Horas depois mamãe chegava em casa, sempre sorridente, trazendo uma sacola com ingredientes para algum de seus bolos, e mais alguns.
- Ocasião especial? – eu perguntei mexendo num antigo rádio que eu queria fazer funcionar.
- Não – ela respondeu. – Pelo contrário, eu ainda não acredito – ela disse passando uma mão pelo rosto. – Já era tarde quando Rosalie chegou lá, ela estava tão abatida, pobrezinha, parece que andou brigando com o noivo...
- Mas e o casamento? – eu perguntei sentindo como meu coração batia a mil por hora.
- Eu não sei – mamãe deu de ombros. – Mas parece que foi sério! Mais tarde eu vou até a casa dela...
E lá iria minha mãe fofocar com a mãe de Rosalie. Eu ri negando com a cabeça, é claro que ela iria.

No dia seguinte não havia novidades...
Nem no outro...
Mas então eu ouvi o que tanto queria. A família de Royce King estava indo embora da cidade, na hora meu coração saltou pensando na possibilidade de Rosalie ir junto dele, mas não, ela não seria capaz de se submeter a isso, não depois do que ele havia feito. E assim foi, ela ficou, voltando para a casa da família Hale. Os presentes não haviam sido devolvidos porque ninguém aceitara, e a casinha que seria o ninho de amor deles agora estava abandonada, mas já pronta.
Foi quando Rosalie me chamou para ajudá-la, como nos velhos tempos, a fazer o que lhe dava na telha.
Quando ela me disse o que pretendia, pareceu um grande absurdo, mas até que não, ela estava abrindo portas para outras opções e eu gostava de estar participando disso. Pelo menos mostrava que eu ainda significava algo, e, para mim, isso já valia muito.
- O que você quer fazer aqui? – eu perguntei quando ela abriu a porta.
Já havia passado um mês desde que tudo acontecera, ela parecia bem melhor.
- Essa era pra ser a minha casa e de Royce – ela disse com uma careta. – Mas, ele nunca nem chegou a entrar aqui, desconfio até que ele nem saiba qual seria a nossa casa.
Isso a deixava segura.
- E então? – eu perguntei vendo o lugar vazio.
- Ela não foi totalmente terminada – Rosalie deu de ombros. – Falta pôr algumas coisas... Então, eu pensei que você poderia me ajudar com isso!
- Ajudar como? – eu perguntei com o cenho franzido.
- Ah – ela deu de ombros apontando para uma pilha de caixas e latas. – Tem alguns móveis para por no lugar... Umas paredes que não foram pintadas... Nada demais!
Ah querida, eu queria ter entendido a sua indireta desde o início.
Eu maneei a cabeça, não me restava outra opção mesmo.
- Ah você andou malhando – ela disse batendo no meu braço que já adquiria algum músculo. – Vai ser fácil!