Pernico - Love is a Long Road escrita por arcGabriel


Capítulo 29
Percy




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– XVI –

Percy

Sentia tantas dores que a queda pareceu-lhe acontecer num simples segundo. Chocou-se violentamente contra a superfície formada pelas águas que rodeavam um poço de frente à quatro estátuas colossais de deusas. Por muito pouco Percy não foi atingido pelas pedras que caíram junto com ele quando a parede cedeu graças à força posta por Atena.

Era desesperador! Flutuava com a cabeça submersa sem forças sequer para se virar, ainda estava transpassado pela lança da deusa. Não conseguia respirar, um filho de Poseidon se afogando...

Estava fraco demais para se debater e não demorou até sentir a consciência lhe abandonar. Tudo ficou escuro e de repente, como num sonho, apareceu ao lado de uma mulher pequena e escura vestida em um vestido de festa muito antigo, tinha os cabelos e os olhos tão negros como os de Nico, estavam no peitoril de uma torre de algum castelo no alto de um monte, parecia estar acontecendo uma grande festa.

– Olá – cumprimentou a mulher com um sorriso enigmático.

– O... olá... – Percy estava seriamente confuso – Você... pode me ver...? Eu não entendo... onde estou...?

– Em Camelot, muitos e muitos anos atrás! – respondeu a mulher fitando a incrível quantidade de pessoas que entravam pelo portão principal.

Percy ficou atônito, havia morrido, não? Por que viajara no tempo ao invés de ir para o Mundo Inferior?

– Quem é você? – perguntou sério.

– Um dos muitos fantasmas de Avalon e, se não me engano, sua cunhada. – Um sorriso travesso atravessou o rosto da mulher. O filho de Poseidon quase nada entendia. – Venha – convidou ela saindo em direção à uma escadaria.

Percy a seguiu, passaram por algumas pessoas que faziam algumas reverências à mulher e nenhuma delas parecia poder vê-lo. Logo chegaram a um salão imenso com uma mesa redonda no estrado muito parecida com a que vira em Avalon e muitas outras mais comuns muito bem organizadas já se enchendo de convidados, todos com roupas muito estranhas.

A mulher dirigiu-se ao estrado e Percy a seguiu, viu um homem loiro com uma barba rala e a pele queimada de sol que, se não fosse pela cor de seus cabelos, juraria ter visto seu próprio reflexo num espelho! Ele sorriu ao ver a mulher.

– Morgana! Minha irmã, venha, sente-se aqui ao nosso lado!

À direita do homem estava sentada uma mulher muito branca de olhos claros e cabelos loiros muito parecida com Annabeth e à esquerda estava um rapaz escuro de cabelos negros longos e olhos de ônix com uma capa vermelha pendendo nas costas. Deuses, ele se parece com o Nico!

Mas o que significava aquela visão? As duas pessoas mais importantes para Percy ali um pouco diferentes sentadas ao lado de um Percy loiro. A mulher ao seu lado riu com satisfação, mas limitou-se a sentar à mesa redonda e fazer um gesto para que ele fizesse o mesmo.

Quando se sentou o dia pareceu morrer, como mágica tudo ficou escuro e todos os convidados haviam desaparecido com exceção dos muito bêbados que nas mesas ou até mesmo no chão jaziam desmaiados.

– … onde está Kevin, o Harpista? Não vou ter música na minha própria festa? – perguntou o homem que se parecia muito com Percy, estava obviamente muito embriagado.

O homem que se parecia com Nico respondeu:

– Não tenho dúvidas de que ele foi adorar a Deusa nas fogueiras, e tocar ali sua harpa, na ilha do Dragão.

– Ora, isso é traição – resmungou o sósia de Percy com a voz empastada – e mais uma razão para proibir as fogueiras de Beltane, a fim de que eu tenha música.

A mulher que aparentemente se chamava Morgana riu e disse alegremente:

– Você não pode mandar na consciência dos outros, meu irmão. Kevin é druida e tem o direito de oferecer sua música aos Deuses que respeita, se assim o quiser.

