Meu Querido Blog... escrita por Lis Sampaio


Capítulo 7
Apenas uma visita... Ou não.


Notas iniciais do capítulo

H-E-L-L-O! Eu disse que ia postar o capítulo na terça, mas acabou não dando tempo de eu postar devido a quantidade absurda de trabalhos e provas marcadas na mesma semana. Ainda acho que os professores fazem parte de uma associação secreta do mal feita para ferrar todos nós! Tá, parei.
Bem, eu espero que gostem do capítulo!
Enjoy!



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Andamos por um tempo até chegarmos na casa de Jason. Era uma casa comum, do tipo que toda família comum moraria.

– Bem, não se assuste e por favor não fique traumatizada quando voce conhecer meus irmãos. - Jason disse.

– Hem? Por quê? - Perguntei.

– Você vai ver.

Ele abriu a porta e nós dois entramos.

– Jay! - Um garotinho veio correndo em nossa direção e deu um abraço em Jason.

– Hiro! - Jason bagunçou o cabelo dele - Cumprimente a nossa convidada.

– Muito prazer! Eu sou o Hiroki! - Ele deu um sorrisinho e eu percebi que lhe faltavam alguns dentes.

– Muito prazer, sou a...

– Sophia, eu sei! - Ele me interrompeu. - Jason só fala de você aqui em casa. Sophia isso, Sophia aquilo... Mas eu pensei que você fosse mais bonita e...

– Chega Hiro. - Jason lhe lançou um olhar de "Se não calar a boca eu te esgano". - Onde estão nossos pais?

– Acho que a mamãe está na cozinha, e o papai está no trabalho ainda.

– Tá bom...

Ele olhou para mim e me levou para a cozinha, onde uma mulher cozinhava.

– Mãe? - Jason chamou.

– Oi filho! - Ela abriu um enorme sorriso e dirigiu o olhar pra mim - Trouxe uma convidada? Que ótimo!

– Mãe, essa é a Sophia. Sophia, essa é a minha mãe.

– Oi, querida. É um prazer te conhecer. - Ela disse.

– O prazer é meu, Sra. Okami.

– Por favor Sophia, me chame só de Masako.

– Anh, mãe... - Jason interrompeu nossa conversa - pode nos avisar quando o jantar estiver pronto? Eu vou apresentar a casa para Sophia.

– Tudo bem, filho.

Jason me puxou pra fora da cozinha.

– Bem, aqui é a sala e como pode ver, ela está sempre bagunçada. - Ele apontou para um monte de papéis e gizes jogados. Deduzi que eram de Hiroki.

Subimos uma escada que levava à um corredor com quatro portas.

– Aqui é o banheiro - Ele abriu uma porta que ficava bem no início do corredor. - E esse é o quarto dos meus pais.

Ele abriu outra porta logo ao lado do banheiro. Lá tinha um quarto de casal basicamente normal.

– Aqui - Ele abriu uma porta mais à frente - Era o quarto da Olivia, minha irmã.

– A que mora no Canadá? - Perguntei

– Sim, ela ficava aqui antes de ir embora com o noivo à quatro anos atrás.

– E vocês deixaram tudo aqui?

– É, na verdade é por que de vez em quando ela vem nos visitar. E também, antes de ir pro Canadá, ela deixou bem claro que não queria absolutamente NINGUÉM no quarto dela.

Eu dei uma risada e ele sorriu pra mim.

– Bem, só falta mais um quarto. - Ele foi para o fim do corredor - O meu e dos meus irmãos.

Jason abriu a porta, revelando um quarto branco com duas beliches, uma TV com video game, algumas prateleiras com action figures, um guarda-roupa com quatro portas e uma porta onde provavelmente seria o banheiro. Na frente da TV estavam dois garotos parecidos com Jason, um parecia ter uns 17 anos e o outros deveria ter uns 19.

– E aí Jason. - Falou um deles, sem tirar os olhos da TV.

– Epa, pera... - O outro olhou para mim. - Jason trouxe uma garota pra casa?

– Uma garota? - O primeiro se aproximou de mim. - É sua namorada, Jason?

Eu olhei para Jason, ele estava corado.

– Não seus idiotas! Sophia é só uma amiga. - Jason suspirou - Sophia, esses são meus irmãos mais velhos Yuichi e Kei. Uma dica: Não ligue pro que eles falam.

– Cara, sua amiga é bonita... - Yuichi, o mais novo, se aproximou de mim. - Se você não quiser ela, eu quero.

– Cala a boca. - Kei bateu na cabeça do irmão - Está assustando a garota. Oi, ignore o Yui, ele é retardado. Hum... Você é solteira?

