Pernico - Love is a Long Road escrita por arcGabriel


Capítulo 38
Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo (ainda tem um Epílogo). Enjoy!



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– XXV –

Annabeth

– Nesse caso você vem com a gente, – Jason guardou o punhal – e se me der um mísero motivo para achar que você está nos enganando, eu acabarei com você seja lá onde nos levar. É uma promessa!

– Não é nenhuma armadilha, – rebateu a filha de Atena – não estou pedindo para confiar em mim, estou pedindo para me ajudar a salvar a vida do Percy... e dos outros...

Rachel simulou uma pequena tosse para chamar à atenção e quebrar a tensão entre eles.

– Bom, três podem ir e... vocês são dois – observou o Oráculo.

Annabeth assentiu. Um garoto magricela com cara de elfo deu dois passos para frente com as mãos dentro do seu macacão manchado de graxa.

– Correção, – disse ele – somos três.

Annabeth não havia reparado no garoto, mas agora... Não, não era possível...

– Leo... – disse ela mais como um sussurro – você está vivo...

– Não graças à você – rebateu Jason imediatamente.

– Ei, – censurou Leo – somos uma equipe agora, lembram-se?

– Você não deve ir Leo. – Contestou Jason. – Acabou de chegar, não deve se arriscar...

– E perder a oportunidade de chutar o traseiro de uma fada?! Eu vou sim, Superman!

– Nesse caso... – Annabeth tirou três esferas pequeninas e translúcidas de dentro dos bolsos de sua calça jeans – Peguem!

Jason e Leo pegaram uma esfera cada um. Annabeth concentrou-se tentando lembrar das palavras que lhe foram ensinadas:

Ikzas ïwta sikha... hir sïs hitha sikha...

As esferas brilharam negras e sombras envolveram os três. Apareceram em uma floresta de árvores petrificadas repletas de espinhos. Annabeth foi na frente seguida pelos outros dois semideuses.

– Como sabe para onde está indo? – perguntou Jason desconfiado.

– Fui instruída perfeitamente – respondeu Annabeth complacente e confiante, mesmo se sentindo receosa à medida que as trevas se condensavam mais e mais...

***

Assim que Percy e os outros partiram da Arcádia, Aggna a convocara e a levara até as catacumbas do palácio onde havia um templo que se estendia infinitamente todo feito de jade. No centro haviam cinco tronos de espaldar alto. Aggna desaparecera de repente deixando-a sozinha naquele lugar. Uma luz branca fulgurara intensa e uma mulher surgira sentada no trono do centro, que era adornado com pérolas e outras pedras claras e azuis que Annabeth não conhecia. A mulher tinha os cabelos loiros claríssimos caindo em cascata até sua cintura. Seus olhos eram totalmente brancos como se não houvessem pupilas neles. Sua pele era muito bem corada e clara contrastando com a sua longa túnica azul-celeste. Atrás da mulher haviam três pares de asas espectrais brancas e azuis que brilhavam translúcidas imponentes.

A fada se apresentara como Nöwa, uma das Fadas Primevas como Zelenna. Ela contou a Annabeth como Zelenna havia sido presa, e o porquê. Segundo ela, a Fada da Morte, fria e sem coração, criou uma arma capaz de matar até o mais poderoso dos seres, e com isso pretendia destruir o mundo por simples capricho. Nöwa e as demais Fadas Primevas tiveram que deter Zelenna, mas não podiam matar sua irmã, por isso a prenderam. Agora que Zelenna estava livre uma vez mais, Nöwa incumbira Annabeth de destruir a vil arma e para isso lhe entregara a esfera azul que, segundo ela, em contado com o rio dos mortos abriria um portal para a prisão de Érebo. E entregara-lhe também um pequeno colar com um pingente branco.

Éris residiu em seu corpo por muito tempo, criança. Por isso você é a única capaz de senti-la. Leve-nos até ela minha jovem, leve-nos até a arma maldita que pode destruir o mundo. Redima-se de seus pecados ajudando-nos... O colar me fará senti-la e assim eu chegarei até você quando encontrar o que procura...”

Annabeth lembrava-se de ter visto outras três faces atrás de Nöwa. Estivera na presença de todas as Fadas Primevas, e uma delas, aparentemente a mais importante, lhe confiara uma missão. Destruir a arma que Zelenna criara. Depois disso, Aggna reaparecera e lhe instruíra em como chegar até o Mundo Inferior, e como proceder depois.

