Crônicas de Uzumaki Naruto: escrita por Yori Sora


Capítulo 3
Desenvolvimento:




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Bem, continuando o meu relato, devo dizer que as coisas foram fáceis e ao mesmo tempo difíceis. O Gai-sensei havia, lembro-me bem, me olhado analiticamente, tanto que eu fiquei com um calafrio em minha espinha. Engoli em seco. Depois dele me olhar durante vários instantes, que mais pareceram uma eternidade, eu percebi que ele ia falar algo, mas o que seria? Pensando bem, eu deveria ter refletido se aquela pessoa era perigosa, se poderia me fazer algum mal, mas como eu ainda era muito inocente, sequer cogitei isso. O bom da história era que Gai-sensei não era nenhum maníaco, na verdade, ele era inocente demais, parecia uma criança. Uma criança mais animada que o normal.

– Realmente, você tem o fogo da juventude em suas veias - ele disse, com um sorriso de canto -, mas eu preciso saber exatamente o quanto você tem. Vamos começar o seu treinamento inicial, guri, e então eu verei até onde você pode chegar - ele concluiu.

Eu quase gargalhei de felicidade, mas me contive, tudo que eu queria era melhorar a minha resistência.

Bem, o que aconteceu? Digamos que eu não tive sequer um minuto de paz e descanso! Eu tinha que praticar horas de aquecimento, que consistia em dar voltas por toda a Konoha. Ele não tinha piedade de uma mera criança de cinco anos, porém, eu descobri algo interessante: eu era mais resistente que crianças normais e ficava mais potente mais rápido. Bem, e assim se passaram alguns vários meses, meses suficientes para serem chamados de poucos anos. Uns dois anos na verdade.

Eu fiz um esquema para treinar o físico e o chakra: me exercitava durante a manhã e a tarde e treinava controle de chakra à noite. Inevitavelmente, fui levado a ler mais livros sobre a Arte Shinobi e a praticar os exercícios. Sobre Taijutsu, eu já estava conseguindo correr com pesos, que iam do nível um ao dez e eu já estava no nível oito. Gai-sensei sempre me elogiava pelo o meu esforço e dedicação e disse que eu era o seu melhor pupilo nesse sentido. Aos poucos, fui me acostumando com o treinamento e estava avançando. Aos sete anos, eu já tinha um nível de combate gennin, se tratando em resistência, embora eu não conhecesse nenhum golpe ainda.

– Naruto, você está se tornando muito forte, parabéns! - Gai-sensei me disse, enquanto eu estava sentado perto de uma árvore, levemente, mas não muito, cansado.

– Obrigado, Gai-sensei - eu disse, calmamente -, mas infelizmente eu não conheço nenhum golpe especial e ainda não sei nenhum jutsu, tudo que eu tenho é força bruta e sem fundamentos - eu continuei.

Eu estava, pra variar, vestido com uma camisa negra com o símbolo do Redemoinho em vermelho na frente e com uma calça laranja. Meu cabelo havia crescido um pouco, mas continuava arrepiado.

– Bem, não seja por isso. Sei que você logo vai entrar pra Academia e eu quero que meu pupilo se destaque - Gai-sensei respondeu. - Venha, eu vou te ensinar alguns golpes.

Sim, era verdade, em sete dias eu iria entrar pra Academia, eu precisava estar preparado, então Gai-sensei passou a me ensinar cada vez mais. Eu sabia que o meu treino com ele estava acabando e que em breve eu não teria mais um tutor tão bom, mas tudo bem, tudo estava correndo exatamente como deveria. Em cinco dias, eu conhecia uns setenta golpes do ensino de Gai-sensei, não me achem muito bom, pois a verdade era que é simples pelo o fato de eu estar fisicamente preparado e já conhecer os fundamentos do Taijutsu.

Enquanto antigamente eu mal saía de casa, tempos depois eu passei a mal entrar nela, eu ficava sempre na floresta ou meditando ou treinando. Gai-sensei disse que não havia mais nada a me ensinar diretamente, então me deixou alguns pergaminhos valiosos com técnicas corporais dele, alguns de seus maiores segredos, mas não todos. Se um dia eu ficasse no nível dele, poderia ser um ninja esplêndido apenas com Taijutsu, mas não era isso que eu queria.