– Imbecis... - Jason me puxou pra dentro do quarto. - Quer jogar video-game?

– Eu? Acho que a última vez que eu joguei video game foi quando eu morava com a minha tia. Ou seja, à 4 anos atrás. Eu não sei nada sobre video-game.

– Tudo bem, é só eu te ensinar. - Ele me entregou um controle de Xbox e ligou o jogo. - Conhece Street Fighter?

– Conheço... Mas só por ouvir as pessoas falarem, mesmo.

– É um jogo de luta. Olha, aqui é soco, aqui é chute, aqui é pra andar, aqui é pra defender, aqui é chute forte, esse é de pular, e se você aperta esses botões libera a magia. Entendeu?

– Acho que sim.

– Ótimo, vamos jogar. - Ele selecionou um personagem. - Escolhe um personagem aí.

Eu fui passando os personagens e acabei escolhendo uma chamada Sakura. Ela vestia roupas de colegiais japonesas estilo marinheiro e tinha o cabelo curto com uma faixa branca amarrada na cabeça.

– Sakura? Você escolheu mesmo a Sakura? - Kei apareceu ao meu lado.

– Escolhi. Por quê?

– Ela é péssima. - Yuichi apareceu do meu outro lado.

– Eu também sou péssima, então nós combinamos. - Eu disse.

Os dois deram de ombros e se afastaram, pois o jogo havia começado.

Eu fiquei apertando qualquer botão e desviando das magias que o personagem do Jason mandava. Dei alguns chutes, murros e apertei alguns botões que não faziam nada, mas no final acabei perdendo por causa de um 'Ultimate Combo Supremo'. É, eu realmente não tinha aquele negócio chamado sorte de principiante.

– Você foi bem. - Jason disse.

– Só está dizendo isso pra me consolar, né? - Perguntei.

– Sim... - Ele riu.

– Eu sabia. - Eu ri também.

– Quer jogar de novo? - Perguntou.

– Tá bom. Revanche, agora.

Nós ficamos jogando por um bom tempo, eu não sabia o quanto aqueles jogos eram viciantes. Só paramos de jogar quando Hiroki apareceu nos chamando pra jantar:

– Jay, a mamãe ta chamando você e sua namorada pra jantar. Ela fez uma comida especial hoje.

– Caramba, Hiro. Sophia não é minha namorada, seu bobo. - Jason se levantou do chão e estendeu a mão pra eu me levantar.

Nós saímos do quarto e descemos as escadas, indo direto para a sala. Lá todos haviam se reunido ao redor de uma mesinha de centro que estava cheia das mais variadas comidas japonesas.

– Mãe, por que fez isso? Nós não íamos comer pizza? - Jason perguntou.

– Ah filho, achei que seria legal comermos assim hoje.

– Mãe, você só está querendo se aparecer na frente da Sophia.

– Ah deixa de besteira, Jason! Sente-se aí e coma. - Ela apontou pra um lugar vazio - Sente-se, Sophia. Aproveite a comida.

Masako sorriu para mim e apontou para o lugar ao lado de Jason. Eu me sentei e nós começamos à comer.

Realmente, aquele foi um dos jantares mais gostosos e divertidos da minha vida. Hiroki bagunçava o tempo todo e contava piadinhas sem graça. Kei e Yuichi ficaram falando coisas sem noção e fazendo teatro de fantoches com o polvo. E Masako nos contou várias lendas do Japão Antigo, coisas que ela ouvia quando menina. Eu finalmente soube como era ter uma família de verdade, eles eram calorosos e muito divertidos, a família de Jason não era nem um pouco do que eu imaginava.

Depois de comermos, eu fui ajudar Jason a lavar a louça.

– Sua família é muito legal, Jason. - Eu disse enquanto esfregava um prato - Eu adorei o jantar de hoje.

– Nem sempre é assim. Minha mãe só fez isso pra se aparecer. - Ele riu - Como agora. Ela nos fez lavar a louça juntos pra me empurrar pra cima de você.

Eu ri e olhei pra ele. Eu nunca tinha percebido que Jason era tão... Bonito. Eu sempre via ele na escola, sempre foi gentil comigo, mas ver ele assim... Aqui, na casa dele, com a família dele, tinha mudado meu jeito de vê-lo. Ele não era mais só meu amigo legal e gentil que sempre me ajuda, ele parecia ser mais do que isso.

– Sophia? - Jason olhou para mim - Algum problema? Você está viajando aí...

– Ah, eu só estava... pensando. - Eu chacoalhei a cabeça e voltei ao meu trabalho.