***

Finalmente ouviu o som de água corrente. O Aqueronte corria intensamente pela planície seca e rochosa que encontraram ao sair da floresta petrificada. Annabeth pediu aos outros que se afastassem e deixou a esfera azul cair naquelas águas. Um brilho cego resplandeceu e eles apareceram em uma região montanhosa de caminhos sinuosos envolta de um grande abismo. Annabeth conseguia avistar a entrada de uma caverna ao longe, algo a chamava para lá e ela seguiu o caminho.

Caminhavam em silêncio absoluto. Em determinado momento naquele caminho, a filha de Atena viu algo estranho escondido entre algumas pedras. Aproximou-se pedindo para Jason e Leo lhe darem cobertura. Ela removeu algumas pedras e viu um cadáver ali, não um cadáver qualquer, era um de seus irmãos. Pôde sentir lágrimas subindo-lhe aos olhos, mas as conteve. Levantou-se com pesar e voltou as pedras para o lugar, que davam a seu irmão um funeral improvisado e desumano, mas ainda assim um funeral.

– Qual o problema? – perguntou Leo. Mas Annabeth apenas disse que estavam perto e deviam se apressar.

De fato, mal chegaram na entrada da caverna e a filha de Atena ouviu alguns urros, silvos e gritos. Annabeth agarrou Leo e Jason pelas mãos e correu com eles para dentro da caverna. A escuridão era total, mas ela podia sentir a presença de Éris e usava isso para guiar-se. A atmosfera do lugar estava repleta de sentimentos negativos.

Um feixe de luz irrompia por um local em que o chão havia cedido. Annabeth aproximou-se com cautela. A luz vinha de archotes acesos em volta de um grande salão de pedra negra. Percy, Thalia e Nico estavam cercados por doze divindades terríveis e Annabeth conhecia cada uma delas. Eram os filhos e filhas de Éris.

– Temos que intervir – declarou Jason jogando uma moeda para o alto que se transformou numa espada de ouro imperial.

– Espere, – disse Leo tirando dos bolsos de seu macacão alguns dispositivos triangulares intrigantes, pareciam protótipos minúsculos de algum tipo de bomba.

Quando os inimigos avançaram contra Percy e os outros, Leo jogou os dispositivos e eles explodiram ao colidir com o chão, uma fumaça branca e espessa apoderou-se do lugar.

Vamos! – bradou Jason pulando pela fenda em direção à batalha.

– Você não vem? – perguntou Leo se preparando para fazer o mesmo.

– Não vou conseguir pular. – mentiu Annabeth, que conseguiria sim pular, mas não sem por em risco a vida do bebê que carregava em seu ventre, mesmo que ainda estivesse tão pequeno que sua barriga não aparecia ainda.

– Eu seguro você lá, pule depois de mim.

E assim Leo pulou, Annabeth foi em seguida caindo nos braços dele. Ela agradeceu e logo tirou sua faca de bronze celestial. Com o ataque surpresa conseguiram derrotar vários dos filhos de Éris, mas não todos. Horcus estava vivo, assim como Algea com seu lenço azul e seu rosto inchado pelo excesso de choro, Fonos com seus dedos como garras manchados de sangue e seu cabelo carmesim, e Androctasia com sua estatura monstruosa, sua pele rochosa e seus quatro braços. Éris estava no centro do salão de frente para um enorme casulo negro, a fumaça a essa altura já havia desaparecido completamente.

Os olhos de Thalia brilharam ao ver Jason. Percy encarou Annabeth com certa incredulidade.

O que você está fazendo aqui? Devia estar de repouso! – censurou ele.

– Percy, estou grávida, não doente! – reprimiu Annabeth – E agora não é hora para isso, temos uma batalha para vencer!

– Ei, pessoal! – chamou Leo – Para onde o fantasminha foi?

Percy olhou nervoso para todos os lados, Annabeth conseguia sentir sua tensão e isso a incomodava.

– Onde está Zelenna? – perguntou Thalia, logo todos entenderam o que havia acontecido, até mesmo Percy.

– Não... – o filho de Poseidon apertava o cabo de sua nova espada, furioso – Ele... ele não...

Percy correu em direção à Éris com Excalibur em mãos e nenhum dos filhos da Discórdia tentaram impedi-lo, mas quando os outros semideuses tentaram segui-lo eles foram interceptados. Horcus investiu contra Thalia que defendia-se com o Aegis. Fonos atacava Jason a toda velocidade. Androctasia tentava acertar Leo com seus punhos, mas o pequeno era rápido e habilidoso, embora suas chamas não estivessem surtindo algum efeito em sua inimiga. Algea encarava Annabeth, mas não fazia menção a um ataque, tampouco a deixaria passar. Percy desferia vários golpes contra Éris, mas a deusa parecia capaz de se teleportar e desaparecer nas trevas do lugar.

