram parar em uma sala de treinamento parcialmente destruída com um Tsuna entediado e os outros – excluindo Reborn – quase mortos. Marcas de balas e queimaduras estavam nas paredes. Yamamoto tinha algumas partes de sua roupa queimadas, sendo o mesmo com Gokudera. Federico tinha cortes e queimaduras por todo o corpo.

Tsuna também não havia se safado dessa, sua camisa estava cortada na região lateral direita do abdome e no braço esquerdo. Pequenas marcas de sangue demonstravam a profundidade dos cortes, mas o moreno não parecia se importar, tratava aquilo como se não fosse nada. E não era, na percepção do moreno, havia ganhado aqueles machucados apenas por proteger Yuu quando ele entrou no meio da briga e não se arrependia, nem um pouco.

– Está bem por hoje – falou Reborn – Vão tomar seus banhos e cuidar dos machucados, nos vemos na sala de jantar, não se atrasem – disse saindo pela porta da sala de treinamento, se é que ainda podem chama-la assim.

– Papa – Yuu sussurrou chegando perto de si, pela expressão dos outros presentes na sala, eles também haviam ouvido – Bem?

– Sim, Yuu – respondeu sorrindo e se levantando do chão – Estou bem. - Os dois morenos caminharam até a porta mas foram parados por uma voz.

– Pai? – perguntou Yamamoto parecendo ser o único capaz de falar, e talvez era pois os outros dois estavam parados como duas estátuas.

Tsuna apenas pode sorrir e continuar a caminhar sem responder a pergunta da chuva. Apenas quando os dois, ele e seu filho, se encontravam seguros de mais perguntas em seu quarto Tsuna se permitiu suspirar. Era por isso que ele não queria ficar aqui com o Yuu. Uma hora ou outra eles iriam acabar descobrindo.

– Papa – chamou o pequeno – Yuu mal?

Sorrindo Tsuna pegou o seu pequeno no colo e bagunçou lhe o cabelo.

– Não, meu menino – respondeu sorrindo mais – Você não é mal, não fez nada de errado. Só estava preocupado com o papa, né?

– Hm – respondeu o pequeno acenando positivamente com a cabeça.

– Bom, mas agora papa precisa de um banho – resmungou Tsuna – e pelo jeito o Yuu também.

– Nãoooo~ – balbuciou o pequeno fugindo do colo do pai. Rindo Tsuna foi até o guarda roupa e pegou duas trocas de roupas, uma para si e outra para Yuu, e o kit de primeiros socorros. Essa seria uma estadia longa e animada.

Veneza – Itália, Vongola mansão

18:00 da tarde

A sala de jantar estava em silêncio. Eles haviam acabado de jantar, mas não puderam contar com a presença de dois convidados que resolveram jantar em seu quarto.

Todos ficaram quietos quando Federico contou ao pai, e a todos os presentes o que ouviram de Tsuna. Os guardiões e chefes pareciam ter entrado em seus próprios pensamentos após a fala. Reborn foi o primeiro a sair de seu estupor pousando sua xicara de café sobre a mesa.

– Baka-Rico, você tem certeza? – perguntou ao atual aluno, sua voz vazando ameaça.

– Sim – ele respondeu firme – Gokudera e Yamamoto estão de prova, eles também ouviram.

O silêncio se instaurou novamente, talvez por todos estarem chocados demais para falar qualquer coisa. Rapidamente as portas duplas do cômodo se abriram para revelar uma criança. Uma criança muito parecida com Tsuna. Mas claramente era um menino, usava uma calça jeans larguinha e escura, quase como azul marinho e uma blusa vermelha e branca de mangas compridas. Seu cabelo estava um pouco úmido, mostrando que ele havia acabado de tomar banho.

– Hm, papa? – ele perguntou olhando pela sala, procurando pelo seu ‘papa’ – Onde?

Todos os presentes estavam assustados demais com a semelhança daquela criança para com um certo moreno para responde-lo. Yuni levantou-se de sua cadeira. Estava acostumada a lidar com crianças e com o passar do tempo, nem tanta coisa a assustava mais. Ela caminhou até o pequeno que olhava para ela com curiosidade e um pouco de receio.