Meditei um pouco, perdendo todos os meus pensamentos, restando apenas o silêncio absoluto. Eu não me sentia em paz, eu não sentia nada. Já estava de noite, disso eu sabia, quando parei de meditar, então decidi dormir ali mesmo, na floresta. Eu me sentia em paz.

O resto do meu relato? Bem, eu entrei na Academia. Vi que haviam muitas pessoas por lá, não queria falar com elas, do fundo do meu coração, eu não queria, mas ali seria um bom lugar para eu aprender o básico da Arte Ninja. Notei que uma pessoa que eu conhecia de vista estava lá - uma garota muito bonita que eu havia salvado uma vez de uns valentões. Foi até um tanto interessante, ela era uma Hyuuga, a herdeira do clã, e estava sendo atormentada por uns valentões. Eu ainda não sabia nenhum golpe, mas consegui dar uma surra neles. Não sabia o nome da garota.

Notei que quando eu entrava na Academia, ela estava lá e me fitou. O curioso nos Hyuuga, é que eles têm olhos perolados e essa garota em especial tinha uma pele muito clara, até pálida, e um cabelo curto e azulado, ela era muito bonita, mas parecia ser muito frágil. Bem, não dei importância e me sentei no fundo da turma. O professor, creio eu, se chamava Umino Iruka e parecia ser bem simpático, porém exigente - a primeira aula foi completamente sobre História Ninja, onde soube do Shodaime Hokage e Uchiha Madara, fundadores de Konoha. Soube sobre os outros países e sobre as outras vilas e sobre os cinco kages.

Como a prática da meditação me deixou mais centrado, eu notei que achava um pouco mais interessante estudar ou ao menos um tanto quanto necessário, por assim dizer. Eu frequentemente fazia anotações e prestava atenção, tirando minhas próprias conclusões, como, por exemplo, que o Shodaime Hokage era bem idiota e que seu irmão servia como cérebro dele.

A aula acabou mais rápido do que eu esperava e eu prontamente me levantei para ir pra casa. Tinha muito o que praticar: eu sabia bastante sobre armas ninjas e como utilizá-las, mas não era nenhum especialista, tinha que mudar isso. Sabia alguns golpes poderosos, tinha um controle de chakra regular, mas ainda não sabia nenhum jutsu. Decidi que estudaria os pergaminhos do Gai-sensei para me aprimorar e compraria pesos com mais kilos para forçar o meu corpo a se tornar ainda mais resistente, pois os pesos que eu usava estavam bem leves.

No caminho para casa, notei que estava tomando o mesmo caminho que a dita Hyuuga, que se mantinha um pouco distante, eu sinceramente achei que ela tinha medo de mim. Estranhei o fato dela não estar acompanhada de ninguém, mas decidi que não era problema meu. Eu caminhava com as mãos no bolso e mais calmo que o normal, embora ela me incomodasse um pouco: além de sua grande beleza, ela usava um kimono branco com uma faixa azul e uma calça azul escura, ela tinha estilo, embora, ao mesmo tempo, não usasse nada chamativo.

Notei que estava na hora de nos separarmos em nossos caminhos, então simplesmente peguei a direção oposta, mas antes notei que ela me olhava, vi um tanto de curiosidade ali, era estranho. Olhei ela da forma mais vaga e desinteressada que podia e tomei o meu caminho. Indo para casa, para o meu velho apartamento, decidi treinar mais meu físico e gastar o dinheiro que tinha para comprar mais pesos.

E assim se passaram algumas semanas: eu estudava na Academia, ia para casa com a Hyuuga Hinata - sim, esse era o nome dela - me olhando, treinava e meditava de noite. Inevitavelmente, comecei a treinar os jutsus da Academia, eu tinha um pergaminho que era dado a todos os alunos para que não ficassem perdidos nas lições do ano. Eu não era tão bom com a maioria dos jutsus, mas sabia que isso era por causa da minha grande quantidade de chakra, então comecei a treinar mais o controle de muitas formas: concentrando o chakra em objetos, fazendo-o tomar rumos fora do meu corpo, etc.