Annabeth precisava pensar, pensar em como derrotar aquelas divindades. Contudo, os únicos pensamentos que conseguia ter eram pensamentos infelizes, isso graças a presença de Algea. Assim como a maioria dos filhos de Éris, era a presença de Algea que era uma arma, não seus ataques. Annabeth só conseguia pensar em como foi desleal com seus amigos, em como deixou-se levar pelo orgulho, em como deixou-se ser manipulada por sua mãe, Atena. A deusa chorosa encarava-a com profunda devoção, Annabeth pergunta-se o que ela poderia estar pensando. Algea desceu sua mão com o lenço azul de seu rosto até sua barriga fazendo movimentos leves em sentido horário. A filha de Atena pegou-se fazendo o mesmo e então percebeu, percebeu o que Algea estava tentando dizer. Embora Annabeth tenha condenado sua felicidade em seus ardis, ela ainda tinha uma esperança, ela tinha um filho a caminho e, mesmo que sua relação com Percy tenha acabado, ela teria esse elo com ele para sempre, e isso a deixava feliz, muito feliz. Ela sorriu e uma lágrima de felicidade percorreu seu rosto, Algea também sorriu e desapareceu dando a Annabeth a resposta que queria.

Fonos atacava Jason com tamanha perícia e habilidade que o filho de Júpiter não conseguia tempo para contra-atacar. Leo estava exausto, nenhum de seus ataques surtia efeito em Androctasia. Thalia assim como o irmão estava fadada a se defender apenas.

Annabeth correu até o filho de Hefesto que esquivava-se de outra investida de Androctasia, como a deusa era grande ela também era lenta e isso deu tempo a filha de Atena.

– Faça ela atacar Fonos – ordenou Annabeth para Leo.

E como é que eu vou fazer isso? – rebateu ele arfando.

– Dê um jeito, mas faça!

Annabeth então correu até Thalia em auxílio. Horcus brandia uma espada divinamente, e não parecia se assustar com a imagem do Aegis. Com destreza Annabeth conseguiu desarmar o deus de surpresa, mas ele então abriu suas asas metálicas e plumas afiadas como navalha foram disparadas contra ela, Thalia a defendeu com o Aegis.

Está tentando se matar?! – inquiriu a filha de Zeus, exausta.

– Escute-me – sussurrou Annabeth – Você precisa renunciar à sua posição de caçadora!

Enlouqueceu? – exasperou-se Thalia.

– Só um grande juramento quebrado fará Horcus desaparecer, você precisa quebrar seu juramento!

– Não, nunca!

Thalia era teimosa, mas se Annabeth não conseguisse convencê-la então ninguém mais poderia.

Liberte-se do fado, tu que és jurado! – rebateu Annabeth com a profecia proferida por uma das faces da Deusa, a qual Annabeth teve conhecimento graças a Aggna quando Percy e os outros saíram naquela missão – Não entende? É você!

Thalia cerrou os dentes em ira enquanto Horcus fazia outra investida tendo recuperado sua espada.

– Não posso simplesmente renunciar à minha posição de caçadora, mas posso...

Thalia usou o Aegis para empurrar Horcus para trás por um instante e então arrancou sua tiara de Comandante, jogou-a no chão e, contrariada, tirou o arco que trazia nas costas, ela puxou a corda mesmo sem pegar nenhuma flecha, um projétil de energia surgiu e a filha de Zeus o disparou contra a tiara que partiu-se em vários pedaços. Horcus imediatamente cessou seu ataque e desapareceu, Thalia caiu de joelhos, muito tensa.

– Agora também sou uma traidora... – lamentou-se ela. – Prometi à Senhora que nunca renunciaria ou abandonaria o meu posto de Comandante... mas agora...

– Não! – repreendeu Annabeth – Você fez o que era certo, Ártemis não poderá lhe censurar por isso. Agora vamos, precisamos ajudar os outros.

Leo tentava conduzir Androctasia para onde Fonos atacava Jason.

Jason! – gritou Annabeth – o Leo!

