O Ultimo Dragão Negro escrita por Hey Heandgog


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Ultimo Dragão Negro




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– È tudo que eles tem? - Perguntou naturalmente Daemon Blackfyre enquanto observava o contingente.

Seu elmo adornado com dragões e sua armadura negra cintilavam contra o sol; gotas de suor empapavam seu rosto e o deixavam com um aspecto cansado. Em contrapartida a voz do Dragão Negro nunca soou tão calma.

– Provavelmente... - Respondeu Aegor Rivers, mais conhecido como Açamargo, logo ao lado. - ... e isso é tudo que temos...

– São homens leais, bons homens. - O pretendente ao Trono olhou tristemente para a espada de aço valiriano que pendia em sua banhia. Blackfyre era negra e imponente, ágil e flexível. A espada de um rei. E um rei porta espada. Pensou o cavaleiro negro. - Noticias do Corvo?

– Deve estar trancafiado na Fortaleza Vermelha uma hora dessas, esperando que entremos pelos portões para poder nos alvejar com as flechas daqueles Dentes de Corvo imundos. - Disse Açamargo com um sorriso rancoroso. Dentes de Corvo era como eram chamados os arqueiros a serviço do Corvo de Sangue. Impiedosos, precisos, brutais. - Acho que ele vai ficar meio desapontado antes de cortarmos lhe a cabeça.

– Você é muito espirituoso, sabia?

– Já me chamaram de muitas coisas, menos de espirituoso... - Aegor deu uma risada melancólica e encarou os flancos de seus homens. De todas idades, com todos tipos de armas, com tudo a perder. Homens haviam lutado essa guerra dos tronos a décadas, homens haviam morrendo a décadas - Valar Morghulis - Balbuciou tristemente.

Daemon encarou o amigo e depois olhou de relance os flancos.

– Valar Dohaeris - Respondeu com um sorriso triste.

–---

– Sor Rolbo! Sor Rolbo! - Disse Vincent ansiosamente. - Ele está vindo para cá...

Rolbo levantou o olhar a tempo o suficiente de ver Daemon Blackfyre se aproximando com 2 escudeiros.

– Meus amigos andantes - Saudou-os o Dragão - Achei que iriam querer isso... - Disse enquanto estendia para Cale e Rolbo escudos com os símbolos de suas casas. - Lutar sob os próprios estandartes.

Cale colocou seu escudo silenciosamente. Estudando a pintura do leão Lannister bem feita em contraste ao bom aço. Rolbo encarou o seu com certa melancolia...

Dever e Honra. Pensou novamente. Tais palavras haviam ecoado em sua mente a noite inteira. Ele devia algum dever a aquele homem? Havia alguma honra em tudo isso? Honra... o que ele entedia sobre honra?

Era uma tarde escura aquela. Cale gritava em algum lugar do Rochedo. Seus gritos de desespero e angustia acompanharam cada ser vivo que habitara aquela fortaleza naquele dia. Em alguma hora ouviu o amigo amaldiçoar o Lorde do Rochedo, amaldiçoar Castemere amaldiçoar os Sete e seus jogos de tronos.

Lore... Nasceu no verão, viveu no Rochedo, foi enterrada na chuva cinzenta. Seria aquele o destino de todos eles? Viver pelo propósito de outros, morrer pelo propósito de outros? Ninguém iria cantar musicas sobre eles. Ninguém iria se lembrar do modo que o sangue de todos escorreram, respingaram, ferveram. Só os Deuses chorariam sua morte. Dever e Honra, é tudo que temos nesse mundo, é tudo que levaremos dele. Se para fazer a flecha do poder cair do lado correto precisarmos morrer. Hoje todos morreremos juntos... Pensou enquanto olhava Daemon nos olhos.

– Se importa se lhe acompanharmos em batalha? - Perguntou.

– Era a intenção. - Disse Daemon sorridente. - Para no final disso todos saberem como Leões e Cães dançaram com um Dragão sua maior dança.

– Dever e honra. - Respondeu Cale.

O Dragão Negro pareceu intrigado ao ouvir aquela resposta repentina. Então logo depois sua feição adquiriu uma calma tranquilizadora assentiu gentilmente: - Dever e Honra amigo... Dever e Honra. Vamos, está para começar... A vanguarda nos espera.


Flechas negras cruzaram o céu de ambos lados. Como penas levadas ao vento, gentis e suaves na sua subida e logo depois se encurvando e ganhando velocidade na descida. Uma trombeta soou ao fundo. Daemon gritou para os homens levantarem os escuros. Uma chuva pontiaguda atingiu com um baque as fileiras da vanguarda Blackfyre.

– Arqueiros! Mais uma vez! - Sua voz era um trovão. Como um rugido denso e pesado de um dragão furioso.

As flechas voaram e cairam por mais meia hora. A cada baque em seu escudo Rolbo olhava para o lado para se certificar que Vincent e Cale ainda estavam vivos e que nenhuma flecha trespassara o pescoço de Daemon. Seus pensamentos voaram para algum lugar dos flancos onde os Osgrey lutavam para manter seus escudos levantados. Estariam vivos ainda? Até quando? Um frio tomou conta de sua barriga e se espalhou para o pescoço.

Dever...

As trombetas uivaram mais uma vez. As flechas haviam parado de cair. A vanguarda Targaryen estava se movendo.

Dever...

Os gritos de atacar de Daemon encherão os espíritos dos cavaleiros por toda a fileira. Os Dragões Negros começaram a se mover.

Dever e Honra...

Rolbo, Vincent e Cale urraram em um misto de ardor e ódio. Seus cavalos galopavam rapidamente logo atrás do Dragão Negro. A vanguarda Targaryen se aproximava com velocidade. Milhares de homens a cavalo prestes a colidir. Rolbo sorriu ao ver de relance o estardante do inimigo.