Até que, finalmente, ocorreu algo um tanto assustador para mim, mas que me deu um mega salto para o meu futuro: eu saí do meu corpo. Exatamente! Eu saí, literalmente, do meu corpo. Permitam-me explicar: certa noite eu estava meditando, eu meditei durante muitas e muitas horas em estado completo de vazio mental, sentado em minha cama, até que notei que "acordei" em algum lugar. Eu estava meio desorientado, me levantei e notei que estava na cozinha do meu apartamento, eu estava um tanto quanto confuso, saí da cozinha, mas conseguia ver claramente no escuro, e fui até o meu quarto, onde me vi sentado na cama, meditando.

Imaginem o meu desespero. Eu não entendi absolutamente nada por muitos instantes! Mas então, me lembrei de um velho conceito da meditação: quando você silencia a sua consciência, ela se expande. Eu havia simulado o estado de semi-morte e agora estava fora do meu corpo, como se eu fosse um espírito.

– Você é até inteligente, garoto - eu ouvi uma voz grossa me dizer, tão grossa quanto um trovão, embora seja uma péssima comparação. Me virei para trás e então vi algo que me impactou: um homem.

Tudo bem, não é nada absurdo ver um homem em alguma época da vida e com frequência, mas eu não entendia o que diabos tinha um fazendo no meu apartamento. Ele tinha uma pele muito clara, tanto quanto a de Hinata, mas um cabelo longo e em vermelho gritante, assim como um par de olhos azuis, mas muito claros. Ele vestia uma roupa inteiramente negra com gola alta e uma faixa vermelha na cintura. Inicialmente, tornei o meu olhar severo, o tratando como meu inimigo.

– Quem é você e o que faz aqui? - eu questionei. Ele me lançou um sorriso.

– Sou Uzumaki Satoshi e estou aqui para falar com você - ele me respondeu, com uma provável ironia.

– Uzumaki? Então eu tenho um clã? Estão vivos? - eu questionei.

– Não. Além de você, só sei de dois outros uzumakis vivos, eu sou apenas uma alma que vaga por aí, morri como a maioria de nós - Satoshi disse, confesso que fiquei um pouco decepcionado.

– Ah, entendo. Como estou fora do meu corpo, digo, a minha consciência está fora, é possível que nos comuniquemos - eu refleti. - Bem, o que quer comigo?

Satoshi deu uma risada como se eu acabasse de lhe perguntar se a Lua era feita de queijo.

– Eu quero que vingue os uzumakis. Nós, no passado, fomos os maiores usuários de fuuinjutsus da História, todos nos temiam, então decidiram nos matar na Primeira Grande Guerra Ninja. Você será capaz de nos vingar reconstruindo o poder Uzumaki no mundo, reconstruindo Uzushiogakure e nos dando poder. O que me diz, jinchuuriki da Kyuubi? - Satoshi me questionou após dizer aquilo tudo, fiquei surpreso pelo o fato dele saber que eu era o portador da Kyuubi.

– Tudo bem, mas como eu farei isso, implicando que eu vá fazer? - eu perguntei.

– Há um pergaminho perto daqui muito melhor do que os que você tem, ele foi escrito pelo o próprio Senju Hashirama e contém vários jutsus perigosos e poderosos. Eu posso lhe dizer a localização do pergaminho e você pode ir lê-lo, mas não recomendo que você o roube, pois isso atrairia muita atenção - Satoshi me informou e eu não pude deixar de lhe dar um sorriso.

– Está certo, Satoshi, eu vou recriar o poder dos uzumakis e lerei o pergaminho. Tudo que eu tenho agora é força bruta, preciso mudar isso - eu respondi -, afinal, eu preciso ser a pior pessoa deste mundo.


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Notas finais do capítulo

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