Meu Querido Blog... escrita por Lis Sampaio


Capítulo 8
A Garota Atchim!


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de pedir desculpas NOVAMENTE pelo atraso. Me desculpem cupcakes, eu tive prova do governo hoje e ontem e acabou não dando para postar :c .
Agora, queria agradecer a Miss Mari por ter recomendado a fic. Sério, estou extremamente feliz! *--* Muitíssimo obrigada sua diva, esse capítulo é dedicado a você! :3
Enfim... Aproveitem meus lindos! o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522512/chapter/8

Sally

Acordei com o sol batendo em meu rosto pela janela. Os passarinhos cantavam do lado de fora de casa, já era de manhã e eles sempre faziam isso logo que davam oito horas. Com certeza o som era mais agradável do que um despertador.

Eu me levantei da minha cama, coloquei minhas pantufas de sapinho e me dirigi até o banheiro que tinha em meu quarto. Quase tive um treco quando me olhei no espelho. Meus cabelos sempre foram muito enrolados e armados, mas naquele momento parecia que eu não os penteava fazia séculos.

– Srta. Marianne? - Elisie, uma das empregadas, bateu na porta do meu quarto. - Você está acordada? Posso entrar?

– Estou. Pode entrar Elisie. - Gritei de dentro do banheiro.

Ela abriu a porta de meu quarto e foi até mim, com uma bandeja na mão. Meu café da manhã.

– Elisie, já disse que você não precisa trazer meu café aqui em cima. Mas mesmo assim, muito obrigada.

– Ah, sim Srta. Marianne... Onde eu deixo o café? - Perguntou.

– Pode deixar em cima da cama. E eu também já disse sobre me chamar de Srta. Marianne. Pode me chamar só de Sally, ok?

– Tudo bem Srta... Digo, Sally. - Ela sorriu pra mim e saiu de meu quarto.

Eu terminei de pentear meu cabelo e fui me trocar. Coloquei uma calça jeans, um tênis e minha camiseta favorita ( Uma multicolorida estilo hippie que eu mesma tingi. ). Antes de sair, tomei meu café da manhã que Elisie havia deixado.

Eu desci as escadas correndo e peguei minha bolsa, onde se encontravam meus cadernos de desenho, meus lápis, canetinhas, réguas e folhas de sufite. Mas antes que eu pudesse sair de casa, Lionel, o meu suposto "supervisor", me parou.

– Onde vai, mocinha? - Perguntou.

– Eu? - Perguntei.

– Não. Estou falando com a parede. - Ele disse, irônico.

– Ah, a parede não vai pra lugar nenhum, ué. - Retruquei.

– Ah, muito engraçado. - Ele bufou - Onde você vai?

– Vou para o jardim.

– Você sabe que não pode ficar lá. Sua alergia sempre piora quando vai para o jardim.

– Eu sei, mas é meu lugar preferido da "casa". - Eu fiz aspas com os dedos.

– Por que as aspas? - Lionel perguntou.

– Porque isso não é uma casa. Acho que tá mais para um condomínio. - Eu disse - Poderíamos alojar mais de 9 famílias aqui.

Lionel revirou os olhos. Ele odiava quando eu reclamava do tamanho absurdo de nossa casa, ou quando eu falava mal da minha mãe por ela não deixar eu doar nada que eu tinha.

– Sally, acho melhor você não ir para o jardim. Vá para a sorveteria ou algum outro lugar... Mas não fique perto de flores.

No mesmo momento, uma das empregadas passou com um buquê de flores perto de mim, e eu não consegui conter meu espirro.

– Viu? - Ele disse num tom debochado.

– Tudo bem, vou pra sorveteria então...

– Ok. Volte antes das quatro. - Lionel sorriu e acenou pra mim.

– Tá bem. - Eu acenei de volta e saí.


Quando cheguei na sorveteria, notei que ela estava vazia. Nunca na história da minha vida eu vi aquela sorveteria tão vazia num sábado. Sério, aquilo era uma coisa extremamente rara. E então eu resolvi me aproveitar da situação e comprar bem rápido meu sorvete.

Me aproximei do caixa, e então eu descobri o sentido da expressão "que mundo pequeno". Dei de cara com Sophia vestida com o uniforme da sorveteria.

– Sophia? - Perguntei, mesmo sabendo quem era.

– Sally? - Ela perguntou.

– Não sabia que trabalhava aqui. - Eu disse.

– Eu estou aqui hoje só pra completar meus dias. Eu venho de terças, quartas e domingos.