Era a vanguarda do Lorde Arryn.

Homens do Vale não tem o que é preciso para derrubar dragões. Homens do Vale não tinham o peculiar desejo que fazia a vanguarda Blackfyre tão furiosa e destrutiva. Homens do Vale não ansiavam fogo e sangue...

As duas cavalarias explodiram uma contra a outra. Rolbo pulou de sua cela. Não precisava mais dela, lutava melhor no chão. Logo a sua frente um cavaleiro Arryn enroscado em seu cavalo jazia de guarda baixa.

Cruel e sujo. Pensou. Bem do jeito dos Clegane.

Rolbo partiu o cranio do cavaleiro com violencia. Ossos e sangue empaparam seus braços e sua espada. Estava extasiado e ofegante. Desviou de uma lança rápida que vinha por sua direita e cravou a espada longa na fresta entre o peitoral e o elmo do inimigo.

Dois cavaleiros atacaram simultaneamente, um Royce e um Arryn. Rolbo não queria perder tempo, precisava ser brutal. Sua espada se encravou na barriga do Arryn antes que ele tivesse a chance de atacar. O Royce preparava sua investida.

Rolbo rolou para o lado, ainda segurando a espada encravada no cavaleiro Arryn, que agora pendia pasmo em pé. A espada Royce o errou por centímetros, batendo com violência no capim vermelho de sangue. Era sua oportunidade. Rolbo chutou o braço do cavaleiro e puxou a espada encravada com brutalidade. As tripas Arryn pintaram o ar por um segundo enquanto a espada longa cortava rapidamente cortava o céu rapidamente e separava a cabeça do Royce do resto do corpo.

Rolbo se permitiu permanecer algum tempo ajoelhado. Gritos de dor e ódio enchiam todo o ar, como um cantigo infernal. O capim outra hora verde estava vermelho; banhado por sangue humano, cartilagens e corpos inertes.

Um pouco mais a frente o corpo de Wyl Waynwood e do Cavaleiro das Nove Estrelas jaziam mortos por onde Daemon havia passado. Procurou o Dragão Negro em meio a multidão de homens vivos e mortos. Viu Cale e Vincent em pé alguns metros a frente com suas espadas cheias de sangue, Cale havia perdido três dedos da mão esquerda, Vincent só parecia assustado. A batalha havia avançado. A vanguarda Arryn estava sendo dizimada.

Ouviu barulhos estridentes do retinir de espadas se sobrepondo a todos os outros. Eram mais fortes, e ao mesmo tempo suaves e rápidos.

Olhou para frente a tempo de ver um cavaleiro vestido de negro e outro vestido de branco, ambos em cima de seus cavalos de guerra. Ambos sangrando. Ambos furiosos.

Perdeu o folego ao reconhecer as espadas.

Daemon da Casa Blackfyre brandia a espada dos Targaryen contra a Senhora Desespero, brandida por Gwayne Corbray da Guarda Real.



–--

A batalha não eclodia ao seu redor. Mas dentro dele. A Blackfyre cortava o ar como se fosse feita de penas. A Senhora de Desespero defendia com resistência e atacava com força.

Daemon forçou um ataque contra a têmpora do cavaleiro da Guarda Real, Corbray abaixou a cabeça no ultimo instante em sua cela e brandiu a Senhora Desespero contra as pernas do Dragão Negro. Daemon moveu rapidamente o cavalo fazendo a espada do oponente passar no vácuo, uma série de ataques se seguiram depois disso. Todos bloqueados impecavelmente pelo cavaleiro de manto branco. Os barulhos do ardor de guerra haviam se intensificado e esmaecido. A dança do cavaleiro negro contra o branco estava chegando a uma hora.

Gwayne Corbray aproximou seu cavalo de Daemon e tentou uma investida ousada contra seu peitoral. Daemon recuou, era sua chance, não poderia perde-la. Boqueou o ataque com a superfície da lamina da Blackfyre. Aço valiriano deslizou sobre aço valiriano enquanto Daemon desviava a investida inimiga e rapidamente se desvencilhava do inimigo e o atacava por cima.

A Blackfyre atingiu com violência a claviculada de Corbray em um ataque aéreo preciso e forte. O Cavaleiro da Guarda Real caiu ferido de sua cela.

Daemon se virou atordoado e avistou Rolbo e Cale.

– Vocês! Venham aqui...

Os cavaleiros andantes trocaram olhares confusos e correram cambaleantes até onde o Dragão Negro, que havia descido da cela, segurava o Cavaleiro da Guarda Real pelas mãos.

– Senhor...? - Começou Rolbo.

– Ele lutou com honra, não quero ele morto pisoteado. Não é uma morte honrosa, assim como a de Fireball não foi... Levem o para...

O mundo ficou em câmera lenta, Açamargo gritava algo enquanto corria em direção a Daemon ignorando a batalha que eclodia a sua volta. Cale jogou Vincent no chão e se pôs em cima dele para protege-lo. Rolbo apenas sorriu.

Daemon se virou a tempo de ver a companhia de Corvo de Sangue e seus Dentes de Corvo em uma colina mais acima. Suas flechas estavam no arco, seus sorrisos eram diabólicos.

Gotas de chuva atingiam o capim vermelho, gotas de chuva lavavam a espada Tagaryen ensanguentada, gotas de chuva banhavam as flechas do Corvo de Sangue enquanto elas rugiam em direção a o Ultimo Dragão Negro.

Daemon da Casa Blackfyre. Nasceu como um bastardo, viveu com honra, e agora morria na chuva cinzenta.


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