Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 123
Capítulo 123




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Vários mortos, isso retumbava em sua cabeça, como um lembrete de que Emmett poderia estar entre eles. Retumbava em sua cabeça a fim de despertar ainda mais o medo que há dias guardava consigo, fazendo seu coração palpitar descompassado, enquanto fechava os olhos para trancar as lágrimas que não demorariam a vir. Ela havia prometido que não iria chorar, não até saber, portanto iria se manter forte.

Levou uma mão ao peito, onde normalmente pendia a corrente que Emmett lhe dera no nascimento de Victor, isso fez algo brilhar em seus olhos, afinal Emmett era um homem de palavra e ele havia lhe prometido que voltaria para devolver seu presente. Ele prometera! Então ele que não se atrevesse a quebrar sua promessa, ou ela iria atrás dele onde quer que fosse, só para fazê-lo pagar.

Antes que pudesse se dar conta um sorriso se formou em seus lábios, era fraco, mas radiante, como sempre acontecia em momentos como esse, momentos em que se lembrava de como Emmett reagiria, e tinha certeza de que se lhe dissesse que o buscaria onde quer que fosse ele cruzaria os braços, um sorriso debochado nos lábios, seu riso ecoando e seus olhos brilhando, ele era capaz de correr só para que ela fosse atrás, sempre pensando que ela somente o ameaçava, mas desta vez era verdade, ela iria onde fosse para encontrá-lo, para fazê-lo cumprir sua promessa, porque para que isso acontecesse significava que ela teria que vê-lo, e naquele momento Rosalie estava a morrer, ou matar, só pelo prazer de vê-lo por um instante.

- Você prometeu – ela sussurrou voltando a agarrar-se ao bloco de folhas.

O caminho pareceu longo, e de fato o foi, quando Rosalie se deu conta, encontravam-se na cidade vizinha, que era muito maior que Rochester e, assim, mais desenvolvida. Deveria ter imaginado que em Rochester não haveria onde abrigar dezenas de soldados feridos. Isso só fez seu coração se apertar mais um pouco, porque se eles estavam ali é porque precisavam de cuidados sérios, os que sobreviveram, caso contrário seriam levados de volta para casa, não?

Mas antes que pudesse questionar o oficial Marcus, sentiu a frenagem do carro e segurou-se no banco, olhando pelo vidro traseiro para poder reparar no grande prédio branco e quadrado que servia de hospital.

Em silêncio rezou para que seu Emmett não se encontrasse entre os já mortos, não importava o estado que estivesse sua saúde, mesmo que estivesse em frangalhos, desde que Emmett estivesse vivo, mesmo que para se despedir, ela já se sentiria agradecida.

Respirou fundo encarando o prédio mais uma vez antes de se retirar do carro, permaneceu abraçada àquele monte de folhas como se sua vida dependesse disso – e, para ela, de certo modo dependia, toda sua vida estava ali.

Encarou o oficial que ajeitava seu traje, deixando as medalhas que ganhara no exército penderem fazendo um leve tilintar, demonstrando a importância do cargo que ocupava no exército.

Voltou seu olhar para a porta de entrada enquanto seguia o oficial até dentro do prédio, e sem que se desse conta continuou rezando, havia dito a pouco que não importava o estado de saúde dele desde que estivesse vivo, bom, agora ela repensava o tópico sabendo que aquele não era o melhor hospital da região, nem o mais capacitado, então era bom que o estado de Emmett não fosse tão grave assim.

- Nós vamos direto ao quarto de seu marido – informou o oficial virando-se para a mãe de Emmett.

Ouvir a menção de ver seu sogro a fez ficar alguns passos distante, sabendo que não poderia encará-lo, não enquanto não soubesse nada de Emmett, caso contrário o agarraria pelo colarinho e iria matá-lo ela própria, já que a guerra não havia se ocupado disso.

Argh. Era tão injusto que um homem desprezível e arrogante como ele permanecesse bem, enquanto o filho que ele nem sequer dava bola encontrava-se em algum outro lugar deste prédio, e ela não sabia ainda nem se estava vivo.

Portanto era melhor mesmo se manter distante de seu sogro. Por isso observou enquanto o oficial Marcus acompanhava sua sogra até dentro do quarto, trocaram poucas palavras e logo ele voltou a aparecer no corredor, deste vez sozinho, certamente ela quisera fazer companhia ao marido.

- E quanto ao meu marido? – Ela não perdeu tempo em perguntar, aproximando-se de Marcus a passos rápidos, sedenta por respostas.

A verdade era que Rosalie já se encontrava farta de meias palavras, verdades pela metade, incertezas que só a deixavam ainda mais confusa e aflita. Ansiava por uma resposta concreta, que lhe dissessem se sim ou não quanto a vida de seu marido.

- Me acompanhe – foi o que Marcus lhe respondeu, mantendo seu semblante sério, neutro, não dando a ela nenhuma noção do real estado de seu marido.

- Espere um momento – ela disse agarrando-o pelo pulso, antes que pudesse dar mais um passo que fosse. – Preciso de uma resposta, eu quero saber o que vou encontrar, é ao necrotério que o senhor está me levando?

Um pesado suspiro foi ouvido, enquanto Rosalie continuava tentando lutar contra suas teimosas lágrimas.

- Primeiramente sim, senhora – Marcus lhe respondeu lutando para não abaixar a cabeça, o cargo que ocupava exigia que se mantivesse sério e neutro, não poderia desmoronar nem mostrar qualquer tipo de comoção na frente de uma mulher já alterada pelas incertezas. – Pela foto e as descrições que nos foram dadas sobre seu marido, há duas possíveis pessoas ainda não identificadas que podem ser ele. Uma se encontra no necrotério, a outra está em um quarto alguns andares daqui, mas devo lhe dizer que se seu marido é o homem que sobreviveu, não se encontra em um estado muito saudável.

- Se ele estiver vivo eu já terei muito pelo que agradecer – foi o que Rosalie lhe respondeu, soltando o pulso do oficial, pronta para acompanhá-lo.

Por mais que seu coração estivesse disparado, ela se negava a acreditar que encontraria o corpo de Emmett no necrotério.

- Por aqui – disse Marcus depois de conversar com um funcionário, um crachá foi posto nas vestes de ambos e pronto, estavam autorizados a entrarem para fazer reconhecimento do corpo.

Rosalie se arrepiou sentindo o ar gelado na sala onde diversos corpos se encontravam cobertos com lençóis claros sobre macas. Marcus caminhou até o terceiro, parando ao seu lado e chamando Rose para que o seguisse, foi preciso respirar fundo para unir toda sua coragem, afinal o momento seguinte seria decisivo.

Seria o corpo de Emmett o que ela encontraria debaixo daquele lençol?

Com um aceno permitiu que Marcus retirasse o lençol, dobrando-o até sobre o peito para que pudesse ter uma visão clara do rosto dele, Rosalie se inclinou sobre a maca observando cada traço nas feições do homem ali deitado, e só ao suspirar deu-se conta de que havia estado prendendo a respiração, mas não era Emmett que se encontrava ali.

Com um sorriso nos lábios sentiu vontade de chorar, não era ele.


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Notas finais do capítulo

n/a: sei que devo desculpas a vocês pela ausência, pela demora e tudo mais, e realmente espero que ninguém tenha desistido da fic por causa disso
mas, diversos são os motivos para o atraso, entre eles eu ter ficado sem internet e o nyah ter ficado fora do ar.

de qualquer jeito, espero que leiam e comentem!

FELIZ NATAL!