Pernico - Love is a Long Road escrita por arcGabriel


Capítulo 30
Nico




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XVII –

Nico

Quando Nico viu Percy sendo atingido pela lança de Atena, ele perdeu os sentidos. A única coisa que pensava era em salvar seu amado, mas a força da deusa se impôs sobre ele. Nico foi arremessado contra uma parede e, ao bater com força a cabeça, desmaiou.

O foco demorou a se ajustar quando despertou, estava nos calabouços de Avalon e acorrentado com puro ferro cravejado com runas antigas de contenção que o impediriam de usar magia. Olhou em volta e estava só.

Tenho que sair daqui! Tenho que salvar Percy... e Thalia! O que aconteceu com eles?!

Percebeu que não lhe tiraram as botas mágicas que Gwid lhe dera. Gwid... o vingarei meu amigo, juro que o vingarei!

Tentou bater as botas, mas as runas estavam impedindo seu poder. Droga! Como vou sair daqui?

Deixe-me ajudá-lo...”, sussurrou uma voz feminina conhecida, mas não havia ninguém ali, até que sentiu mãos gentis nas suas, tentando livrá-lo dos grilhões. Nico quase não acreditou ao ver aquela mulher, os cabelos com pequenas tranças, a camiseta do acampamento, olhos que pareciam mudar de cor e a pele morena.

– Piper?! Como é possível...? – perguntou incrédulo.

– Não poderia ter partido em paz, não com todo o arrependimento que guardo comigo... Vou ajudá-lo Nico, vou ajudá-lo até que essa guerra acabe e vou ajudá-lo contra os ardis de minha mãe. Só assim minha alma poderá descansar em paz, seja lá onde for!

Com uma incrível maestria Piper libertou Nico dos grilhões usando sua adaga como chave. Um talento digno de um filho de Hermes...

Nico acenou agradecido. Piper parecia apreensiva.

– Alguém está vindo... Tome, quero que fique com isso! – disse Piper entregando-lhe a Katropis.

– Por que está me entregando a sua adaga Piper?

– Para lembrá-lo de que Atena pode ser derrotada... – respondeu ela desaparecendo no ar.

Nico ouviu passos, guardou a adaga em seu manto e passou os pulsos e calcanhares sob as correntes para fingir estar preso. Havia um vão no lugar de uma porta na masmorra, e por ele entrou uma moça vestida com um manto simples de lã não tingida, de cabelos claros e amarelos como palha, e de olhos castanhos. O juramento divino por fim não cumprido; conduzirá sábios traidores pelo caminho proibido..., lembrou Nico da profecia proferida por Rachel quando Horcos atacou o acampamento.

– Vejo que acordou – comentou Mila. Nico permaneceu em silêncio. – Sabe, você não parece mais tão importante amarrado desse jeito como um animal próximo do abate! Avisei à Senhora que não poupasse sua vida, mas ela insiste que você será necessário para os planos que têm.

– Não ajudarei Atena, nunca o faria! – disparou Nico, uma raiva monstruosa crescia dentro de seu peito misturada com desprezo. – Por que me traiu Mila? Por quê?

A jovem sentou sob os calcanhares frente a Nico e o encarou profundamente nos olhos.

– Sabe quanto tempo servi a sua irmã, Morgana? Tempo demais! Eu morri por Avalon como sacerdotisa, e ela me tirou a paz da morte e por mais de mil anos a servi, e depois a você! Estou farta, Atena me devolveu a juventude e a minha vida antiga!

Nico podia ver o brilho de satisfação nos olhos de Mila, o que o deixou com muito mais ódio! Nada teria acontecido se ela não tivesse ajudado Atena... Teríamos a derrotado junto com Éris, mas Mila estragou nossa surpresa e nos condenou, se não fosse por ela... Percy...

– Jamais a perdoarei Mila! Sabe o que acontece com os traidores, não sabe?

– E o que você vai fazer? Irá me esfolar e me enterrar viva na fenda de um carvalho? Olhe para você Rei Fantasma! Não está em condições nem de ajudar você mesmo!

– Você pertence ao Mundo Inferior, uma vez que lá já esteve. Ninguém retorna sem uma marca e Morgana me ensinou bem Mila...

Nico viu o pavor se apoderar da satisfação nos olhos da jovem. Ela tentou correr, mas era tarde demais. O filho de Hades livrado das correntes invocou as palavras para subjugar a traidora:

Simqa Hades li sekye... Kadalyei siqën!

Uma caveira cruzada por uma foice surgiu na face de Mila e começou a queimar com o fogo negro amaldiçoado. Ela teria gritado, mas a garganta se queimou muito rápido junto com as cordas vocais e os únicos sons ouvidos foram os do corpo da traidora se debatendo em profunda agonia no chão de pedra do calabouço e os do crepitar daquelas chamas mortais. Nico admirava a transformação da jovem em cinzas: Annabeth é a próxima, assim como Atena...

