- Rosalie vai matar você – minha mãe quase berrou antes de dar um tapa em meu braço e eu suspirei, afinal eu merecia, mesmo tendo minhas razões, que por sinal ela parecia não aceitar. Eu só achei que era o certo a se fazer. – Ela já quis fazê-lo só de você pensar em aceitar, quando disser que de fato aceitou, ah Emmett, no que você foi se meter?
- Eu só quero garantir que as coisas saiam bem, mamãe. É fato que pode haver uma guerra, e ninguém sabe quando, eu combinei com meu pai, eu serei mantido aqui na cidade mesmo, só nos treinamentos, nada muito grande... Eu quero ficar ao lado de Rosalie e de Victor, mas, antes de tudo, eu quero ter certeza de que vai sair tudo bem... Pior para Rosalie do que eu ir a uma batalha, é que nosso filho vá.
- Você é meu filho – ela murmurou tocando meu rosto. – Como fico eu?
- Mamãe – eu a abracei. – Não vai acontecer nada, certo?
Ela respirou fundo antes de voltar a me encarar, passou a mão nos olhos para conter as lágrimas e novamente se sentou na cadeira da cozinha.
- Veja o papai – eu tentei argumentar. – Tantos anos se metendo nessas coisas e olhe ai, está inteiro e em casa!
- Inteiro – ela riu. – Você sabe quanta preocupação me causou esse inteiro? Quantas vezes eu tive de ir ao hospital porque ele havia se machucado... Ah querido, reze para que Rose não tenha que passar por isso também.
- Vai dar tudo certo – eu repeti para me fazer acreditar também.
- Eu não acredito que você fez isso – Rosalie gritou quando eu lhe disse.
No andar de baixo minha mãe cuidava de Victor, enquanto eu e Rosalie estávamos em nosso quarto, e ela me encarava furiosa.
- Me deixe explicar direito – eu respondi. – A situação não é grave, eu só vou aos treinamentos, e nem tão regular assim... Escute Rose – eu segurei seu rosto para que ela me encarasse. – Eu só quis garantir que Victor não tenha de ir, no futuro diz-se que será pior... Você preferiria que eu ficasse em casa para daqui a alguns ver nosso filho indo para lá?
Agora eu percebo como isso deve ter soado, eu não a deixei em uma situação fácil, desculpe-me por isso querida.
- Você realmente acha que eu poderia escolher? – ela deu um passo para trás. – Victor é nosso filho... Mas você é meu amor, foi você que me deu ele e do que adianta dar-me para que depois eu tenha de criá-lo sozinho?
- Eu vou ficar bem – eu a abracei.
- Isso é loucura! Deve ter outro jeito... Seu pai está fora de controle! – ela parecia realmente revoltada. – Onde já se viu propor isso...
- Nosso filho Rose, é o mais importante, ele estará bem... Nós lutamos tanto para tê-lo, você pediu tanto a Deus para que conseguíssemos, e se agora ele está aqui conosco eu não quero acabar com todas as brechas que há para que possam tirá-lo de nós... Eu amo você, eu sempre amei, e eu a conheço, você ficaria incompleta sem Victor, assim como eu também ficaria.
- Eu ficaria incompleta sem você...
- Você poderá encontrar outro homem que a ame, mas nunca um filho substituirá outro... E, porque estamos sequer pensando nisso? Não vai acontecer nada!
- Mas pode acontecer – ela tocou meu rosto. – E eu amo você demais para aceitar que faça isso.
- Eu já aceitei querida.
S-O-F-Á.
Minha mãe suspirou ao me ver descer com um lençol e um travesseiro, ela sabia que Rose não aceitaria bem, ah, eu também sabia, só não sabia que isso me faria não poder dormir com ela.