Nobody Said It Was Easy escrita por maryannewtk


Capítulo 3
Capítulo 3 - Final


Notas iniciais do capítulo

Parte final
Aguardo reviews!
Peguem leve, é a primeira - e provavelmente única - fanfic de CSI que escrevi xD



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[...] Havia lágrimas em seus olhos e tudo que eu mais queria nesse momento era lhe abraçar e dizer que jamais deixaria algo de ruim acontecer com ela, levar toda aquela dor embora, mas eu sabia que o mais sensato nesse momento era deixar ela falar.

         -E então nós brigamos, eu fiquei louca diante da idéia de que você não confiava em mim – ela continuou – E dois dias depois, o Serviço Social me chamou em New York, para que eu visitasse Sohrel.Foram os dias em que estive de licença no LVPD.

         -Sara, por quanta coisa você já passou... – eu disse, chocada com toda a informação que havia recebido. – Você não merece tanto sofrimento...E o mais incrível de tudo, é que para uma garota que tinha tudo pra crescer revoltada, você resolveu  dar tudo de si, e se tornar essa mulher profissional e competente.

            -Eu sinto pelo meu irmão, que não teve a mesma motivação. – ela disse, e ficou em silêncio por alguns minutos. –Deus sabe o quanto senti falta de seus braços e de poder ouvir você dizendo que tudo vai ficar bem. Eu estou confusa Catherine, o Serviço Social está avaliando se eu tenho condições de ficar com a tutela do menino, embora já seja uma causa praticamente ganha.Eu quero isso, além de me sentir na obrigação, ele é meu sobrinho.É uma criança linda que merece ser feliz.Que não merece ter a sina de viver em orfanatos, sem conhecer uma família.Mas eu não sei lidar com a situação.Ele tem sete anos, eu não tenho uma vida que seja conveniente pra uma criança de sete anos.Além de não entender nada de crianças, eu trabalho, muitas vezes faço expedientes duplos, tenho uma vida super corrida.Minha casa é pequena, não é o espaço adequado para uma criança.Como eu vou criar e educar uma criança de sete anos?Olhe o seu caso, já foi difícil com a Lindsey, mesmo tendo sua irmã para ajudar.Mas o que eu posso fazer?Será que eu estou preparada para me tornar mãe, assim de repente?

         Eu me levantei, dei a volta na mesa e fiz Sara levantar, abraçando-a. Dei-lhe um beijo na testa e outro nos lábios e olhei em seus olhos com toda sinceridade que poderia fazê-lo.

         -Sara, você tem a mim, lembra-se?

         -E agradecerei a Deus todos os dias por isso, mas não é justo que eu jogue todos os meus problemas em cima de você.

            -Você não joga seus problemas em mim Sara.Isso é um absurdo querida, eu jamais deixaria você passar por uma situação difícil sozinha.

            -Eu não sei o que fazer – ela choramingou afundando o rosto em meu ombro. Dei um sorriso triste, lembrando que quando a conheci, me perguntei se aquela mulher tinha alguma fragilidade, dado seu modo inabalável de agir.

         -Você não fará sozinha.Nós criaremos essa criança juntas.Não vai faltar atenção e cuidados a ele.Lindsey certamente vai adorar a idéia de ter um amigo para brincar, e em toda dificuldade que surgir, nós teremos uma à outra para nos apoiarmos.

         -Você é minha fortaleza. – ela disse com a voz abafada.

         -Você é minha fortaleza, Sara.E eu quero lhe ter ao meu lado.Quero uma família.Quero algo mais do que você dormir lá em casa algumas vezes, eu quero acordar todos os dias e ver você.

            -Você está dizendo que quer...

         -É necessário dar um nome a tudo isso? Casar, se juntar, morar juntas, qualquer coisa, desde que tenha você ao meu lado.Dar uma família a esse garoto, dar uma nova família à Lindsey, apenas ter a chance de viver momentos felizes. O que a gente enfrenta lá fora já é tão complicado..gente matando, gente morrendo, famílias realmente arruinadas por crimes, vícios, abusos... Nós, mais do que ninguém conhecemos a fragilidade das vida..a brevidade dela. Nós resolvemos os problemas de outras pessoas o tempo todo, então vamos agarrar uma chance de resolver os nossos também.

Me silenciei, percebendo que talvez eu estivesse falando mais por mim do que pela situação de modo geral. Apesar de meus sentimentos serem verdadeiros, e cada palavra que eu tinha proferido ser verdadeira, eu não podia pensar apenas nas minhas vontades. Existia uma segunda parte a tomar decisões nesse momento.

         -Mas eu vou entender se você achar tudo isso precipitado... Eu só... Eu só acho que o tempo tem passado tão rápido. E as pessoas perdem tanto tempo tentando desfazer confusões e mal-entendidos... Montando e desmontando esses quebra-cabeças complicados que se esquecem de viver... E eu fiz isso por tanto tempo... E agora queria simplesmente viver...

Sara sorriu de um modo afetado, claramente eu a havia pegado de surpresa com minha afirmação.Mas a quem eu enganaria, eu mesma havia ME pego de surpresa com tudo isso, pois pela manhã quando entrei na casa dela decidida a esclarecer as coisas, não esperava que ela me aceitasse de volta, não esperava descobrir toda a tenebrosa história da vida de Sara.Mas nesse momento eu só tinha certeza de uma coisa, de que eu precisava dela ao meu lado, de que eu queria ajudá-la e apoiá-la.Ela merecia esse apoio, e mais do que isso, precisava dele.

Ela me abraçou, descansando a cabeça em meu ombro e ficando ali por vários minutos. Dali eu podia ouvir o som dos carros em meio ao caos do horário de almoço, podia ouvir sirenes soando ao fundo e o barulho do movimento das ruas. Mas o som mais importante pra mim agora, era o da respiração calma de Sara enquanto a sentia em meus braços, e sobretudo, o som do sim, que por fim ouvi sair daquele lábios. E no meio daquele mundo caótico, de homicídios e desgraças diárias, eu encontrei um pedaço de paraíso particular, onde nada daquilo poderia me atingir.

 

 

FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que tiraram alguns minutos de suas vidas pra lerem.