O filho de Júpiter entendeu a mensagem e esquivou-se, correndo na direção de Leo, eles colidiram ficando de costas coladas um no outro, Fonos vindo de um lado e Androctasia do outro. Thalia cerrava os punhos preocupada, Jason e Leo se entreolharam e disseram um para o outro algo que Annabeth não ouviu devido à distancia. No último segundo para o ataque das duas divindades, Jason esquivou-se para a esquerda ao passo que Leo esquivou-se para a direita, e assim Fonos e Androctasia acabaram se atacando e ambas desapareceram num estrondo terrível deixando cinzas e areia por toda a parte.

Nããããoooooo! – gritou Éris do outro lado do salão – Minhas filhas! Não!

Uma lâmina cinzenta imediatamente atravessou o coração da Deusa. Icor dourado escorreu pela lâmina pingando pelo chão. Éris caiu morta perto do casulo imenso onde Érebo estava preso. Tudo parecia ter enfim terminado.

Percy cambaleante caminhou para junto deles.

– É isso aí! – riu Leo eufórico – O Time Leo arrasa outra vez!

Até mesmo Thalia sorriu. Jason respirou aliviado. Percy, no entanto, não parecia feliz e Annabeth sabia o porquê. Era Nico, a cria de Hades que havia se tornado tão especial para ele...

– Acabou Percy, temos que sair daqui... – Annabeth tentou.

– Vão vocês, não sairei daqui até saber para onde Nico foi!

– Eu também ficarei – declarou Thalia.

Antes que Annabeth pudesse tentar avivar o bom-senso de seus amigos, o chão do salão começou a tremer fortemente e o sangue que escorria do corpo de Éris começou a se acumular ao redor do casulo de Érebo. A arma de Zelenna, preciso achar a arma!

Mas era tarde, o casulo absorvia o sangue divino com vivacidade, não demorou e ele rachou. As trevas ao redor do local foram também absorvidas. Um vendaval tomou conta do espaço. Eis que então uma mão cinzenta emergiu partindo a casca do casulo, depois outra. E então o casulo se rompeu e uma figura maléfica se libertou. Érebo estava livre! Um homem de vestes negras gastas, pele cinzenta, cabelos extremamente lisos e longos, ondulando pelo corpo esguio até a altura da cintura. Um cavanhaque também longo afunilava-se até abaixo do peito. Os olhos eram completamente negros, mesmo onde deveria ser branco. A túnica escura balançava violentamente no ritmo do vento, e ele era alto, muito alto e muito magro.

Finalmente... – suspirou Érebo com a voz rouca pela falta de uso – finalmente um pouco de ar fresco depois de éons de aprisionamento!

Annabeth estava sem palavras, tudo estava tão perto do fim, tudo estava... terminado! Zelenna ainda estava desaparecida junto com Nico, e era preciso encontrar a arma!

Percy rodou Excalibur em seu punho e preparava-se para investir contra o Primordial Érebo, Thalia preparava seu arco que-não-precisa-de-flechas. Jason transformou sua espada em uma lança. Leo estava com as mãos em chamas pronto para dispará-las. Annabeth tinha sua faca...

Érebo deu um passo à frente e Leo disparou suas chamas, a metros de atingir seu alvo as trevas engoliram as chamas com muita facilidade. Érebo levantou um dedo e as trevas se acumularam ao redor do filho de Hefesto tirando-lhe o ar e apagando suas chamas. Leo caiu de joelhos e inconsciente.

Jason sem pensar invocou um raio e o disparou contra o Primordial. Érebo apanhou a descarga elétrica e a reconduziu contra o filho de Júpiter que foi atirado longe, fulminado. Annabeth viu quando ele bateu com a cabeça na ponta de um archote e desmaiou, seu corpo exalava fumaça devido ao ataque reconduzido. Thalia disparou três projéteis de energia simultaneamente, não surtiram mais efeito do que as chamas de Leo, e assim como elas os projéteis foram engolidos pelas trevas. Érebo com um singelo movimento da mão direita fez com que Thalia flutuasse e ficasse presa no teto com o poder das sombras, a filha de Zeus foi elevada tão rapidamente que foi nocauteada.

A cada passo dado por Érebo, maior ele ficava e mais as trevas ao seu redor se intensificavam. Percy investiu contra ele. O Primordial disparou uma onda de energia negativa, mas felizmente, de alguma forma, a Excalibur protegeu Percy, repelindo o ataque inimigo.

Interessante... – murmurou Érebo fundindo-se as sombras e desaparecendo.

Apareça, covarde! – ululou Percy enfurecido – Não fuja!

Quem está fugindo, minha doce criança? – rebateu Érebo com a voz mais serena possível.

