Nobody Said It Was Easy escrita por maryannewtk


Capítulo 2
Capítulo 2....ou 1.2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários
 
Hey, eu sei que isso foge da biografia oficial das personagens, mas é uma fic ou não é? Então, licença poética



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Antes que eu pudesse dar um passo em direção à porta, Sara se levantou bruscamente me abraçando pela cintura e enterrando seu rosto em meu ombro.Esse gesto me pega de surpresa, o que me faz ficar estática por alguns segundos, até que finalmente respondo ao abraço, com uma explosão de sentimentos dentro de mim, que não sei definir.

 

         -Eu também sinto falta. – ela disse com a voz abafada enquanto lentamente começo a acariciar seus cabelos.– De tudo.E eu te perdôo Catherine.O erro também foi meu, você tem razão, eu deveria ter dividido com você.Afinal você estava dividindo sua vida comigo, completamente.


            -Eu não queria te fazer sofrer Sara.Eu jamais quis isso.


            -Eu sei. – ela ergueu a cabeça e me olhou nos olhos – De todas as pessoas que passaram por minha vida, eu sei que você é a última que teria a intenção de me machucar.Mas eu estava assustada, na verdade, ainda estou.Eu já passei por tantas coisas, eu carrego tantas lembranças desagradáveis na memória e isso muitas vezes faz eu me sentir acuada, e numa atitude defensiva eu acabo me fechando.Acho que também te devo desculpas, por parecer não confiar em você.

 

            -Está tudo bem... – eu disse olhando-a ternamente.E então nossos lábios se tocaram e eu realmente pude sentir que estava tudo bem.Não foi um beijo muito longo, mas de significado imenso.Deus sabe o quanto senti falta dessa sensação, de senti-la em meus braços, de sentir o seu beijo.

         -Nós precisamos conversar sobre algo – ela disse quando nos afastamos um pouco.

         -Depois. – eu disse relutante, pois tudo que queria nesse momento era estar com Sara - Você precisa dormir, afinal eu cheguei aqui justamente nas suas horas de descanso.

         -Sim, eu preciso... – ela disse não muito convencida.

         - Além disso, também preciso de umas horas de sono, antes que eu decida matar o Grissom por me colocar em outro expediente duplo, e de quebra, o Ecklie, por pressioná-lo a fazer isso.

         -A segunda parte seria interessante.Eu até lhe ajudaria a esconder o corpo se fosse o caso – ela disse rindo e me abraçando.Como era bom ouvir aquele riso, mesmo que breve.Como era bom ver uma expressão no rosto de Sara, que não fosse preocupação ou seriedade, que era as únicas coisas que eu estive vendo, em muito tempo.

            -Eu vou pra casa.Mais tarde nós podemos nos encontrar e conversar.

            -Catherine...fica aqui comigo.Eu acho que só conseguirei dormir se puder fazê-lo abraçada a você. Eu não quero mais me sentir sozinha.

            -Mas...

            -Por favor.

Nem que minha vida dependesse disso eu conseguiria recusar depois de ver uma expressão de fragilidade nos olhos de Sara.E então depois de dois meses, novamente eu provei a sensação de adormecer sentindo Sara em meus braços.E pela primeira vez em dois meses, eu pude dormir serenamente.

         Algumas horas depois eu acordei, não encontrando Sara ao meu lado.Levantei e me dirigi até a cozinha de onde ouvi um barulho vindo.Entrei e me deparei com Sara, preparando um café da manhã, embora já fosse um pouco tarde para tal, uma vez que o relógio marcava 11:00.Fui até ela, a abracei e lhe dei um beijo breve, então nós nos sentamos à mesa.

         -Você tem que pegar Lindsey na escola? – ela perguntou.

            -Ela está com a minha irmã, nessa semana.Por causa dos meus expedientes duplos.

            -Então nós podemos conversar.

            -Se você quiser.

            -Certo.Catherine, eu vou fazer uma pergunta.Não com intenção de lhe repreender ou coisa parecida, apenas pra esclarecer uma dúvida.O que você tentou fazer naquele dia?

 

Catherine soltou um suspiro breve... 


            -Eu percebi como você ficou depois daquele telefonema misterioso.Percebi como você mudou de comportamento, e como andava preocupada.Eu vi você saindo chorando da sala do Grissom e isso me deixou aflita, mas por mais que eu lhe perguntasse, você não me dizia o que acontecia.Então um dia...quando você estava no banho, eu...mexi no seu celular, e encontrei o número do Serviço Social.

            -Certo, essa é a parte onde eu deveria ficar furiosa com você, mas não vou fazer isso – ela disse com um fraco sorriso.

            -Obrigada, embora você tivesse razão pra fazer.Então,ligando uma coisa à outra, eu fui falar com Grissom, mas ele se recusou a me dizer qualquer coisa.Frustrada e me sentindo impotente, eu liguei para o Serviço Social, passei a conversa na atendente dizendo que estava numa investigação,e pedi informações sobre qualquer coisa que envolvesse o sobrenome Sidle.Como ela já me conhecia de outras, agora sim, reais investigações, verificou as informações que eu precisava, mas não obtive nada além de um nome, e então você chegou.

