O casarão no fim da rua escrita por Lorena L


Capítulo 5
O aviso


Notas iniciais do capítulo

EU FALHEI.
Em apenas duas semanas de fic, consegui atrasar em exatamente uma hora o capítulo.
Tecnicamente, hoje já é quarta, mas espero que vocês, meus amados leitores, me perdoem.
Foi tudo culpa minha mesmo, eu não fiz nada demais o dia inteiro além de procrastinar, até que deu dez e meia e vi que precisava escrever o capítulo.. Prometo de pés juntos que não vai acontecer de novo!
Agora, aproveitem o capítulo...



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28 de dezembro, domingo.

Primeiro dia.

Caça ao tesouro.

Dentre tantos jogos que Fred podería ter escolhido para abrir os jogos - jogo da garrafa, poker, xadrez - ele escolheu caça ao tesouro. E o tesouro? De acordo com Fred, eram cinco. Um para cada jogador, deixando de fora apenas ele, Henry, e o desafortunado que não achasse nada. A partir do momento que você achasse um dos premios (Cada um uma garrafa em miniatura de alguma marca barata de bebida alcólica - whisky, vodca, rum, vinho, espumante) você estava automaticamente fora, e já tinha seu lugar garantido para o próximo jogo, do dia seguinte. O infeliz que não achasse um tesouro, perderia, consequentemente sendo eliminado permanentemente.

Alice desejava muito ser aquele infeliz.

Enquanto se sentia que a brincadeira era completamente infantil, algo dentro dela dizia que deveria sair de lá o mais rápido possível. Ela era amiga de longa data de Fred, mas não confiava nem um pouco no garoto. Ninguém confiava.

"Alguma vez, minha cara Alice, eu descumpri uma promessa?" ele dissera, um dia antes. Não. Nunca. Ele jamais descumprira uma promessa; e era isso que Alice mais temía.

– ACHEI! HAHA, CHUPA OTÁRIOS, ACHEI O WHISKY- Gritava Rob, ao longe, desfocando Alice de seus pensamentos.

Estavam todos procurando dentro da casa uma de suas preciosas garrafinhas de bebida. Todos jogavam cada um por si, e Alice odiava isso - era péssima em jogos solitários - mas não se preocupava muito. Não estava interessada em ganhar nenhuma bebida; na verdade, já não bebia ha tempos. No passado, tivera um pequeno trauma com isso, em uma festa… Depois daquele dia, nunca mais colocara alguma bebida alcólica em sua boca.

Além de Rob, Daria e Amber procuravam entusiasmadamente por seus premios - não porque queríam ganhar, mas porque queríam beber. Entravam por entre os corredores, subiam as escadas para o andar de cima, mas eram barrados por Henry, que lhes dizia que não havia nenhum prêmio por lá. E sem ser por Fred, havia apenas uma pessoa faltando no lugar. Arthur. Alice olhou para a porta. Se o conhecia bem, provavelmente havia fugido. Ela desejava fazer o mesmo, de todo o seu coração - mas algo bem dentro de sua cabeça, uma voz oposta a que dizia que deveria ir, lhe ordenava ficar. Estava quase entrando em um colapso de pensamentos, quando alguém esbarrou na mesma,a fazendo titombear.

– Desculpa - disse Melissa recuperando-se do quase tombo e continuando a andar.

Ao invés de se irritar, Alice riu. Melissa era uma garota alta, de cabelos castanhos próximos aos seios e olhos grandes castanho-amarelados. Apesar de magra, era muito desastrada, mesmo sendo forte fisicamente. A conhecia a muito tempo, e desde sempre era daquela forma. Era quase ironico, pois havia melhorado bastante de alguns tempos pra cá. Mas não a julgava; ela também tinha um pouco aquele problema. Uma diferença entre as duas é que Melissa gostava de uma boa bebida.

– Achei! - Gritou a garota ao longe, animada.

Amber foi até ela.

– Qual você achou?

Melissa abriu a pequena embalagem e, com os olhos brilhantes, quase deu pulinhos de alegria.

– Esse daqui é o Rum!

Amber revirou os olhos e sorriu.

– Sortuda! - disse, e voltou a sua busca.

Alice viu Henry saindo da guarda da escada e indo falar com Melissa. Amber e Daria, as únicas que ainda estavam realmente procurando por alguma coisa sequer estavam olhando. Alice não estava interessada; Arthur sequer dera sinal de vida desde que o jogo começou. Essa é minha deixa, pensou a garota, subindo cuidadosamente as escadas.