– Ah, certo.

– Vai querer o quê?

– Casquinha de baunilha. - Eu deixei o dinheiro em cima do caixa.

– Pera aí.

Ela saiu e logo voltou com minha casaquinha.

– Obrigada. - Eu peguei meu sorvete. - Tenha um bom trabalho!

– Obrigada, Sally. - Ela deu um sorriso de lado. - Não posso mais ficar conversando, tenho trabalho. Então até segunda...

– Até!

Eu saí de lá fui andando pra uma praça, e no caminho acabei tendo um flashback do dia anterior, quando ficamos presos na sala.

Enquanto eu desenhava, percebi que os Jason e Sophia haviam dormido. Jason estava deitado no ombro de Sophia, de uma forma extremamente fofa, que me deu vontade de tirar uma foto. E pois é, foi isso que eu fiz. Mas logo depois eu ouvi um barulho vindo do outro lado da porta, era um barulho de chave.

– Sally. - O zelador abriu a porta da sala.

– Zelador Will! Que bom! Vou acordar os dois aqui e...

– Não. Sua mãe está te esperando, você precisa vir rápido.

Ele puxou meu braço e me levou até o telhado da escola, onde minha mãe havia estacionado um helicóptero. Tentei gritar com ela, mas o barulho das hélices eram mais altos.

E então... Bum! Acordei de meu flashback.

– Ei! Sally! - Senti alguém me chacoalhar.

– Hem?

Eu esfreguei os olhos como se tivesse acabado de acordar de um sonho. Foquei um pouco minha visão e pude enxergar com clareza a pessoa que estava à minha frente. Arthur Jaymond Dakota, um garoto muito simpático e amigável, tinha cabelos pretos, a pele escura e olhos cinzas, porém deveria ser uns 10 metros maior que eu, que sou bem baixinha. Novamente, que mundo pequeno. [ N/A: Viu Sally? O mundo está à sua altura! ashuashuashau, tá parei.]

– Sally? Você tá bem? - Ele perguntou.

– Sim, eu acho que sim... Só estava pensando.

– Pensando? Parecia que você tava dormindo de olhos abertos. - Ele riu e foi andando ao meu lado.

– É, eu tenho o costume de... pensar assim... - Eu ri também.

– Então... Anh... Onde você vai?

– Pra praça, e você?

– Treino de basquete. - Ele revirou os olhos.

– Estão nas finais?

Arthur assentiu.

– Boa sorte, então. - Eu disse, sorrindo.

– Obrigado baixinha. - Ele bagunçou meu cabelo e deu um sorriso. - Já vou indo, até mais.

Ele virou na direção contrária da minha e desapareceu de meu olhar. Arthur era muito legal, e não vou mentir para mim mesma, talvez eu gostasse dele. Não no sentido amigável, no outro sentido.

Logo que cheguei na praça, percebi que ela estava bem cheia. Tirei uma barrinha de cereal com chocolate de minha bolsa e sentei-me num banco.

– Ah... - Acabei deixando um suspiro escapar.

A sensação de ar livre era muito boa, mas mesmo com os pássaros cantando e as pessoas rindo e conversando, o barulho de carros era realmente insuportável.


...

Assim que deram três e meia, eu fui pra casa. Provavelmente as serventes preparariam um lanche da tarde maravilhoso, com manteiga de amendoim e geleia de qualidade.

– Bem vinda de volta, Sally. - Lionel abriu um sorriso. - Hora do lanche.

– Muito obrigada, babá. - Eu disse, brincando.

Lionel era uma espécie de babá mesmo. Ele que tinha que tomar conta de mim e me supervisionar, já que minha mãe nunca estava lá pra isso. Meu pai? Ah, meu pai sumiu no mundo assim que minha mãe disse que estava grávida de mim. Lionel era meu segundo pai e também o irmão que eu não tinha.

– Ei Lionel, o que acha? - Eu peguei meu caderno de desenho e mostrei um desenho que eu havia feito na praça.

– Que bonito, Sally. Você está melhorando muito nos desenhos! Estão ficando cada vez mais bonitos.

– Sério?

– Sim. Agora vá se lavar para comer, ok?

Eu assenti e me dirigi ao banheiro. Assim que eu terminei de lavar minhas mãos, fui para a cozinha, onde encontrei uma mesa com diversas coisas que se comem em um lanche da tarde. Eu ficava muito contente de ter tudo aquilo, mas as vezes me doía um pouco por saber que várias pessoas não poderiam ter o mesmo que eu.

