Amuletos de sonho (Draco e Luna) escrita por Becky Bell


Capítulo 2
O Começo De Algo Novo


Notas iniciais do capítulo

Set list:
The Start Of Something New (High School Musical)



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Como Voldemort não estava na Mansão, todos foram dormir cedo. Normalmente, quando o Lord das Trevas se hospedava lá as reuniões de Comensais se estendiam horas madrugada à dentro, mas como ele estava fora, não passava das duas da manhã quando Draco se sentiu seguro para deixar seu quarto e ir até o porão falar com Luna. Andou cautelosamente pelos corredores em direção às escadas que levavam até onde a garota estava. Usou um feitiço para destrancar a pesada porta que guardava o local onde ficavam os prisioneiros.

Quando a porta se abriu, Luna olhou assustada em sua direção para ver quem chegara, e correu para abraçar Draco ao identificá-lo.

– Ah meu Deus, Draco! Eu sabia que você viria, eu senti tanto a sua falta nas férias! Sabe as paredes do meu quarto? Eu pintei seu rosto lá junto aos dos meus outros amigos, eu estava em dúvida sobre a tinta que usaria pra...

– O que aconteceu? Por que está aqui? – interrompeu-a Draco, soando mais rude do que pretendia. A capacidade dela de falar de coisas tão banais como tintas em uma situação como aquela o intrigava.

– Ah, eles foram até minha casa e me sequestraram, eu estava voltando de um pescaria com meu pai, íamos preparar sopa de dilátex aquela noite...

– Mas por que fizeram isso? – Draco interrompeu-a novamente – Você está bem?

– Eu estou bem, só um pouco preocupada com meu pai... Não, eu não sei ao certo por que fizeram isso, mas imagino que seja pelas coisas que meu pai anda escrevendo n’O Pasquim...

E então Luna foi interrompida pela terceira vez, mas não por Draco, e sim pelo ronco de outro prisioneiro que dormia no porão: o senhor Olivaras. Draco havia se esquecido da presença dele ali, seu coração quase saiu pela boca de susto ao ouvi-lo roncar. Queria conversar com a garota a sós, mas Olivaras podia acordar a qualquer momento... lembrou-se então de um bom local para se falarem, e arrastando Luna pela mão atravessou a mansão inteira em direção ao sótão.

O cômodo estava cheio de objetos acumulados de várias gerações da família Malfoy, fazendo-o parecer uma versão menor da Sala Precisa de Hogwarts. A um canto havia pequenas prateleiras com alguns brinquedos coloridos, as paredes em volta estavam cobertas com papeis desenhados ou rabiscadas com giz-de-cera. Quem via Draco Malfoy andando com seu ar arrogante pelos corredores de Hogwarts podia jurar que ele nunca foi uma criança propriamente dita – do tipo que sorri e que brinca inocentemente – o que era meio verdade, porém esse lado risonho se manifestou um pouco na criança Malfoy, e esse cantinho do sótão onde costumava se esconder anos atrás representava a parte mais colorida da infância do filho de Lúcio. Parte esta que havia sido abandonada em todos os sentidos havia muito tempo. Sua personalidade se tornando cada vez mais obscura, os brinquedos cada vez mais empoeirados.

Draco então desenrolou um tapete que estava junta de algumas almofadas e convidou Luna a se sentar entre elas.

– Eu costumava vir aqui quando criança – contou ele – eu quase não tinha amigos e ficava trancado em casa o dia inteiro. Esse era tipo o meu refúgio, sabe? Ah que saudade de quando as coisas eram mais simples e pra escapar dos meus “problemas” eu só precisava subir aqui...

– Ah Draco, eu sinto muito...

– Você é a prisioneira, garota, eu é que sinto muito hahaha – brincou o loiro.

– Haha todos temos um fardo: eu fui sequestrada, e você... bem, você tem que assistir torturarem pessoas na sua sala enquanto janta...

– Preferia que alguém me sequestrasse daqui... já não agüento mais isso... eu até gostava da ideia de ser Comensal no início, mas agora... ah, Luna! Você me fez desviar do foco! Temos que te tirar daqui... essa gente é capaz de cada coisa que você não imagina... sabe aquela professora de Ensino Dos Trouxas, a Caridade Burbage? Então, mataram ela! Foi horrível, ela até tentou apelar para o Snape, que trabalhava com ela, mas...

– Calma, Draco! – e nesse momento o garoto percebeu que estava com a voz mais esganiçada que o normal – Eles não vão fazer nada...

– Não vão fazer nada? NADA? Você ouviu o que eu acabei de contar sobre a professora?

– Não vão me matar porque precisam de mim viva para chantagearem o meu pai! No máximo vão me torturar ou...

– Ah não, Luna! Você tem que ir embora! Estão me obrigando a torturar pessoas, e se me mandarem torturar você?

– Se fizerem isso você vai obedecer, ou vai ser pior pra nós dois! Se me torturar eu vou te perdoar porque sei que não tem escolha.

– Ah, eu nunca tenho! Estou cansado de não poder escolher nada, cansado de carregar o fardo dessa maldita Marca Negra! Mas dessa vez eu vou fazer minha escolha, e eu escolho tirar você logo daqui!

– Não seja bobo! Se te pegarem vão fazer mal a você e à sua família também! Eu vou ficar bem – Luna segurou as mãos de Draco – confia em mim, vai dar tudo certo.

Ele estava esperando sair dali com um ótimo plano de fuga, mas concluiu que não a convenceria a fugir, corvinais são tão teimosas às vezes... apertou então as mãos macias dela entre as suas e a olhou nos olhos, aqueles olhos cinza-azulados... desde que começara a conversar com Luna no último ano, ele a via como uma amiga e nada mais, era bem verdade que sempre reparara em sua beleza, mas nunca tinha passado de um sentimento fraternal (depois, é claro, de ter superado o natural desprezo pela “lunática”, como a chamavam na escola), e continuou assim... até agora. Levou então as mãos até o rosto delicado da garota, olhou pra sua boca rosa que se destacava da palidez do resto e de volta para os olhos dela. Era realmente muito bonita. Foi aproximando seu rosto ao dela, chegando tão perto a ponto de sentir sua respiração, e ela não fez objeção nenhuma...

O beijo entre Luna e Draco em meio às almofadas verdes e prateadas começou delicado, de um jeito que o loiro que era o maior pegador de Hogwarts jamais tinha feito antes. Foi ali, no local onde se escondia quando criança, que Draco Malfoy escapou mais uma vez da realidade, depois de tantos anos, e dessa vez não estava sozinho. Naquele momento não havia Comensais, Voldemort, pessoas torturadas ou Marcas Negras, apenas ele e Luna.

Isso poderia ser o começo de algo novo

Parece tão certo estar aqui com você

E agora olhando nos seus olhos

Eu sinto em meu coração o começo de algo novo


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Notas finais do capítulo

Gente gente eu estou muito animada com essa fic, então por favor, deixem-me saber o que vocês pensam! Reviews please haha