Subiu a escadaria da masmorra, quase não sentia a energia pulsante da vida que vinha de Thalia nem da de Percy. Eles não podem morrer... não podem!

Cruzou dúzias de corredores e, de repente, sentiu a energia de Percy se ascender de forma assombrosa. Continuou correndo se perguntando se a adrenalina não estava a lhe pregar peças. Viu sombras vindo em sua direção e escondeu-se invocando através das sombras sua espada de ferro estígio. Sentiu a presença muito mais perto e atacou, ferro atingiu aço num impacto terrífico e tanto o inimigo quanto Nico caíram, mas logo se levantaram em posição de ataque.

– Elü? – perguntou Nico com espanto ao ver seu velho amigo elfo, que aparentemente não estava sozinho: Jnël, a Venie de cabelos castanhos e olhos meio vermelho e meio laranja, logo seguida de Manina com os cabelos inquietos longos e pretos e de profundos olhos azuis, Thalia estava apoiada em seus ombros muito abatida com a tiara de Comandante ainda presa em seus cabelos, ambas as fadas estavam vestidas com armaduras leves prateadas.

– Nick? Graças aos Deuses! Vocês estavam demorando e resolvemos vir em auxílio! – declarou Elüho embainhando Lacrimosa, sua espada longa élfica de punho dourado, ele e Nico se abraçaram e junto das fadas foram procurar pelo filho de Poseidon.

Thalia contou como Percy foi atirado na Sala Sagrada através do Grande Salão. Correram para lá com menos cautela do que o devido. Não viram nem sinal de Atena. Será que libertaram Zelenna? Não poderiam...

Pelas janelas abertas do templo, Nico contemplou a guerra que acontecia à margem do lago, elfos, fadas e alguns outros seres místicos lutavam contra os terríveis monstros lacaios de Éris.

Ao chegar no Grande Salão, Nico viu o antigo trono destruído junto com a parede que separava o cômodo com a Sala Sagrada. Correu para lá na esperança de que Percy, de alguma forma, ainda estivesse vivo. Ele está! Sei que está!

Uma adaga fria de aço em seu pescoço o interrompeu.

– Como pôde ousar levantar sua espada contra a Deusa, Merlin? – inquiriu Aggna, que parecia irada e segurava firmemente a adaga contra a garganta do filho de Hades que não a sentiu se aproximar. Como o esperado vindo da Anciã das Fadas...

– Atena não é a Deusa, Aggna. – Rebateu Nico. – Ela nos arruinará quando libertar Érebo e, por fim, o Caos!

– Não cabe a você julgar os atos da Deusa! – ralhou Aggna. – E vocês, – disse mirando o elfo e as fadas – recuem ou serão igualmente julgados por traição!

– Eles não tem nada a ver com isso Aggna – declarou Nico encarando os olhos da Anciã que eram como chamas destacando ainda mais o prateado de seus cabelos – Elüho, leve Thalia para um lugar seguro, ela precisa de cuidados...

– Ninguém vai a lugar algum até Zelenna ser libertada! – declarou Aggna – Não permitirei que traiam a Deusa!

Um barulho de água corrente pôde ser ouvido, o menor movimento da Anciã poderia cortar a garganta do filho de Hades. Água irrompeu do vão feito onde ficava o trono e uma lâmina escura, longa e resplandecente surgiu contra o pescoço de Aggna.

– Solte a adaga, agora! – rugiu uma voz que Nico conhecia muito bem, era a voz de Percy!

A Anciã tremia, as chamas em seu olhar pareceram se apagar sendo substituídas por incredulidade.

– Essa... essa energia... não... não pode ser... – gaguejou ela se virando aos poucos. Depois Nico só se lembrava de vê-la se ajoelhando perante Percy que, felizmente, parecia perfeito como sempre. Estava muito molhado, mas não parecia ferido.

– O que... o que está fazendo? – indagou o filho de Poseidon um pouco constrangido.

Elüho e Jnël também se ajoelharam, Manina abaixou a cabeça em uma mesura já que não podia se ajoelhar por estar servindo de apoio à Thalia. Só então Nico prestou certa atenção na espada que Percy estava empunhando, e então se curvou em profunda reverência. A esperança reside no aço do guerreiro...

– Nico?! Pessoal?! Por favor, parem com isso!

O filho de Hades sentiu as mãos fortes de Percy sobre seus ombros, erguendo-lhe e lágrimas invadiram seus olhos.

– Por que está chorando Nico? – perguntou o mais velho preocupado.

– Você foi escolhido pelos Deuses para ser o Grande Rei, e... todo rei precisa de uma rainha...

Percy guardou a espada numa bainha vermelha com runas sagradas que pendia em sua cintura. Beijou Nico apaixonadamente, e quando o ar já não podia mais ser ignorado sussurrou-lhe:

– Você é tudo o que eu preciso!

Nico desejou ficar ali perdido no olhar brilhante do mais velho, mas um tremor balançou as estruturas do templo e um pressentimento terrível lhe afligiu.

Zelenna!


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