            -O nome que você ouviu foi Sohrel, não é?Eu escutei você falando ao celular naquele dia.

            -Sim, era esse.

            -E você deve estar se perguntando quem é Sohrel Sidle, não é?

            -Na verdade, sim.Mas tudo bem se você não quiser falar.

            -Eu vou lhe contar Catherine.Mas antes eu só queria lhe dizer uma coisa...Volta pra mim?


Eu sorri de um modo afetado, com um alívio caindo sobre mim como bálsamo.Ouvir aquelas palavras era de fato um bálsamo.

         -É claro que sim meu amor – disse segurando as mãos de Sara firmemente entre as minhas – Eu jamais queria ter saído do seu lado.

            -Fica comigo, por mais complicada que minha vida seja?Eu preciso de você pra passar por isso.

            -Fico.Sempre...sempre.

Pude perceber uma lágrima escorrendo dos olhos de Sara e imediatamente ergui minha mão para secá-la.Acariciei aquele rosto, tentando entender de onde vinha tanto sofrimento.

         -Catherine, uma vez, quando éramos apenas amigas ainda, eu lhe contei que cresci num orfanato, porque meus pais morreram quando eu era criança.Mas a realidade é um pouco diferente.De fato, vivi em orfanatos a partir de uma certa idade, mas o motivo não era exatamente esse.Uma vez, quando criança, eu entrei escondida no quarto do meu irmão, e brincando lá, eu achei algo estranho numa caixa.Ingenuamente, fui até minha mãe e lhe disse que ele não devia levar aquela sujeira toda pra dentro de casa.Mas na verdade eram drogas.Então meu pai expulsou ele de casa, contra vontade de minha mãe.

Meu pai era um marido abusivo.Alcoólatra.Não foram poucas as vezes em que minha mãe e ele brigavam e ele acabava batendo nela.E em mim também.Um dia ela se cansou daquilo, e o matou.

Minha expressão foi a mais pasma possível.Eu sabia que Sara tinha passado por coisas difíceis em sua juventude, mas nunca pensei que seus traumas pudessem chegar a esse grau.

         -Então, naturalmente, minha mãe foi presa.Meu irmão ficou perdido no mundo.E eu terminei minha adolescência em orfanatos.Quando atingi a maioridade, tentei ter noticias de minha mãe, mas me informaram que ela tinha morrido na prisão.Tentei ter noticias de meu irmão, mas nunca soube nada.Nem um telefonema, nem uma carta.Nada.Eu poderia deixar minha vida desmoronar ali,ou poderia fazê-la continuar da melhor maneira possível.Me inscrevi em Harvard, arranjei um emprego cujo salário mal dava pra mensalidade da universidade, consegui uma bolsa de estudos, e resolvi ter um futuro.Até que um dia, acabei de no LVPD.Todas as pessoas que me envolvi amorosamente me fizeram sofrer.E então prometi não abrir meu coração pra ninguém.Até que apareceu você.A CSI cruel e implacável de quem todos tinham medo.Mas por quem acabei me apaixonando, e percebendo que eu poderia ser feliz, que a felicidade não era um ilusório pote de ouro no fim do arco-íris, uma miragem, ou coisa parecida.E conviver com você e com Lindsey, me fez provar um pouco da sensação de ter uma família.Só que não estava mais acostumada com isso.Eu há muito tempo havia me condicionado a não me abrir com ninguém.

Aquele telefonema misterioso que me deixou transtornada, era do Serviço Social, como você já sabe.Eles queriam falar comigo, e mais tarde perguntaram se eu poderia, caso fosse necessário, ficar com a tutela de Sohrel Sidle.Meu sobrinho, que se encontrava em New York e  que eu nem sabia que existia.A mãe do menino havia morrido de overdose, e eles alegavam que meu irmão não tinha condições de exercer a paternidade.Dias depois Grissom me chamou no escritório dele, dizendo que os CSI’s do NYPD, haviam investigado uma cena de crime e encontrado meu irmão morto.Foi um choque, e embora poucos laços sentimentais ainda restassem entre mim e ele, pois eu nem o conhecia mais, eu fiquei abalada, por isso e pela noticia de que eu tinha um sobrinho.Eu ia lhe contar tudo isso.Não o fiz de imediato, porque estava me preparando emocionalmente para tal.Não é fácil falar do meu passado, é algo que sempre me abalou, me trouxe dor e vergonha.Por isso adiei tanto pra dividir isso com você. – Sara parou de falar e me olhou com uma expressão triste.Havia lágrimas em seus olhos e tudo que eu mais queria nesse momento era lhe abraçar e dizer que jamais deixaria algo de ruim acontecer com ela, levar toda aquela dor embora, mas eu sabia que o mais sensato nesse momento era deixar ela falar.


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