Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 108
Capítulo 108




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Naquela noite, depois de massagear seus pés e tomarmos juntos um banho de banheira bem relaxante, Rose e eu estávamos deitados em nossa cama, com Victor dormindo no quartinho dele, e meus dedos passeando sobre seu ventre saliente. Esporadicamente eu sentia o bebê se mexendo, parecia dando voltas, então um chute acertava a palma da minha mão. Como a médica havia dito, o momento se aproximava e o bebê ia ficando mais calmo para quando chegasse a hora, mas ao contrário do que ela dissera, Rose parecia mais enérgica do que nunca, e eu tinha certeza de que se não houvesse tido o pequeno probleminha com sua placenta baixa, que nos impedia de fazer amor, naquela noite esse seria o desejo de Rose.

Nos últimos dias ela estava mais sensível, e mais carente também, e eu adorava ficar beijando-a e abraçando seu corpo contra o meu, acariciando seu cabelo, mas tínhamos de parar por ai, caso contrário surgia a vontade de algo mais e acabávamos frustrados.

- Você faria amor comigo? – ela perguntou mordiscando meu queixo e eu ri.

- Nós já não passamos disso? – perguntei e ela maneou a cabeça encolhendo os ombros.

Realmente, uma gravidez é sempre diferente da outra.

- Com Victor eu só tive barriga, e engordei quatro quilos a menos – ela resmungou revirando os olhos e eu sorri subindo os dedos até seus seios, toquei só na pontinha e logo me afastei. Não. Eu não iria despertar desejo em nossos corpos, não sabendo que não poderíamos ir além.

Mesmo que eu quisesse isso.

- Quando você vai aceitar que eu sempre desejo você? – murmurei mordiscando sua orelha, e ela riu passando as mãos em minhas costas.

- Dessa vez a culpa é toda dos hormônios – ela disse rindo contra meu ombro. – Eu estou sentimental e inchada, então não reclame!

Sorri beijando seu rosto, primeiro sua testa, depois sua bochecha e logo sua boca.

- Acredito – murmurei sentindo ela acertar um tapinha em minhas costas, como se eu tivesse dito de forma irônica. Mas não era.

Na primeira gravidez era tudo novo, era normal que Rose se sentisse insegura quanto ao seu corpo, tanto que não havia sido só quando estava prestes a dar a luz; desta vez era diferente, dando a prova de que uma gestação é sempre diferente da outra.

Exceto em um ponto: ela continuava linda.

Dois minutos depois ela estava no banheiro, porque ultimamente ela sentia vontade de fazer xixi de dez em dez minutos, o que me fazia rir enquanto ela resmungava. Quando voltou para o quarto, Rose revirou os olhos deitando-se ao meu lado, enquanto eu continuava sorrindo. Beijei seu rosto e ela fechou os olhos, suas mãos tocando seu ventre distendido.

- Tá chegando a hora – murmurei pondo minha mão por cima da dela.

Rose assentiu maneando a cabeça e voltei a beijar seu rosto, para logo aconchegá-la entre meus braços.

- E amanhã você vai passar o dia deitada com as pernas para cima – ela riu com os olhos fechados, uma mão apoiada sobre meu peito.

- Só se você ficar aqui também – ela murmurou e eu segurei sua mão, beijando seus dedos.

Como seria sábado, não era como se eu tivesse mesmo muito que fazer.

- Hoje chegaram os últimos detalhes para o quarto do bebê – ela murmurou ainda com os olhos fechados, parecendo relaxada com sua mão novamente apoiada sobre meu peito, enquanto eu acariciava seu cabelo.

Apesar de que eu sabia que aqueles não seriam exatamente os últimos detalhes, porque a decoração começaria mesmo quando estivéssemos com o bebê no colo, porque se for uma menina, Rose já disse que vai querer algumas coisas em lilás... Ai então o quarto vai tomando forma, agora as roupinhas e tudo mais são basicamente em cores neutras, e mesmo que esteja muito bonito, eu tinha certeza de que quando o bebê nascesse Rose, junto com a minha mãe e minha sogra, arrumaria tudo mais precioso ainda.

Então já estava tudo pronto para quando a hora chegasse...

Continuei acariciando o cabelo de Rose, até senti-la mais relaxada em meu abraço, seus olhos fechados e suspirava baixinho. Ela havia adormecido, como eu sabia que ela faria, porque era sempre assim quando eu ficava mexendo em seu cabelo. Beijei sua testa e me ajeitei melhor na cama, sentindo o bebê batendo contra minhas costelas, e com um sorriso nos lábios, dedilhei sobre a camisola de Rosa na região distendida de seu ventre. Ela soltou um suspiro, mas não acordou.

Naquela noite lembro ter dormido com um sorriso nos lábios, porque eu sabia que o bebê estava chegando, e a parte ansiosa e inquieta em meu ser não conseguia mais esperar pela hora de ver a pequena e preciosa criaturinha, beijar seu rostinho, ninar. Havia sido uma experiência tão maravilhosa com Victor, que eu não via a hora de acontecer tudo de novo, mesmo que isso trouxesse junto choros durante a madrugada e fraldas para trocar.

Com um misto de apreensão eu passei longos minutos pensando sobre isso, claramente deveria ter pensado antes de Rose engravidar, mas de certo modo parecia irreal até que aconteceu, e agora tudo que eu pensava era na vontade de estar sempre com Rose e com os meus filhos. Como ocorreu em diversas noites, fechei meus olhos com o choro preso na garganta, porque eu não choraria ao lado dela, assim como Rose não me veria chorando, e tudo eu fiz foi rezar, rezar agradecendo por tudo que eu vivi até então. Rezar pelo bebê que estava chegando. Rezar implorando para que eu permanecesse com eles, porque Rose e os meus filhos se tornaram a razão da minha vida, e eu não poderia deixá-los sozinhos.

Amaldiçoei mentalmente os infelizes partidários estadunidenses que haviam inventado essa besteira de guerra; amaldiçoei-os porque por suas idiotices e falta de saber conversar, querendo demonstrar tudo na força bruta, por culpa de governantes que nunca souberam ouvir seus eleitores e pelos teimosos que não queriam um acordo menor que o absurdo que pediam, porque por causa dessas pessoas eu poderia ser chamado a qualquer momento... Eu poderia sair por aquela porta sem ter a certeza de que iria voltar.

Porque eu poderia mesmo não voltar.

E me dói pensar assim, meu coração fica pequeno e apertado cada vez que penso que eu poderia não mais ver os seus olhos, querida, não mais ouvir o riso das crianças nem ouvir como Victor me chamava de papai. Dói pensar em não voltar para casa... Dói pensar em ficar distante, porque você sempre soube, eu fiz isso por Victor, eu faria diversas vezes e mesmo que voltasse no tempo, essa seria a minha decisão, mas nem por isso eu tinha de gostar da situação em que estava.

Eu poderia.

 


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Notas finais do capítulo

n/a: desculpem a demora, mas dessa vez a culpa é da faculdade que fez todos os trabalhos durante a semana, e ontem eu passei o dia fazendo o que tava acumulado... essa semana vai ser mais leve, eu acho, então rola post durante a semana.
e ficou grandinho pra compensar

espero que goste!
até o próximo.
beijos.