– Também já estou cansado de música e festa – anunciou o que se parecia com Nico, levantando um copo e bebendo-o de um trago – Viajei desde antes do amanhecer, pois queria estar presente aos jogos de hoje, e dentro em pouco pedirei licença para ir dormir, Artur. – o homem ainda disse alguma coisa aos ouvidos da mulher que se parecia com Annabeth e saiu.

Morgana se levantou e também saiu puxando Percy.

– Sabe, minha mãe foi obrigada a se casar realmente muito nova com um homem muito velho chamado Gorlois – dizia ela enquanto andavam por um corredor amplo cercado por um magnífico jardim – Igraine sempre foi muito linda e acabou seduzindo o Senhor do Mundo dos Mortos. Sou filha de Hades.

– Então você é irmã do Nico! – percebeu Percy espantado.

– De fato, – concordou Morgana indiferente – o que significa que também tenho meus talentos com as sombras...

Dito isso uma sombra os engoliu e os sustentou presos a um teto de pedra, Percy viu três pessoas se beijando e se acariciando juntas numa grande cama adornada com muitos tecidos finos.

– Mas o que é isso? Por que nos trouxe para cá? – disparou incrédulo.

– Preste à atenção, veja com os olhos que não pode tocar. – Dessa vez a voz da mulher saiu ríspida.

Percy encarou aquela cena e se arrepiou ao ver que aquelas pessoas eram Nico, Annabeth e ele... não de verdade, mas os que se pareciam muito com eles.

– Lancelote acabou se apaixonando por Gwenhwyfar, mas sempre amou Artur, muito mais que como um simples amigo ou como um parente. Sei que Artur também sentia o mesmo, mas nessa época não era apenas Gwenhwyfar o obstáculo, mas toda uma nação! Deve ter percebido a semelhança entre eles e vocês, não Perseus? São suas vidas passadas! E pensar que um dia me apaixonei por um primo que um dia reencarnaria como meu irmão – riu ela como se aquilo fosse muito mais que uma simples ironia.

– Não entendi. – falou Percy por fim e uma vez mais caíram nas sombras, e dessa vez apareceram na Sala Sagrada de Avalon. O filho de Poseidon contemplou seu corpo provavelmente morto flutuando na água sagrada das fadas e de pé ao seu lado estava uma mulher muito velha com uma coroa de juncos sustentada pela cabeleira branca.

– Os Deuses quase sempre se apaixonam por mortais que possuem a Visão, o que os torna capazes de ver através da Névoa, e essa é uma característica herdada com o sangue das fadas! Atena em seu orgulho e castidade ignora esse fato, uma vez que gera seus filhos de maneira peculiar com a interação entre os pensamentos seus e os dos mortais cuja inteligência ou sabedoria a cativam – explicou a velha arrancando a lança do corpo inconsciente de Percy e este então percebeu pelo tom de voz que era, de alguma forma, Morgana aquela senhora – Agora, acorde criança...

Percy sentiu-se puxar para dentro de seu corpo e tudo voltou a escurecer. Abriu os olhos devagar e ainda estava submerso. Dessa vez sua força parecia estar totalmente restaurada, então se ergueu num salto. Tateou o ombro no lugar onde foi atingido e estava estranhamente cicatrizado. Uma luz estranha fulgia de dentro do poço sagrado, Percy se aproximou e viu uma esplêndida espada fincada nas pedras do poço aparentemente seco.

Isto lhe pertenceu em sua vida passada, declarou uma voz que só podia ser a de Morgana, aceite como um presente, se provar ser merecedor de tal relíquia! Use-a sempre com sua bainha e assim nenhuma ferida lhe será mortal...

Percy apalpou a cintura e sentiu a bainha, era feita de tecido vermelho como sangue e havia várias inscrições místicas gravadas nela manualmente.

Por que hesita? Vamos, tente puxar! Você não tem muito tempo!

Percy então ajeitou sua mão direita na pegada da espada e a puxou com toda a sua força, as pedras que prendiam a espada se romperam e um brilho amarelo fulgurou pela Sala Sagrada. A espada era enorme, mas seu peso e seu equilíbrio pareciam perfeitos!

– Uma espada assim deve ter um nome... – refletiu.

De fato ela o tem, concordou a voz de Morgana. Está a empunhar o aço supremo do guerreiro! A matadora dos deuses! A lendária Excalibur! E isso faz de você o novo Grande Rei...


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