O chão que já era de pedra escura, ficou ainda mais escuro. As trevas se acumulavam por toda a parte correndo em fúria. Tentáculos afiados feitos de sombras irrompiam de todas as partes. Annabeth tentava se defender do melhor modo possível, e só estava conseguindo se manter a salvo porque aparentemente Érebo estava focado em Percy, não nela. Ataques irrompiam de todos os lados contra o filho de Poseidon que esquivava-se de todos com nata destreza. Embora seus golpes desferidos não chegassem perto de acertar seu inimigo.

Uma gargalhada nefasta veio de lugar nenhum com a voz rouca do Primordial. As trevas começaram a ganhar formas humanoides e logo toda a sorte de monstros nunca antes vistos ganharam vida. Alguns tentáculos agarraram as pernas de Percy, derrubando-o e desarmando-o.

O que faz o rei, quando perde sua espada mágica?!”, desdenhou Érebo ainda nas sombras.

Percy tentou se levantar, mas estava preso e cercado. Annabeth sentia-se paralisada diante daquela cena. As sombras ergueram Percy esticando-lhe os braços. O filho de Poseidon urrava de dor e fúria. Até que a Excalibur, segurada por nada aparente, ergueu-se longe apontando para seu peito.

O Grande Rei morto pela própria espada... Tenho certeza que cantarão sobre você, criança... Isso se alguém sobreviver sob a face da Mãe Terra!”

Excalibur foi arremessada com a ponta contra o coração de Percy. Annabeth gritou histérica. Virou o rosto, não poderia ver aquilo. Uma energia estranha percorreu o lugar, algo extremamente luminoso. A filha de Atena abriu os olhos lentamente, não podia acreditar no que via. Um ser alado de colossais asas espectrais brancas como mármore polido. Um verdadeiro anjo que empunhava uma foice cuja haste era feita aparentemente de ouro imperial. Excalibur, a espada sagrada, foi repelida por aquela foice e Percy foi salvo. O anjo tinha os cabelos lisos até o pescoço de uma cor branquíssima e brilhante, uma aura escapava de seu corpo dançando graciosamente como chamas místicas.

Uma luminosidade sem igual tomou conta do lugar, forçando Érebo a aparecer. As sombras que agarravam Percy foram destruídas assim como os monstros. O Primordial no entanto não parecia menor ou mais fraco.

– Então... – refletiu Érebo – Você é o filho da Morte, a terrível arma que ela criou...

Annabeth empalideceu-se de imediato ao perceber que o ser angelical ali era o filho de Hades. Não! Nico não pode ser a arma criada por Zelenna... Eu... Eu... vim até aqui para mostrar a Nöwa o caminho, ela virá... ela virá e... ela vai matá-lo! Annabeth imediatamente arrancou o colar que lhe fora dado pela Fada Primeva e tentou destruí-lo com sua faca de bronze celestial.

Percy levantou-se com dificuldade. Nico voava acima dele de frente para Érebo que flutuava nas sombras.

– Nico... – sussurrou Percy – Nico, é você?

Uma rajada de vento atirou Percy para trás, fazendo-o cair perto da Annabeth que o segurou firme, a Exacalibur pousou ao lado. Outra rajada apanhou Thalia no ar, libertando-a das sombras que a prendiam, e a trouxe para perto junto de Leo e Jason. Annabeth ouviu em sua mente a voz de Nico dizendo:

Leve-os daqui, mantenha-os seguros!”

Nico! Escute-me! Há pessoas atrás de você! Elas querem lhe matar! – tentou avisar Annabeth avistando um vulto azul-celeste que era provavelmente Nöwa, e mais outros três de cores variadas. Nico sorriu de canto.

Leve Percy! Leve todos para um lugar seguro! Eu encantei a Excalibur, faça com que todos a segurem, assim ela os levará de volta ao acampamento e desaparecerá para sempre como o devido. Agora vá, apresse-se!”

– Mas... Nico! Você vai...

Vá! Eu ficarei bem!”

Annabeth dispôs os três semideuses inconscientes lado a lado de bruços e com as mãos para frente, formando um semicírculo. Percy semi-inconsciente tentou protestar em vão. Annabeth cravou a Excalibur no chão de pedra e certificou-se de que ela estava sendo tocada por todos, assim ela também a tocou. A lâmina cinzenta brilhou intensa e Annabeth olhou uma última vez para o fillho de Hades. Avistou Nöwa acompanhada de outras três fadas igualmente majestosas investindo contra ele e contra Érebo. Depois viu a área dos chalés. Estavam todos salvos, e Nico di Angelo se fora...


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