– Olá, me chamo Yuni – ela começou a falar, em tom doce e calmo fazendo um sorriso despontar nos lábios da criança – Eu posso te ajudar a encontrar seu pai, pequeno, mas preciso saber seu nome primeiro.

O menino sorriu e caminhou até mais perto de Yuni, talvez até uns trinta centímetros de distância e sorriu, um sorriso que facilmente faria uma pessoa desmaiar por causa da luminosidade. Reborn não pode deixar de pensar que esse era um sorriso ala Sawada Tsunayoshi.

– Nome é Yuu – nesse momento os olhos de todos foram arregalados ao extremo, pareciam querer saltar para fora das orbitas – Papa é onde? – ele perguntou curioso.

– Yuu, qual é o nome do seu pai? – o nono perguntou, também se levantando. O pequeno moreno olhou para ele confuso, seu sorriso diminuindo de intensidade.

– Por que quer saber? – ele perguntou dando um passinho para trás.

– Assim, ficará mais fácil achar seu pai, Yuu – explicou Yuni – Quem é o seu pai, Yuu?

– Sou eu.

A voz assustou todos, direcionando sua atenção para a porta onde o menino- não, o homem, já tão conhecido estava escorado. Ele vestia uma calça jeans desgastada, uma blusa branca simples e uma jaqueta com estampa militar e speakers. Calçava um coturno negro e usava um cinto da mesma cor. Seu cabelo estava molhado e um pouco mais domesticado que o normal, talvez pelo peso da água, quem sabe. Ele olhava para o Yuu sorrindo, este que não se demorou em correr até ele gritando algumas coisas sem nexo.

– Papa! – ele gritou alegremente quando Tsuna o pegou no colo.

– Não me venha com ‘Papa!’, Yuu – a voz de Tsuna era a mesma de uma mãe repreendendo um filho. Aquela voz que faz você se arrepender de até o que não fez – Você sabe o quanto eu fiquei preocupado quando sai do banheiro e não te encontrei em lugar algum? Você quase me deu um ataque do coração!

De repente Yuu parecia muito culpado, ele abraçou Tsuna e depois balbuciou algumas coisas que não foram entendidas.

– Tudo bem – o olhar de Tsuna suavizou e ele sorriu para o pequeno moreno – Está tudo bem, Yuu, papa te perdoa, mas não faça mais isso, O.k.?

– Hm – respondeu o pequeno acenando com a cabeça alegremente.

O silêncio permaneceu no lado da Vongola até que Iemitsu deu um passo à frente. A atenção de Tsuna foi desviada da criança para o chefe da CEDEF.

– Tsuna – ele começou, tremulo – Este menino, ele é seu... é meu... ele é? – ele se enrolou nas palavras mas Tsuna entendeu muito bem o que ele queria dizer.

– Sim – respondeu desviando o olhar para o pequeno que observava tudo com olhos curiosos. Tsuna sorriu e sussurrou algo para o menino que olhou para ele com incerteza, mas com um aceno positivo do pai ele sorriu.

Tsuna colocou o pequeno moreno cuidadosamente no chão e sorriu para ele. Yuu deixou a mão do pai e caminhou até o leão da Vongola estendendo os bracinhos para o mesmo, demostrando que queria que ele o pegasse no colo e por isso não reclamou quando o mesmo atendeu. Para a surpresa de todos o pequeno abraçou o loiro.

– Vovô – disse alegre – Vovô do Yuu.

Iemitsu parecia ter sido congelado com essas palavras, mas foi desperto por uma risada. Uma risada que á muito tempo não era ouvida por aquelas pessoas. Esta, provinha de um moreno que agora, tinha suas mãos nos bolsos da calça, sorrindo de orelha a orelha.

– Ele não é muito fofo? – perguntou para ninguém em especial, olhando o filho interagir com o avô.

Tsuna sabia que agora não teria volta, ele teria que explicar tudo para todos. Mas agora, se preocuparia apenas com Yuu, afinal a felicidade de seu filho era a coisa mais importante naquele momento.


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Notas finais do capítulo

É isso, obrigado por lerem~ e por comentar também~



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