MUSE - Neutron Star Collision (Love Is Forever) 

            http://www.youtube.com/watch?v=MTvgnYGu9bg

- Porque sempre foi você – ela disse erguendo a mão para tocar meu rosto, mas logo recuou e mordiscou o lábio inferior antes de prosseguir. – Porque você sempre esteve em minha vida mesmo quando eu não fui capaz de enxergar isso... Porque você sempre foi o meu heroi independente do que tenha acontecido aquela noite com Royce... Porque sempre foi você.

            - Porque sempre foi você – eu repeti e ela soube que eu estava invertendo a frase. – Sempre foi você para mim Rose, você sabe e eu sempre fiz questão de deixar claro, desde o dia em que aquele maldito se atreveu a tocar em você, eu comecei a cuidar de você e eu vou continuar cuidando, tanto de você quanto dos nossos filhos. E como eu posso cuidar de você estando a milhares que quilômetros? Como Rose?

            - Um dia eu já lhe disse que posso cuidar de mim – ela sorriu fraca, e eu soube que ela mais se sentia forçada a falar isso. Como se assim fosse me tranqüilizar.

            - Desde aquele dia você tem cuidado de mim também – ela assentiu – quem vai cuidar de mim? – perguntei como um menino assustado, que era exatamente como eu me sentia naquele instante. – E depois? – gritei querendo extravasar. – E se essa maldita guerra roubar a minha vida, quem vai cuidar de você?

            - Eu sei me...

            - Quem vai cuidar dos nossos filhos? – perguntei antes que ela terminasse. – Quem vai cuidar de tudo quando você se sentir assustada pela noite? Quando você sentir a minha falta como vai ser? Quando eu sentir a sua falta pelas noites, pelas manhãs e durante todo o dia, como vai ser?

            - Você disse que cumpriria sua promessa – ela disse tocando o ventre, certamente sentindo o bebê se revirar pela agitação. – Eu acredito em você – a primeira lágrima escorreu.

            - E se eu não puder cumprir? – perguntei segurando seu rosto entre minhas mãos, sentindo meu coração sangrar e doer por dentro.

            E eu daria tudo para não ter que passar por um momento desses. Tudo.

            - Você vai – ela assentiu tocando meu rosto. – Você vai voltar para mim, porque como você disse, senão quem vai cuidar de mim? – ela abaixou a cabeça. – E quando Victor chamar pelo pai, quem vai pegá-lo no colo e jogá-lo para cima? – outra lágrima correu por sua bochecha enquanto ela assentia com a cabeça. – Você vai voltar Emmett. Porque sempre foi você, e sempre fui eu, e tem de continuar sendo assim – colei minha testa a dela querendo nunca parar de ouvi-la falar. – Você vai voltar querido, porque nós não vamos parar em dois – sua mão tocou o ventre, enquanto as minhas continuavam em seu rosto. – Você vai voltar porque eu não permito que você vá embora, eu fui embora uma vez e não importa quão nova eu era, quão novo você era, eu machuquei você e me machuquei estando longe... E nós não vamos nos machucar assim novamente.

            - Não vamos – eu concordei deixando que meus olhos também se enchessem pelas lágrimas que logo correriam.

            - E você vai voltar porque esse bebê nem nasceu e precisa de um pai – ela murmurou e eu assenti.

            - Eu não poderia ir sem vê-lo nascer – eu disse e ela fechou os olhos agradecida. Não importava o que acontecesse, eu conheceria meu bebê antes de qualquer outra coisa no mundo. – Eu prometi que estaria com você. Essa pelo menos eu vou cumprir.

            - Você vai voltar porque Victor vai querer um pai para buscá-lo no colégio e para servir de exemplo – eu já não podia contar quantas lágrimas corriam. – Você vai voltar por inúmeros motivos querido, e eu poderia passar a noite aqui os citando e você não se esqueceria de nenhum, mas você vai voltar pelo mais importante, porque você é nosso e eu uma vez já lhe disse que não o dividiria com ninguém. Você é meu, lembra-se? E o que é meu tem de permanecer comigo.

            - E você é minha – eu murmurei em troca e ela assentiu. – E você tem de ficar ao meu lado.

            - Você vai voltar – ela murmurou antes de me abraçar, seu corpo se moldando ao meu para então nos beijarmos, um beijo amoroso e saudoso com nossas lágrimas se misturando com o doce sabor de Rosalie. – Você vai voltar – ela parecia ter tanta certeza, e eu quis me apossar dessa certeza também.

            Então ela deu um passo para trás, tirando do pescoço a corrente que eu havia lhe dado no dia em que Victor havia nascido, e que carregava a foto dele e uma de nosso casamento.

            - E você vai voltar para me devolver isso – ela o pôs em meu pescoço e eu senti uma lágrima correr por minha bochecha até o gosto salgado morrer em meus lábios. – Aqui estão os nossos maiores presentes, nós dois, Victor, e logo vai ter o nosso bebê – ela disse abrindo o relicário e eu assenti. – E esse é meu, e eu vou querê-lo de volta! – sua mão tocou minha bochecha depois de fechar o relicário, e eu permaneci assentindo. – Então você tem de voltar e trazê-lo para mim.

            Até então eu não sabia, ou queria negar ou não aceitar, mas eu estava indo para Guerra, mais cedo ou mais tarde eu sabia que iria, e Rosalie estava me dando o que eu precisava para poder voltar para casa.

            - Eu vou voltar – murmurei contra seus lábios.