– Hum... Delícia... Muito obrigada Diana! - Eu disse, saboreando o sanduíche que haviam feito para mim.

– Não há de que Sally! - Diana abriu um sorriso.

– A propósito, Sally. - Lionel colocou a mão em meu ombro. - Sua mãe está em casa. Ela quer conversar com você depois do lanche.

– Ah, droga... Eu queria ter me atrasado mais um pouco... - Eu revirei os olhos. - Provavelmente é aquela proposta estúpida de novo. Escola particular só para garotas...

– Não trate essa proposta assim, Sally. Você está tendo uma grande oportunidade que não é qualquer um que teria. Você pode ter um grande futuro se for para essa escola... - Lionel deu um sorriso reconfortante.

– Mas...

– Nada de "mas". Vá conversar com sua mãe. Você já terminou certo?

Eu assenti e fui até o escritório de minha mãe que ficava no andar de cima.

– Mãe? - Bati na porta.

– Entre. - Ela disse, com seu tom de seriedade de sempre.

Eu entrei no escritório e comecei a observar tudo cuidadosamente. Qualquer coisa se tornava mais interessante do que a minha mãe num momento desses.

– O que você quer conversar, mãe? - Perguntei, firmemente. - É sobre a escola deno...

Antes de eu terminar a frase, acabei soltando um espirro. Quando eu olhei para os lados eu percebi que o buquê que a empregada carregava mais cedo estava em cima da mesa de minha mãe.

– Essas alergias... Eu pensei que haviam melhorado... - Ela disse, como se realmente se preocupasse comigo. Por um segundo eu quase acreditei, mas quando ela olhou pra mim revirando os olhos, eu logo mudei de ideia.

– De quem são essas flores? - Perguntei. - Outro estúpido namorado?

Deixei um espirro escapar novamente. Logo comecei a me coçar um pouco, o que fez ela guardar o buquê em cima de uma prateleira bem longe de mim.

– Isso não é o que temos pra conversar. Eu te chamei pra falar sobre sua nova escola.

– Eu não vou. Escolhi estudar numa escola normal, só pra não ter que viver como uma menina rica e mimada. Não posso simplesmente mudar de escola.

– Claro que pode.

– Não, não posso e nem vou. - Eu me virei de costas para ela.

– Sally Marianne Kenson. Volte aqui. - Ela segurou em meu braço.

Eu dei um longo suspiro, me segurando para não xingá-la.

– Mãe. As únicas vezes que você se preocupa comigo, é quando é relacionado ao seu trabalho. - Eu disse - Aposto que você quer me colocar nessa escola só para eu ser a "herdeira responsável" da sua empresa. Ou então é por que você ouviu falar que a filha de uma de suas rivais está numa escola riquíssima, e quer me colocar lá só para se mostrar maior que os outros. - Eu me soltei de minha mãe. - As empregadas e o Lionel são mais minha família do que você.

Abri a porta e saí correndo até meu quarto. Eu ouvi minha mãe gritar me chamando, mas eu não dei atenção e tranquei a porta.

– Eu odeio isso. - Disse para mim mesma.

Fui até minha escrivaninha e comecei a desenhar meus sentimentos. Sempre que ficava numa situação dessas, eu desenhava para acabar com minha raiva.

O tempo passou e eu nem percebi. Meu desenho estava indescritível, como meus sentimentos. Peguei meu notebook para ver se tinham novas postagens no blog que eu acompanhava, 'Action Outraged'. Era talvez um dos mais famosos da internet, e com muitos motivos.

– Ah, nada hoje... - Suspirei.

Eu estava bem melhor depois de desenhar. Decidi então ver que horas eram, mas para a minha surpresa meu celular não estava na minha mochila, nem nas minhas gavetas e nem em lugar nenhum da casa.

– Lionel! - Eu chamei ele. - Você viu meu celular?

– A última vez que eu o vi, foi quando Stela passou aqui. Ela estava com ele na mão.

– Stela passou aqui?!

Eu entrei em pânico. Ela com certeza veria a foto que eu tirei de Sophia e Jason e mostraria para Dove. Elas espalhariam para a escola inteira e eu acabaria com a vida social de Jason e Sophia (Apesar de eles não terem nenhuma vida social... ).

– Tenho que achá-la. - Peguei meu casaco e saí de casa correndo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem sua opinião, é muito importante para mim! :3
Novamente, agradeço pela recomendação Miss Mari :3 Valeu mesmo!
Até mais, cupcakes!