– Ei, Sophia. - Jason deu uma risada. - Tem um negócio aqui. - Ele apontou para a minha testa.

– Hem? Onde?

– Aqui. - Ele passou a mão cheia de espuma na minha testa e deu uma gargalhada.

– Ah, seu... - Eu joguei a esponja na cara dele. - Idiota!

– Ah, você quer briga? - Ele pegou um pouco de água na mão e jogou em mim.

– Imbecil! - Eu peguei água e joguei nele também.

Ficamos numa guerra de água e sabão por um tempo, até Masako aparecer.

– O que vocês estão fazendo? - Ela perguntou.

– Epa. Mãe, desculpe aí é que sua cozinha estava um pouco... Suja.

– Quer mesmo que eu acredite nisso? - Masako perguntou. - Vão lá fora pra se secar.

– Tá bem.

Jason me segurou pelo braço e me levou pro quintal dos fundos da casa.

– Sua mãe não vai ficar brava não? - Perguntei.

– Que nada. Ela novamente está armando pra me empurrar em cima de você.

Nós dois rimos e nos sentamos na grama.

Por mais vergonhoso que fosse, a possibilidade de namorar com Jason não saía da minha cabeça. Masako estaria certa? Será que eu deveria mesmo ficar com ele?

– Ei, desculpa pelo que meus irmãos ficaram falando pra você. - Jason disse. - Eles são meio desregulados.

– Tudo bem. É divertido ver como uma família viveria. Eu nunca tive essa oportunidade, então acho que estou feliz por ter. - Eu dei um sorriso de lado.

Jason me encarou como se estivesse tentando decifrar algo em mim. Eu tentei me focar em qualquer coisa que não fosse o sorriso que ele tinha no rosto, minha vergonha estava indo a mil.

– Que horas são? - Perguntei, tentando me desviar da situação em que estávamos.

– Anh... - Ele olhou no relógio - 20:36.

– Caramba. Faz quanto tempo que eu estou aqui?

– Não sei. Algumas horas?

Eu dei de ombros.

– Acho que é melhor eu ir pra casa... Amanhã eu tenho que ir trabalhar cedo... - Eu disse.

– Você trabalha? - Jason perguntou, me fitando.

– Como você acha que eu ia me sustentar sozinha?

– Não sei... Com ajuda de alguém, ou da herança que seus pais deixaram? - Ele pareceu meio confuso.

– Ajuda de quem? Dos meus parentes? - Dei uma risada - Eles não ligam pra mim. E eu fiz uma promessa pra mim mesma de que NUNCA usaria a herança dos meus pai pra me sustentar.

– Pera... Como assim seus parentes não ligam pra você?

– Minha mãe e meu pai... Bem, digamos que ele eram as "ovelhas negras" da família. Depois que eles morreram, os meus tios cuidaram de mim junto de suas duas filhas, mas ainda sim eu continuei sendo tratada como um fardo, e quando eu fiz 15 anos, eles me deixaram sair de casa. Acho que eles disseram "amém" assim que eu saí.

– Que crueldade... - Jason suspirou.

– Eu preciso mesmo ir... - Eu disse, me levantando.

– Tudo bem então.. - Ele se levantou também.

Depois de eu me despedir de todos, Masako insistiu que Jason me levasse pra casa. "Mais um truque de Masako..." Pensei. Seguimos pelas ruas sem trocar nem uma palavra.

Quando chegamos no portão do meu prédio, Jason ficou de frente pra mim e finalmente disse:

– Bem... Então... Acho que até segunda...

– Jason eu adorei ir na sua casa. Foi muito divertido... Obrigada por hoje. - Eu disse, tentando dar um sorriso.

– Não há de que. Eu adorei sua visita, foi realmente muito legal. - Ele sorriu.

– Ah, então até segunda... - Eu disse, mas não conseguia sair de lá.

– Até... - Ele se aproximou um pouco de mim.

Eu sabia o que vinha depois daquilo. Li romances o suficientes pra saber. Eu tinha que sair dali depressa, mas não conseguia. Quando estávamos nos aproximando mais, eu dei um passo pra trás. Eu não poderia fazer aquilo, Jason era meu amigo, eu tinha que respeitar isso.

– Eu... Tenho que ir... - Me afastei e andei até o portão.

– Ah, é claro... - Jason parecia envergonhado.

– Me desculpe...

Abri o portão e corri até o prédio. E uma questão não saía de minha cabeça: O que eu fiz foi certo?


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHAHAHA vou deixar vocês aí nervosos comigo! xD
Espero que tenham gostado do capítulo! Não esqueçam de comentar pra deixar a Tia Aika feliz, okay? u-u
Até mais o/