Era ele, somente era. INTERATIVA escrita por Alaska


Capítulo 3
Leão quer brincar!


Notas iniciais do capítulo

Um pouco de personagens novos pra vocês.



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Acordei com falta de ar, desnorteada, me sentei na janela que ficava do lado do bidê da minha cama, estava tudo escuro, era noite, deveria ser mais de nove horas.
–Bom dia,... – Kes disse escorada na porta.- ou melhor, boa noite. Haha

–Quanto tempo eu dormi?- perguntei, não achando graça da piada dela.

–Algumas horas.- Um garoto respondeu, ele era loiro, mas não como o garoto do meu sonho. – Sou Aaron Lancaster, prazer.

–Prazer... – olhei para Kes, troquei olhares com ela. Aaron saiu da porta, não estava mais por perto, Kes sentou em minha cama e disse suspirando.
–Quente não? – Apontou para a porta e se abanou, eu ri. – Ele é nosso hospede, como estava com essa casa enorme só pra mim resolvi dividir com ele.

Olhei confusa. Sei que ele é gato e tudo mais, mas e se ele for um tipo de ladrão ou algo assim? No meu pais não confiávamos muito nos outros, e não colocávamos pessoas desconhecidas pra morar conosco.

–Conheci ele no avião, não se preocupe, ele é legal.- disse ela.

–Tudo bem.- Suspirei, sabia que não poderia mudar ela de opinião, mas vou tomar providencias a próxima vez que eu for dormir.

“ nota mental: dormir com a porta trancada.” – Pensei pra mim.

– Vamos comer algo?- Kessy disse sorridente.- Tem um fast food aqui perto de casa, o que acha? Um pouco de hamburger para animar a noite?

Peguei uma roupa e fui para o banheiro, tomei uma ducha e tirei a cara de sono do rosto, me maquiei, passei um batom nos lábios e pronto, estava com uma cara um pouco melhor. Kes e Aaron estavam me esperando na sala de estar, quando cheguei vi Aaron com a mesma roupa de antes, uma camiseta do Pink Floyd e jeans pretas. Kes tinha se arrumado mais, estava com um vestido Skater amarelo. E eu com uma blusa velha e meu jeans surrado preto.

Chegando lá, sentamos em uma das mesas que estava vazia.

– E então, primeira vez aqui?- Aaron perguntou.

–Sim, legal aqui,- olhei ao meu redor.

Aaron riu.

–Não aqui-Ele apontou para seu redor.- aqui.- Ele abriu os braços. Continuei sem entender.- Australia, conhece?

–Aaah entendi...

–Demorou em menina.- Disse ele entre o sorriso.

–Eu não sei ainda- Sorri.- Eu meio que não conheci nada, pois alguém não me acordou para poder fazer isso.- Cutuquei com o braço Kes, que estava sentada do meu lado.

–Ah é mesmo? Era tudo que eu queria ouvir, vamos então conhecer Darling Harbour.- Aaron disse empolgado.

Jantamos, rimos, e Kessy estava certa, Aaron era um cara legal.

–Licença, vou no banheiro.- Kes falou já se levantando, aproveitei a oportunidade e fui junto.

No caminho do banheiro Kes falou sobre como estava sendo legal morar lá, porem eu nem prestei atenção, mal a escutava, estava me lembrando de meu sonho.

–Sim é por aqui, senhora.

Entrei em alerta, ao escutar alguém falar isso, mas não era somente alguém, era a voz daquele garoto do meu sonho, era ele. Olhei ao meu redor, ninguém, ele não estava lá. Kes estralou os dedos na minha cara.

–Alguém em casa?Heeey, ta ai?

–Ah sim, estava pensando em algo.- respondi, ainda olhando em volta, precisava achar o dono daquela voz.

–Vamos, estou apertada.- Kes fazia uma cara de desesperada. Segui ela.

Preferi nem entrar no assunto com ela, talvez seja loucura minha.

Quando voltamos pra casa, não consegui dormir, já estava quase amanhecendo e eu sentada na janela.

Avistei uma luz nas arvores que tinha atrás da casa, ouvi galhos quebrando, e um gemido de dor. Abri um pouco mais a janela e gritei:

–Tem alguém ai? Eu posso ajudar se precisar.- não escutei resposta.

“ talvez a pessoa desmaiou, sei lá, esta com medo.”- Passei pelo banheiro, peguei uma caixa com curativos e remédios, e corri para onde tinha ouvido o som.

Vi em uma silhueta alta de um garoto com a idade próxima a minha, perto de uma parte mais aberta das arvores. Me aproximei, mas continuei na espreita me escondendo e andando em silencio. Ele estava de costas, e algo se movia em sua frente, ele jogou a coisa para a claridade, mas a coisa se movia rápido de mais. Quando colocada na claridade de novo, pude ver três fileiras de enormes dentes afiados maiores que de tubarões, a coisa era um pouco maior que um leão, com pelos, patas e juba ruivas, mas sua cabeça era quase humana, e uma cauda estranha, como a de um escorpião. O leão ou sei lá o que era mordeu o garoto e ele revidou com socos. Fui me virar para fugir quando pisei em algo duro, me abaixei lentamente, larguei a caixinha de curativos no chão e fui tentar juntá-la do chão, era pesada, me cortei ao tentar levanta-la, nem precisei de claridade para ver o que era, pois com o mínimo brilho que se tinha ali ela já irradiava poder em tons de bronze, uma espada, como em meu sonho. Levantei ela, e pensei em ajudar o rapaz, corri e finquei a espada no meio do animal gritando “ morra, morra, morra” , o leão se transformou em pó, eu chutei o que sobrou dele. O menino no chão sangrava, tentei arrasta-lo para a luminosidade .

–Está bem? Tem como eu ajudar? – falei rápido nervosa.

–Não.. picada de escor..pião não tem salvação.- Ele disse pausadamente, provavelmente esta sentindo muita dor, pois aquilo era um leão, eu acho.

–Qual seu nome?

–Miles – Agora na penumbra consegui ver, melhor, Miles, era alto, moreno, olhos verdes e seu cabelo era da cor do pelo do leão, ruivo. Ele tinha uma tatuagem no antebraço, um trigo e algumas letras sem sentido, foi tudo o que consegui ver, poderia ter mais desenhos porem estava com um corte feio bem abaixo da letra “R”.

–Me chame de Straymer, mas o que você estava fazendo lutando com um leão?

–Aquilo não era um... leão, - disse ele lentamente.- estava protegendo...

–Não importa agora, vou dar um jeito nesses ferimentos.- Falei indo pegar a caixinha com curativos que estava no chão, pouco longe dali.

–Não há... cura.

–Claro que há, sempre há.- Me sentei ao seu lado e enrolei esparadrapos no corte que havia feito em minha mão, peguei seu braço com a tatuagem e comecei a limpar o sangue.- isso pode demorar, durma um pouco.

Quando terminei de limpá-lo e colocar os curativos, ajudei ele a entrar em casa, arrumei uma cama provisória na sala de estar, disse que se precisasse de algo poderia chamar. Finalmente e calmamente consegui ir dormir com o dia raiando em minha janela.


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Notas finais do capítulo

Muita emoção nesse capitulo, haha.



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