O segundo andar era com certeza o mais sombrio de toda a casa.

Quando a escada acabava, um extenso corredor começava. Não havia uma única forma de iluminação, nem mesmo uma janela para que atravessasse a claridade da manhã de inverno. Que casa mal feita era aquela. Alice acendeu a lanterna de seu celular, e seguiu tentando não olhar fixamente para nenhum ponto em particular, até o seu quarto compartinhado com Daria. Prepararía suas coisas, e daria o fora daquele lugar. Foda-se as vozes que lhe diziam para ficar; preferia bem mais dar ouvidos as que gritavam para que fosse embora.

Até que algo mais interessante lhe chamou a atenção.

Uma porta entreaberta, em frente a sua, dava para algum comodo cujas as luzes estavam levemente acesas. Com certeza havia alguém la dentro, pensou. A curiosidade lhe gritou mais alto, e decidiu bater.

Bateu uma, duas vezes. Ninguém apareceu. Então deu uma pequena espiadela na fresta da porta. Não viu ninguém. Então abriu-a por completo.

Era apenas mais um quarto, que nem o seu, que nem o de todos os outros. Mais ou menos três metros quadrados, uma beliche na lateral direita, uma cômoda na lateral esquerda. Nenhuma decoração nas paredes brancas, um único tapete no chão. Com certeza havia alguém dormindo nas duas camas, dado que ambas estavam desfeitas, e cheias de roupas (incluindo cuecas) espalhadas. Alice corou, pois sentiu que havia invadido o espaço privado de alguém, e estava prestes a recuar, quando uma voz quase fez com que desse um salto e seu coração acelerou em adrenalina.

– Parece que você encontrou meu quarto, Alice - disse a voz atrás dela.

A garota virou-se rápidamente, e atrapalhou-se nas próprias palavras.

– Ai meu senhor, desculpa Arthur! - Alice estava muito nervosa - e-eu não imaginava que esse era o seu quarto, eu apenas vi a luz acesa e..

– E você resolveu entrar e olhar, sem pensar nas consequências - interrompeu o garoto de cabelos ruivos - tudo bem. Você é das minhas.

Alice se recuperara um pouco do susto que levara ao ser pega no flagra. Limpou a garganta e alisou seu sobretudo da Gucci. Reparou que Arthur o analisava com um certo desgosto. Comparada com o garoto, era muito mais rica, e se vestia muito melhor. Por algum motivo, naquele momento aquilo fez com que se sentisse mal.

– O que você está fazendo aqui, afinal de contas?

– Esse daqui é meu quarto.

– Não, eu quero dizer… Aqui. No andar de cima. Porque não está la embaixo procurando por algum tesouro?

– Pelo mesmo motivo que você, muito provavelmente. - Arthur andou em direção a sua cama, pegou sua mochila jogada no chão e começou a socar roupas dentro dela.

– Você não bebe?

– Não nessa casa - respondeu sarcasticamente - também quero ir embora.

– Você não confia em Fred, não é mesmo?

Arthur a fitou.

– E você confia?

Nesse momento, ouviram um estrondo de algum lugar naquele andar do casarão. Alice e Arthur se entreolharam por um momento e juntos foram em busca do som. Alice era boa em identificar ruídos, e aquele parecia algum objeto pesado caindo no chão. Foram andando rápido até o fim do corredor, na última porta, cuja luz estava acesa. Alice tentou abrir, mas estava trancada.

Arthur, nesse momento, puxou Alice para trás de si, tomou impulso, e chutou a porta, arrombando-a. As fechaduras eram velhas, então provavelmente aquilo não havia sido de muita dificuldade.

Mas o que ambos viram a seguir, não era um objeto caido.

O corpo de Fred jazia morto no chão, sua garganta estava aberta. Os olhos azuis e vidrados arregalados, em uma expressão vazia de horror e dor. Posicionáva-se de forma muito peculiar no chão; estava caído de costas para o lustre, a jaqueta de couro rasgada, e uma longa faca enfiada em sua coluna. A janela, ao fundo do quarto, aberta, o vento assoprando a perciana, levando o gelo aos rostos assombrados de Alice e Arthur.

E na parede, estava escrito

Ele sabia demais.


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Notas finais do capítulo

E o suspense começou ~hell yeah~
Gostaram? Odiaram? Deixem seu review, é importante para mim!
Há uma pequena chance de eu não ter internet quinta-feira, maaas é uma chance muito pequena. Se isso acontecer, posto os dois capítulos na terça. Só deixando vocês preparados para o pior...